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Abastecer o carro com etanol é mais vantajoso que gasolina em oito estados e no DF

O etanol ficou mais vantajoso que a gasolina em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiá, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Amazonas, Acre e Distrito Federal na semana encerrada neste sábado (27). Nos demais estados, continua mais interessante abastecer o carro com gasolina. De acordo com o levantamento da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), de 21 a 27 de abril, o preço médio do litro da gasolina atingiu R$ 5,84 nos postos do país. preço do litro da gasolina aumentou 0,7% (R$ 0,04) em relação ao período anterior, quando estava em R$ 5,80. Já valor médio do etanol subiu de R$ 3,81 para R$ 3,85 o litro. Na média dos postos pesquisados no país, o etanol está com paridade de 65,92% ante a gasolina, portanto favorável na comparação com o derivado do petróleo. A paridade estava em 62,03% em Mato Grosso; 64,79% em Mato Grosso do Sul; 65,49% em São Paulo; 62,85% em Goiás; 67,94% em Minas Gerais; 65,84% no Paraná; e 68,82% no Distrito Federal. O critério considera que o biocombustível é mais competitivo quando o preço do litro atinge até 70% do valor do derivado de petróleo. Veja os preços dos combustíveis nos estados e no DF Preço médio do litro da gasolina ebull; ACRE - R$ 6,83 ebull; ALAGOAS - R$ 5,84 ebull; AMAPÁ - R$ 5,62 ebull; AMAZONAS - R$ 6,35 ebull; BAHIA - R$ 6,29 ebull; CEARÁ - R$ 5,70 ebull; DISTRITO FEDERAL - R$ 5,87 ebull; ESPÍRITO SANTO - R$ 5,87 ebull; GOIÁS - R$ 5,85 ebull; MARANHÃO - R$ 5,63 ebull; MATO GROSSO - R$ 5,90 ebull; MATO GROSSO DO SUL - R$ 5,68 ebull; MINAS GERAIS - R$ 5,77 ebull; PARÁ - R$ 5,88 ebull; PARAÍBA - R$ 5,72 ebull; PARANÁ - R$ 6,03 ebull; PERNAMBUCO - R$ 5,95 ebull; PIAUÍ - R$ 5,72 ebull; RIO DE JANEIRO - R$ 5,72 ebull; RIO GRANDE DO NORTE - R$ 5,87 ebull; RIO GRANDE DO SUL - R$ 5,84 ebull; RONDÔNIA - R$ 6,37 ebull; RORAIMA - R$ 6,15 ebull; SANTA CATARINA - R$ 5,98 ebull; SÃO PAULO - R$ 5,65 ebull; SERGIPE - R$ 6,24 ebull; TOCANTINS - R$ 6,11 Preço médio do litro do etanol ebull; ACRE - R$ 4,74 ebull; ALAGOAS - R$ 4,25 ebull; AMAPÁ - R$ 4,99 ebull; AMAZONAS - R$ 4,30 ebull; BAHIA - R$ 4,53 ebull; CEARÁ - R$ 4,49 ebull; DISTRITO FEDERAL - R$ 4,04 ebull; ESPÍRITO SANTO - R$ 4,19 ebull; GOIÁS - R$ 3,88 ebull; MARANHÃO - R$ 4,38 ebull; MATO GROSSO - R$ 3,66 ebull; MATO GROSSO DO SUL - R$ 3,68 ebull; MINAS GERAIS - R$ 3,92 ebull; PARÁ - R$ 4,36 ebull; PARAÍBA - R$ 4,12 ebull; PARANÁ - R$ 3,97 ebull; PERNAMBUCO - R$ 4,52 ebull; PIAUÍ - R$ 4,13 ebull; RIO DE JANEIRO - R$ 4,11 ebull; RIO GRANDE DO NORTE - R$ 4,48 ebull; RIO GRANDE DO SUL - R$ 4,54 ebull; RONDÔNIA - R$ 4,78 ebull; RORAIMA - R$ 4,79 ebull; SANTA CATARINA - R$ 4,35 ebull; SÃO PAULO - R$ 3,70 ebull; SERGIPE - R$ 4,70 ebull; TOCANTINS - R$ 4,29 Fonte: ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis)

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 12 unidades da Federação (22 a 25/4)

Entre os dias 22 e 25/4, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em 12 unidades da Federação, em todas as regiões do país. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. Além das ações de rotina, a Agência também participou de ações conjuntas com o Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade da Bahia (Ibametro), Ministério Público do Paraná, Polícia Civil de Goiás, entre outros. Além disso, destaca-se a participação da ANP nas Operações para a Desintrusão e de Enfrentamento da Crise Humanitária na Terra Indígena Yanomami (TIY), coordenadas pela Casa de Governo em Roraima. Veja abaixo os resultados das principais ações nos segmentos de postos e distribuidoras de combustíveis líquidos; revendas e distribuidoras de GLP (gás de cozinha); entre outros agentes econômicos. Roraima A ANP concluiu nesta quinta-feira mais uma etapa de sua participação nas Operações para a Desintrusão e de Enfrentamento da Crise Humanitária na Terra Indígena Yanomami (TIY), coordenadas pela Casa de Governo em Roraima, iniciada em 15/4. Amazonas Foram realizadas nove fiscalizações