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ANP e Bonsucro fecham parceria para certificação de cana-de-açúcar no Brasil

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) assinou um acordo de cooperação técnica com a Bonsucro, com duração prevista de três anos, para criação de um método conjunto para os produtores de etanol de cana no Brasil que desejarem obter certificação tanto da Bonsucro quanto do RenovaBio. O objetivo da colaboração com a entidade internacional é estabelecer um procedimento unificado que descreva critérios específicos para um esquema de certificação eficiente, informou a ANP. A Bonsucro certifica produtos derivados da cana, como açúcar e etanol. A parceria não visa, contudo, modificar as disposições oficiais do RenovaBio. O acordo publicado no Diário Oficial da União, também pretende facilitar o intercâmbio de experiências e regras entre as duas certificações, para permitir a análise conjunta de dados e processos de supervisão e formação dos organismos certificadores e dos produtores. Os próximos passos incluem a formação de um grupo de especialistas por parte da ANP e da Bonsucro para criar o procedimento unificado de certificação. Posteriormente, os produtores que optarem pelas duas certificações poderão passar por um processo integrado de certificação, com auditorias simplificadas e menos custos, acredita a agência. Harmonização internacional À frente da presidência do G20 neste ano, o Brasil espera avançar nas discussões sobre harmonização de regras e certificações para a bioenergia dentro da Aliança Global pelos Biocombustíveis (GBA, na sigla em inglês). A aliança é uma iniciativa entre Brasil, Índia e Estados Unidos para ampliar o mercado global de biocombustíveis, com a adesão de Cingapura, Bangladesh, Itália, Argentina, Ilhas Maurício e Emirados Árabes Unidos. O Ministério de Relações Exteriores acredita que o Brasil poderá usar a experiência acumulada em biocombustíveis para conscientizar outros países do G20 sobre a importância da criação de critérios de sustentabilidade para produtos da bioenergia dentro da GBA.

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PL dos Biocombustíveis dá passo rumo à transição energética, mas sai atrasado ao ignorar uso do CO2

O PL dos Biocombustíveis, também chamado de PL do Combustível do Futuro, é um passo relevante rumo à transição energética do país. Porém, se aprovado no Senado como foi na Câmara, deixará uma lacuna importante no emergente segmento de eletrocombustíveis (ou combustíveis sintéticos), crítico para a descarbonização de modais como navegação marítima e aviação, no Brasil e no mundo. Trata-se de um mercado que, em 2030, ultrapassará os US$ 37 bilhões. O texto apreciado na primeira Casa legislativa trata da incorporação de biocombustíveis aos combustíveis tradicionais que, se praticada em seu nível máximo, pode levar a uma redução de 9% nas emissões do setor energético no país, segundo cálculos da Mirow eamp; Co. Aborda, ainda, a captura e estocagem de CO2 sem, entretanto, citar o seu uso, como já vem ocorrendo em dezenas de projetos mundo afora. As tecnologias de captura, estocagem e uso de CO2 são essenciais para a descarbonização, podendo reduzir em 13% as emissões globais relacionadas ao setor energético. Quem captura CO2 pode vendê-lo como matéria-prima ou emitir créditos de carbono, entre outras aplicações. Destaca-se a destinação desse gás, em especial o biogênico, para a produção de combustíveis de baixa emissão, representando um mercado altamente competitivo do qual o PL dos Biocombustíveis passa longe. E-metanol, e-gasolina, e-diesel e e-SAF, integrantes dessa categoria em demanda acelerada na Europa, são produzidos a partir de uma molécula de hidrogênio verde e outra de carbono biogênico, retirado da biomassa. Não há muitos países que obtêm o CO2 biogênico em volume escalável e a baixo custo, como o Brasil consegue, a partir da biomassa da cana e da celulose, por exemplo, produtos de que é referência global. Em vez de capturar o gás e vendê-lo para que empresas do exterior o transformem em e-combustíveis, poderia a cadeia brasileira vender o produto já acabado, com mais valor. Competitividade dos e-combustíveis Países em distintos continentes estão desenvolvendo e-combustíveis, especialmente competitivos quando aplicados no transporte pesado e de longas distâncias, como o marítimo e a aviação. Chile e Uruguai saíram na frente, na América Latina. O mercado importador, sobretudo o europeu, prefere o e-combustível ao biocombustível por não estar diretamente relacionado a terras agricultáveis e não inflacionar o preço dos alimentos. Essa condição faz do CO2 biogênico insumo estratégico para o futuro, e a indiferença da legislação em discussão pode levar o país a perder sua vantagem competitiva. Além dessa abstração, o PL dos Biocombustíveis traz desafios para sua implementação, como a baixa capacidade produtiva para biometano, SAF e diesel verde, e de infraestrutura para rastreabilidade e transporte dos biocombustíveis até os locais de mistura aos combustíveis fósseis. Para suportar a adição de biometano ao gás natural prevista no PL para 2026, o país precisará triplicar a produção diária atual, a partir de novas instalações. Gasodutos, estações de compressão e distribuição e novas concessões de rodovias terão de entrar no radar de investimentos privados para superar os desafios logísticos e operacionais dos biocombustíveis, cuja oferta é pulverizada em todo o território nacional, até chegarem aos locais de mistura. Se não houver players para essa função, corre-se o risco dos programas criados pelo PL não saírem do papel ou do preço final se tornar proibitivo ao consumidor, ameaças que podem ser diluídas por medidas como um redesenho do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para contemplar essas demandas, por exemplo. É preciso reforçar o avanço que o PL dos Biocombustíveis representa em nossa corrida para a transição energética e sua pertinência para o país, que tem uma estrutura de recursos para a biomassa única, em relação a outros competidores globais. Os desafios para sua implementação podem se tornar oportunidades. O que vai determinar essa virada são os lapsos que o texto final do projeto poderá dirimir, sob avaliação precisa e cuidadosa dos legisladores. (Este artigo expressa exclusivamente a posição dos autores e não necessariamente da instituição para a qual trabalham ou estão vinculados).

