Ano:
Mês:
article

Setor quer blindar mistura do biodiesel e se desvincular da inflação do óleo de soja

A Frente Parlamentar do Biodiesel (FPBio) deve se reunir nesta semana com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar as razões para a escalada de quase 30% no preço do óleo de soja em 2024 e tentar mostrar que a culpa para a inflação desse item, que preocupa o Palácio do Planalto, não é do aumento da produção do biocombustível no país. O objetivo é fazer uma gestão de informações técnicas com a equipe econômica e blindar o setor de possíveis intervenções, principalmente na mistura do biodiesel ao diesel fóssil, que passará de 14% para 15% em março. Há possibilidades também de acionar o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, além dos chefes da Agricultura, Carlos Fávaro, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ajudar nessa defesa. Há um receio, mesmo que incipiente, de que o ruído causado pela fala recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o possível impacto do biocombustível no óleo de cozinha, possa influenciar alguma tentativa de impedir o aumento da mistura. A medida teria que ser aprovada no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que tem reunião marcada para o dia 18 de fevereiro. Não há previsão de discussão sobre biodiesel na pauta. eldquo;Eu quero saber se a soja para o biodiesel está criando problema; quero saber se o milho para o etanol está criando problemaerdquo;, disse Lula em entrevista coletiva na semana passada. João Henrique Hummel, diretor-executivo da FPBio, disse que eldquo;se o governo for coerenteerdquo;, o risco de mexer na mistura do biodiesel agora é eldquo;zeroerdquo;. A avaliação tem como base a recente sanção, pelo próprio presidente Lula, da lei do Combustível do Futuro que prevê incentivos e previsibilidade para investimentos e aumento de produção e consumo do biodiesel e outros produtos. Qualquer interferência nesse mercado agora, poucos meses após a sanção da lei com um evento prestigiado na Base Aérea de Brasília, pode gerar uma queda de credibilidade da pauta verde do governo em ano de realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil emdash; além de atrapalhar os planos de expansão do setor. Na reunião com a equipe econômica, a intenção é desabonar o discurso de competição entre a produção de energia e de alimentos. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a Associação dos Produtores de Biocombustíveis do Brasil (Aprobio) e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) não consideram eldquo;nenhuma possibilidade de retrocessoerdquo; em relação à mistura. As entidades ressaltam que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) já estabeleceu as metas de contratação para 2025 e que as usinas já estão adquirindo matéria-prima para atender à nova demanda das distribuidoras, com o B15. eldquo;Qualquer mudança na mistura prevista impactaria contratos em vigor e poderia desestruturar a cadeia produtiva do óleo e do farelo de soja, com consequente impacto nos preços de alimentos na gôndola dos supermercadoserdquo;, afirmaram, em nota. As entidades ressaltaram que a alta no preço do óleo de soja é reflexo da entressafra, do aumento da demanda chinesa por soja brasileira, da instabilidade no mercado de óleo de palma e da variação cambial. As associações ponderam ainda que o cenário já está em reversão e que desde janeiro os preços do óleo refinado têm registrado quedas. eldquo;O biodiesel não tem nenhuma relação com essa variação. Pelo contrário, a sua produção impulsiona o esmagamento da soja, elevando a oferta de farelo usado em rações, impactando na redução dos custos de produção de alimentoserdquo;, disseram as entidades, em nota Cálculos feitos pelo setor do biocombustível mostram que o aumento da mistura ao diesel fóssil, de B14 para B15, deve gerar impacto de apenas R$ 0,01 no preço nas bombas aos consumidores emdash; valor considerado irrisório pelo setor frente aos R$ 0,22 de elevação anunciados recentemente pela Petrobras. O setor deve mostrar ainda que outro motivo para a alta, não só do óleo de soja, mas dos alimentos como um todo, foi o aumento do imposto de importação de materiais industriais, como resinas termoplásticas usadas em embalagens, em setembro de 2024, de 12,6% para 20%. Uma análise técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), diz que os preços do óleo de soja começaram a reagir a partir de março de 2024, quando a mistura do biodiesel emdash; produzido a partir da oleaginosa emdash; no diesel passou de 12% para 14%. Mas o biocombustível não é vilão, alerta a entidade. Os óleos vegetais foram os produtos que mais aumentaram em 2024 de acordo com o índice de inflação de alimentos da FAO, pontua a CNA. Os preços desses produtos já caíram em janeiro 5,6% em janeiro. Em 2025, a produção brasileira de óleo de soja deve alcançar 11,5 milhões de toneladas, das quais 3,8 milhões são destinadas ao mercado alimentício, 6,7 milhões para a produção de biodiesel e 1 milhão para exportação. Se confirmado, será um volume de 500 mil toneladas a mais em relação a 2024. Foco nas carnes O setor produtivo do biodiesel também está encampando uma ideia para promover a produção e a exportação de carnes pelo Brasil. Em março, a FPBio vai apresentar um projeto de lei para instituir uma política nacional de promoção exterior das carnes brasileiras. A proposta já foi apresentada a alguns membros do governo, como do Itamaraty. A ideia é mostrar que a cadeia do biocombustível fomenta a expansão da produção e o barateamento dos preços das carnes no país. Isso porque o aumento do uso do biodiesel impulsiona o esmagamento de soja, que gera mais farelo, usado como ração animal. O reflexo não deve ser apenas no preço interno. Com mais produção, a carne brasileira ficará ainda mais competitiva para a exportação, com potencial de impactar positivamente para controlar a inflação de alimentos no mundo. Em 2024, já houve a apresentação de uma emenda na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para obrigar que 30% do orçamento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) fosse utilizado na divulgação das proteínas animais ao redor do mundo. O texto, no entanto, não foi aprovado. A nova política também pode basear uma campanha para combater as críticas internacionais, da Europa e dos Estados Unidos, ao setor produtivo nacional, principalmente na área ambiental. Nesse contexto, o aumento da produção de biodiesel fomenta a industrialização do país e a geração de mais empregos, defende a FPBio.

