Petróleo fecha em baixa, com temor por demanda global e sem escalada da guerra Israel-Hamas
O preço do petróleo caiu mais de 2,50% nesta sessão. A desvalorização ocorre em meio às preocupações crescentes com desaceleração da economia global, que poderia implicar em uma demanda reduzida pela commodity. A guerra no Oriente Médio permanece no radar, mas a não materialização dos riscos de interrupções na oferta local contribuiu hoje para o recuo na cotação. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em queda de 2,55% (US$ 2,18), a US$ 83,21 o barril, enquanto o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), cedeu 2,32% (US$ 2,07), a US$ 87,05 o barril. A comunicação do Banco Central Europeu (BCE) sublinhando a fraqueza da economia da zona do euro colaborou para o sentimento pessimista em torno da demanda na zona do euro, mesmo que a autoridade tenha decidido manter seus juros. Enquanto isso, dados fortes da economia americana reforçaram a leitura de que as taxas de juros terão de ficar mais altas por mais tempo dos EUA - outro fator com potencial para conter o consumo de petróleo mais à frente. "A economia continua sendo um fator baixista para os preços do petróleo, com os traders claramente preocupados com as perspectivas para o crescimento num contexto de taxas de juro elevadas. A Europa já está em dificuldades sob pressão, como o BCE fez questão de salientar hoje" , resumiu Craig Erlam, analista da Oanda. O conflito entre Israel e Hamas ainda não acarretou em disrupções na produção de países responsáveis por uma oferta considerável de petróleo - risco que mais apoiou a alta no petróleo desde o estopim da guerra. A Capital Economics classificou que o mercado está tendo uma reação cautelosa, citando aumentos de cerca de 4% no preço do Brent e de 1% no do WTI desde então. Para a consultoria, isso provavelmente reflete, além das incertezas, um "prêmio de risco Oriente Médio" um pouco menor. "No passado, tensões geopolíticas crescentes no Oriente Médio, mesmo que não afetassem a oferta, eram suficientes para motivar uma escalada nos preços do petróleo", comentou a Capital. "Mas, até agora, investidores não correram para precificar os novos riscos." Isso não quer dizer que não haveria uma alta nos preços caso o Irã ou outro grande produtor de petróleo da região se envolva ativamente no conflito, ressalvou a consultoria. "Quase certamente haveria e, dado que o mercado já opera em déficit, pode ser um aumento robusto. Mas, por ora, parece que os investidores não acham que esse seja um risco grande", afirmou ela, em relatório.