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BNDES financia primeiro projeto para produzir combustível limpo de aviões em escala

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e a Acelen fecharam um financiamento de R$ 257 milhões para a construção de um centro agroindustrial para pesquisar e manipular características físicas da macaúba, planta do cerrado com altíssimo valor energético. A empresa quer usar a espécie para produzir um bilhão de litros de SAF (sigla em inglês para combustível sustentável de aviação) e diesel renovável a partir de 2028 na Bahia. Esse é o primeiro financiamento do BNDES para a produção de SAF, considerado um vetor potencial de industrialização e exportação do Brasil nos próximos anos. Até agora, a produção do combustível no país se restringe a plantas-piloto, e a comercialização mundial é escassa, principalmente fora dos países ricos. O empréstimo, atrelado à TR (Taxa Referencial), indica uma preferência do banco pela macaúba na produção de SAF. No Brasil há vários projetos iniciais para a produção do combustível a partir da soja e do etanol de cana-de-açúcar e milho, mas limitações da União Europeia ao uso de alimentos para a produção de biocombustíveis deixou o governo brasileiro reticente. Como a macaúba não é amplamente utilizada na produção de alimentos, a expectativa é que produtos energéticos feitos a partir dela sejam mais aceitos no mercado internacional endash;até 2050, todas as companhias aéreas do mundo precisarão substituir o atual querosene de aviação por combustíveis limpos. "Há um pouco de geopolítica no debate de como descarbonizar a indústria de aviação, principalmente nessa questão de alimento versus combustível. A Europa questiona se a gente não está deixando de produzir alimento para produzir combustível, o que poderia gerar uma insegurança alimentar no mundo", afirma Luciana Costa, diretora de transição energética do BNDES. Em tese, a macaúba tem o potencial de produzir de 7 a 10 vezes mais litros de óleo vegetal por hectare do que a soja, matéria-prima de 70% do biodiesel produzido no Brasil. Mas o desafio é domesticar a espécie para diminuir suas variedades energéticas e possibilitar a produção comercial em escala. O centro da Acelen em Montes Claros (MG) financiado pelo BNDES terá justamente esse objetivo. "Vamos fazer a seleção e a melhoria que a gente precisa no projeto de germinação para que as futuras plantações tenham menos variação de produtividade. Hoje, você encontra uma macaúba que produz mais litros e outra menos, e o objetivo do Acelen é ter um controle muito maior sobre essa imensa variação da natureza", diz Luiz de Mendonça, CEO da Acelen. A empresa fará o desenvolvimento e a germinação de sementes para produzir 10 milhões de mudas por ano em Montes Claros. Elas serão enviadas para fazendas de terras degradadas no norte de Minas Gerais e no Sul da Bahia, que juntas somam 180 mil hectares endash;sendo 20% de pequenos produtores rurais. A plantação em terras degradadas também é uma forma de convencer o mercado europeu a comprar o combustível. Além das restrições para alimentos, a União Europeia deve limitar a produção de biomassa em terras degradadas até 2007 endash;antes mesmo do Código Florestal. O processo também vai gerar créditos de carbono. Próximo às plantações, a Acelen vai construir moinhos para extrair o óleo vegetal da macaúba. A partir disso, o insumo será enviado para uma biorrefinaria em São Francisco do Conde, onde a Acelen já opera a refinaria Mataripe, comprada da Petrobras em 2021. "A biorrefinaria vai ficar do outro lado da rua de Mataripe, apesar de serem empresas distintas. Ao colocar lá, encurta-se o caminho para algumas licenças e pode usar o terminal portuário de Madre de Deus", afirma Mendonça. A Acelen pertence ao Mubadala Capital, um dos principais fundos soberanos de investimentos no mundo, controlado pelo governo dos Emirados Árabes Unidos. Além de SAF, a instalação vai produzir diesel renovável endash;matéria-prima com a mesma molécula que o diesel de petróleo, mas feito a partir de fontes renováveis. A estrutura, que deve ficar pronta em 2027, será também capaz de processar óleo vegetal de outras biomassas. Toda a operação vai custar cerca de US$ 3 bilhões (R$ 17 bilhões), sendo que 65% virão de capital próprio da empresa. O BNDES considera o investimento de alto risco, mas deve anunciar novos financiamentos ao longo das etapas do projeto. "É certamente o projeto de SAF mais inovador do país", diz Luciana Costa, diretora do banco. "Ao financiar o primeiro projeto de SAF no Brasil, o BNDES mantem sua contribuição relevante para transição energética, incentivando iniciativas que tenham impacto social, ambiental e desenvolvimento tecnológico", acrescenta Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.