article

Mercado eleva previsão de inflação para 2025 pela 17ª semana seguida e reduz PIB

A mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela 17ª semana consecutiva, de 5,51% para 5,58% - 1,08 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 5,00%. A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo. Na última ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) assumiu que o cenário para a inflação de curto prazo está adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industrializados, por sua vez, são pressionados pelo movimento do câmbio. eldquo;Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivoserdquo;, diz o BC. Já a mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu pela sétima semana seguida, de 4,28% para 4,30%. Um mês antes, estava em 4,05%. O Copom aumentou a taxa Selic em 1 ponto porcentual, de 12,25% para 13,25%, na reunião de janeiro, e afirmou que a sua decisão é eldquo;compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.erdquo; O colegiado voltou a sinalizar que vai elevar os juros em mais 1 ponto, a 14,25%, no encontro de março. O horizonte relevante do Banco Central é o terceiro trimestre de 2026, quando o Copom espera uma inflação de 4,0%, considerando o cenário de referência. A projeção para o IPCA de 2025 é de 5,2%. O balanço de riscos do comitê está assimétrico para cima. A mediana do Focus para a inflação de 2027 permaneceu em 3,90%, patamar em que está há cinco semanas. A projeção para o IPCA de 2028 passou de 3,74% para 3,78%, o quinto aumento consecutivo, ante 3,56% um mês antes. Juros A mediana para a Selic no fim de 2025 permaneceu estável pela quinta semana consecutiva, em 15,00%. A mediana para os juros no fim de 2026 permaneceu em 12,50%. Um mês antes, era de 12,0%. A estimativa intermediária para o fim de 2027 passou de 10,38% para 10,50%, ante 10,25% quatro semanas antes. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela sétima semana consecutiva. Na ata da reunião de janeiro, o Copom afirmou que a elevação dos juros é eldquo;compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.erdquo; PIB A mediana do relatório Focus para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2025 passou de 2,06% para 2,03%. Um mês antes, estava em 2,02%. A estimativa intermediária para 2026 passou de 1,72% para 1,70%. Um mês atrás, era de 1,80%. A mediana para o crescimento do PIB de 2027 se manteve em 1,96%, de 2,00% há um mês. A estimativa intermediária para 2028 ficou estável em 2,0%, como já está há 48 semanas. O Banco Central espera que a economia brasileira cresça 3,50% em 2024 e 2,10% este ano, conforme o mais recente Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Dólar As medianas para a cotação do dólar no fim de 2025 e 2026 permaneceram em R$ 6,00, pela quinta e quarta semanas consecutivas, respectivamente. A projeção para o fim de 2027 se manteve em R$ 5,93, enquanto a estimativa intermediária para o fim de 2028 oscilou de R$ 6,00 para R$ 5,99. A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.

