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'O etanol é o novo petróleo, e o Brasil é a Arábia Saudita', diz CEO da Atvos

A COP28, encerrada na semana passada em Dubai, reuniu pessoas do mundo inteiro para discutir soluções que possam reduzir as emissões de carbono e deter as mudanças climáticas. Bruno Serapião, CEO da Atvos, segunda maior produtora de etanol do país, foi até lá falar sobre como os biocombustíveis ajudam a resolver esse problema. Em entrevista ao GLOBO, ele defende o protagonismo do Brasil nessa discussão, dada a sua posição competitiva nos combustíveis de fontes renováveis. O uso sustentável da terra por essa indústria é outro ponto que ele defende e diz ser um dos principais focos da Atvos. Atualmente liderada pelo Mubadala, fundo de Abu Dahbi, nos Emirados Árabes Unidos, a companhia nasceu como Odebrecht Agroindustrial e contrariou as estatísticas ao sair de uma complexa recuperação judicial, iniciada em 2019 na sequência da debacle da construtora que a fundou na Operação Lava-Jato. Agora, sob nova direção, a empresa quer se transformar numa eldquo;plataforma global de biocombustíveiserdquo;, define Serapião, ex-executivo do fundo Pátria que também atuou na criação da companhia de logística Hidrovias do Brasil. No Brasil, poucas empresas conseguem sair da recuperação judicial. Qual foi o principal fator que permitiu à Atvos sair dessa condição? A companhia é um ótimo ativo. Tem as mais novas indústrias do setor no Brasil. É uma empresa que, estruturalmente, não deveria carregar muita dívida pela volatilidade do mercado em que atua. Mas foi carregando essa dívida até o momento em que houve um estrangulamento de caixa. A recuperação judicial veio para equalizar a estrutura de capital. As empresas não saem dela porque os ativos são ruins e não geram caixa, precisam de injeção de dinheiro para consertar o negócio. Não é o caso da Atvos. Como está a dívida atualmente? E qual é o acionista de referência? A dívida era de R$ 12 bilhões quando a empresa entrou em recuperação judicial, em 2019, e está atualmente em R$ 6 bilhões. Parte dessa dívida foi pré-paga e parte comprada pelo fundo Mubadala e outros players. Parte foi convertida em uma debênture (título de crédito) para ser resgatada quando houver liquidez desse equity. Hoje, o Mubadala tem 31,5% da empresa e é o acionista de referência, embora não tenha o controle. O fundo se comprometeu a aportar R$ 500 milhões na empresa. Como serão usados os recursos? Todos os aportes já foram feitos, e a companhia é geradora de caixa. Então, este ano estamos investindo R$ 1,5 bilhão em ampliação e reforma dos canaviais para ter mais produtividade. No ano passado, moemos 22 milhões de toneladas de cana, este ano serão 27 milhões e, em 2024, estamos olhando algo entre 28 milhões e 30 milhões. Vamos buscar os 32 milhões de toneladas. Vamos investir mais de R$ 3 bilhões nos próximos três anos. Qual é a produção de etanol da Atvos? E qual o faturamento por safra? São 2 bilhões de litros por safra e vamos buscar 2,9 bilhões nos próximos três anos. O objetivo é tornar a empresa uma plataforma global do Mubadala de combustíveis renováveis. A Atvos fatura entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões por safra, e nosso Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) vai ficar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões este ano. Voltamos a exportar, depois de oito anos. Foram 4 milhões de litros para Venezuela, e estamos olhando vendas para a Coreia do Sul. Queremos ser relevantes para exportação. Como ficou a atual estrutura da Atvos? Temos oito unidades produtivas: três em Mato Grosso do Sul; três em Goiás, uma no Mato Grosso e uma em São Paulo. São 10 mil funcionários diretos e 25 mil em torno da companhia. Estamos em 23 cidades do interior do Brasil e a população tem média salarial maior que a média dessas cidades. Além de etanol e açúar, produzimos energia com biomassa, que dá para abastecer a casa de 20 milhões de pessoas. Produzimos ainda CBios (créditos de descarbonização), que são um estímulo ao consumo de energia renovável. As distribuidoras têm que comprar para compensar a venda de gasolina. É uma forma de empurrar o mercado consumidor para mais energias renováveis. Em quais outras áreas há investimentos? Temos renovação de frota. Fazemos 100% de nossa colheita de forma mecanizada. Não usamos colheita manual. Temos perto de 500 mil hectares de terra que operamos e investimos para aumentar a produção de açúcar do ano passado para este ano em mais 100 mil toneladas. Como estão as pesquisas em relação à produção de novos biocombustíveis? Estamos começando a investir em novos projetos. O que está mais avançado é um de biogás. Queremos instalar oito biodigestores para fazer biometano nas nossas usinas. E a primeira utilização será substituir o combustível fóssil usado na frota. Depois, vamos distribuir gás para as comunidades próximas, o que significa diminuição do custo de energia no interior do Brasil. Há planos para produzir SAF (Combustível Sustentável de Aviação)? Sim. Queremos fazer o Brasil não exportar apenas commodities. Estamos buscando oportunidade de fazer SAF no Brasil. E vamos participar ativamente do mercado de exportação de etanol para esse fim. O etanol brasileiro é o de menor pegada de carbono no mundo. A Atvos, com outros players da indústria, está buscando posicionamento global nesse assunto. Na transição para a eletrificação de veículos, como o Brasil poderia se posicionar? Qual poderia ser o papel do etanol brasileiro? Acreditamos na substituição de combustíveis fósseis por combustíveis que não precisam de grandes investimentos na infraestrutura. Assim, se resolve o problema da frota instalada. A indústria faz um trabalho ruim de mostrar ao consumidor que no Brasil você consegue gastar menos com etanol e ainda melhorar o meio ambinete. O carro a etanol, desde o nascimento até sua morte, tem uma pegada de carbono menor que a do carro elétrico, por causa das baterias. Elas são feitas na China com matriz energética muito suja, com carvão. Mas poucas montadoras falam sobre um híbrido a etanol, antes de chegar à eletrificação pura no Brasil.... Acho que o híbrido a etanol é uma oportunidade de descarbonização para o Brasil e para países de renda média/baixa. Em São Paulo, é ótimo ter carro elétrico, mas se você rodar 200 quilômetros não consegue carregar o carro. A necessidade de infraestrutura é tão grande, que é melhor usar os postos de gasolina existentes para abastecer com etanol. O Brasil deveria exportar os carros flex para países de renda média e baixa. Mas como não temos montadoras brasileiras, as decisões são tomadas lá fora. Um movimento para garantir que o etanol seja uma commodity global é uma aliança de Brasil, EUA e Índia (que são grandes produtores). A gente enxerga o etanol como o novo petróleo e o Brasil como a Arábia Saudita desse combustível. Como foi sua participação na COP 28? Falei sobre o etanol brasileiro e também sobre utilização de terras de maneira sustentável, áreas em que a companhia é reconhecida globalmente. Vou ao Japão também demonstrar a capacidade de fornecimento de etanol que no Brasil tem. Como vê as críticas ao desmatamento direcionadas ao agronegócio? O Brasil, com a legislação ambiental que tem, é um dos países mais evoluídos para a preservação. O agronegócio brasileiro é responsável. O grande problema é que 1% faz besteira, e todo mundo paga por isso. Temos que ser muito mais duros e eficazes no combate à extração ilegal de madeira, ao desmatamento, às práticas de trabalho análogos à escravidão. Condenamos todas essas práticas.

