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Estoques de petróleo nos EUA caem 3,029 milhões de barris, diz DoE

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 3,029 milhões de barris, a 423,662 milhões de barris na semana passada, informou o Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). O resultado contrariou a previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que projetavam alta de 100 mil. Os estoques de gasolina recuaram 1,323 milhão de barris, a 227,082 milhões de barris, enquanto a projeção era de queda de 1,1 milhão de barris. Já os estoques de destilados (que incluem diesel, óleo combustível e querosene de aviação) recuaram 565 mil barris, a 112,971 milhões de barris. A previsão era de avanço de 600 mil barris. A taxa de utilização da capacidade das refinarias subiu de 95,4% a 96,9%, enquanto a projeção era de queda marginal a 95,3%. Os estoques de petróleo no centro de distribuição de Cushing tiveram alta de 453 mil barris, a 23,006 milhões de barris. A produção média diária de petróleo caiu a 13,284 milhões de barris na semana. (Estadão Conteúdo)

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É preciso pensar novas formas de financiar fiscalização, diz diretora da ANP

A diretora da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Symone Araújo, afirmou que o orçamento do órgão para 2026 está com um referencial menor do que o aprovado em 2025 e destacou a necessidade de encontrar novas formas de financiar a fiscalização. eldquo;Após o contingenciamento que tivemos, o Congresso, a agência e o setor deram as mãos para retomarmos as atividades com certa regularidade. Tivemos um fôlego e já trouxemos de volta o PMQC [Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis], que é um programa que vai além da estatística, e cumpre um papel pedagógico para a indústriaerdquo;, disse a diretora na Biodiesel Week, promovida pela Ubrabio nesta quarta-feira (6/8). O programa de monitoramento foi suspenso em julho devido à falta de verba na autarquia. Araújo também pontuou que será necessário dar continuidade à mobilização para a ampliação do novo PMQC, modelo já consolidado em Goiás e no Distrito Federal e com planos para ser expandido para o Tocantins e Mato Grosso. Diferentemente da versão anterior, o novo modelo prevê o acompanhamento de 100% dos postos revendedores da região monitorada, assim como de todas as distribuidoras, que também passarão a ter os produtos monitorados em suas bases, e os TRRs. eldquo;Qual será o PMQC que conseguiremos construir, agregando o programa e os nossos desafios orçamentários e financeiros? Não podemos abrir mão deste programa. Estamos agora, em agosto, ascendendo ao mandato de 15% [de biodiesel no diesel]eldquo;, reforçou Symone. Segundo ela, o reforço na fiscalização é essencial, sobretudo ante o aumento na mistura de biocombustíveis aos combustíveis. Histórico de dados da ANP mostra que a fraude cresce após ampliação da mistura. Passou a valer no começo de agosto o aumento na mistura de etanol à gasolina para 30% (E30), assim como a elevação para 15% do teor de biodiesel no diesel (B15). Segundo o superintendente de Fiscalização do Abastecimento da ANP, Júlio Nishida, quando houve a elevação do B12 para o B14, caiu o grau de conformidade do diesel B. A situação foi agravada com a interrupção do programa de monitoramento em 2024. erdquo;Quando houve o aumento [da mistura], teve uma queda [na conformidade], mas conseguimos voltar ao patamar histórico. Depois que suspendeu o PMQC, a gente perdeu metade deste trabalho, que voltou acima dos 98% após a retomada do programaerdquo;, disse Nishida. Crise do orçamento A ANP teve um alívio no orçamento no fim de junho, quando foram liberados R$ 10 milhões de antecipação de limites de movimentação de empenho, que ampliou o limite global até julho de R$ 57,5 milhões para R$ 67,5 milhões. Na sequência, o governo anunciou o descontingenciamento de R$ 20 bilhões, zerando a contenção determinada em maio pela equipe econômica em razão da frustração de receitas e aumento das despesas, em relação ao previsto no orçamento. Essa operação só foi possível graças às estimativas de arrecadação com as receitas do petróleo, que incluíram: R$ 14,78 bilhões com o leilão das participações da União em áreas não contratadas, que será realizado pela PPSA, no cronograma previsto, em novembro; R$ 1,7 bilhões de aumento de receitas com a comercialização adicional de óleo do campos de Jubarte, após aprovação, pela ANP, do acordo de individuação da produção (AIP), na semana passada. Outros R$ 1,7 bilhão com aumento da produção de campos sob o regime de partilha da produção, levando a R$ 3,4 bilhões com a venda de óleo pela PPSA. E um desconto de R$ 0,28 bilhão por ajustes na exceptiva de receitas com royalties e participações especiais. Equipamentos para detecção de fraudes Fiscais da ANP já estão utilizando os equipamentos doados por um consórcio de distribuidoras e associações do setor de biodiesel para detectar fraudes na composição do diesel B in loco. Os espectrofotômetros (nome técnico do aparelho) estão nas ruas há dez dias e resultaram em pelo menos uma dezena de interdições. Além dos aparelhos que a agência já recebeu, a Trinamix doará dois novos aparelhos, que utilizam de outro tipo de tecnologia, com menor custo e eldquo;mais portátilerdquo;. A companhia é subsidiária da Basf. Uma demonstração foi feita pelo diretor de manômeros da Basf, Alejandro Bossio, à ANP nesta terça (5). eldquo;Ele é capaz de descobrir moléculas misturadas a outras moléculas, por exemplo, biodiesel misturado no diesel e água no etanolerdquo;, explicou Bossio.