article

Produção de veículos cai 33,5% e vendas reduzem 7,7% em janeiro ante dezembro

A indústria de veículos teve queda de 33,5% nas vendas de veículos em janeiro ante dezembro, enquanto a produção recuou 7,7%, afirmou a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), nesta segunda-feira (10). As vendas somaram 171,2 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos, enquanto a produção foi de 175,5 mil unidades, segundo dados da entidade. Na comparação com janeiro de 2024, as vendas cresceram 6% e a produção teve avanço de 15,1%. Apesar da queda ante dezembro, as vendas foram as melhores para o mês desde as 193,5 mil unidades de janeiro de 2020. Já a produção foi a maior para janeiro desde os 200,4 mil veículos montados no mês em 2021. A Anfavea afirmou ainda que as exportações de veículos do Brasil em janeiro somaram 28,7 mil veículos, alta de 52,3% sobre um ano antes.

article

Governo divulga novo preço médio ponderado de combustíveis

A secretaria-executiva do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária) divulgou a atualização da tabela do PMPF (Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final) dos combustíveis em todo país. Os valores passam a valer no domingo (16.fev.2025) e servem como base de cálculo do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Porém, os números nem sempre refletem o preço final nos postos. O Confaz reúne secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal. A atualização foi publicada nesta 2ª feira (10.fev) no DOU (Diário Oficial da União). Leia a íntegra do documento com a tabela completa (PDF endash; 528 kB). Os valores se referem ao GNV (Gás Natural Veicular), ao GNI (Gás Natural Industrial), ao óleo combustível, ao etanol (AEHC) e ao QAV (querosene de aviação) em todos os Estados do país e no Distrito Federal. De acordo com a tabela, o etanol foi o único combustível com registros de preços médios em todos os Estados. O valor mais alto foi contabilizado no Amapá (R$ 5,29/litro) e o mais baixo, em São Paulo (R$ 3,96/litro). Para ler esta notícia, clique aqui.

article

ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 13 unidades da Federação (3 a 6/2)