em revendas de GLP e oito em postos revendedores de combustíveis, em Manaus. Foram autuadas quatro revendas de GLP por: falta de balança decimal; possuir área de armazenamento próxima de duto subterrâneo de eletricidade; e permitir estacionar veículo ao lado da área de armazenamento. Não houve autuações nos postos de combustíveis. Bahia A ANP fiscalizou 30 postos de combustíveis e três revendas de GLP, nos municípios de Amélia Rodrigues, Conceição do Jacuípe, Feira de Santana, Governador Mangabeira, Ipirá, Irará, Lamarão, Muritiba, Salvador, Santo Estêvão, São Gonçalo dos Campos e Serra Preta. Em Salvador, a Agência atuou em conjunto com a Polícia Civil da Bahia, por meio do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (DRACO) e a Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (DECECAP). Foram fiscalizadas três revendas de GLP, não sendo encontradas irregularidades. Nos demais municípios, foi realizada a força-tarefa Posto Legal, com participação da ANP, Secretaria da Fazenda (Sefaz/BA), Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro), Procon-BA, Departamento de Polícia Técnica (DPT BA) e Polícia Militar (PMBA). Em Feira de Santana, Lamarão e Santo Estêvão, houve autuações e interdições de um posto de combustíveis em cada por comercializarem combustíveis fora das especificações estabelecidas na legislação vigente endash; sendo o primeiro óleo diesel B S10 e óleo diesel B S500, e os dois últimos etanol hidratado combustível. O mesmo posto de Santo Estêvão também foi autuado por estar com o termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol que permite ao consumidor verificar sua qualidade) em desacordo com as normas. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. Rio Grande do Sul Os fiscais da ANP vistoriaram 18 postos de combustíveis e cinco revendas de óleos lubrificantes em Alvorada, Balneário Pinhal, Cidreira, Esteio, Gravataí, Montenegro, Palmares do Sul, Porto Alegre, Torres e Tramandaí. Em Montenegro, um posto de combustível foi autuado por comercializar óleo diesel S10 fora da especificação vigente, irregularidade detectada em laboratório. Não houve interdição porque o combustível já havia sido substituído por outro dentro das especificações. Em Gravataí, houve interdição e autuação de dois bicos de gasolina aditivada em posto de combustível por fornecer volume abaixo da variação mínima permitida e por não apresentar bom estado de funcionamento ou conservação. Este mesmo estabelecimento também foi autuado por não possuir todos os equipamentos necessários à realização das análises de combustíveis quando solicitado pelo consumidor e por não exibir adesivo contendo seu CNPJ e endereço. Em Alvorada, Esteio e Porto Alegre, foram apreendidos 164 litros de óleos lubrificantes em desacordo com a legislação vigente. Em Esteio e Porto Alegre, houve autuações e interdições em bicos abastecedores, em um posto em cada cidade, por não apresentarem bom estado de funcionamento ou conservação. Em Alvorada, Gravataí e Balneário Pinhal, quatro postos de combustíveis foram autuados por motivos como: comercialização de combustíveis em recipientes não apropriados; não exibir as instruções de funcionamento do termodensímetro de etanol; não exibir preços no painel; e não identificar o fornecedor do combustível comercializado na bomba medidora. Não houve autuações nos demais municípios. Santa Catarina Foram fiscalizados no período quatro postos de combustíveis e uma revenda de GLP de Imbituba, Passo de Torres, Praia Grande, Tubarão e Turvo. Em Tubarão, um posto de combustível foi autuado e teve o bico e tanque interditados por comercializar óleo diesel S500 fora da especificação vigente. Em Passo de Torres, uma revenda de GLP foi interditada e teve 16 botijões apreendidos por não possuir autorização da ANP. Em Praia Grande e Turvo, houve apreensões de 77 litros de óleos lubrificantes em desacordo com a legislação vigente. Não houve autuações nos demais municípios. Paraná No período, foram fiscalizados 18 agentes econômicos, sendo 17 postos de combustíveis e uma revenda de GLP, localizados em Arapongas, Assis