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Compra de petróleo russo é motivo de preocupação para negociações com EUA, dizem senadores a Alckmin

Senadores da Comissão de Relações Exteriores levaram a preocupação com a compra de derivados de petróleo da Rússia, no âmbito das negociações de tarifas com os Estados Unidos, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Na terça-feira, 5, o presidente americano, Donald Trump, voltou a ameaçar sanções comerciais contra países que importam petróleo da Rússia. Trump não citou especificamente o Brasil, mas o País é um tradicional comprador de diesel russo. A reunião dos senadores com o vice-presidente, no fim da tarde desta quarta-feira, 6, tinha o objetivo de fazer um balanço das agendas da comitiva aos EUA, realizada na semana passada, para discutir a sobretaxa aplicada aos produtos brasileiros. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da comissão, disse que ele e os colegas fizeram um relato de todas as agendas que tiveram nos EUA. eldquo;Viemos com alguns recados importantes, a questão do comércio de petróleo e de óleo diesel com a Rússia. Foi algo muito marcante falado por democratas e republicanos com que a gente conversouerdquo;, destacou Trad. Questionado se o comércio do Brasil de óleo e também fertilizantes com a Rússia poderia impactar o País com a aplicação de mais sanções dos EUA, o senador disse que a comitiva sentiu que isso é eldquo;uma possibilidade realerdquo;. eldquo;Por incrível que pareça, une republicanos com democratas no âmbito do Congresso. Foi dito claramente para nós issoerdquo;, prosseguiu Trad. Apesar disso, ele disse vislumbrar eldquo;um horizonte para se fazer um gestoerdquo; e disse ter ouvido que esse assunto está no radar do governo brasileiro para poder ser resolvido. Plano de contingência Os senadores disseram que Alckmin não sinalizou uma data para apresentação do plano de contingência para socorrer os setores brasileiros afetados pelo tarifaço. O plano é esperado para ser anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda nesta semana. eldquo;A luta continua, tanto para esclarecer adequadamente, precisamente, o que faz parte das exclusões. Isso tem que ser bem esclarecido e a luta continua, ou seja, a negociação, eu acho que nós ajudamos a iniciar, com nossa presença láerdquo;, afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC). Os senadores também relataram que os parlamentares e os empresários americanos receberam a comitiva brasileira eldquo;com receptividadeerdquo; e disseram ter ouvido de um interlocutor americano que o governo Donald Trump está eldquo;fazendo um gol contraerdquo;. eldquo;Não podemos nos acomodar no que a partir de hoje vai ser uma realidade e procurar buscar alternativas para reverter determinados produtos que para eles também são caros. Eles não têm uma carne para fazer hambúrguer com a qualidade da nossa, o nosso café, a questão da madeira e outros produtos que com certeza a sociedade americana vai sentirerdquo;, concluiu Trad.

