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Queda no preço do petróleo pode levar Petrobras a rever projetos para manter rentabilidade

A queda no preço do petróleo no mercado internacional deve afetar toda a indústria petroleira, e a Petrobras não ficará imune. Especialistas avaliam que fornecedores serão pressionados a promover ajustes para viabilizar os projetos da estatal. O alerta foi feito nesta semana pela presidente da companhia, Magda Chambriard, durante discurso na Offshore Technology Conference (OTC), a maior conferência global do setor de petróleo e gás em águas profundas, realizada em Houston, no Texas (EUA). eldquo;O que realmente nos impacta é a queda do preço do petróleo. Esse é um problema real, e temos de cobrar dos nossos fornecedores para nos ajudar e nos apoiar, fornecendo projetos simples e de menor custoerdquo;, disse Magda na abertura do evento. Para ter uma ideia, no auge dos desdobramentos da pandemia do covid-19, quando o petróleo tipo Brent chegou ser cotado a US$ 20 o barril, a pior crise da indústria em 100 anos, a estatal colocou 62 plataformas em hibernação. eldquo;É lógico que o momento de hoje é muito diferente... diante do movimento de queda, do jeito que aconteceu, de US$ 80 para US$ 60 (o barril), é natural que se faça a revisão, quando se olha o portfólio, a estrutura de custos é muito diferente?, explica o analista de energia da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman. Ele observa, no entanto, que a curva futura do petróleo já projeta uma recuperação para cerca de US$ 65 o barril. Além disso, o analista destaca que a Petrobras concentra a maior parte de seus projetos na região do pré-sal eminus; que apresenta maior resiliência econômica em comparação a campos em lâminas dersquo;água menores e tem qualidade de óleo superior. Esses fatores são considerados pela estatal na hora de definir eventuais ajustes. eldquo;Vamos ver, ao longo dos próximos dias e meses, se essas mudanças de fato se concretizarão.erdquo; Impacto Segundo Mahatma Ramos dos Santos, diretor técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), a Petrobras terá de rever seus projetos caso o preço do petróleo se mantenha no patamar atual. Ele lembra que, no Plano de Negócios 2025endash;2029 da estatal, uma das premissas para alcançar os resultados financeiros projetados é a cotação média do Brent em US$ 83 por barril em 2025. No entanto, o valor atual está cerca de US$ 20 abaixo disso emdash; girando em torno de US$ 62. eldquo;Esse temor, apontado na fala da presidente Magda, reflete um sentimento geral da indústria, mas também uma preocupação com a saúde financeira e a rentabilidade dos próprios projetos da Petrobraserdquo;, explica Santos. Segundo ele, pelos próprios cálculos da estatal, cada variação de US$ 10 no preço do barril, para cima ou para baixo, gera um impacto no fluxo de caixa operacional da empresa, ou seja, da capacidade de gerar caixa, de US$ 5 bilhões. eldquo;Então, se a gente está falando de uma diferença de US$ 20, a gente está falando de um impacto de até US$ 10 bilhões, o que é muito significativo para o resultado financeiro da Petrobras e reforça esse temor da Magda, que sinaliza e orienta sua cadeia de supridores que pode haver espaço para renegociação dos termos de serviços de bens da cadeiaerdquo;, afirma. Santos observa, ainda, que as negociações terão como pano de fundo a expectativa com o menor crescimento da economia global e, por consequência, da demanda por petróleo e seus derivados, principalmente por parte da China, atual maior consumidor de petróleo e derivados do mundo. Além disso, explica o diretor, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep +) acenou com o aumento da oferta a partir de junho, e declarações do presidente americano, Donald Trump, reforçaram a tendência de queda dos preços globais. Tudo isso, alerta ele, deve manter o preço baixo da commodity. eldquo;E quando há queda da cotação do preço do petróleo, a rentabilidade e o resultado financeiro de toda a indústria do petróleo é diretamente afetada, inclusive da Petrobras, que é uma das grandes petroleiras do mundoerdquo;, diz.

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Vibra espera recuperar participações no mercado de combustíveis em 2025