Chateaubriand, Cascavel, Guarapuava, Iguaraçu, Palotina, Santa Tereza do Oeste e Toledo. Em força-tarefa com o Ministério Público/PR, Secretaria de Fazenda/PR e Polícia Militar, que aconteceu em Assis Chateaubriand, foram vistoriados nove postos de combustíveis. Um posto foi autuado por comercializar a gasolina comum fora de especificação, tendo um tanque e dois bicos de bombas interditados. Um posto revendedor de combustíveis foi somente autuado por não ter termodensímetro. Rio de Janeiro Na semana, foram fiscalizados seis revendedores de combustíveis automotivos localizados nos municípios de Duque de Caxias e Rio de Janeiro. Não foram verificadas irregularidades. São Paulo Um total de 54 postos de combustíveis e uma revenda de GLP foram fiscalizados no estado, nos municípios de Carapicuíba, Mogi das Cruzes, Osasco, São Paulo e Taboão da Serra. Na capital do estado, dois postos sofreram interdições. Um deles foi autuado e interditado totalmente como medida cautelar por: comercializar gasolina comum fora da especificação; não permitir aos fiscais livre acesso às instalações; exibir marca comercial de distribuidor mesmo estando cadastrado como bandeira branca (sem vinculação a uma bandeira); não identificar corretamente o fornecedor do combustível; termodensímetro defeituoso; falta de equipamentos para análises de combustíveis; e não apresentar documentos e equipamentos obrigatórios. Outro posto da capital foi autuado por comercializar a etanol hidratado fora da especificação, tendo dois tanques e quatro bicos que forneciam o produto interditados cautelarmente. Houve ainda, na capital e em Osasco, estabelecimentos somente autuados (sem interdições) por motivos como: equipamentos ausentes, defeituosos ou com cadastro desatualizado; oferecer gasolina fora de especificação; o exibir os preços dos combustíveis corretamente; dificultar o trabalho dos fiscais; e não funcionar no horário mínimo exigido. Não foram constatadas irregularidades em Carapicuíba, Mogi das Cruzes e Taboão da Serra. Distrito Federal Ao todo, 13 postos de combustíveis foram fiscalizados no Plano Piloto e em Taguatinga. Não ocorreram autuações. Goiás Aparecida de Goiânia, Goiânia, Luziânia, Novo Gama e Rio Verde foram os municípios visitados no período. Os fiscais estiveram em 27 postos de combustíveis e dois distribuidores de lubrificantes. Em Goiânia, foi realizada operação conjunta com a DECON-GO (Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor), que resultou na apreensão de cerca de 26 mil litros de óleos lubrificantes acabados com problemas de registro na ANP. Em Rio Verde, uma ação do Procon Municipal, órgão que possui acordo de cooperação técnica e operacional com a ANP, apreendeu cerca de 4 mil litros de óleos lubrificantes sem registro do produto na Agência. Não foram encontradas irregularidades nos postos de combustíveis. Mato Grosso Dois postos de combustíveis de Várzea Grande foram fiscalizados. Somente um deles foi autuado, em ação do Procon Municipal, órgão que possui acordo de cooperação técnica e operacional com a ANP, por defeito no termodensímetro. Esse equipamento fica acoplado à bomba medidora de etanol e permite ao consumidor verificar a qualidade do produto comercializado. Tocantins Em ações conduzidas em Porto Nacional pelo Procon Estadual, órgão que possui acordo de cooperação técnica e operacional com a ANP, foram fiscalizados dois postos de combustíveis, sem registro de descumprimento das normas da Agência. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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Economistas revisam projeções e veem Selic na casa de 10% em 2024

