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Aumento da mistura de biodiesel fará combustível subir R$ 0,02 nas bombas em março

O aumento da mistura de biodiesel previsto para o mês que vem fará com que o combustível vendido nas bombas tenha um novo reajuste. Pelas contas do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), o impacto será de R$ 0,02 por litro do diesel vendido, na terceira alta consecutiva do combustível que abastece a frota de caminhões do País. Há dez dias, a Petrobras reajustou a parcela fóssil do diesel nas refinarias em R$ 0,22. Além disso, neste mês, por efeito do aumento da cobrança do imposto dos Estados (ICMS), o combustível ficou mais caro em R$ 0,06 nas refinarias. O reajuste por meio do biodiesel será, portanto, a terceira rodada. E ocorrerá porque a parcela do biodiesel no diesel subirá de 14% para 15% em 1º de março, seguindo cronograma definido pelo governo Lula no fim de 2023. Na ocasião, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) antecipou a mistura, num gesto de aproximação do governo Lula com o agronegócio via biodiesel. O acréscimo da mistura ocorre, no entanto, em momento de alta do preço do óleo de soja no Brasil endash; 70% do biodiesel brasileiro é feito a partir da soja. Como mostrou o Estadão na semana passada, no ano passado, o litro do óleo de soja para consumidor subiu quase 30%. Os preços praticados no País ficaram acima dos verificados no exterior. Produtores creditam a alta ao pior resultado da safra 2023/2024 e à alta do dólar a partir de setembro, o que estimulou a exportação de grãos. Segundo o IBP, o litro do diesel custa atualmente R$ 3,73 em São Paulo. Já o do biodiesel, R$ 5,93. A diferença entre os dois tipos de diesel está no maior patamar desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023. O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, afirma que o instituto foi contra a fixação de porcentuais fixos na mistura quando o tema foi tratado no Congresso, no ano passado, durante a tramitação do projeto de lei do Combustível do Futuro. Pela norma, a mistura aumentará até 20% em 2030. Depois disso, o porcentual poderá subir até 25%. Ardenghy defende que, se o governo optar por manter o cronograma de adição de biodiesel ao combustível fóssil, é necessário discutir a abertura das importações neste segmento, além da aceitação do combustível coprocessado, fabricado pela indústria do petróleo, que mistura um porcentual de óleo de origem vegetal ao diesel fóssil ainda na refinaria, durante o processamento do diesel. No Brasil, a Petrobras fabrica o processado com 5% de biodiesel. Na tramitação do combustível do futuro, o coprocessado foi expulso, por pressão do agronegócio, da implantação do chamado diesel verde. eldquo;É importante ao governo entender o risco associado à composição do combustível com um produto do agronegócio, que sofre com as vicissitudes climáticas e adiciona volatilidade aos preçoserdquo;, afirma Ardenghy. Ele afirma ainda que a fabricação do biodiesel no Brasil utiliza uma tecnologia antiga e a proteção comercial a este segmento impede que novos entrantes, com tecnologias novas, possam adicionar combustível derivado da soja no mercado doméstico. A preços de hoje, diz ele, a fração de biodiesel no diesel vai acrescentar R$ 0,28 a cada litro do combustível até o fim da década. A defesa do setor é que o governo também exerça a sua flexibilidade para limitar o aumento da mistura em casos como o atual. A próxima reunião do CNPE está marcada para o dia 18 de fevereiro. eldquo;Se as condições de mercado continuarem como estão, o governo deveria pensar bem antes de acrescentar R$ 0,02 ao dieselerdquo;, afirma. O setor de biodiesel se movimenta na direção oposta e pretende pressionar o governo a manter o cronograma estabelecido, com a ajuda da pressão da bancada do agronegócio no Congresso. O principal argumento da FPBio (frente parlamentar do biodiesel) é que a cadeia produtiva do biodiesel é integrada à da soja e à das carnes, uma vez que o resto do grão esmagado é transformado em farelo e ração para o gado. Ao atrasar o cronograma previsto, o País corre o risco de sustar investimentos em plantas de esmagamento, além de tornar mais caro o farelo que alimenta bovinos, o que também pode afetar o preço da picanha. O setor procurou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para uma reunião ainda nesta semana para convencer a equipe econômica do seu argumento.