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Lula retira urgência de projeto de lei do Auxílio Gás que opõe Fazenda e Minas e Energia

Diante do impasse entre os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia sobre o novo formato proposto para o Auxílio Gás, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou ao Congresso Nacional o pedido de retirada de urgência do projeto que altera o benefício. O despacho foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). A retirada de urgência foi antecipada na terça-feira, 15, pela Coluna do Estadão. O presidente quer mais tempo para amadurecer a discussão internamente. Pelo texto enviado ao Congresso, a Caixa Econômica Federal poderia receber o dinheiro do programa diretamente das empresas de petróleo. Como mostrou o Estadão/Broadcast também na terça, a Fazenda alertou para o risco de fraude e de despesas serem classificadas como irregulares no novo desenho do Auxílio Gás. eldquo;O modelo de descontos diretos pode gerar incentivo a fraudes na política pública, a exemplo da revenda de botijões por beneficiários ou da existência de operações fictícias entre revendedores e beneficiárioserdquo;, diz uma nota técnica da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda elaborada em 23 de agosto, três dias antes de o projeto ser anunciado. Os ministérios da Fazenda, de Minas e Energia e da Casa Civil não se manifestaram sobre a nota. Após o envio do projeto, o Ministério da Fazenda admitiu preocupações e passou a defender correção de eldquo;eventuais erroserdquo;. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o formato seria revisto para trazer as despesas para dentro do Orçamento. Até o momento, porém, não houve essa correção.

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ANP pauta edital da Oferta Permanente de Concessão

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) incluiu como item extrapauta da reunião de diretoria desta quinta-feira (17/10) a discussão sobre o edital e as minutas dos contratos de concessão da oferta permanente. A relatora é a diretora Symone Araújo. A consulta pública sobre o edital foi concluída em agosto, e a audiência pública foi realizada em setembro. Como mostrou a agência eixos, a ANP cobrou oito órgãos estaduais para conseguir dar continuidade à inclusão de 281 blocos exploratórios de óleo e gás na fila dos leilões de petróleo da oferta permanente, além de três campos com acumulações marginais. São blocos em terra, em sua maioria em áreas maduras e que já foram ofertados no passado. Em sessão reservada, os diretores ainda discutem a indicação de blocos exploratórios para a rodada de licitação no polígono pré-sal, Bacia de Santos. O relator é o diretor Bruno Caselli. Waiver para GLP Também está na pauta da reunião da diretoria a discussão sobre a concessão de waiver para venda excepcional de GLP pela Amazongás, em razão do estado de calamidade pública na região Norte. A autorização foi concedida ad referendum e será apreciada pelo colegiado. A relatoria é do diretor-geral, Rodolfo Saboia. Em circuito deliberativo, a diretoria já concedeu waiver para a distribuidora Atem fornecer 1.255 m³ de diesel, sem o percentual mínimo de biodiesel, à UTE Humaitá (AM), da VP Flexgen. A autorização é válida até término do volume de combustível transportado pela balsa contratada, que se encontra fundeada a 36,94 km de Humaitá, ou até que as condições de navegabilidade no Rio Madeira sejam restabelecidas. Em razão da crise hídrica, os diretores também autorizaram, em caráter emergencial, a Atem a armazenar 30 mil m³ de etanol combustível em sua base de Santarém (PA) para a Inpasa Agroindustrial, entre os meses de outubro e dezembro de 2024.

