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Para desmentir acusações de ligação com o crime, empresas anunciam contratação de auditoria

A produtora de combustíveis Copape e a distribuidora Aster afirmaram em comunicado publicado nos jornais nesta segunda-feira, 16, que contrataram auditoria forense independente, com empresa internacional, para fazer prova negativa contra declarações eldquo;falsaserdquo; que associaram as companhias a facções do crime organizado. eldquo;Copape e Aster estão, ao mesmo tempo, encarregando-se de coletar todas as provas de que a criação e a divulgação dessas notícias, como se verdadeiras fossem, compõem engendração maliciosa de concorrentes, com finalidade de expurgá-las dos mercados em que atuamerdquo;, disse o comunicado. Ainda segundo o texto, ambas as empresas tomarão eldquo;todas as medidas cabíveis, em todos os âmbitos, para desmascarar e imputar responsabilidade a esses concorrenteserdquo;. A Copape teve recentemente autorizações para o funcionamento revogadas pela reguladora ANP, após suspeita de irregularidades em suas atividades, segundo diversas entidades, como Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Instituto Combustível Legal (ICL) e Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O ICL vem unindo esforços para combater irregularidades no setor e fez denúncias recentemente envolvendo a Copape. A Aster também teve licença revogada, segundo a ANP. Executivos de grandes distribuidoras de combustíveis, como Vibra e Raízen, afirmaram recentemente verem espaço para ganhar participação no mercado, à medida que o combate às ilegalidades no segmento vive seu melhor momento, com a cassação de empresas irregulares.

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Indústria do petróleo cresce rápido no país e já fala em apagão de mão de obra

Apesar de pressões de ambientalistas pela redução da produção de combustíveis fósseis, a indústria brasileira de exploração de petróleo vive um cenário de pujança e se aproxima do recorde de atividade ocorrido em 2014. Os números de sondas de perfuração e de embarcações de apoio a plataformas estão próximos do pico daquele período e o emprego formal no setor cresceu mais de 40% desde 2020, quando entrou em vigor o novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Empresas prestadoras de serviços já enfrentam gargalos na contratação de mão de obra e estudam incentivos à qualificação de pessoal para sustentar o crescimento previsto para os próximos anos, quando o recorde da atividade deve ser batido. "Nossas análises indicam que, até 2029, o setor não para de crescer, apenas com os investimentos já contratados em plataformas", diz Telmo Ghiorzi, secretário executivo da Abespetro (Associação Brasileira das Empresas de Bens e Serviços de Petróleo). As petroleiras em operação no país já comunicaram à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) planos para a instalação de 42 novas unidades de produção entre 2024 e 2028, período em que o setor deve receber cerca R$ 500 bilhões em investimentos. A ANP prevê outros R$ 24 bilhões para a atividade de exploração, que contempla a busca de novas reservas e também passa por um momento de aquecimento no país. O número e blocos exploratórios hoje sob contrato é o maior da história, segundo a agência. O presidente do IBP (Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Roberto Ardenghy diz que o cenário reflete o amadurecimento das descobertas do pré-sal e a atratividade do petróleo brasileiro, que tem menos enxofre e emite menos gases do efeito estufa em sua produção. Segundo ele, o acelerado crescimento gera o risco de um "apagão de mão de obra" no setor. "Não estamos formando quantidade suficiente de pessoas. Não existe hoje estratégia de formação de recursos humanos para esse setor", afirma. Apenas para 14 plataformas previstas previstas pela Petrobras, calcula, são necessárias cerca de oito mil pessoas embarcadas. Ardenghy ressalta a elevada qualificação dos profissionais necessários e os elevados ganhos: o setor paga 5,7 vezes a média salarial do mesmo profissional em outras indústrias. O problema afeta também prestadores de serviço da estatal. A Ocyan, por exemplo, este mês abriu processo para contratar 500 profissionais para contrato de manutenção de plataformas da Petrobras e vem tendo dificuldade para preencher as vagas. "O grande gargalo, quando falamos do aquecimento vigoroso do setor, é mão de obra, como empresas vão achar no mercado a quantidade de profissionais que precisam", diz o presidente da companhia, Jorge Mitidieri. Mesmo problema vive o segmento de embarcações de apoio à produção, que presta serviços como o transporte de insumos e lançamento de equipamentos submarinos. O setor pede apoio da Marinha para impulsionar a formação de pessoal. O Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos) questiona o volume de subsídios governamentais que vem contribuindo para o crescimento do setor. Estudo recente do instituto aponta que foram R$ 260 bilhões entre 2015 e 2023. A assessora política do instituto, Alessandra Cardoso, diz que a falta de debate sobre os subsídios demonstra incoerência com o esforço do governo para fazer do Brasil protagonista do processo de transição energética global. "O governo argumenta que nosso problema de emissões está associado ao desmatamento e ao uso da terra, que nossa matriz é muito limpa e as emissões do setor de óleo e gás é pequena comparativamente a outros países", afirma. "É uma narrativa completamente irresponsável e vazia." Esta semana, a ONG ambientalista 350.org pediu que o governo brasileiro, enquanto ocupa a presidência do G20, pressione por menção à redução da produção de combustíveis fósseis no comunicado final do encontro do grupo, que ocorre em novembro, no Rio de Janeiro. "O Brasil tem a imensa responsabilidade de enviar sinais audaciosos e ambiciosos aos países do mundo, especialmente os mais ricos, de que devemos cortar a causa da crise climática pela raiz: parando de queimar óleo, gás e carvão e financiando uma transição justa", disse Maria Victoria Emanuelli, ativista sênior para a América Latina. Governo e petroleiras alegam que o petróleo continuará sendo consumido e que, com uma produção menos poluente que a de outros países, o Brasil ajuda a descarbonizar essa indústria. "Se o Brasil parar de produzir petróleo, o mundo vai emitir mais", argumenta Ardenghy, do IBP. Ele destaca ainda os impactos econômicos e fiscais da atividade. Nos últimos anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o setor foi um dos motores do PIB emdash;no segundo trimestre, por exemplo, ajudou a industria extrativa brasileira a crescer 1% em relação ao mesmo período de 2023. A previsão é os investimentos atuais levem a produção nacional de petróleo da casa dos 4 milhões para mais de 5 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2030. O setor defende que a abertura de novas fronteiras, como a margem equatorial, é fundamental para evitar retração na próxima década.