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Etanol de trigo: inovação energética começa no Sul

Diante da busca crescente por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis, o etanol de trigo surge como uma solução inovadora no cenário brasileiro. Tradicionalmente produzido a partir da cana-de-açúcar, o etanol encontra obstáculos em regiões com clima menos favorável ao cultivo dessa planta. Nesse contexto, o trigo desponta como alternativa viável, especialmente no Sul do país, ao permitir o aproveitamento de resíduos e subprodutos do grão, muitas vezes descartados após o processamento para alimentos. A primeira usina brasileira dedicada à produção de etanol de trigo está prestes a iniciar suas operações em Santiago, no Rio Grande do Sul. Com investimento de R$ 100 milhões, o empreendimento deve gerar impactos econômicos relevantes na região, com a criação de aproximadamente 120 empregos diretos e indiretos, além de impulsionar a economia local por meio da agregação de valor à cadeia produtiva do trigo. A implantação da usina envolveu um processo de pesquisa e desenvolvimento que durou três anos e meio, com análise de mais de 150 variedades de trigo cultivadas no estado. O uso de biotecnologia é um diferencial do projeto, com aplicação de enzimas que reduzem a viscosidade do grão e leveduras adaptadas que aumentam a eficiência da fermentação e o rendimento industrial do etanol. Com capacidade anual estimada em 34 milhões de litros de etanol hidratado, o uso de tecnologias avançadas pode elevar a produção em até 1,5 milhão de litros, contribuindo para diversificar a matriz energética renovável brasileira e promover um modelo de economia circular no campo. "As enzimas contribuem para a redução da viscosidade do trigo, que poderia comprometer a qualidade e a eficiência da matéria-prima na produção de etanol", explica Mario Cacho, diretor de vendas da IFF. eldquo;As leveduras, por sua vez, garantem a flexibilidade do processo, permitindo o uso eficiente de diferentes tipos de trigo provenientes de diversas produções. Essa adaptabilidade é o que permite um dos diferenciais mais notáveis da aplicação das leveduras, que é o aumento do rendimento industrial do trigo no etanol em até 4,5%erdquo;, completa ele.

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Preços de combustíveis recuam no Brasil em julho; saiba o preço médio nas capitais

Em julho de 2025, quatro dos seis combustíveis monitorados no Brasil pelo Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade registraram queda nos preços médios, mas o acumulado do ano segue em alta em todos os derivados, com destaque para Norte e Nordeste. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a Veloe e a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Queda de preços em julho Etanol: eminus;1,1%, a R$ 4,25/litro Gasolina comum: eminus;0,4%, a R$ 6,29/litro Gasolina aditivada: eminus;0,4% GNV: eminus;0,01% (praticamente estável) Diesel comum: +0,04% Diesel S-10: +0,04% Alta acumulada em 2025 De janeiro a julho, os maiores aumentos foram: Etanol: +2,3% GNV: +1,2% Gasolina comum: +1,2% Gasolina aditivada: +1,1% Diesel comum e S-10 caíram 1,4% e 1,3%, respectivamente. No comparativo de 12 meses, todas as categorias registraram alta, com etanol liderando em 4,0%. Variação regional O preço da gasolina comum recuou em todas as regiões do Brasil, mais forte no Centro-Oeste (endash;0,9%). Os preços médios variaram de R$ 6,14 (Sudeste) a R$ 6,71 (Norte). Já o etanol caiu até 2,2% no Centro-Oeste, com maior valor no Norte (R$ 5,25). No caso do diesel S-10, o maior preço esteve no Norte (R$ 6,44) e o menor no Sul (R$ 6). A região Centro-Oeste teve alta de 0,5%, enquanto Norte e Sudeste caíram 0,2%. Gasolina x etanol: qual vale mais a pena? Em julho, o etanol custou em média 71,7% do preço da gasolina comum. Nas capitais brasileiras, essa razão chegou a 72,2%, acima do limite de 70% que favorece o álcool. Ainda assim, o etanol é vantajoso em Mato Grosso (65,0%), São Paulo (66,4%), MS (67,9%), Goiás (68,9%) e Paraná (69,3%).

