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Nordeste deve priorizar etanol e cobra subvenção diante de cenário internacional adverso

A safra 2025/26 de cana-de-açúcar no Brasil deve alcançar 668,8 milhões de toneladas, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), queda de 1,2% em relação à temporada anterior. No Centro-Sul, a colheita segue em ritmo acelerado e deve encerrar em outubro com cerca de 609 milhões de toneladas. Já no Nordeste, a moagem avança de forma escalonada: a Bahia iniciou em maio, a Paraíba em agosto, Pernambuco começou mais recentemente e Alagoas, maior produtor da região, deve iniciar nos próximos dias. No ciclo passado, Norte e Nordeste colheram 57,6 milhões de toneladas; para este ano, a expectativa é de 59 milhões. Apesar do aumento favorecido pelo clima, o setor nordestino enfrenta dificuldades competitivas após os Estados Unidos aplicarem tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros e suspenderem a cota de exportação de 155 mil toneladas de açúcar, antes destinada principalmente à região. eldquo;Nossa previsão é de 2,3 bilhões de litros de etanol e 3,8 milhões de toneladas de açúcar, volumes semelhantes à safra passada, mas a perda da cota americana pesa na gestãoerdquo;, afirma Renato Cunha, presidente da NovaBio/Sindaçúcar-PE. De acordo com a Conab, 73% da colheita nordestina ainda é manual, o que eleva custos e limita a eficiência. Para compensar os impactos das tarifas e da baixa demanda externa, o setor pressiona o governo federal por apoio financeiro. A proposta, já incluída em emendas à MP 1903, prevê subvenção de R$12 por tonelada de cana. Cunha ressalta que a questão tarifária pode ser temporária, mas alerta para a urgência de medidas que garantam a sobrevivência de pequenos e médios produtores. eldquo;Teremos açúcar excedente e o mercado interno não parece aquecido o suficiente, especialmente com a produção do Centro-Sul acima de 40 milhões de toneladas, o que faz com que as exportações sejam necessáriaserdquo;, diz. Outro ponto de atenção é a competitividade do etanol. Embora a mistura com gasolina tenha sido ampliada para 30%, o avanço da produção de etanol de milho, que começa a se expandir no Nordeste, pressiona o setor sucroenergético a buscar novas estratégias. "Teremos uma produção mais voltada ao etanol, que passa a competir diretamente com o avanço do milho. É necessário ampliar a paridade entre gasolina e etanol, já que o biocombustível é essencial para a descarbonização da frota nacional. Ainda assim, o setor precisa de programas mais estruturados que garantam o escoamento da produção tanto no mercado interno quanto nas exportaçõeserdquo;, ressalta Cunha.

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Petróleo fecha em alta enquanto investidores avaliam ataques a instalações de energia russas

Os preços do petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, com os investidores avaliando o impacto dos ataques de drones ucranianos às refinarias russas e do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressionando as nações da Otan a suspenderem as compras de petróleo da Rússia. Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 0,67%, para fechar a US$67,44 por barril, enquanto o petróleo West Texas Intermediate dos EUA (WTI) subiu 0,97%, para fechar a US$63,30 por barril. Os ataques à infraestrutura petrolífera russa e a crescente pressão de Trump sobre os compradores de petróleo russo impulsionaram os preços do petróleo nesta segunda-feira, disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group. "Nos bastidores, há muitas preocupações em relação ao petróleo pesado e ao fornecimento restrito de diesel, mantendo o mercado apoiado", acrescentou Flynn. Uma das maiores refinarias de petróleo da Rússia, na cidade de Kirishi, no noroeste do país, interrompeu uma unidade de processamento importante após um ataque de drones ucranianos no fim de semana, disseram duas fontes do setor nesta segunda-feira. Ambos os contratos de petróleo ganharam mais de 1% na semana passada, quando a Ucrânia intensificou os ataques à infraestrutura petrolífera russa, incluindo o maior terminal de exportação de petróleo, Primorsk. Primorsk tem capacidade para carregar cerca de 1 milhão de barris por dia de petróleo, enquanto a refinaria de Kirishi processa cerca de 355.000 bpd de petróleo russo, o equivalente a 6,4% do total do país. Trump disse no sábado que os EUA estavam preparados para impor novas sanções energéticas à Rússia, mas somente se todas as nações da Otan deixassem de comprar petróleo russo e implementassem medidas semelhantes. (Reuters)