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Justiça de São Paulo nega pedido da Copape para voltar a operar

A Aster e Copape sofreram um revés na Justiça paulista, que negou reverter decisão da ANP (Agência Nacional de Petróleo) suspendendo as licenças de operação da Copape, que formula combustíveis para a distribuidora Aster. Apesar disso, o grupo tem cinco dias para apresentar um plano de pagamento dos credores diante do impedimento de atuação da Copape no mercado. As empresas ingressaram na Justiça de São Paulo com pedido de recuperação judicial na semana passada. Um dos pleitos foi o cancelamento da suspensão das licenças como forma de retomar as atividades. Em seu despacho, a juíza Andréa Galhardo Palma considerou que a suspensão pela ANP é um ato administrativo e sua contestação já tinha sido levada à Justiça federal, que manteve a suspensão. Ela advertiu ainda para a manobra das empresas, que omitiram ter recorrido previamente à Justiça Federal. "Apesar da omissão dos autores, feita uma simples pesquisa da situação da empresa por este juízo, resta evidenciada a movimentação da máquina judiciária pelos autores, em momento pretérito ao ajuizamento desta demanda, para apreciação exatamente da legalidade do decreto de revogação, ora objeto desta liminar. Esta constatação decorre da simples análise das demandas distribuídas junto à Justiça Federal", escreveu. A Copape pertence a Mohamad Hussein Mourad, investigado pelo Ministério Público de São Paulo por controlar mais de 50 postos e outras empresas do setor em nome de laranjas. Há suspeitas de ligação da companhia com organizações criminosas, como o PCC, o que o grupo nega.

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Projeto cria política de incentivo ao uso de etanol nos carros

O Projeto de Lei 2149/24 cria uma política de incentivo ao uso de etanol no Brasil. O projeto, do deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE), está em análise na Câmara dos Deputados. Denominada na proposta de eldquo;Na Hora de Abastecer, Escolha o Etanolerdquo;, a política tem os seguintes objetivos: estimular o consumo de combustível sustentável, limpo e renovável; promover o agronegócio e o combustível proveniente da cana-de-açúcar; fortalecer o setor sucroenergético e os produtores rurais; promover ações para a baixa emissão de carbono na agropecuária; e apoiar a criação de microdestilarias de base associativista como forma de incentivar o consumo de etanol pelos agricultores associados. Carros do governo Ainda segundo o texto, os órgãos públicos federais priorizarão o abastecimento de seus veículos flex com etanol sempre que a utilização desse combustível for mais vantajosa para a administração pública. Além disso, os veículos a combustão adquiridos com recursos de emendas parlamentares deverão preferencialmente ser equipados com motores flex. A União também deverá estimular as empresas sediadas no Brasil a aderir a campanhas internacionais de redução das emissões de carbono e a se comprometer com o consumo preferencial de etanol em seus veículos flex. Valorização Na avaliação de Ossesio Silva, estimular o consumo do etanol é uma forma de demonstrar que o agronegócio brasileiro endash; que tem na cana-de-açúcar um de seus pilares endash; é amigo do meio ambiente. eldquo;A proposição busca conscientizar sobre as vantagens ambientais do etanol, um combustível limpo e renovável, bem como valorizar o setor sucroenergético e os produtores rurais, além de fortalecer toda a cadeia produtiva, que gera milhares de empregos diretos e indiretoserdquo;, afirma o parlamentar. Estimativa da consultoria Datagro apontou que apenas 30% da frota de veículos flex, que é maioria no Brasil, foi abastecida com etanol hidratado em janeiro deste ano. Tramitação O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Administração e Serviço Público; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, a proposta precisa ser aprovada pela Câmara e pelo Senado.