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Petróleo fecha em alta, de olho na demanda e em tensões geopolíticas

O petróleo fechou em alta nesta quarta-feira (8), após dado de estoques nos Estados Unidos renovar expectativa por demanda da commodity. Investidores ainda monitoram tensões geopolíticas no Oriente Médio. Contudo, analistas alertam que os preços podem voltar a cair. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em alta de 0,78% (US$ 0,61), a US$ 78,99 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho subiu 0,51% (US$ 0,42), a US$ 83,58 por barril. O petróleo começou o pregão com fortes perdas, ante temores sobre os estoques de petróleo bruto dos EUA, após pesquisa do American Petroleum Institute (API) mostrar aumento de 509 mil barris na semana passada, segundo a Reuters. No entanto, o relatório oficial do Departamento de Energia americano apontou queda de 1,362 milhão de barris no período, o que tende a sinalizar demanda pelo óleo e deu fôlego para os contratos, que inverteram sinal e firmaram ganhos. Tensões geopolíticas também continuam sendo monitoradas pelo mercado de energia. Hoje, explosões foram ouvidas na passagem de Rafah, na Faixa de Gaza, controlada por Israel. Autoridades israelenses afirmam que as negociações para um cessar-fogo continuam em andamento, mas que não veem progresso. Ainda, a Rússia atacou o setor energético e o complexo militar-industrial da Ucrânia, como retaliação a ofensivas ucranianas. Na visão do Navellier, os riscos geopolíticos passar para o segundo plano entre os catalisadores do petróleo. A Capital Economics avalia que a diminuição das preocupações sobre efeitos dos conflitos na oferta do petróleo e um aumento gradual na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) devem pressionar os preços da commodity ao longo do ano. Cálculos da Bloomberg, utilizando informações de fontes anônimas, mostram que a Rússia cortou sua produção menos do que o prometido em abril, excedendo em 319 mil barris o limite dos cortes voluntários combinados em março com a Opep+. (E-Investidor)

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Petrobras retoma ofensiva para tentar liberar poço no Amapá ainda em 2024

A Petrobras quer retomar conversas com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) para tentar autorização para um simulado de perfuração do primeiro poço no litoral do Amapá em outubro, quando a sonda contratada para essa atividade estará disponível. A licença para a perfuração foi negada pelo Ibama há quase um ano, dando início a um embate público entre as áreas energética e ambiental do governo, que gostaria de uma avaliação mais ampla de eventuais impactos da atividade petrolífera na região, considerada ambientalmente sensível. A estatal chegou a posicionar a sonda de perfuração na área do bloco no fim do governo Jair Bolsonaro (PL), mas a mudança de governo e de orientação da área ambiental travou o processo de licenciamento. O equipamento foi, então, transferido para outras operações. A unidade perfurou dois poços no litoral do Rio Grande do Norte, também na chamada margem equatorial, hoje a principal aposta para renovar as reservas de petróleo do país e fez a primeira descoberta em águas ultraprofundas da região. Depois, foi enviada para a região Sudeste. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira (7), que a sonda estará livre em agosto, o que levará a empresa a iniciar nova ofensiva para tentar obter a licença. "Não ficamos em cima [do Ibama] porque vinha trabalhando com a sonda." No seu parecer, o órgão ambiental citou preocupação quanto ao socorro à fauna em caso de acidente e a ausência do estudo chamado AAAS (Avaliação Ambiental de Área Sedimentar) como algumas das razões para a negativa à estatal. A Petrobras entende que já cumpriu todas as exigências feitas pelo Ibama, mas precisa do aval do órgão para iniciar o simulado, última etapa antes da perfuração oficial do poço, localizado no bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas. "Entendo a dificuldade do Ibama, mas é uma decisão de Estado. O Estado brasileiro é quem vai definir, primeiro, se quer achar o petróleo na região", afirmou, dizendo que a Petrobras vai "trabalhar em todas as frentes" para tentar aprovar o projeto. A estatal defende que a descoberta de novas fronteiras exploratórias é fundamental para evitar que o Brasil volte a importar petróleo na próxima década e que tem condições de realizar as operações com segurança. A Petrobras tem apoio do MME (Ministério de Minas e Energia), de lideranças políticas do Amapá e de todo o setor de petróleo, mas enfrenta resistências do MMA (Ministério do Meio Ambiente) e de organizações ambientalistas. O Ibama já havia negado à Petrobras outras duas licenças para perfuração de poços na margem equatorial, ambas no litoral do Maranhão. Prates afirmou que a discussão sobre a exploração de petróleo na Amazônia é "o grande embate da transição energética no mundo". "Um país autossuficiente [na produção de petróleo], que quer manter sua reposição de reserva para não ter que voltar a importar, que busca uma fronteira distante da costa, distante do ativo ambiental potencialmente ameaçado", disse. O repórter viajou a convite da Petrobras.