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'O etanol é o novo petróleo, e o Brasil é a Arábia Saudita', diz CEO da Atvos

A COP28, encerrada na semana passada em Dubai, reuniu pessoas do mundo inteiro para discutir soluções que possam reduzir as emissões de carbono e deter as mudanças climáticas. Bruno Serapião, CEO da Atvos, segunda maior produtora de etanol do país, foi até lá falar sobre como os biocombustíveis ajudam a resolver esse problema. Em entrevista ao GLOBO, ele defende o protagonismo do Brasil nessa discussão, dada a sua posição competitiva nos combustíveis de fontes renováveis. O uso sustentável da terra por essa indústria é outro ponto que ele defende e diz ser um dos principais focos da Atvos. Atualmente liderada pelo Mubadala, fundo de Abu Dahbi, nos Emirados Árabes Unidos, a companhia nasceu como Odebrecht Agroindustrial e contrariou as estatísticas ao sair de uma complexa recuperação judicial, iniciada em 2019 na sequência da debacle da construtora que a fundou na Operação Lava-Jato. Agora, sob nova direção, a empresa quer se transformar numa eldquo;plataforma global de biocombustíveiserdquo;, define Serapião, ex-executivo do fundo Pátria que também atuou na criação da companhia de logística Hidrovias do Brasil. No Brasil, poucas empresas conseguem sair da recuperação judicial. Qual foi o principal fator que permitiu à Atvos sair dessa condição? A companhia é um ótimo ativo. Tem as mais novas indústrias do setor no Brasil. É uma empresa que, estruturalmente, não deveria carregar muita dívida pela volatilidade do mercado em que atua. Mas foi carregando essa dívida até o momento em que houve um estrangulamento de caixa. A recuperação judicial veio para equalizar a estrutura de capital. As empresas não saem dela porque os ativos são ruins e não geram caixa, precisam de injeção de dinheiro para consertar o negócio. Não é o caso da Atvos. Como está a dívida atualmente? E qual é o acionista de referência? A dívida era de R$ 12 bilhões quando a empresa entrou em recuperação judicial, em 2019, e está atualmente em R$ 6 bilhões. Parte dessa dívida foi pré-paga e parte comprada pelo fundo Mubadala e outros players. Parte foi convertida em uma debênture (título de crédito) para ser resgatada quando houver liquidez desse equity. Hoje, o Mubadala tem 31,5% da empresa e é o acionista de referência, embora não tenha o controle. O fundo se comprometeu a aportar R$ 500 milhões na empresa. Como serão usados os recursos? Todos os aportes já foram feitos, e a companhia é geradora de caixa. Então, este ano estamos investindo R$ 1,5 bilhão em ampliação e reforma dos canaviais para ter mais produtividade. No ano passado, moemos 22 milhões de toneladas de cana, este ano serão 27 milhões e, em 2024, estamos olhando algo entre 28 milhões e 30 milhões. Vamos buscar os 32 milhões de toneladas. Vamos investir mais de R$ 3 bilhões nos próximos três anos. Qual é a produção de etanol da Atvos? E qual o faturamento por safra? São 2 bilhões de litros por safra e vamos buscar 2,9 bilhões nos próximos três anos. O objetivo é tornar a empresa uma plataforma global do Mubadala de combustíveis renováveis. A Atvos fatura entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões por safra, e nosso Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) vai ficar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões este ano. Voltamos a exportar, depois de oito anos. Foram 4 milhões de litros para Venezuela, e estamos olhando vendas para a Coreia do Sul. Queremos ser relevantes para exportação. Como ficou a atual estrutura da Atvos? Temos oito unidades produtivas: três em Mato Grosso do Sul; três em Goiás, uma no Mato Grosso e uma em São Paulo. São 10 mil funcionários diretos e 25 mil em torno da companhia. Estamos em 23 cidades do interior do Brasil e