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Preço do Etanol na BR-101 é 11,76% mais alto que a média nacional, aponta Edenred Ticket Log

O mais recente Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), levantamento que consolida o comportamento de preços das transações nos postos de combustível, trazendo uma média precisa, revelou que, no fechamento de agosto, a BR-101 segue sendo a rodovia mais cara para abastecer, independente do tipo de combustível. Nela, a gasolina foi comercializada a R$6,28, o etanol a R$4,75, o diesel comum a R$6,14 e o diesel S-10 a R$6,03. O levantamento da marca considera o comparativo entre a BR-101, Régis Bittencourt, Presidente Dutra e Fernão Dias, que estão entre as maiores de todo o País. eldquo;Na BR-101, o preço médio registrado para o etanol foi 11,76% mais alto do que a média nacional, que fechou o mês a R$4,25. Enquanto isso, o preço da gasolina se encontrou igual (R$6,28) e o diesel abaixo (comum a R$6,10 e tipo S-10 a R$6,18). Os valores altos comercializados na rodovia não são uma novidade de agosto, mas os postos da BR-101, quando comparados aos de outras rodovias, comercializam, ao longo do ano, os combustíveis pelos valores mais elevadoserdquo;, analisa Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil. A Fernão Dias foi onde se encontrou o preço mais barato para ambos os tipos de diesel, R$5,80 para o comum e R$5,93 para o S-10, enquanto a Presidente Dutra comercializou a gasolina mais barata R$6,03, mesmo após aumento de 1,68%. Já o litro médio mais barato para o etanol foi registrado nos postos de abastecimento da Régis Bittencourt, a R$4,13. O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log, que tem grande confiabilidade, por causa da quantidade de veículos administrados pela marca: 1 milhão ao todo, com uma média de oito transações por segundo. A Edenred Ticket Log, marca da linha de negócios de Mobilidade da Edenred Brasil, conta com mais de 30 anos de experiência e se adapta às necessidades dos clientes, oferecendo soluções modernas e inovadoras, a fim de simplificar os processos diários. (Edenred Ticket Log)

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Etanol é fundamental para descarbonização, diz diretor da Tereos

O diretor de Sustentabilidade, Novos Negócios, Relações Institucionais e Sustentabilidade da Tereos, Felipe Mendes, avaliou que o etanol deverá ser fundamental para o processo descarbonização global, mas alertou que a indústria deve melhorar a comunicação para aumentar a presença do produto no mercado. eldquo;Precisamos vender os atributos do etanol, seja para o consumidor, seja para o público internacional. Acho que a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia) tem trabalhado bastante nisso, e vimos resultados ao longo deste ano, com o consumidor entendendo melhor o etanolerdquo;, disse, durante a roda de conversa eldquo;Desafios e Caminhos para a Descarbonização no Setor Sucroenergéticoerdquo;, promovida nesta segunda-feira, em São Paulo, pela Tereos. As oportunidades para o etanol brasileiro são ainda maiores na comparação com outros países, em função da sua maior sustentabilidade. eldquo;O Brasil e o nosso etanol têm uma vantagem competitiva quando comparados ao etanol produzido nos Estados Unidos ou na Europa, principalmente em termos de emissões de carbonoerdquo;, disse. O executivo citou o combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) como alternativa importante para aumentar a demanda global por etanol. eldquo;No SAF, o etanol pode capturar até 25% desse mercado. Além disso, temos o metanol, especialmente na Europa, onde já existe uma regulamentação para o uso de metanol no combustível marítimo, enquanto no Brasil ainda não temos isso. A mistura na Europa está começando com 2% e deve chegar a 10% nos próximos três anoserdquo;, afirmou. O diretor de Sustentabilidade da Tereos também citou a expectativa de aumento da demanda por biometano. (Estadão Conteúdo)

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