Entre os dias 3 e 6/2, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em 13 unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. No período, destacou-se a Operação Verão da ANP, realizada nos estados de Alagoas, Ceará e Pernambuco, que visa garantir a qualidade dos combustíveis aos consumidores em um momento de aumento de viagens e utilização de veículos. Além disso, na ação em Alagoas, foi utilizado, pela primeira vez, o espectrofotômetro, equipamento que permite a identificação em campo da presença de metanol na gasolina e no etanol e do percentual de biodiesel adicionado ao óleo diesel. Veja abaixo mais informações sobre essa operação, bem como sobre as principais ações nas demais unidades federativas do país: Alagoas A ANP deu continuidade, no estado, à Operação Verão, iniciada em 27/2. Essa foi a primeira operação utilizando espectrofotômetro, modelo FTIR, equipamento que permite a identificação em campo da presença de metanol na gasolina e no etanol e do percentual de biodiesel adicionado ao óleo diesel. O equipamento foi doado recentemente à ANP pelo Ministério Público do Estado do Sergipe (MPSE). No total, dez postos de combustíveis foram fiscalizados no estado, nas cidades de Maceió, São Luís do Quitunde, Murici, Japaratinga, São Miguel dos Milagres e Maragogi. Não foram encontradas irregularidades. Foram coletadas cinco amostras de combustíveis para análises em laboratório. Ceará Em Fortaleza, São Gonçalo do Amarante e Maracanaú, a ANP fiscalizou seis postos de combustíveis e três pontos de abastecimento (PAs). As ações fizeram parte da Operação Verão, iniciada esta semana no estado. Todos os seis postos vistoriados foram autuados, por motivos como: não atender a normas mínimas de segurança; estar com o termodensímetro (equipamento acoplado à bomba de etanol para verificação de aspectos de qualidade) em desacordo com a legislação; comercializar combustível em recipiente não autorizado; possuir bomba em más condições de uso e conservação; não ter instrumento para o teste de qualidade (que pode ser exigido pelo consumidor); e possuir equipamentos em desacordo com as normas. Foi ainda coletada uma amostra de combustível, em Fortaleza, para análise em laboratório. Um ponto de abastecimento foi interditado, na capital do estado, por falta de segurança nas instalações. Outro PA, na mesma cidade, foi autuado por desrespeitar normas relacionadas à segurança. Pernambuco No estado, a ANP fiscalizou 11 postos de combustíveis e um terminal, como parte da Operação Verão, iniciada em 27/2. Os fiscais estiveram em nove cidades: Recife, Escada, Panelas, Primavera, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Abreu e Lima, Paulista e Chá de Alegria. Não foram encontradas irregularidades. Foram coletadas sete amostras de combustíveis para análises em laboratório. Amazonas A ANP fiscalizou cinco postos de combustíveis em Manaus. Dois postos foram autuados e sofreram interdições em bicos de abastecimento por fornecer menos combustível do que o registrado na bomba (bomba baixa). Goiás Foram fiscalizados 20 postos de combustíveis e duas revendas de lubrificantes no período, nos municípios de Goiânia, Pires do Rio, Rio Quente, Morrinhos, Caldas Novas e Rio Verde. Nos dois últimos, as ações ocorreram em parceria com os respectivos Procons municipais. Não foram encontradas irregularidades no estado. Os fiscais coletaram 18 amostras de combustíveis para análises mais aprofundadas em laboratório. Mato Grosso Seis postos de combustíveis, três distribuidoras de combustíveis e uma revenda de GLP foram fiscalizados no estado. As equipes estiveram em Cuiabá e Várzea Grande, e parte das ações foi realizada em parceria com os Procons municipais das duas cidades. Um posto de Cuiabá foi autuado por não possuir equipamentos para o teste de qualidade dos combustíveis, que pode ser exigido pelo consumidor. Não foram encontradas irregularidades em Várzea Grande. Nas duas cidades, foram coletadas sete amostras de combustíveis para análise em laboratório. Mato Grosso do Sul Em Campo Grande e Terenos, foram fiscalizados seis postos de combustíveis e três revendas de GLP. Uma revenda de GLP de Terenos foi interditada por não possuir autorização da ANP para funcionar, tendo 27 botijões de 13kg apreendidos. Outra revenda de Campo Grande teve 208 botijões apreendidos por armazenar recipientes acima da sua capacidade. Houve ainda atuações em três postos, dois em Campo Grande e um em Terenos, por irregularidades como: não possuir equipamentos para o teste de qualidade dos combustíveis, que pode ser exigido pelo consumidor; não realizar a drenagem do fundo dos tanques de óleo diesel; e não manter registro de análise da qualidade nas suas dependências. Nas duas cidades, foram coletadas cinco amostras de combustíveis para análise