Ano:
Mês:
article

Entidades lançam movimento contra fraudes no setor de combustíveis.

A estimativa é que os 2 crimes provoquem um prejuízo de quase R$ 30 bilhões para os cofres de governos, segundo Emerson Kapaz, presidente do ICL (Instituto Combustível Legal). Ele afirmou que a união do setor já tem resultado em vitórias, como o fechamento da Copape e o fim de decretos que favoreciam a importação irregular de combustíveis no Amapá e no Maranhão. Batizado de Movimento Unidos pelo Combustível, o esforço unirá o ICL, a Fecombustíveis (Fecombustíveis Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes), a Sindicom (Sindicato Nacional das Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes) e a Brasilcom (Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis). eldquo;Nós estamos lançando o observatório nacional de combustíveis, com mobilização permanente de todas as entidades e em estado de alerta constante para combater o crime organizado, monitorar o que aparecer de errado e apontarerdquo;, afirmou Emerson Kapaz....Uma das preocupações do setor é com o crescimento das ilegalidades, sobretudo pela entrada do crime organizado na distribuição de combustíveis. Essa atuação, que a princípio se restringia a São Paulo, se alastrou por outras regiões e já alcançam parcelas expressivas no mercado no Rio de Janeiro e em Estados do Nordeste e do Centro-Oeste. eldquo;Isso aqui é uma batalha pela sobrevivência do setor de combustíveis, que está ameaçado mais pela criminalidade do que pela transição energética. Nós tivemos uma vitória, que foi o fechamento da Copape em São Paulo. Há um bom momento político agora para enfrentar esse dilema, e temos o desafio com esse movimento de levar isso para a sociedadeerdquo;, disse Abel Leitão, vice-presidente executivo da Brasilcom. O setor defende que sejam aprovados no Congresso projetos para endurecer penas aos devedores contumazes, prática recorrente no segmento de distribuição de combustíveis, e levar a tributação monofásica também para o etanol. No caso do devedor contumaz, há um texto parado no Senado (projeto de lei 164 de 2022, de autoria do ex-senador Jean Paul Prates) e outro na Câmara (projeto de lei complementar 15 de 2024, de autoria do governo). Ambos endurecem regras contra quem sonega de forma corriqueira. Mas o 2º só trata de impostos federais. A forma de tributação do etanol, sem monofasia (cobrança no início da cadeia), também abre brecha para a sonegação. O modelo já foi implementado na venda do diesel e da gasolina. E foi aprovado para o etanol na reforma tributária, mas com vigência somente a partir de 2032. eldquo;Nós lutamos bastante para a monofasia da gasolina e diesel, que corrigiu um desequilíbrio tributário entre Estados com alíquotas diferentes e acabou com o contrabando de faturar o produto em um estudo e despejar em outro E agora defendemos que se aplique também no etanol, como está na reforma, mas precisamos que isso seja antecipadoerdquo;, disse o presidente da Fecombustíveis, James Thorp Neto. Para ler esta notícia, clique aqui.