A percepção de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode demorar mais para cortar os juros nos Estados Unidos e o novo aumento da tensão fiscal no Brasil, deflagrado pela mudança das metas de resultado primário, já fazem o mercado vislumbrar uma chance crescente de o Banco Central (BC) ser forçado a encerrar o ciclo de afrouxamento monetário com uma taxa Selic de dois dígitos, provavelmente em 10%. Embora não seja majoritária, essa projeção já aparece nos cenários do Citi, da XP Investimentos e do JPMorgan. A A.C. Pastore eamp; Associados aumentou recentemente a estimativa de 9,25% para 10%, passando a considerar no cenário três cortes de 0,25 ponto porcentual endash; incluindo a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em maio. O consenso do mercado está em 9,5% nas pesquisas Focus e do Projeções Broadcast. O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor do BC e consultor da A.C. Pastore, diz que a combinação de economia forte, incerteza fiscal e valorização do dólar restringiu o espaço de redução dos juros. Ele elevou a projeção de expansão da economia este ano, de 1,8% para 2,3%. eldquo;Trabalhamos com um crescimento do PIB superior a 2% este ano, que é maior do que o potencial e significa um fechamento adicional do hiato do produtoerdquo;, afirma ele. eldquo;Também temos um fiscal complicado e com sinalização de que a trajetória de resultados primários vai ser pior daqui para a frente.erdquo; Na ata da reunião de novembro, o Comitê de Política Monetária já havia subido o tom em relação à importância das metas fiscais, lembra Schwartsman. Em um trecho do documento, o colegiado reconheceu um aumento da incerteza em relação a esses alvos, com consequente elevação do prêmio de risco. REVERSÃO DE EXPECTATIVAS. A essas pressões internas soma-se o cenário internacional. Nas últimas duas semanas, após a divulgação da inflação ao consumidor americano de março, houve uma forte reprecificação das apostas do mercado na trajetória dos juros do País, que chegaram a indicar até seis cortes este ano endash; e, agora, sugerem algo entre um e dois, se houver. O dólar subiu quase 2% e se consolidou acima da marca de R$ 5, sinalizando pressão na inflação doméstica. eldquo;No último semestre do ano passado houve um cenário mais benigno que abria espaço para uma queda de juros maior, mas ele foi revertidoerdquo;, afirma o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. A corretora elevou a projeção de taxa Selic no fim do ciclo, de 9% para 10%. ebull; PIB mais forte, incerteza fiscal e alta do dólar reduziram chances de cortes nos juros Encontro Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos dias 7 e 8 de maio para definir Selic No ambiente externo, os preços das commodities voltaram a subir, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) passou a sinalizar que não vai cortar os juros no curto prazo e as moedas emergentes desvalorizaram. Tudo isso pode obrigar o Brasil, que já tem seus próprios problemas internos, a pisar no freio. Com o mercado de trabalho aquecido e inflação caindo lentamente, a expectativa era de que o Fed fizesse entre seis e sete cortes, com o primeiro deles em março. Agora é de apenas um ou dois cortes, com o primeiro não antes de setembro. Havia grande expectativa de que a redução nos juros americanos começasse a liberar um volume de US$ 6 trilhões, alocados em títulos de curto prazo nos Estados Unidos, em direção a novos mercados, como os emergentes. eldquo;A recente firmeza da inflação manterá os juros elevados por mais tempoerdquo;, diz o economista-chefe da Oxford Economics para os EUA, Ryan Sweet. Em linha com a maioria do mercado, a consultoria mudou recentemente a sua expectativa de um primeiro corte de juros nos EUA, de junho para setembro. Diante desse cenário, na semana passada, o Banco Central (BC) brasileiro deu recados que levam parte do mercado a acreditar que o ritmo pode diminuir pela metade na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 7 e 8 de maio. Por aqui, a demanda mais aquecida do que o esperado sugere uma inflação mais alta no curto prazo e o viés expansionista da política fiscal está se confirmando. eldquo;As despesas públicas seguem crescendo. Outros programas continuam e a cada dia vemos um novo programa de incentivo à economia sendo lançadoerdquo;, afirma o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale. Segundo ele, não houve uma arrecadação forte o suficiente para equilibrar as contas públicas no primeiro trimestre, o que torna o cenário fiscal ainda mais incerto. A XP elevou as projeções para o PIB endash; de 2% para 