a população tem média salarial maior que a média dessas cidades. Além de etanol e açúar, produzimos energia com biomassa, que dá para abastecer a casa de 20 milhões de pessoas. Produzimos ainda CBios (créditos de descarbonização), que são um estímulo ao consumo de energia renovável. As distribuidoras têm que comprar para compensar a venda de gasolina. É uma forma de empurrar o mercado consumidor para mais energias renováveis. Em quais outras áreas há investimentos? Temos renovação de frota. Fazemos 100% de nossa colheita de forma mecanizada. Não usamos colheita manual. Temos perto de 500 mil hectares de terra que operamos e investimos para aumentar a produção de açúcar do ano passado para este ano em mais 100 mil toneladas. Como estão as pesquisas em relação à produção de novos biocombustíveis? Estamos começando a investir em novos projetos. O que está mais avançado é um de biogás. Queremos instalar oito biodigestores para fazer biometano nas nossas usinas. E a primeira utilização será substituir o combustível fóssil usado na frota. Depois, vamos distribuir gás para as comunidades próximas, o que significa diminuição do custo de energia no interior do Brasil. Há planos para produzir SAF (Combustível Sustentável de Aviação)? Sim. Queremos fazer o Brasil não exportar apenas commodities. Estamos buscando oportunidade de fazer SAF no Brasil. E vamos participar ativamente do mercado de exportação de etanol para esse fim. O etanol brasileiro é o de menor pegada de carbono no mundo. A Atvos, com outros players da indústria, está buscando posicionamento global nesse assunto. Na transição para a eletrificação de veículos, como o Brasil poderia se posicionar? Qual poderia ser o papel do etanol brasileiro? Acreditamos na substituição de combustíveis fósseis por combustíveis que não precisam de grandes investimentos na infraestrutura. Assim, se resolve o problema da frota instalada. A indústria faz um trabalho ruim de mostrar ao consumidor que no Brasil você consegue gastar menos com etanol e ainda melhorar o meio ambinete. O carro a etanol, desde o nascimento até sua morte, tem uma pegada de carbono menor que a do carro elétrico, por causa das baterias. Elas são feitas na China com matriz energética muito suja, com carvão. Mas poucas montadoras falam sobre um híbrido a etanol, antes de chegar à eletrificação pura no Brasil.... Acho que o híbrido a etanol é uma oportunidade de descarbonização para o Brasil e para países de renda média/baixa. Em São Paulo, é ótimo ter carro elétrico, mas se você rodar 200 quilômetros não consegue carregar o carro. A necessidade de infraestrutura é tão grande, que é melhor usar os postos de gasolina existentes para abastecer com etanol. O Brasil deveria exportar os carros flex para países de renda média e baixa. Mas como não temos montadoras brasileiras, as decisões são tomadas lá fora. Um movimento para garantir que o etanol seja uma commodity global é uma aliança de Brasil, EUA e Índia (que são grandes produtores). A gente enxerga o etanol como o novo petróleo e o Brasil como a Arábia Saudita desse combustível. Como foi sua participação na COP 28? Falei sobre o etanol brasileiro e também sobre utilização de terras de maneira sustentável, áreas em que a companhia é reconhecida globalmente. Vou ao Japão também demonstrar a capacidade de fornecimento de etanol que no Brasil tem. Como vê as críticas ao desmatamento direcionadas ao agronegócio? O Brasil, com a legislação ambiental que tem, é um dos países mais evoluídos para a preservação. O agronegócio brasileiro é responsável. O grande problema é que 1% faz besteira, e todo mundo paga por isso. Temos que ser muito mais duros e eficazes no combate à extração ilegal de madeira, ao desmatamento, às práticas de trabalho análogos à escravidão. Condenamos todas essas práticas.