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Biodiesel em alta e fraudes levam distribuidores a avaliar pedido de suspensão de mistura no diesel

As grandes distribuidoras de combustíveis do País cogitam pedir à Agência Nacional do Petróleo (ANP) para suspender temporariamente a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, devido ao aumento de preços e de fraudes no segmento. O tema entrou na pauta das distribuidoras com a perspectiva de aumento da mistura do biodiesel para 15% em março (hoje o porcentual exigido é de 14%). O preço do combustível renovável, fabricado a partir do óleo de soja, subiu com as cotações do grão no fim do ano passado. Segundo dados do Instituto Brasileiro do Petróleo, o litro do biodiesel está hoje R$ 2,20 mais caro do que o de diesel fóssil, na maior diferença desde o início do governo Lula 3. O pedido de dispensa está sendo avaliado pelo Sindicom, que reúne as grandes do setor de distribuição, como Vibra, Raízen, Ipiranga e Shell. Trata-se de uma reação, segundo o setor, a um número crescente de fraudes na mistura. Com o aumento do preço do biodiesel, o temor é de que cresça também o número de postos que vendem combustível sem a mistura obrigatória. A dispensa temporária é um recurso que já foi adotado pela ANP quando os distribuidores alegaram não conseguir entregar o combustível já misturado no Rio Grande do Sul, durante as enchentes do ano passado. Nos bastidores, executivos do setor enxergam o pedido atual mais como um eldquo;movimento de pressãoerdquo; por fiscalização do que pela efetiva suspensão da mistura. Isso porque o biodiesel tem apoio maciço da bancada do agronegócio em Brasília, o que dificultaria a dispensa sem comprar briga com um setor econômico relevante. eldquo;Estamos avaliando todas as alternativas ao problema, e essa é uma das alternativas possíveiserdquo;, disse o diretor executivo do Sindicom, Mozart Rodrigues. Testes feitos pelo Instituto Combustível Legal (ICL), financiado pelas grandes distribuidoras, no ano passado, detectaram que postos estavam vendendo o diesel sem a mistura adequada. Em São Paulo, de 175 postos escolhidos por uma amostra do ICL, 30% tiveram resultado não conforme. Em dezembro, a ANP informou ao Ministério Público Federal que só conseguirá fiscalizar 9% dos postos de combustíveis do País (11 mil estabelecimentos) eldquo;caso não haja novos cortes orçamentárioserdquo;. A fiscalização restrita pode agravar o problema, avalia o setor. Segundo dados do ICL, um posto que não adiciona o biodiesel e vende o combustível na bomba pelo mesmo preço do que o produto de um estabelecimento que cumpre a norma ganha R$ 0,27 por litro, muito acima da margem de lucro operada no setor, de cerca de R$ 0,04 por litro. O tema da falta de fiscalização mobilizou também as lideranças do agronegócio. A Frente Parlamentar do Biodiesel convocou reunião em Brasília nesta terça-feira, 11, para tratar do tema. A ideia é que a ANP consiga ter acesso a dados de notas fiscais com a Receita Federal e os fiscos estaduais para ampliar a fiscalização, o que não ocorre hoje. Os deputados pretendem discutir ainda um projeto de lei para aumentar as penalidades em caso de descumprimento da mistura e a criação de um operador nacional para fazer o monitoramento do setor.

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Política de preços da Petrobras precisa de transparência, defende Refina Brasil