article

Por que decreto do gás não agradou setor petroleiro

Dois decretos assinados na última segunda-feira (26) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva alteram as regras do mercado de gás natural com o objetivo, segundo o governo, de baratear o produto. As mudanças agradaram o setor industrial, mas geraram queixas do segmento petrolífero, que falou em judicialização. As alterações foram anunciadas em cerimônia do Ministério de Minas e Energia (MME). A medida que provocou mais reclamações do setor privado é o decreto que fixa regras para as petroleiras que exploram e comercializam o gás natural. O ato altera o Decreto 10.712, de 2021, que regulamenta a nova Lei do Gás endash; também de 2021 endash; relativa ao transporte, escoamento, estocagem e comercialização de gás natural. O governo quer limitar a reinjeção do gás natural extraído na exploração associada ao petróleo e fazer com que as empresas coloquem o produto no mercado. Executivos do setor alegam que usam o gás para aumentar a eficiência na extração e que a medida pode fazer com que o Brasil produza menos petróleo. Dizem também que o governo intervém no segmento, quebrando contratos e jogando por terra planos de negócios e de exploração e produção das petrolíferas. Já diferentes segmentos da indústria consumidora de gás natural, que estiveram na plateia durante o anúncio de segunda, apoiaram a iniciativa, com a perspectiva de que possam ter acesso ao gás a preços mais baixos. O governo fala em redução de 35% a 40%. O decreto estipula que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) poderá rever os planos de desenvolvimento dos campos de produção das petroleiras a fim de identificar a possibilidade de aumento do volume da produção de gás. Além da Petrobras (PETR4), grandes multinacionais atuam no segmento no Brasil, como Shell, BP, Galp e Equinor. Durante o anúncio, Lula fez críticas à prática de descartar o gás ainda na plataforma. eldquo;O gás é barato. A Petrobras não tem o direito de queimar gás. Ela tem o direito de trazer o gás e colocar o gás à disposição desse povo. Para que o povo pobre possa fazer comida, se não vai fazer a volta à lenhaerdquo;, afirmou Lula. Executivos do setor de óleo e gás reclamam, nos bastidores, de uma intervenção do governo no setor por meio da ANP e falam em risco de judicialização e desestímulo ao investimento futuro. Para amenizar o mal-estar com as petroleiras, que não foram convidadas para o anúncio endash; apenas um diretor da Petrobras participou do evento -, o ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira disse que a ANP fará estudos técnicos que subsidiarão a exigência para que elas parem de reinjentar o gás nos campos de petróleo. eldquo;É o fortalecimento da regulação para buscar efetivas políticas para ampliar ofertaerdquo;, afirmou Silveira. 4 pontos no radar Na visão da Genial Investimentos, que vê o decreto com alterações propostas no setor de gás natural como negativo para as empresas petroleiras, há quatro principais pontos a serem considerados no decreto. Em primeiro lugar, está a já citada possível queda na produção de petróleo. A Genial questiona como o decreto deve impactar as curvas de produção de óleo das petroleiras tendo em vista a eventual obrigação de não mais reintroduzir o gás natural em seus campos com objetivo de aumentar a produção. Em segundo lugar, está a alocação de capital, com retornos regulados sobre a cadeia de valor de petróleo em níveis possivelmente inferiores àqueles oferecidos nos segmentos de Exploração eamp; Produção e Refino. Em terceiro lugar, está a instabilidade regulatória. Para os analistas, a criação de comitê específico para acompanhamento da indústria do gás natural e alteração nos contratos feitos das empresas com a ANP são outros pontos negativos dessa proposta. O último ponto trata sobre os investimentos. Apesar de nenhum valor ter sido divulgado, a Genial avalia que os investimentos necessários devam ser expressivos e que na prática, a Petrobras deve acabar por ser a grande financiadora desse processo endash; caso ele venha a avançar, claro. eldquo;Entendemos como deve ser feito o aumento da oferta do gás natural para a indústria e o consumidor final. Entretanto, o cobertor é curto e esse incremento da oferta deve deixar alguém elsquo;descobertoersquo;. Ou seja, essa diminuição de preços aconteceria ao custo da rentabilidade de toda a indústria de petróleo endash; o que nos faz achar toda a proposta bem pouco interessanteerdquo;, avalia a Genial. Na visão do banco, é importante ter em perspectiva que expressivos investimentos precisarão ser feitos para construir toda a infraestrutura necessária para levar o gás até o continente. Tendo isso em mente, acha pouco provável que a Petrobras não deixe de liderar esse processo. Sendo assim, acredita que o próximo Planejamento Estratégico 2025-2029 deve ser acompanhado de perto para conseguirmos ter maior clareza quanto esse decreto vai custar para a empresa em termos de novos investimentos. (com Estadão Conteúdo)

article

Presos por suspeita de atear fogo em canavial de SP seriam ligados ao PCC, diz secretário