2,2% endash; e para a inflação de 2024 endash; de 3,5% para 3,7%. A casa, no entanto, manteve a estimativa para a inflação de 2025, de 4%. eldquo;O ajuste na projeção da taxa de juros foi o necessário para manter o mesmo cenário de inflaçãoerdquo;, explica Megale. CONTRAPONTO. Para o economista-chefe da Ágora Investimentos, Dalton Gardimam, uma Selic de dois dígitos no fim do ciclo é possível, mas não provável. Ele aumentou recentemente a projeção para os juros terminais de 9,5% para 9,75%, e avalia que a tensão das últimas semanas tende a arrefecer. eldquo;Não acho que lembra as grandes crises do passadoerdquo;, afirma ele. A mudança na meta de resultado primário de 2025 detonou um processo de desancoragem de expectativas que desencadeou um overshooting (reação exagerada) no mercado acerca do impacto sobre a inflação, diz o analista. Mas ele salienta que, embora a alteração seja grave, as regras de contenção de despesas do arcabouço fiscal ainda valem. eldquo;Não me parece ainda que o governo foi para o tudo ou nadaerdquo;, diz ele. ebull;

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Petróleo como combustível da sustentabilidade

Estima-se que o óleo e o gás ainda representarão em 2050 cerca de 1/3 da matriz energética global. Mesmo no cenário mais agressivo endash; e improvável endash; de descarbonização, os combustíveis fósseis ainda responderiam por 15% dessa matriz. A Empresa de Pesquisa Energética alerta que, se o Brasil deixar de explorar suas reservas potenciais, pode perder R$ 5 trilhões entre 2031 e 2050. A transição energética de combustíveis fósseis para renováveis é irreversível. Há, e deve haver, debates acalorados sobre os custos e benefícios sociais e ambientais de uma maior ou menor aceleração desse processo, mas a transição em si é um consenso da comunidade internacional. eldquo;Transiçãoerdquo;, por definição, não éeldquo;rupturaerdquo;, e combina mal com imediatismos. Os fósseis podem ser letais a longo prazo, mas são vitais no curto prazo. O petróleo ainda responde por mais da metade da energia produzida no mundo e é a fonte mais barata e confiável. Gastar menos dinheiro com energia significa ter mais dinheiro para investir em desenvolvimento social e, também, ambiental, incluindo em pesquisa e desenvolvimento de energias limpas que sejam tão baratas, eficientes e acessíveis quanto as fósseis. Hoje elas não são. O Brasil tem vantagens. Se boa parte do mundo precisa trocar o carvão por fontes limpas, o País já tem 48% de sua matriz energética ligada a fontes renováveis, enquanto a média mundial é de 15%. No mundo, o setor de energia responde por 70% das emissões de carbono. No Brasil, são 17%. O País tem áreas continentais fartamente servidas por água, vento, luz solar, biomassa e metais cruciais para a transição energética, e tem condições materiais de se tornar um exportador de hidrogênio verde e aproveitar a expertise com o etanol para desenvolver alternativas de biocombustíveis. A propósito do óleo e do gás, como se sabe a grande fronteira inexplorada do Brasil é a chamada Margem Equatorial, formada por cinco bacias sedimentares que se estendem da costa do Amapá até o Rio Grande do Norte, com o potencial de dobrar as atuais reservas nacionais. A possibilidade de exploração dessas bacias é incerta e particularmente sensível pela sua relativa proximidade com a Amazônia. O problema é que a ideologia polui o debate. Para as pessoas sensatas o desafio é encontrar os meios de explorar essas reservas minimizando riscos ambientais, mitigando emissões de carbono e otimizando as receitas. Mas, para uma ala radical de militantes ambientalistas, não se trata de uma exploração mais ou menos responsável: a exploração em si é irresponsável. É preciso parar de manchar o planeta com petróleo. Mas a redução dos combustíveis fósseis não se fará por restrições voluntaristas à oferta, e sim por uma redução voluntária da demanda. Suponhamos que o Brasil interrompesse toda a sua produção petrolífera num estalar de dedos. Isso não alteraria nem um mililitro da demanda global por petróleo nem a do Brasil por energia. Nesse cenário hipotético, as