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Petróleo fecha em queda com baixa demanda na China e menor tensão no Oriente Médio

Os contratos futuros do petróleo fecharam o pregão desta quarta-feira, 16, em queda pela quarta sessão consecutiva. Os preços da commodity foram limitados pela baixa demanda pelo óleo na China, que continua a pressionar o mercado para baixo, assim como a diminuição nas tensões no Oriente Médio. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em queda de 0,27% (US$ 0,19), a US$ 70,39 o barril. O Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), caiu 0,04% (US$ 0,03), a US$ 74,22 o barril. Em relatório, a Seamp;P Global analisa que a demanda chinesa pelo óleo caiu neste ano por conta do cenário de lento crescimento econômico, um fraco setor de construção e eventos climáticos extremos, o que pressiona o petróleo para valores mais baixos. Ainda, o documento menciona o impacto no aumento de veículos elétricos para o mercado de petróleo. Para a Global X, a demanda da China pela commodity continuará a ser chave para os preços no curto prazo. eldquo;Não está claro como as recentes medidas de estímulo podem afetar os hábitos de consumo chineseserdquo;, cita. Os investidores também reduziram as preocupações com os conflitos no Oriente Médio depois que Israel assegurou aos Estados Unidos que não têm as instalações petrolíferas ou nucleares do Irã como alvo na retaliação que está sendo planejada. A Julius Baer, porém, não acredita que os riscos geopolíticos da região tenham desaparecido e que deixem de refletir nos preços do petróleo. eldquo;Ficaríamos um tanto surpresos se o prêmio de risco geopolítico tivesse desaparecido por enquantoerdquo;, escreve em relatório. Ainda, no radar, investidores acompanharam notícias sobre o vazamento de petróleo no principal terminal de exportações do Irã localizado na Ilha Khark. O local é responsável por 90% das exportações de petróleo do Irã e pela maior parte das exportações de gás do sul do país. (Estadão Conteúdo)

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StoneX eleva previsão de consumo de diesel B no Brasil a 67,5 bi de litros em 2024

O consumo de diesel B (misturado com biodiesel) do Brasil deve alcançar 67,5 bilhões de litros em 2024, estimou nesta quarta-feira a StoneX, elevando em aproximadamente 400 milhões de litros sua previsão, com avanço da economia e aumento na demanda por fretes. Com a nova previsão, a expectativa é de um aumento de 3% do consumo de diesel no país neste ano ante 2023. As vendas de óleo diesel por distribuidoras no Brasil cresceram 3,6% no acumulado do ano até agosto, ante o mesmo período do ano anterior, a 44,7 bilhões de litros, destacou a consultoria. "O avanço do PIB acima das expectativas do mercado e a pauta exportadora fortalecida nas três principais frentes de escoamento de produtos ao exterior --agropecuária, extrativista e de transformação-- garantiu um aumento significativo da demanda por fretes a nível nacional, gerando assim um avanço das vendas do combustível", disse a StoneX em relatório. Para 2025, as expectativas seguem de uma demanda aquecida por diesel B no Brasil, com as primeiras projeções da StoneX apontando para um avanço de 2,4% do indicador, totalizando 69,1 bilhões de litros, segundo a StoneX. "A continuidade de atividades econômicas aquecidas e as expectativas de boas safras agrícolas contribui para um cenário positivo das vendas do combustível ao longo do ano que vem, atingindo um novo recorde da série histórica", afirmou. A StoneX previu ainda um leve avanço da demanda por diesel A (puro) de 0,7% neste ano ante o ano passado, devido a um aumento da mistura de biodiesel no diesel vendido nos postos de 12% para 14% a partir de março. Em contrapartida, as importações de diesel A devem crescer 4,3% neste ano versus 2023, para 15,1 bilhões de litros. O aumento das compras externas, segundo a StoneX, ocorre em meio a um "aumento das exportações do derivado fóssil por alguns Estados, principalmente Bahia e Rio Grande do Norte, o que gerou uma necessidade maior de aquisição do energético provido por fornecedores externos". (Reuters)

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'Tema da vitória' de Senna embala anúncio da Shell para etanol aditivado

A Raízen, que representa a Shell no Brasil, fez uma parceria com o Instituto Senna para relançar o etanol aditivado da marca, o Shell V Power Etanol, que chegou ao mercado pela primeira vez em 2010. A propaganda, que será veiculada no intervalo do Fantástico, no próximo domingo (20), mostra uma família abastecendo o carro, enquanto toca o "tema da vitória", que embalou a pole position do piloto brasileiro durante anos. O mote do anúncio é "pilote o amanhã agora", em referência ao caráter mais sustentável do combustível. Clique aqui para continuar a leitura.

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