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Brasil e Japão reforçam cooperação em combustíveis sustentáveis

O Ministério de Minas e Energia (MME) recebeu, na última quinta-feira (11/9), uma delegação do Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI) para tratar da Iniciativa para Combustíveis Sustentáveis e Mobilidade (ISFM) e dos preparativos para a Reunião Ministerial sobre Combustíveis Sustentáveis, que ocorreu em Osaka nesta segunda-feira (15/09). Durante a reunião, o secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Renato Dutra, destacou a importância da parceria Brasilendash;Japão para o avanço de biocombustíveis e da tecnologia flexfuel, ressaltando o papel da nova Lei do Combustível do Futuro como marco regulatório. A delegação japonesa, por sua vez, apresentou detalhes da Ministerial de Osaka, reforçando a expectativa de protagonismo do Brasil na COP30, em Belém. "O Brasil tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e é referência mundial em biocombustíveis. O Japão, por sua vez, reúne expertise em tecnologias de mobilidade de alto desempenho. A soma dessas competências abre novas oportunidades para investimentos, inovação e geração de empregos, além de posicionar os dois países como líderes no avanço rumo à neutralidade de carbono", afirmou Dutra. As discussões também abordaram oportunidades de cooperação em temas como uso de etanol, combustíveis sustentáveis de aviação (SAF, na sigla em inglês), captura de carbono e comércio internacional de biocombustíveis, além da possibilidade de integração do comércio de certificados de sustentabilidade e descarbonização, em linha com o Acordo de Paris. O METI também ressaltou o foco no veículo híbrido flex, na harmonização de políticas nacionais e no fortalecimento da cadeia produtiva, apontando o interesse de empresas japonesas em exportar veículos híbridos-flex. Como encaminhamento, Brasil e Japão concordaram em promover novas reuniões, com a participação de setores público e privado, para aprofundar a cooperação bilateral no desenvolvimento de combustíveis sustentáveis e na implementação da ISFM. (Via MME)

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Combustíveis mantêm preços estáveis apesar da queda do petróleo em agosto