emissões até aumentariam, porque o petróleo explorado no Brasil emite menos carbono que o de outros países. O Brasil se tornaria mais dependente de fontes externas, e o custo de energia escalaria, devorando recursos que poderiam ser investidos no desenvolvimento social. Ironicamente, os fundamentalistas ambientais costumam ser aqueles que vociferam mais histericamente contra eldquo;desigualdadeserdquo; e eldquo;injustiças sociaiserdquo;. Essa turma costuma alardear as eldquo;riquezas naturaiserdquo; da Amazônia e as potencialidades do Brasil em eldquo;energia verdeerdquo;. Mas os povos amazônicos ainda são os mais miseráveis do País e todo este potencial não se tornará realidade num passe de mágica, mas só com investimentos massivos em pesquisa e produção. O petróleo pode ser a fonte destes recursos. Com políticas públicas bem desenhadas, ele pode capitalizar o desenvolvimento social e, sim, também o ambiental. Não há paradoxo nem contradição nisso: com prudência e racionalidade, os combustíveis fósseis podem abastecer e acelerar a jornada do Brasil rumo à terra prometida de uma matriz energética verde endash; e uma sociedade próspera.

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Quem é o aliado de Silveira reeleito para presidir o conselho da Petrobras

A reeleição de Pietro Mendes à presidência do conselho de administração da Petrobras indica que, apesar da pacificação sobre a distribuição de dividendos extraordinários, a relação entre a gestão da estatal e o colegiado que define sua estratégia seguirá conflituosa. Secretário de Petróleo e Gás do MME (Ministério de Minas e Energia), Mendes é visto na estatal como linha de frente do ministro da pasta, Alexandre Silveira, que tem atrapalhado a deliberação de pautas importantes em nome de uma alegada disputa de poder na empresa. Do outro lado, interlocutores do ministro afirmam que as divergências ocorrem porque Mendes tem a função de fiscalizar o alinhamento da estratégia da empresa às promessas de investimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mendes é servidor da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) e foi levado ao MME no governo Jair Bolsonaro (PL), em 2020, pelo então ministro Bento Albuquerque. Assumiu a diretoria de Biocombustíveis, chegou a secretário-adjunto, mas foi exonerado em 2022 por Adolfo Sachsida. Sua passagem pelo governo Bolsonaro foi alvo de críticas de aliados de Lula ainda na sua primeira eleição para a Petrobras, em 2023. A FUP (Federação Única dos Petroleiros) chegou a chamar os indicados de Silveira de "nomes ligados ao bolsonarismo, ao mercado financeiro e a favor das privatizações". Durante o governo Bolsonaro, foi responsável pelo programa Renovabio, que incentiva os biocombustíveis, o que lhe rendeu apoio do agronegócio e questionamentos também nas distribuidoras de gasolina e diesel. Silveira, porém, defende o conhecimento técnico do indicado, que tem 41 anos. Há duas semanas, logo após Mendes ser afastado do conselho da estatal por liminar (depois derrubada), afirmou que "o Brasil já conhece esse jovem, mas experiente servidor de carreira". A falta de experiência na gestão de empresas, por outro lado, é alvo de críticas entre outros conselheiros da Petrobras. Como presidente do conselho, é sua atribuição convocar as reuniões, definir a agenda de deliberações e escolher conselheiros relatores para cada pauta. Mendes tem batido de frente com a gestão da estatal desde o início do terceiro mandato de Lula, divergindo sobre temas como oferta de gás, preço dos combustíveis, plano de investimentos e, mais recentemente, a distribuição dos dividendos. A equipe de Prates diz que ele foi o responsável por levar a proposta de retenção dos valores ao conselho no início de março. A direção da Petrobras queria dividir 50% dos R$ 44 bilhões disponíveis, mas a proposta foi rejeitada pelos conselheiros indicados pelo governo. Prates se absteve da votação, que derrubou as ações da estatal no dia seguinte. A abstenção foi criticada por Silveira em entrevista à Folha semanas depois, alegando que o executivo foi contra uma decisão de governo, o