A Vibra, maior distribuidora de combustíveis do Brasil, espera uma recuperação gradual de mercado no Brasil após perder eldquo;market shareerdquo; com foco, nos últimos dois anos, em aumento de margens, disse nesta quarta-feira o CEO da companhia, Ernesto Pousada. Ele disse ainda, durante teleconferência com analistas e investidores, que o ano de 2025 da Vibra será marcado pelo retorno do crescimento da companhia em diesel, etanol e gasolina, em meio a esforços para uma eldquo;expressivaerdquo; geração de caixa visando reduzir endividamento. O executivo destacou que, pela primeira vez nos últimos trimestres, a companhia teve acréscimo de volumes de 1% na combinação de diesel, gasolina e etanol no primeiro trimestre. eldquo;Estamos otimistasehellip; a retomada de elsquo;market shareersquo; será gradual, veremos a partir de agora uma consistênciaerdquo;, disse Pousada, citando crescimento de participação em março. Ele citou que o combate a ilegalidades e à sonegação de tributos, além de maior embandeiramento de postos, como fatores de crescimento de participação e vendas. No que diz respeito a questões regulatórias, Pousada afirmou que mudanças no programa RenovaBio favorecem maior cumprimento das metas de compras de Créditos de Descarbonização (CBios) pelo setor, fazendo com que a Vibra dispute mercado nas mesmas condições com alguns concorrentes. Além disso, a implantação da monofasia do etanol em maio reduz a sonegação de tributos, enquanto o setor também está combatendo fraudes na mistura de biodiesel no diesel. Pousada destacou também que, a princípio, a empresa vai priorizar o movimento de retomada de participação de mercado no etanol, com a monofasia (cobrança dos impostos federais em um único elo da cadeira, no produtor) reduzindo a sonegação no setor de combustíveis. A Vibra divulgou na terça-feira lucro líquido de R$ 601 milhões no primeiro trimestre, recuo de 23,8% na comparação com o mesmo período do ano passado, embora o desempenho tenha vindo acima da expectativa do mercado. (Reuters)

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Etanol sobe 5,4% no ano e já acumula alta de 14,3% em 12 meses

O mês de abril de 2025 foi marcado por recuos nos preços médios da maioria dos combustíveis comercializados no país. Dos seis combustíveis avaliados, cinco apresentaram retração nos valores em relação a março, com destaque para o diesel comum (-2,0%) e o diesel S-10 (-1,9%). Também registraram queda o etanol (-0,8%), a gasolina aditivada (-0,3%) e a gasolina comum (-0,4%). O Gás Natural Veicular (GNV) foi o único a apresentar alta no período, com acréscimo de 0,5%. No balanço parcial do ano, contudo, todos os combustíveis monitorados apresentam aumentos nos preços médios. Os dados são do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O etanol lidera com alta de 5,4%, seguido por gasolina comum (+2,9%), gasolina aditivada (+2,8%), diesel comum e diesel S-10 (ambos com +2,7%), e o GNV (+1,4%). Em 12 meses, as variações são ainda mais expressivas: etanol hidratado (+14,3%), gasolina comum (+8,9%), gasolina aditivada (+8,8%), diesel S-10 (+6,0%), diesel comum (+5,9%) e GNV (+1,9%). No período, o preço médio nacional do litro da gasolina comum foi de R$ 6,397, representando uma queda de 0,4% em relação a março. No acumulado do ano, o combustível apresenta alta de 2,9%, enquanto no comparativo dos últimos 12 meses o aumento chega a 8,9%. As regiões com os maiores preços médios foram Norte (R$ 6,834) e Sul (R$ 6,454), enquanto os menores ficaram com o Sudeste (R$ 6,248) e Centro-Oeste (R$ 6,434). Em termos de variação mensal, houve retração em todas as regiões, com destaque para o Nordeste, onde a queda foi de 0,7%. O etanol, por sua vez, teve preço médio nacional de R$ 4,389, com redução de 0,8% em abril. Mesmo com a queda no mês, o etanol acumula aumento de 5,4% no ano e de 14,3% nos últimos 12 meses emdash; o maior entre os combustíveis analisados. Os maiores preços foram registrados no Norte (R$ 5,282) e no Nordeste (R$ 4,920), e os menores no Sudeste (R$ 4,278) e Centro-Oeste (R$ 4,363). A maior retração mensal foi observada no Centro-Oeste, com queda de 1,4%. Já o diesel S-10 encerrou abril com preço médio de R$ 6,383, o que representa uma queda de 1,9% no mês. Apesar da redução, o combustível acumula alta de 2,7% no ano e de 6,0% nos últimos 12 meses. Os maiores preços foram verificados no Norte (R$ 6,700) e Centro-Oeste (R$ 6,520), enquanto os menores ficaram no Nordeste (R$ 6,251) e Sul (R$ 6,288). As retrações mensais foram generalizadas, com destaque para o Nordeste (-2,5%) e Sul (-2,2%). Gasolina x Etanol De acordo com o Indicador de Custo-Benefício Flex, em abril de 2025, o preço médio do etanol correspondeu a 72,2% do valor da gasolina comum no cenário nacional e 72,8% na média das capitais, o que, considerando o rendimento dos combustíveis, favoreceu a escolha pela gasolina em diversas regiões. Como ambos os percentuais superam o patamar de 70% emdash; considerado o ponto de equilíbrio em termos de rendimento para veículos flex emdash;, a gasolina comum tende a apresentar ligeira vantagem econômica no abastecimento. Ainda assim, há importantes variações regionais. Estados como Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná continuam apresentando condições favoráveis ao etanol, mantendo a competitividade desse combustível nesses mercados.