Alguns dos cinco presos por suspeita de atear fogo em canaviais do Estado de São Paulo se declararam ligados à facção criminosa PCC e teriam agido com a motivação de retaliar o combate ao crime realizado pelo governo paulista, disse nesta terça-feira o secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, à Reuters. "A gente não sabe realmente a motivação, alguns se declararam ligados ao PCC, outros quiseram por forma ingênua se vingar contra o agronegócio, que é o verdadeiro aliado do Brasil, a mola propulsora da nossa economia...", disse ele, no intervalo de um evento do setor, em São Paulo. Os incêndios em canaviais do Estado de São Paulo destruíram milhares de hectares na última semana, causando prejuízos milionários a produtores. A Polícia Federal está investigando o caso, juntamente com o governo paulista. Segundo o secretário, alguns focos de incêndio em canaviais de São Paulo começaram no mesmo horário, o que indica que não foi algo acidental, conforme apurado por meio de imagens de satélite. Com incêndios em canaviais, o crime organizado poderia estar tentando retaliar governo paulista pelo combate a combustíveis adulterados. "O governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Segurança Pública, Secretaria da Fazenda, está trabalhando muito contra combustíveis adulterados", ressaltou Piai. "Hoje o crime organizado comprou algumas usinas em recuperação judicial, comprou centenas de postos de gasolina, e talvez seja uma maneira de retaliar esse trabalho contra o crime organizado", acrescentou. Mais cedo, o secretário afirmou que as queimadas geraram "prejuízos bilionários para o agronegócio de São Paulo", enquanto apenas o setor de cana-de-açúcar perdeu 400 milhões de reais, disse ele, na abertura de evento da Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda). Durante discurso, o secretário qualificou os incêndios ocorridos na semana passada como "criminosos" e acrescentou que a polícia prendeu um quinto suspeito de estar envolvido nos crimes. A prisão aconteceu em São José do Rio Preto, segundo ele. Piai disse que o governo paulista vai liberar crédito para pequenos produtores afetados e para os que tiveram moradia incendiada. O secretário contabilizou 150 municípios afetados. Os prejuízos decorrentes das queimadas da última semana em canaviais no Estado de São Paulo, maior produtor de cana do Brasil, foram estimados em 350 milhões de reais, com o fogo atingindo mais de 1% das lavouras paulistas, de acordo com avaliação da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), conforme levantamento divulgado na véspera. Também durante o evento, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também qualificou os incêndios em canaviais como criminosos, mas não entrou detalhes. Procurada, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) não retornou imediatamente a pedido de comentário sobre as informações. A União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), que representa usinas do centro-sul do Brasil, afirmou que não comenta investigações em andamento.

article

Interior de SP volta a ter registro de incêndios nesta terça-feira

Após dois dias sem fogo, três focos de incêndios foram registrados nesta terça-feira (27) em Batatais (a 350 km de São Paulo), na região metropolitana de Ribeirão Preto, o que obrigou uma força-tarefa a atuar para o combate às chamas. Depois de os moradores ainda conviverem com fumaça no ar, mesmo após ter chovido levemente no domingo (25), na tarde desta terça o Corpo de Bombeiros recebeu uma série de chamados num intervalo de apenas dez minutos. Para continuar a leitura, clique aqui.

article

ANP interdita posto por venda de etanol misturado com metanol em Indaiatuba

Um posto de combustíveis de Indaiatuba (SP) foi interditado nesta terça-feira (27) após fiscalização da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e da Polícia Civil encontrar etanol misturado com metanol. Segundo equipes da ANP, o posto localizado na região central da cidade estava armazenando e comercializando o combustível com concentração irregular de metanol. A ANP informou que o estabelecimento está sujeito a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, assim como outras penalidades previstas em lei. No entanto, sanções serão aplicadas somente após o processo administrativo.

article

Combustíveis ou cafezinho: o que fica mais caro com incêndios em canaviais?