em laboratório. Minas Gerais No período, foram fiscalizados 23 postos de combustíveis, três revendas de GLP e dois pontos de abastecimento. As ações ocorreram em 15 cidades: Caranaíba, Carandaí, Resende Costa, Pouso Alegre, Canaã, Ervália, Ponte Nova, Raul Soares, Sericita, Vermelho Novo, Viçosa, Araguari, Fronteira, Frutal e Uberaba. Em Uberaba, um posto de combustíveis foi autuado e sofreu interdição por fornecer menos combustível que o registrado na bomba (bomba baixa). Outro posto foi autuado por retirar lacres colocados em interdição anterior, sem autorização da Agência. Na mesma cidade, uma revenda de GLP sofreu interdição por falta de segurança das instalações. Em Araguari, um posto foi autuado por não identificar na bomba a origem do combustível comercializado. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foram coletadas 16 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Rio de Janeiro Ao longo da semana, foram fiscalizados 30 postos de combustíveis, nas cidades de Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Rio Bonito, Casimiro de Abreu, Maricá e Nova Iguaçu. Em Rio Bonito e Casimiro de Abreu, a ANP atuou em uma força-tarefa com Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Polícia Civil (por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente - DPMA) e as concessionárias Águas do Rio e Enel. Na ação, um posto de Rio Bonito foi autuado e sofreu interdição por comercializar gasolina comum fora das especificações, quanto ao percentual de etanol, além de não efetuar o controle de drenagem dos tanques de óleo diesel. Em Casimiro de Abreu, um posto foi autuado por desatualização cadastral. Em ações individuais da ANP, dois postos foram autuados e sofreram interdições em bicos de abastecimento por fornecerem menos combustível do que o registrado na bomba (bomba baixa), um em Duque de Caxias, que também foi autuado por não efetuar o controle de drenagem dos tanques de óleo diesel, e outro em Maricá. Houve ainda autuações, sem interdições, em outros quatro postos, três em Duque de Caxias e um no Rio de Janeiro, pelas seguintes irregularidades: não identificar na bomba a origem do combustível; e não efetuar o controle de drenagem dos tanques de óleo diesel. Rio Grande do Sul Foram fiscalizados seis postos de combustíveis, nas cidades de Porto Alegre, Canoas, Gravataí e Eldorado do Sul. Cinco postos foram autuados, em Porto Alegre, Canoas e Gravataí, por irregularidades como: não exibir painel de preços; ter o painel de preços em desacordo com a legislação; não possuir documento obrigatório; e não comprovar a drenagem dos tanques de óleo diesel. Não foram encontradas irregularidades em Eldorado do Sul. No estado, foram coletadas sete amostras de combustíveis para análise em laboratório. São Paulo Cinco postos de combustíveis, 13 distribuidores de combustíveis, 12 transportadores-revendedores-retalhistas (TRRs), quatro terminais e um produtor de etanol foram fiscalizados no estado. As equipes estiveram nas cidades de São Paulo, São Caetano do Sul, Paulínia, Osasco, Guarulhos, São Bernardo do Campo, Bragança Paulista, Diadema, Pontal e Barueri. Em São Paulo, dois postos foram autuados: um por descumprir pena de suspensão temporária aplicada anteriormente e violar lacres da ANP; e outro por desatualização cadastral. Em Paulínia, um distribuidor de combustíveis foi autuado por não informar o número do envelope de segurança de amostra-testemunha na nota fiscal e não indicar o código de identificação da empresa nos lacres dos caminhões na saída do produto. Não foram encontradas irregularidades nos demais agentes e municípios. No estado, foram coletadas 37 amostras de combustíveis para análise em laboratório. Sergipe Em Propriá, a ANP participou de uma ação conjunta com a Secretaria de Estado de Fazenda (SEFAZ-SE). Foi vistoriado um caminhão tanque com armazenamento de solvente, apreendido pela SEFAZ-SE por inconsistência na nota fiscal. Não foram constatadas pela Agência, em campo, irregularidades no produto, mas foram coletadas amostras para análise mais aprofundada em laboratório. Tocantins A ANP esteve nas cidades de Palmas, Porto Nacional, Almas e Ponte Alta do Bom Jesus, nas quais foram fiscalizados seis postos de combustíveis e cinco revendas de GLP. Uma revenda de GLP de Porto Nacional foi interditada por falta de segurança nas instalações, uma vez que não possuía corredores de circulação no entorno de todos os lotes de armazenamento. Em Palmas, um posto foi autuado por defeito no termodensímetro, equipamento acoplado à bomba de etanol para verificação de aspectos de qualidade. Não foram encontradas irregularidades nos demais municípios. No estado, foi coletada uma amostra de combustível para análise em laboratório. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