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PetroReconcavo tem lucro líquido ajustado de R$ 136,06 milhões no trimestre

A PetroReconcavo registrou lucro líquido ajustado de R$ 136,06 milhões no primeiro trimestre deste ano, o que correspondeu a uma alta de 24% em relação aos R$ 110,03 milhões verificados em igual período em 2024. A receita líquida da companhia avançou 16% no trimestre encerrado em março, para R$ 860,75 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da PetroReconcavo subiu 20% no primeiro trimestre, para R$ 423,85 milhões. Clique aqui para continuar a leitura.

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IGP-DI volta a subir em abril com alta de 0,30%, mas fica abaixo do esperado

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou a subir 0,30% em abril, mas registrou resultado abaixo do esperado, depois de cair 0,50% no mês anterior, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira. A expectativa em pesquisa da Reuters com economistas era de uma alta de 0,35% no mês. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, subiu 0,20%, revertendo a direção após a baixa de 0,88% no mês anterior. "O comportamento do IPA em abril reflete em grande parte as altas de preços da indústria de transformação, com destaque para alimentos processados. Esses movimentos podem indicar repasses de preços ao consumidor mais elevados para esse grupo de itens", disse Matheus Dias, economista do FGV IBRE. No IPA, a alta nos preços dos Bens Finais foi o maior destaque para o movimento de abril, avançando 1,03% no mês, depois da alta de 0,47% em março. Os itens que mais contribuíram para o movimento do IPA foram bovinos (-2,21% para +4,45%), carne bovina (-5,21% para +4,04%) e soja em grão (-0,15% para +1,27%). Por sua vez, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) -- que responde por 30% do IGP-DI -- subiu 0,52% no mês, acelerando ligeiramente em relação à alta de 0,44% em março. "No IPC, apesar de alimentação ainda gerar pressão, o grupo com maior impacto foi Saúde e Cuidados Pessoais com os reajustes de medicamentos que foram autorizados a partir de abril deste ano", explicou Dias. Em março, houve acréscimo em quatro das oito classes que formam o índice: Saúde e Cuidados Pessoais (0,56% para 1,41%), Educação, Leitura e Recreação (-1,21% para -0,36%), Despesas Diversas (0,32% para 0,88%) e Vestuário (-0,01% para 0,36%). O item tomate foi o grande destaque do IPC, com alta de 16,14% no mês, ante avanço de 14,48% em março. A tarifa de eletricidade residencial registrou avanço de 1,10%, depois de cair 0,16% no mês anterior. Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) registrou alta de 0,52% em abril, acima do ganho de 0,39% do mês anterior. O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência. (Reuters)

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Presidente da Petrobras cita lema de Trump ao defender exploração de petróleo na margem equatorial

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, usou expressão adotada por Donald Trump para defender a expansão da extração de petróleo no Brasil. Em evento em Houston (EUA), nesta terça-feira (6), ela citou o lema "drill, baby" (perfure, baby), empregado pelo presidente americano, ao se referir à exploração da margem equatorial. O vídeo com o discurso de Magda foi obtido pelo Valor Econômico e publicado em reportagem nesta quarta (7). Ao jornal, a empresa confirmou a veracidade da gravação. Ao comentar os planos da petroleira para a Bacia Foz do Amazonas, onde a companhia busca obter licença junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para pesquisar óleo no chamado bloco 59, Magda afirmou que essa é uma oportunidade para o Brasil e para o estado do Amapá. O governador Clécio Luís (Solidariedade) estava presente no evento. "Nós realmente acreditamos que teremos boas surpresas no momento em que tivermos a licença para perfurar", afirmou em painel promovido pelo IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) na conferência Offshore Technology Conference. Magda, que discursou em inglês, citou na sequência o lema de Trump para incentivar a indústria do petróleo. "Letersquo;s drill, baby (vamos perfurar, baby)!" A presidente da Petrobras defendeu também a segurança da operação na costa do Amapá. "O povo do Amapá pode ficar tranquilo que a Petrobras atua com responsabilidade, empregando a mais alta tecnologia", afirmou Magda. Ainda de acordo com o Valor Econômico, o governador do Amapá, em discurso no evento, também defendeu o projeto do bloco 59 e agradeceu o convite para acompanhar a Petrobras na visita aos Estados Unidos. Clécio chamou a iniciativa de "virada de chave" na economia do estado. "Nós queremos muito e precisamos muito dos recursos oriundos desse petróleo. E acreditamos que nós podemos fazer isso de uma forma muito segura", afirmou o governador. O bloco 59 fica em alto-mar, a 160 km do ponto mais ao norte da costa brasileira, na linha de Oiapoque (AP). O presidente Lula (PT) pressiona para que a licença para pesquisa de petróleo no local seja concedida e passou a intensificar os discursos a favor do empreendimento. Lula já chamou a análise feita pelo Ibama de "lenga-lenga". Vão na mesma linha o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo Lula no Congresso.

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