Áreas de uso agropecuário, como plantações de cana-de-açúcar e pastagens, concentraram 81,29% dos 2,6 mil focos de fogo no estado de São Paulo, entre os dias 22 e 24 de agosto, de acordo com uma análise feita pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Parte desses incêndios é atribuída a atividades criminosas. E na medida que os números começam a ser contabilizados, o brasileiro se pergunta se a conta de prováveis perdas nas áreas produtivas vai ser paga por ele. As avaliações iniciais indicam que os efeitos dos incêndios não devem se traduzir imediatamente nos preços dos combustíveis, mas podem trazer um gosto amargo para o cafezinho de todo dia. Marcus D´Elia, sócio da Leggio Consultoria, especializada em petróleo, gás e renováveis, explica que apesar dos incêndios observados em algumas áreas canavieiras do Sudeste brasileiro ocorrerem num momento de colheita da cana-de-açúcar isso não deve se traduzir em impacto na produção de etanol desta safra e sim em uma potencial perda na próxima safra 24/25. Com isso, no curto prazo, o preço do combustível etanol não deve ser reajustado. eldquo;A partir dos números publicados até o momento, pode-se dizer que as perdas não serão grandes. A estimativa é de que sejam em torno de 2%, mas não é possível afirmar dado que outros fatores mais significativos irão influenciar os volumes da próxima safra. Portanto, as queimadas não deverão impactar o preço do etanol imediatamente, se avaliarmos apenas o volume de produção", diz. Comentário semelhante faz Amance Boutin, especialista em combustíveis da Argus, empresa de produção de relatórios e análises de preços para o mercado de combustíveis e agricultura. eldquo;O que percebemos ao ouvir o mercado é que não devemos ter impactos no preço do combustível. Olhando para a gasolina, o preço praticado pela Petrobras está muito próximo das cotações internacionais, então não há motivos para uma alta repentina. Nas distribuidoras os estoque estão equilibrados e não há motivos para uma elsquo;guerra de preçosersquo;. Mas o cafezinho, esse sim, pode ficar mais caro porque a conta dos canaviais vai para o açúcarerdquo;, diz. A explicação é dada pelo contexto. O mês de agosto é considerado o período de pico de colheita da cana-de-açúcar no Centro-Sul. E os incêndios foram o eldquo;estopimerdquo; numa safra caracterizada pela perda de qualidade da matéria-prima, dada a eldquo;idade avançadaerdquo; dos canaviais, e a escassez de chuvas, explica o especialista da Argus. Esses foram alguns dos motivos para que as casas de análises e, também, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduzissem suas estimativas. A Conab ajustou para 42 milhões de toneladas o esperado para produção de açúcar no Centro-Sul na safra 2024/25, redução de 700 mil tonelada quando comparado com a projeção anterior. E, tudo isso, claro, pressiona os preços. O temor sobre os eventuais efeitos dos incêndios na produtividade do maior exportador mundial de açúcar rapidamente se refletiu na bolsa de Nova York. Na segunda-feira, os preços do açúcar nos contratos para outubro terminaram a sessão em alta de 3,53%, para 19,04 centavos de dólar por libra-peso. Ontem (27), o avanço dos contratos do demerara foi de 2,94%, negociado a 19,60 centavos de dólar por libra-peso. O açúcar branco de outubro subiu 4,2%, a US$ 548 por tonelada. Na avaliação dos analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samual Isaak, da XP, o mercado reagiu de forma exagerada às notícias, já que ainda é cedo para avaliar os impactos finais sobre a produção de açúcar do Brasil. Marcelo Filho, analista de inteligência de mercado da StoneX, também diz que ainda é precipitado afirmar que os incêndios vão impactar significativamente a oferta de açúcar, mas avalia que muitas plantas podem rever a porcentagem de matéria-prima destinada para a produção de derivado. Fato é que bem longe dos balcões de negociações, iniciou-se uma eldquo;corrida contra o tempoerdquo; para colher e processar a cana o quanto antes. A matéria-prima exposta aos incêndios não pode ser usada para a indústria de alimentos, mas pode ser aproveitada na produção do etanol. Tanto esforço, por outro lado, pode levar à redução da eficiência industrial nas empresas São Martinho e Raízen, as maiores produtoras de açúcar, ponderam os analistas do BTG Pactual. "Se a cana-de-açúcar afetada for processada rapidamente, não devemos ver uma redução significativa de Açúcar Total Recuperável (ATR) extraído. A principal preocupação com esses incêndios é a necessidade de colher e processar rapidamente a cana-de-açúcar, o que pode levar ao aumento dos volumes de processamento e à redução da eficiência industrial", afirmaram em relatório Thiago Duarte, Guilherme Guttilla, Pedro Soares e Henrique Pérez. Em comunicados ao mercado atualizando os impactos dos incêndios generalizados, a Raízen informou que 1,8 milhão de toneladas de cana foram afetadas pelo fogo, enquanto na São Martinho as queimadas atingiram 20 mil hectares, que devem gerar perdas de 110 mil toneladas na produção de açúcar. Ambas não foram afetadas diretamente em suas usinas. Mesmo com as áreas afetadas, os analistas do BTG Pactual consideraram ainda que as duas empresas seguem com potencial de ganhos para os investidores. "Enquanto a Raízen apresenta uma oportunidade de investimento de alto risco e alta recompensa, a São Martinho oferece uma opção mais segura, com um atraente rendimento de fluxo de caixa livre de 8% para o ano fiscal 2026. Ambas as empresas devem se beneficiar de catalisadores de curto prazo, como o aumento dos preços do etanol visando conter a demanda e uma perspectiva otimista de longo prazo sobre os preços do açúcar", cita o relatório. O BTG Pactual mantém recomendação de compra para as ações da São Martinho, com preço-alvo de R$ 29,35, e recomendação de compra para Raízen, com preço-alvo de R$ 3,27. *Com informações do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico

Como posso te ajudar?