A Refina Brasil, entidade que representa as refinarias privadas no país, defende que a Petrobras explique, junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), o detalhamento da estratégia de preços de diesel e gasolina (EPDG) praticada pela companhia. No dia 5 de fevereiro, o TCU negou recurso da Petrobras contra decisão proferida em novembro de 2024 que fixava o prazo de 120 dias para a companhia instituir norma interna com detalhamento sobre a forma de eldquo;execução das diretrizeserdquo; da política de preços anunciada ao mercado em maio de 2023. Em entrevista à agência eixos, o presidente da entidade, Evaristo Pinheiro, afirmou que a política de preços da estatal é eldquo;opacaerdquo;, sem acesso transparente às premissas, fórmulas e variáveis utilizadas para constituir o preço dos combustíveis. eldquo;Um agravante no caso da Petrobras é que essa política de preços é uma política pública. Por isso, a gente defende a ilegalidade dessa atuação, porque ela fere a lei das S.A. [sociedades anônimas]erdquo;, disse Pinheiro. Segundo o presidente da Refina Brasil, a prática é irregular porque fere princípio da lei das S.A. que dispõe sobre o interesse dos acionistas. Outro ponto que a entidade reconhece como ilegalidade é a falta de previsão orçamentária. eldquo;A estatal até pode fazer política pública, como é o caso do Banco do Brasil, com o Plano Safra, e da Caixa Econômica, com o financiamento habitacional. Mas deve ser prevista no orçamento e a empresa estatal deve ser ressarcida ou o recurso deve estar disponível previamente para a empresa executar a política públicaerdquo;, defendeu. Extração e refino A Petrobras, segundo Pinheiro, está transferindo a margem de lucro da extração de petróleo para o refino. Ressalta, ainda, que os balanços da Petrobras associadas ao preço de paridade de importação (PPI) apresentavam margens maiores para o refino. eldquo;Isso significa que há um subsídio cruzado entre a área de extração e a área de refino. Ora, se as refinarias da Petrobras fossem uma empresa individual ou independente, como as da Refina Brasil, por exemplo, ela não conseguiria fazer isso. Então, isso é ilegalerdquo;, define Pinheiro. A estatal, enquanto formadora de preços de mercado, contribui para ditar o preço praticado para o mercado nacional, influenciando não só nos derivados de petróleo, mas na competitividade do etanol. A política foi objeto de processos na Justiça Federal, movidos por produtores de etanol que alegaram perda de competitividade por conta de controle de preços. Competição Com mais competidores agora do que havia à época em que a política de preços começou a ser questionada, o descolamento do PPI busca, conforme Pinheiro, reduzir artificialmente o preço, impactando as refinarias independentes. eldquo;Ao reduzir artificialmente o preço, estão deixando dinheiro na mesa. Isso significa que sobra menos dinheiro para investir, seja em novas capacidades de refino, em pesquisa em exploração da margem equatorial, por exemploerdquo;, afirmou. Cálculos da Refina Brasil estimam em R$ 20 bilhões a perda de faturamento com a nova política de preço em 2024. eldquo;Se todo esse dinheiro fosse revertido para capacidade de refino, estaríamos falando de mais 300 mil barris/dia. Isso é metade do déficit brasileiroerdquo;, pontua. Pelo fato de os combustíveis terem repercussão geral na inflação do país, o presidente do Refina Brasil acredita que uma iniciativa de subsídio direto a transportadores de alimentos e veículos de transporte público seja mais eficaz para a defesa da concorrência. Impostos Ainda que implementados os percentuais máximos dos mandatos para o biodiesel e etanol previstos no programa Combustível do Futuro, o Brasil segue com a necessidade de ampliação da capacidade de refino, conforme Pinheiro. eldquo;O governo tem ferramentas [para reduzir o preço]. Uma delas é tirar a tributação, como fez o governo Bolsonaro. Foi adequada, horizontal e para todo mundoerdquo;, comentou.

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Etanol é mais competitivo que gasolina em 5 estados, mas preço sobe em 24 unidades, afirma ANP

O etanol mostrou-se mais competitivo em relação à gasolina em cinco estados na semana passada. Na média dos postos pesquisados no país, o etanol tinha paridade de 68,82% ante a gasolina no período, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. O etanol é mais competitivo em relação à gasolina nos seguintes estados: Acre (69,83%), Mato Grosso (66,25%); Mato Grosso do Sul (66,39%), Paraná (69,43%) e São Paulo (67,75%). Etanol sobe em 24 estados e no DF Segundo os dados da agência, os preços médios do etanol hidratado subiram em 24 estados e no Distrito Federal, caíram apenas em Roraima e ficaram estáveis somente no Amazonas na semana passada. Nos postos pesquisados pela ANP em todo o país, o preço médio do etanol subiu 1,86% na comparação com a semana anterior, a R$ 4,37 o litro. Em São Paulo, principal estado produtor, consumidor e com mais postos avaliados, a cotação média subiu 2,20% no período, de R$ 4,09 para R$ 4,18 o litro. A maior alta percentual na semana, de 6,14%, foi registrada no Distrito Federal, onde o litro passou a R$ 4,67. A queda em Roraima foi de 0,2%, para R$ 5,10. O preço mínimo registrado na semana para o etanol em um posto foi de R$ 3,43 o litro, em São Paulo. O maior preço, de R$ 6,07, foi observado também em São Paulo. Já o menor preço médio estadual, de R$ 4,07, foi registrado em Mato Grosso do Sul, enquanto o maior preço médio foi verificado no Amapá, de R$ 5,47 o litro.