que esquentou a fritura sobre o presidente da companhia. O presidente da Petrobras tentou impedir que Mendes fosse indicado à recondução, mas não obteve sucesso. Segundo aliados, Silveira não abre mão de ter a presidência do conselho, justamente para poder influenciar sobre a estratégia da empresa. Investidores privados e seus representantes no conselho criticam os ruídos provocados pelos embates e veem risco de conflitos de interesse entre a atuação de Mendes como formulador de políticas no MME e seu papel no conselho da Petrobras. Em 2023, o comitê interno que analisa as indicações à estatal chegou a questionar esse ponto, mas foi ignorado pelo governo, que preferiu bancar a nomeação. Na eleição de 2024, já com Mendes presidindo o conselho, o comitê não viu vedações à sua indicação. Mas apontou risco de conflito de interesses na nomeação do advogado Marcelo Gasparino, um de seus desafetos no colegiado. Gasparino acabou sendo eleito por minoritários. Um dos potenciais conflitos vistos pelo mercado, por exemplo, é a discussão do novo programa de incentivo aos biocombustíveis, a lei do Combustível do Futuro, um dos focos de divergência entre Petrobras e MME. A estatal quer incluir no programa o diesel que produz em suas refinarias usando matéria prima renovável, mas o agronegócio até agora vem conseguindo convencer governo e parlamento a manter o foco no biodiesel produzido no campo. O plano de investimentos é outro foco. Em 2023, Mendes questionou a estratégia de comprar ativos em energias renováveis, um dos focos do plano de transição de Prates, enquanto o governo cobra por investimentos em refino e fertilizante. Procurado, o MME disse que Mendes está em viagem internacional e não daria entrevista. A Petrobras não havia respondido o pedido de entrevista até o fechamento deste texto.

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Inflação medida pelo IPCA-15 desacelera a 0,21% e fica abaixo das projeções em abril

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) perdeu força em abril e desacelerou a 0,21%, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A alta havia sido de 0,36% em março. A taxa de 0,21% é a menor para abril desde 2020 (-0,01%). À época, a economia brasileira sentia os impactos iniciais das restrições da pandemia, o que dificultava o consumo fora dos lares e eventuais pressões de demanda sobre os preços. O IPCA-15 surpreendeu o mercado financeiro ao ficar abaixo da mediana das previsões em abril. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,29%. Com o novo resultado, o índice atingiu 3,77% no acumulado de 12 meses, o menor patamar desde julho de 2023 (3,19%). Nesse recorte, a taxa era de 4,14% até março. Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O IPCA, também calculado pelo IBGE, é o índice oficial de inflação do país. Serve como referência para o regime de metas do BC (Banco Central). A coleta dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, a pesquisa contemplou o período de 15 de março a 15 de abril. A coleta do IPCA, por sua vez, é realizada somente no mês de referência do levantamento. Por isso, o resultado de abril ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE no dia 10 de maio. TRANSPORTES RECUAM COM PASSAGEM AÉREA E COMBUSTÍVEIS EM BAIXA Dos 9 grupos pesquisados no IPCA-15, apenas 1 registrou queda de preços em abril. É o caso dos transportes, que ajudaram a frear o índice. Os preços desse segmento recuaram 0,49% neste mês, após alta de 0,43% em março. O grupo teve impacto de -0,1 ponto percentual no indicador geral. A baixa dos transportes está associada à queda dos preços da passagem aérea (-12,2%) depois do período das férias de verão. Outro fator por trás do resultado é o recuo dos combustíveis (-0,03%). Individualmente, o bilhete de avião teve a maior contribuição entre as baixas no IPCA-15 (-0,09 ponto percentual). O indicador é composto por 367 subitens (bens e serviços). Nos combustíveis, somente o etanol (0,87%) teve alta em abril, enquanto o gás veicular (-0,97%), o óleo diesel (-0,43%) e a gasolina (-0,11%) registraram queda dos preços. ALIMENTOS SOBEM