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RenovaBio bate recorde de emissão de Créditos de Descarbonização (CBIOs)

O RenovaBio estabeleceu um novo recorde de emissão de CBIOs em novembro de 2023. Foram emitidos 4,3 milhões de CBIOs, 53% a mais que no mesmo mês do ano passado. Isso equivale a 4,3 milhões de toneladas de CO2 equivalente que deixaram de ser emitidas. Até então, o maior número de CBIOs emitidos em um mês tinha sido 3,3 milhões, em outubro de 2020. Faltando um mês para o encerramento do ano, 2023 já é o ano com o maior número de CBIOs emitidos endash; 32,3 milhões, superando os 31,4 milhões de CBIOs emitidos em todo ano de 2022. Considerando os CBIOs já aposentados (retirados definitivamente de circulação) para o cumprimento da meta referente ao ano de 2023 (9 milhões) e o total de CBIOs disponíveis no mercado (32 milhões), faltando quatro meses para o encerramento do prazo para o cumprimento das metas do ano de 2023 (que ocorrerá, excepcionalmente, em 31 de março de 2024), a quantidade de CBIOs já é suficiente para o cumprimento de todas as metas individuais dos distribuidores de combustíveis fósseis estabelecidas no Despacho ANP nº 1.319/2023. Como funciona o RenovaBio O RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis. Um de seus principais instrumentos é o estabelecimento de metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, de forma a incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país. As metas nacionais são estabelecidas pelo CNPE e são anualmente desdobradas, pela ANP, em metas individuais compulsórias para os distribuidores de combustíveis, conforme suas participações no mercado de combustíveis fósseis. As distribuidoras de combustíveis deverão comprovar o cumprimento de metas individuais compulsórias por meio da compra de Créditos de Descarbonização (CBIO), ativo financeiro negociável em bolsa, derivado da certificação do processo produtivo de biocombustíveis com base nos respectivos níveis de eficiência alcançados em relação a suas emissões.

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ANP publica painel dinâmico com dados de qualidade do gás natural

A ANP publicou hoje (8/12) o Painel Dinâmico da Qualidade da Produção e Importação de Gás Natural, uma ferramenta interativa destinada a consolidar e divulgar dados sobre a qualidade do gás natural produzido e importado no Brasil. O painel foi desenvolvido para fornecer uma visão abrangente da qualidade do gás natural, utilizando dados de certificados de qualidade enviados por produtores e importadores à ANP. Os certificados de qualidade são documentos emitidos pelos carregadores com informações detalhadas sobre a qualidade do gás natural comercializado, em conformidade com a Resolução ANP nº 828, de 2020. Os carregadores são as empresas que contratam os transportadores para o serviço de transporte de gás natural. O lançamento do painel ocorre num momento em que a ANP avança no desenvolvimento de nova especificação do gás natural, tendo, inclusive, realizado consulta prévia do Relatório Preliminar de Análise de Impacto Regulatório dos teores de hidrocarbonetos, sendo iminente a conclusão da AIR. Além disso, o novo painel está em linha com a política da Agência de transparência e gestão de informações sobre o setor regulado, e permitirá a todos os interessados no segmento brasileiro de gás natural acesso fácil e interativo às informações.