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Petrobras deve levar primeiros projetos de renováveis ao conselho em breve, diz Prates

A direção da Petrobras deve levar nas próximas semanas ao conselho de administração suas primeiras propostas de investimento em energias renováveis, afirmou nesta terça-feira (7) o presidente da companhia, Jean Paul Prates. Segundo ele, as negociações com possíveis parceiros já estão avançadas, com conversas sobre compra de participação ou de projetos isolados. Os nomes dos parceiros, porém, não foram revelados. O retorno da estatal às energias renováveis é um dos focos da gestão atual. Num primeiro momento, a ideia é entrar em projetos de energia solar ou eólica em terra. A energia eólica no mar ainda depende de regulamentação no país. A empresa separou em seu planejamento estratégico US$ 11,5 bilhões para investimentos de baixo carbono, que incluem redução das emissões em suas operações atuais e a retomada das atividades em renováveis. A saída de projetos de energia limpa foi decidida durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que queria uma Petrobras mais enxuta e com foco na produção de petróleo do pré-sal. Prates afirmou que outras iniciativas da empresa nesse sentido dependem de avanço na legislação. O Congresso está discutindo leis que afetam os mercados de biocombustíveis e da geração de energia no mar. A estatal tem um projeto-piloto de eólica no mar, que será instalado no Rio Grande do Norte, mas ainda em pequena escala. A partir da aquisição dos primeiros projetos de geração solar ou eólica, a Petrobras pretende integrá-los com iniciativas de produção de hidrogênio, produto do qual a Petrobras é grande consumidora. O presidente da Petrobras afirmou ainda que a estatal quer se tornar uma grande desenvolvedora de tecnologia para geração de energia renovável, repetindo o caminho feito na exploração de petróleo em águas profundas. Esta semana, a empresa foi premiada na OTC (Offshore Technology Conference), feira do setor que acontece anualmente em Houston, pelo projeto de revitalização de campos antigos na bacia de Campos, cujo desenvolvimento levou o país à liderança da exploração de petróleo em águas profundas. Prates chegou a sugerir a incorporação, pela Petrobras, do Cepel (Centro de Pesquisas da Eletrobras), que fica perto de seu próprio centro de pesquisa, o Cenpes, no Rio de Janeiro. O Cepel foi retirado da estrutura da Eletrobras após a aprovação da companhia elétrica e sofre com falta de verbas e constantes mudanças no comando. Não há, no entanto, nenhuma negociação em curso para a incorporação à Petrobras.

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Etanol está mais competitivo em relação à gasolina em 7 estados e no DF, afirma ANP

O etanol esteve mais competitivo em relação à gasolina em 7 estados e no Distrito Federal na semana passada. Na média dos postos pesquisados no País, no período o etanol tinha paridade de 65,75% ante a gasolina, portanto favorável em comparação com o derivado do petróleo, conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) compilado pelo AE-Taxas. Executivos do setor observam que o etanol pode ser competitivo mesmo com paridade maior do que 70%, a depender do veículo em que o biocombustível é utilizado. O etanol era mais competitivo em relação à gasolina nos seguintes estados: Amazonas (67,77%), Goiás (65,75%), Mato Grosso (61,56%), Mato Grosso do Sul (65,08%), Minas Gerais (67,93%), Paraná (66,00%) e São Paulo (65,54%), além do Distrito Federal (69,19%). No restante dos estados, continua mais vantajoso abastecer o carro com gasolina.

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