MENOS, MAS AINDA PRESSIONAM O grupo alimentação e bebidas desacelerou o ritmo de aumento para 0,61% neste mês, após taxa de 0,91% em março. Ainda assim, gerou a maior pressão entre os segmentos pesquisados no IPCA-15 (0,13 ponto percentual). Dentro desse grupo, a alimentação no domicílio subiu 0,74%, depois da alta de 1,04% na divulgação anterior. O IBGE destacou a carestia do tomate (17,87%), do alho (11,6%), da cebola (11,31%), das frutas (2,59%) e do leite longa vida (1,96%). O tomate, aliás, teve a maior contribuição individual do lado das altas no IPCA-15 (0,05 ponto percentual). A batata-inglesa (-8,72%) e as carnes (-1,43%), por outro lado, ficaram mais baratas neste mês. A alimentação fora do domicílio (0,25%) desacelerou em relação à leitura anterior (0,59%). MEDICAMENTOS E PLANOS DE SAÚDE FICAM MAIS CAROS Outro grupo que pressionou o IPCA-15 foi o de saúde e cuidados pessoais. O segmento teve alta de 0,78% em abril, após avanço menor, de 0,61%, em março. O novo resultado gerou impacto de 0,10 ponto percentual no índice. Segundo o IBGE, a maior contribuição para a carestia de saúde e cuidados pessoais veio dos produtos farmacêuticos (1,36%). A situação ocorre após a autorização do reajuste de até 4,5% nos preços dos medicamentos a partir de 31 de março. A alta do plano de saúde (0,77%) também impactou o grupo. Os preços desse serviço voltaram a incorporar as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2023 a 2024, indicou o IBGE. RESULTADO É BOM, MAS RISCOS PERMANECEM, DIZ ECONOMISTA O economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), avalia que a leitura do IPCA-15 é positiva, ao confirmar uma inflação mais baixa no Brasil. Ele, porém, diz que ainda há "muitas nuvens no horizonte". Entre os riscos citados pelo pesquisador, estão os possíveis impactos do dólar mais alto com a preocupação fiscal no país e os eventuais reflexos do clima sobre os preços ao longo do ano. No cenário externo, os alertas vêm das cotações de parte das commodities e dos potenciais efeitos de tensões geopolíticas. "É um bom resultado [do IPCA-15]. A gente comemora enquanto pode, mas tem desafios pela frente", afirma Braz. Segundo Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos, a surpresa baixista com o IPCA-15 de abril foi concentrada em componentes bastante voláteis, como energia elétrica, gasolina, passagem aérea e combo de telefonia. Por outro lado, produtos farmacêuticos, higiene pessoal e vestuário vieram mais fortes do que o esperado, diz a analista. Por ora, a Warren espera IPCA de 0,39% em abril e de 0,33% em maio. A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, aponta que a desaceleração do IPCA-15 veio espalhada por vários preços, mostrando uma "composição benigna". Ela, contudo, afirma que a inflação de serviços subjacentes, que exclui subitens mais voláteis e que é analisada pelo BC, segue pressionada pelo mercado de trabalho aquecido. Conforme Moreno, os serviços subjacentes subiram 0,38% em abril, acumulando alta de 4,9% em 12 meses. Na visão da economista, trata-se de um "patamar bastante elevado". Com a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos por mais tempo, o cenário pode alterar o plano de voo do BC, diz Moreno. Em outras palavras, isso significaria uma redução no ritmo do próximo corte da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, de 0,5 para 0,25 ponto percentual. O Copom (Comitê de Política Monetária) volta a se reunir nos dias 7 e 8 de maio para definir o patamar da Selic, atualmente em 10,75% ao ano. PREVISÃO É DE IPCA ABAIXO DO TETO DA META O centro da meta de inflação perseguida pelo BC é de 3% nos 12 meses de 2024. A tolerância é de 1,5 ponto percentual para menos ou para mais. Ou seja, a medida será cumprida se o IPCA ficar no intervalo de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) no acumulado deste ano. O mercado financeiro projeta que o índice oficial fechará 2024 em 3,73%, conforme a mediana da edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na terça (23). A previsão está abaixo do teto da meta (4,5%).

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