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Ipiranga entra na venda de óleo diesel marítimo para abastecer direto na água

A Ipiranga entrou no mercado de comercialização direta de óleo diesel marítimo (MGO) para embarcações. A operação começou em novembro na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, e faz parte da estratégia de crescimento da empresa do grupo Ultra via incremento da unidade de suprimento, compra e venda de combustíveis. Segundo a Ipiranga, a venda de MGO está focada na expansão dos negócios voltados a empresas (B2B). A Ipiranga já tem algo próximo de 12% do mercado de combustíveis marítimos no Brasil e quer ampliar essa participação atendendo aos clientes com abastecimento de embarcações na água. José Vianna, vice-presidente da Ipiranga Empresas, que cuida de negócios B2B, diz que o passo reforça a solidez do portfólio de produtos da Ipiranga. A operação envolve cinco etapas de distribuição, passando por dutos, transporte rodoviário e, finalmente, marítimo. No Rio, será realizada por meio de um rebocador e da barcaça CD Santos, com capacidade para 1,5 mil metros cúbicos, partindo do Estaleiro São Miguel, em São Gonçalo, município da região metropolitana. A nova operação envolve 100 funcionários diretos. Operação no Sul A Ipiranga já tinha iniciado a expansão da frente de negócios com a comercialização de bunker (óleo combustível) no Rio Grande do Sul para motores de navios de grande porte. Com a expectativa de atender, principalmente, o mercado de exportação de grãos que escoam pelo Porto de Rio Grande, a operação é facilitada pela proximidade com a Refinaria de Petróleo Riograndense, de onde vem o suprimento. A Ipiranga oferece hoje dois tipos de bunker, o óleo combustível com baixo teor de enxofre VLSFO (Very Low Sulphur Fuel Oil) e o óleo diesel marítimo com baixo teor de enxofre LSMGO (Low-Sulphur Marine Gasoil), cumprindo as normas da Organização Marítima Internacional (IMO). Os combustíveis servem ao abastecimento de todos os tipos de navios. A operação de bunker é realizada com um navio-tanque com capacidade para transportar 3,5 mil toneladas métricas de VLSFO e 800 metros cúbicos de LSMGO. As operações são realizadas por elsquo;barge-to-shipersquo; emdash; operação em que o combustível é bombeado de uma barcaça para o navio diretamente no píer. eldquo;A Ipiranga segue firme no compromisso de levar produtos para onde o cliente estiver. A comercialização de bunker abre novas possibilidades para a empresa. Este é um mercado no qual temos plenas condições de ser um player de relevoerdquo;, disse ao Estadão/Broadcast o vice-presidente de Supply e Trading da Ipiranga, Francisco Ganzer.

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Petrobras cobra acima de preço internacional, apesar de redução no diesel, aponta levantamento

Apesar da redução de 6,6% ou de R$ 0,27 por litro no diesel S-10 vendido nas refinarias da Petrobras na quinta-feira, 7, a Petrobras segue vendendo o combustível, na média, R$ 0,05 por litro acima do Preço de Paridade de Importação (PPI). Esse padrão de precificação é reivindicado por agentes de mercado, mas foi abandonado pela Petrobras ainda em maio. Os apontamentos são do Observatório Social do Petróleo (OSP). Há quatro semanas consecutivas, o preço praticado pela estatal é superior a essa referência internacional. A Petrobras, informa o OSP, fechou o mês de novembro com o diesel ultrapassando R$ 0,22 o PPI na média. O levantamento do OSP mostra que a maior diferença no diesel foi de R$ 0,30 por litro, na semana entre 20 e 24 de novembro. Foi o primeiro mês, desde a mudança da política de preço dos combustíveis, que o diesel fornecido pelas refinarias da companhia superou o parâmetro internacional. Em relação à gasolina, o litro ficou R$ 0,01 acima do PPI, mantendo o valor médio de importação. Aí, diferença mais alta para cima da Petrobras foi de R$ 0,06 por litro entre os dias 13 e 17 de novembro. Os dados apontam, ainda, que desde o último aumento no preço do diesel, realizado pela Petrobrás em 29 de outubro, quando o litro subiu de R$ 3,80 para R$ 4,05, o PPI já recuou 14%. Segundo o economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas, o diesel da Petrobras ficou acima do PPI em novembro porque a empresa manteve o preço mesmo diante da redução no mercado internacional. No mês passado, o barril do petróleo tipo brent, referência internacional, caiu mais de US$ 10. eldquo;O imobilismo da Petrobras face à queda dos preços internacionais dos combustíveis naquele momento fez com que a estatal, pela primeira vez desde o fim do PPI, ficasse com preços acima do parâmetro de importação. Até então, a Petrobras vinha praticando sempre preços médios consideravelmente abaixo dos internacionaiserdquo;, afirma Dantas.

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