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Petróleo fecha em alta por risco de colapso do cessar-fogo em Gaza

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta segunda-feira, 10, em meio a temores renovados de que o cessar-fogo na Faixa Gaza entre em colapso. Segundo autoridades do Hamas, a próxima liberação de reféns será adiada após Israel ter supostamente violado o acordo. A alta dos preços da commodity também é impulsionada pela preocupação com a oferta devido às sanções dos EUA ao Irã. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em alta de 1,85% (US$ 1,32), a US$ 72,32 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), avançou 1,62% (US$ 1,21), a US$ 75,87 o barril. Mediadores temem um colapso do acordo de cessar-fogo em Gaza, disseram duas fontes de segurança egípcias à Reuters, depois que o Hamas declarou que Israel não estava levando a sério a execução do acordo. Os negociadores do Hamas também afirmam que as garantias dos EUA para o cessar-fogo não estão mais em vigor devido a um plano do presidente Donald Trump de deslocar os palestinos da Faixa de Gaza. Além da guerra no Oriente Médio, a recuperação dos preços da commodity é influenciada pelas novas sanções dos EUA sobre as exportações de petróleo do Irã e os dados animadores da inflação chinesa, diz Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote Bank. Para a Capital Economics, os comentários da semana passada de Trump sugerem que é provável um retorno à sua campanha de pressão máxima sobre o Irã. No entanto, uma área em que o republicano pode ter menos influência é no fornecimento doméstico. O cenário base da Capital para a queda dos preços do petróleo sugere que os executivos do setor não adotarão o tão desejado aumento de produção da commodity pelo presidente.

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Barco brasileiro a hidrogênio será apresentado na COP30, em novembro

Um barco brasileiro movido a hidrogênio será apresentado na COP30, conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas que será realizada em Belém (PA) no mês de novembro. O projeto está sendo desenvolvido pela JAQ Apoio Marítimo (unidade do grupo Náutica) em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu. O objetivo é que a embarcação Explorer H1 opere de forma sustentável, sem emissão de poluentes e com neutralidade de carbono. Para isso, o abastecimento deverá ocorrer com hidrogênio verde. Nesse caso, a eletricidade usada para quebrar as moléculas e extrair o gás precisa vir de fontes sustentáveis, como eólica e solar. De acordo com a JAQ, as embarcações terão eletrolisadores a bordo, que vão produzir o combustível de forma limpa para gerar a energia que vai movimentar os barcos. Essa tecnologia é desenvolvida pela montadora chinesa GWM, e os investimentos são estimados em R$ 150 milhões. Com 36 metros de comprimento, o Explorer H1 é equipado com hidrojatos que permitem navegar em águas rasas. Seu desenvolvimento ocorre no estaleiro Inace, em Fortaleza (CE). Há um segundo barco sendo preparado, o Explorer H2, que está no Estaleiro do Arpoador, no Guarujá (Baixada Santista). Com 50 metros de comprimento, será equipado com motor da MAN (empresa do grupo Volkswagen) capaz de funcionar com hidrogênio ou com diesel. Sua apresentação deve ocorrer entre 2026 e 2027. Ainda não há previsão para que os barcos brasileiros a hidrogênio entrem em comercialização, nem estimativa de preço. No setor de caminhões, os raros modelos a hidrogênio disponíveis custam cerca de 2,5 vezes mais que a opção convencional equivalente, movida a diesel. Segundo Ernani Paciornik, chairman da JAQ e presidente do grupo Náutica, ambas as embarcações serão transformadas em laboratórios flutuantes, com salas de aula e plataformas tecnológicas. "O objetivo é contribuir para a conscientização e a preservação dos biomas brasileiros, além de eliminar emissões de gases de efeito estufa", diz o comunicado enviado pela JAQ Apoio Marítimo. Hoje, a emissão de gases poluentes na navegação marítima é responsável por cerca de 3% da geração global de dióxido de carbono, de acordo com a IMO (sigla em inglês para Organização Marítima Internacional).

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