O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) publicou, nesta segunda-feira (15/9), um levantamento que mostra a diferença entre a variação do preço do petróleo no mercado internacional com o valor dos combustíveis vendidos nos postos de abastecimento do país. Segundo o relatório, a matéria-prima enfrentou forte desvalorização em agosto, ao passo que a gasolina, o etanol e o diesel não apresentaram mudanças significativas de preço. No mês em questão, o barril de petróleo do tipo Brent registrou uma queda de 4,5% ante o mês anterior, recuando para US$ 67,87, o que representa o segundo menor valor do ano, atrás apenas de maio. Para o Ineep, o resultado confirma a retomada de uma trajetória de queda após um breve período de escalada de conflitos no Oriente Médio, envolvendo nações como Irã e Israel. Apesar da queda no mercado internacional, os preços de combustíveis no Brasil registraram leves oscilações, como destaca o mesmo relatório. Em agosto, o preço médio da gasolina em todo o país teve queda de apenas 0,3%, encerrando a última semana do mês em R$ 6,19. Já o etanol hidratado e o diesel S10 apresentaram leves aumentos de 0,2% e 0,5%, respectivamente. No ano, a Petrobras reajustou o preço da gasolina somente uma vez, sendo a primeira mudança em mais de um ano de congelamento do valor aplicado às distribuidoras. Na ocasião, em 3 de junho, a companhia cortou em 5,6% o preço do produto. Dois meses antes, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já havia sinalizado a possibilidade de um corte nos combustíveis por parte da companhia, em decorrência da queda do valor do petróleo no mercado internacional. Defasagem Ainda assim, o corte pontual ainda não tirou a defasagem do produto na bomba, o que significa que a empresa poderia reduzir o valor do combustível sem prejuízos financeiros nessa parte, como explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares. eldquo;Hoje (15), a defasagem ao mercado internacional é de R$ 0,15 para possível redução na gasolina e de R$ 0,11 de possível elevação no diesel, ou seja, é um mercado bem estável e a companhia continua tendo resultados bem expressivos sem a necessidade de oscilações diárias de seus preços. Foi a terceira petroleira do mundo com melhores resultados no anoerdquo;, sinalizou Tavares. Há espaço para corte, segundo pesquisador Na visão de Iago Montalvão, pesquisador do Ineep, ainda há espaço para novo reajuste da gasolina pela Petrobras, apesar do preço final estar cada vez mais impactado pela etapa de distribuição e revenda. eldquo;Isto é, o preço na refinaria tem diminuído, mas a margem de distribuição e revenda não cai na mesma proporção, ou às vezes até aumentaerdquo;, destaca. O pesquisador reconhece que a petrolífera teme reduzir os preços dos derivados e comprometer seus resultados financeiros. No entanto, ele defende que a empresa deve cumprir sua função social, mantendo preços baixos, protegendo o consumidor e evitando a inflação emdash; princípios defendidos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao alterar a regra do Preço de Paridade de Importação (PPI) para definir os valores dos combustíveis. eldquo;Para garantir que tenhamos preços mais baixos ao final do ano, dois movimentos são importantes: primeiro, que a Petrobras faça novos reajustes, em resposta à queda no preço do petróleo. Segundo, que haja maior fiscalização e regulação quanto aos ganhos na distribuição e revenda, para que possíveis reduções do preço nas refinarias não seja suplantado pelo aumento proporcional no lucro das distribuidoraserdquo;, analisa Montalvão.

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Volume de serviços cresce 0,3% em julho

O volume de serviços prestados no País cresceu 0,3% em julho ante junho, no sexto mês consecutivo de expansão. Como consequência, o setor alcançou novo patamar recorde na série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mostram que os serviços permanecem resilientes, tendendo a manter um bom ritmo de crescimento em 2025, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário. eldquo;Acreditamos que o setor deve terminar o ano com expansão acima de 2%, impulsionado pelos estímulos promovidos pelo governo, como o aumento de gastos, a liberação de recursos do FGTS para os trabalhadores e o incentivo à concessão de crédito.erdquo; O setor de serviços acumulou ganho de 2,4% nos últimos seis meses consecutivos de altas: fevereiro (0,8%), março (0,4%), abril (0,4%), maio (0,2%), junho (0,4%) e julho (0,3%). Uma sequência tão longa de avanços seguidos não ocorria desde 2022. Na comparação com julho de 2024, o volume de serviços avançou 2,8%, a 16.ª taxa positiva seguida. O índice de difusão endash; que mostra o porcentual de serviços com crescimento ante o mesmo mês do ano anterior endash; passou de 54,2% em junho para 50,6% em julho. De acordo com Rodrigo Logo, gerente da pesquisa do IBGE, os segmentos que sustentam o fôlego dos serviços são estimulados por dinâmicas próprias de seus setores, sendo mais preservados de oscilações conjunturais. Segundo o pesquisador, é o caso dos serviços de tecnologia da informação, agenciamento de espaços de publicidade e a intermediação de negócios por meio de plataformas e de aplicativos. eldquo;A própria dinâmica do setor é suficiente para traçar a trajetória ascendente.erdquo; A análise dos dados da pesquisa com o desempenho pelos subsetores evidencia esse maior dinamismo da demanda empresarial associada a investimentos e modernização, o que se reflete na trajetória de alta de serviços profissionais de caráter mais técnico, corroboraram Thiago Xavier e Felipe Melchert, analistas da Tendências Consultoria Integrada. eldquo;Esses resultados contrastam com a expectativa inicial de perda de dinamismo nos serviços mais sensíveis ao ciclo econômico, diante das condições financeiras apertadas, e reforçam a leitura da presença de fatores estruturais ainda atuanteserdquo;, apontaram os analistas, em relatório. TRANSPORTES. O transporte rodoviário de cargas, segmento de maior peso na pesquisa (responsável sozinho por uma fatia de 13,3%), foi impulsionado nos últimos dois meses pela demanda do setor agrícola, em meio às projeções de safra de grãos recorde, mas também vinha crescendo pela necessidade logística do comércio eletrônico nos últimos anos. O segmento de tecnologia da informação vem igualmente sustentando o crescimento do volume de serviços prestados no País desde a pandemia de covid-19, adicionou Lobo. eldquo;O aumento da taxa de juros e a permanência dela em patamares elevados para essa atividade em particular de tecnologia da informação acaba não trazendo nenhum tipo de prejuízo. Os serviços prestados às famílias, esses sim, são bastante afetados pelas variáveis macroeconômicaserdquo;, disse o pesquisador do IBGE, mencionando questões como emprego e inflação. eldquo;Os serviços prestados às famílias costumam ser afetados positivamente quando tem maior nível de emprego, maior nível de renda e menor nível de preços.erdquo; A alta no volume de serviços em julho ante junho deste ano foi acompanhada por três das cinco atividades investigadas: informação e comunicação (1,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%) e serviços prestados às famílias (0,3%). Na direção oposta, houve queda nos transportes (-0,6%) e nos outros serviços (-0,2%). Porém, considerando todos os subsetores, as principais influências positivas partiram de transporte rodoviário de cargas, serviços de tecnologia da informação, concessionárias de rodovias e locação de automóveis. ebull;