article

Aumento da mistura de biodiesel fará combustível subir R$ 0,02 nas bombas em março

O aumento da mistura de biodiesel previsto para o mês que vem fará com que o combustível vendido nas bombas tenha um novo reajuste. Pelas contas do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), o impacto será de R$ 0,02 por litro do diesel vendido, na terceira alta consecutiva do combustível que abastece a frota de caminhões do País. Há dez dias, a Petrobras reajustou a parcela fóssil do diesel nas refinarias em R$ 0,22. Além disso, neste mês, por efeito do aumento da cobrança do imposto dos Estados (ICMS), o combustível ficou mais caro em R$ 0,06 nas refinarias. O reajuste por meio do biodiesel será, portanto, a terceira rodada. E ocorrerá porque a parcela do biodiesel no diesel subirá de 14% para 15% em 1º de março, seguindo cronograma definido pelo governo Lula no fim de 2023. Na ocasião, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) antecipou a mistura, num gesto de aproximação do governo Lula com o agronegócio via biodiesel. O acréscimo da mistura ocorre, no entanto, em momento de alta do preço do óleo de soja no Brasil endash; 70% do biodiesel brasileiro é feito a partir da soja. Como mostrou o Estadão na semana passada, no ano passado, o litro do óleo de soja para consumidor subiu quase 30%. Os preços praticados no País ficaram acima dos verificados no exterior. Produtores creditam a alta ao pior resultado da safra 2023/2024 e à alta do dólar a partir de setembro, o que estimulou a exportação de grãos. Segundo o IBP, o litro do diesel custa atualmente R$ 3,73 em São Paulo. Já o do biodiesel, R$ 5,93. A diferença entre os dois tipos de diesel está no maior patamar desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023. O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, afirma que o instituto foi contra a fixação de porcentuais fixos na mistura quando o tema foi tratado no Congresso, no ano passado, durante a tramitação do projeto de lei do Combustível do Futuro. Pela norma, a mistura aumentará até 20% em 2030. Depois disso, o porcentual poderá subir até 25%. Ardenghy defende que, se o governo optar por manter o cronograma de adição de biodiesel ao combustível fóssil, é necessário discutir a abertura das importações neste segmento, além da aceitação do combustível coprocessado, fabricado pela indústria do petróleo, que mistura um porcentual de óleo de origem vegetal ao diesel fóssil ainda na refinaria, durante o processamento do diesel. No Brasil, a Petrobras fabrica o processado com 5% de biodiesel. Na tramitação do combustível do futuro, o coprocessado foi expulso, por pressão do agronegócio, da implantação do chamado diesel verde. eldquo;É importante ao governo entender o risco associado à composição do combustível com um produto do agronegócio, que sofre com as vicissitudes climáticas e adiciona volatilidade aos preçoserdquo;, afirma Ardenghy. Ele afirma ainda que a fabricação do biodiesel no Brasil utiliza uma tecnologia antiga e a proteção comercial a este segmento impede que novos entrantes, com tecnologias novas, possam adicionar combustível derivado da soja no mercado doméstico. A preços de hoje, diz ele, a fração de biodiesel no diesel vai acrescentar R$ 0,28 a cada litro do combustível até o fim da década. A defesa do setor é que o governo também exerça a sua flexibilidade para limitar o aumento da mistura em casos como o atual. A próxima reunião do CNPE está marcada para o dia 18 de fevereiro. eldquo;Se as condições de mercado continuarem como estão, o governo deveria pensar bem antes de acrescentar R$ 0,02 ao dieselerdquo;, afirma. O setor de biodiesel se movimenta na direção oposta e pretende pressionar o governo a manter o cronograma estabelecido, com a ajuda da pressão da bancada do agronegócio no Congresso. O principal argumento da FPBio (frente parlamentar do biodiesel) é que a cadeia produtiva do biodiesel é integrada à da soja e à das carnes, uma vez que o resto do grão esmagado é transformado em farelo e ração para o gado. Ao atrasar o cronograma previsto, o País corre o risco de sustar investimentos em plantas de esmagamento, além de tornar mais caro o farelo que alimenta bovinos, o que também pode afetar o preço da picanha. O setor procurou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para uma reunião ainda nesta semana para convencer a equipe econômica do seu argumento.

Como posso te ajudar?