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Tarifa de 100% para o Brasil? Entenda ameaça dos EUA por comércio com a Rússia

O governo dos Estados Unidos voltou a sinalizar que pode impor tarifas pesadas, possivelmente próximas de 100%, a países que mantêm relações comerciais com a Rússia, especialmente na compra de petróleo, combustíveis e fertilizantes. A ameaça, feita pelo presidente Donald Trump em evento na Casa Branca na terça-feira (5), pretende exercer pressão sobre Moscou para encerrar a guerra contra a Ucrânia. O movimento pode atingir diretamente o Brasil, que figura entre os maiores compradores mundiais de diesel e fertilizantes do país de Vladimir Putin. eldquo;Vamos tomar uma decisão sobre sanções a países que compram energia russa após a reunião de amanhã com a Rússiaerdquo;, disse Trump, sem citar o Brasil, mas indicando que a sobretaxa ficaria eldquo;próxima de 100%erdquo;. Dados da consultoria StoneX mostram que, no primeiro semestre, 39,1% do diesel importado pelo Brasil veio da Rússia, à frente dos EUA, que responderam por 32,8%. O risco também se estende ao agronegócio, altamente dependente dos fertilizantes russos. Segundo o Ministério da Agricultura, mais de 90% dos insumos usados no país são importados, sendo 30% originários da Rússia. eldquo;O mercado de fertilizantes tem visto uma alta de preços desde o começo do ano, muito por uma falta de produto a nível internacional. A China era o grande exportador, e eles vêm segurando essas explorações, criando barreiras para tentar controlar os preços internos de fertilizantes na China e com isso vem aumentando a dependência do Brasil, da Rússia, por exemploerdquo;, explica Samuel Isaak, analista de commodities agrícolas da XP. Segundo ele, os fertilizantes, por estarem ligados à segurança alimentar, normalmente ficam de fora de barreiras e sanções. Então, mesmo sancionada, a Rússia continua exportando. eldquo;É bastante difícil a gente substituir 100% [dos fertilizantes importados pelo Brasil da Rússia]erdquo;, avalia Isaak, que vê uma incerteza sobre esse tipo de comércio que até então era protegido pela OMC, devido às atitudes erráticas de Trump. Mercado teme punição Representantes do setor agroindustrial alertaram o Itamaraty para os impactos potenciais de novas sanções. eldquo;Se o cenário evoluir para o ponto em que o Brasil seja taxado por manter relações comerciais com a Rússia, o Brasil vai continuar comprando os produtos russoserdquo;, afirmou Sérgio Araújo, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), ao Estadão/Broadcast. eldquo;Não é simples tirá-los do mercado e encontrar fornecedores alternativos.erdquo; Parlamentares brasileiros que estiveram recentemente em Washington também saíram com a percepção de que uma nova frente de atrito pode se abrir nos próximos 90 dias. eldquo;Há outra crise pior que pode nos atingirerdquo;, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), na última semana, acrescentando que congressistas republicanos e democratas defenderam a aprovação de uma lei prevendo sanções automáticas a países que mantêm negócios com Moscou. A senadora Tereza Cristina (PP-MS), que integrou a comitiva, reforçou que, na visão americana, essas transações ajudam a prolongar o conflito. eldquo;Eles acham que quem compra da Rússia dá munição para a guerra continuarerdquo;, afirmou.Além de sobretaxas, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, advertiu que os EUA poderiam impor restrições diretas à compra de produtos brasileiros como forma de retaliação.

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