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Distribuidores veem risco na venda fracionada de gás

O programa Gás do Povo, com expectativa de alcançar 15,5 milhões de famílias até março de 2026, está sob risco de não ser devidamente viabilizado se a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) permitir o fracionamento do produto de cozinha, de acordo com agentes privados ouvidos pelo Estadão/Broadcast. Interlocutores mencionam um possível desestímulo para investimentos no setor. A ANP nega e cita que a medida tem potencial para reduzir preços (mais informações nesta página). Atualmente, as distribuidoras vendem botijões de 13 kg para as revendedoras. A venda de forma fracionada seria por meio de recargas, assim como é feito com combustíveis em postos de abastecimento. Com isso, haveria a possibilidade de enchimento de botijões de diferentes marcas e volumes. Presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sérgio Bandeira de Mello menciona o risco de fragilização do atual modelo de rastreabilidade, o que abriria espaço para práticas irregulares. Hoje, os botijões têm a marca gravada no aço e, quando há um acidente, o proprietário daquele botijão é identificado para assumir a responsabilidade. Críticos da proposta também falam em risco de segurança, o que abriria espaço para atuação do crime organizado, como frisou o CEO da Copa Energia, Pedro Turqueto, em entrevista à Coluna do Estadão. O governo espera viabilizar em novembro as primeiras entregas de botijões no âmbito do programa Gás do Povo. As distribuidoras terão o compromisso de oferecer o programa em todos os municípios por meio de suas revendas e comércios independentes. Revendedores que desejam participar deverão se credenciar na Caixa Econômica Federal. Como o programa depende da participação voluntária dos agentes, a regulação da agência sobre o fracionamento na venda do gás representará um desestímulo e um risco para a medida, na visão de Guilherme Vinhas, advogado especialista em óleo e gás. eldquo;O governo promete entregar para a população de baixa renda um volume gigantesco de botijões e, do outro lado, a ANP vai na contramão e cria um sistema que vai tirar o botijão de circulação.erdquo; O tema do fracionamento é antigo, mas voltou ao radar após a ANP fazer neste ano uma Análise de Impacto Regulatório (AIR) sobre o assunto endash; estudo que avalia alternativas normativas e não normativas. BAIXO INCENTIVO. Pelo argumento apresentado, se a reforma em discussão na ANP for implementada, as distribuidoras teriam pouco incentivo para expandir ou renovar no longo prazo a sua capacidade, o que poderia comprometer o investimento para viabilizar a expansão da distribuição do gás prevista pelo programa do governo. ebull;

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