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Guerra Israel x Irã afeta a Petrobras? Veja o que dizem analistas

Apesar da recente volatilidade dos preços do petróleo gerada pelos ataques entre Israel e Irã, que favorece as empresas produtoras de petróleo, analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast não esperam impacto material para a Petrobras. O cenário, até aqui, também não deve trazer mudanças para os preços praticados pela estatal. eldquo;Apesar de informações sobre novos ataques entre Israel e Irã, já vemos uma normalização nos preços no mercado internacional, a níveis praticados há um mês. O real também se mantém em níveis saudáveis, reforçando o que foi sinalizado para os investidores há dois meseserdquo;, observa João Daronco, analista CNPI da Suno. Para André Nogueira, analista de petróleo na Mantaro Capital, a queda nos preços da commodity (matéria-prima em dólar), que nesta segunda-feira, 16, fechou cotada a US$ 73,23 o barril tipo Brent, redução de 1,35% em relação à véspera, após cair quase 4% pela manhã, parece refletir uma probabilidade menor de uma disrupção de navegabilidade no Oriente Médio. eldquo;Mas ainda é cedo para dizer. O mercado está reagindo dia a diaerdquo;, complementa. De modo geral, os eventos recentes mais uma vez colocaram em evidência o Estreito de Ormuz, única rota marítima de saída do Golfo Pérsico para a maioria dos exportadores de petróleo do Golfo. Olhando para trás, no entanto, o Irã nunca fechou o Estreito, lembra a Mirabaud, gestora suíça que atua no Brasil como multifamily office (gestora de patrimônio). O presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás Natural (IBP), Roberto Ardenghy, porém, lembra que o Estreito de Ormuz é muito sensível e passam por lá, diariamente, 20 milhões de barris de petróleo. eldquo;O agravamento da tensão ali, pode fazer com que haja uma medida mais radical (por parte do Irã), como fechar Ormuzerdquo;, ressalta. Qual é o impacto para os dividendos? Na avaliação do Santander, a Petrobras poderia ter rendimentos mais altos se os preços do petróleo pudessem ser sustentados em níveis elevados por mais tempo. Ainda assim, eventuais rendimentos não seriam capazes de ter o mesmo efeito para os dividendos, a exemplo do que se viu no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, observa Daronco, da Suno. eldquo;No início do conflito no leste europeu, a Petrobras fez sua maior distribuição de dividendos, mas a empresa estava em processo de desinvestimento e com o endividamento controlado. O cenário atual é diferente, com o caixa sendo consumido por níveis mais altos de endividamento e dando pouco espaço para dividendos extraordinários robustoserdquo;, afirma. Se por um lado a tensão entre os dois países tende a ser positiva para as vendas da estatal brasileira, ela ainda não é suficiente para fazer a empresa rever os preços dos combustíveis. Conforme a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço de paridade de importação (PPI) acumula aumento de R$ 0,02 por litro desde o mais recente reajuste nos preços da gasolina e de R$0,56 por litro no diesel vendidos pela Petrobras, defasagens médias de 5% e 12%, respectivamente. Para Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, é necessário que a commodity ultrapasse US$ 90 e mantenha o patamar para que haja algum nível de pressão para reajustes. eldquo;A Petrobras segue com sua política de aguardar e compreender se os movimentos, de fato, indicam uma mudança de patamar para adotar algum reajuste e o mercado espera por issoerdquo;. Para Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, eldquo;é difícil imaginar o Irã sustentando por muito tempo um ambiente de tensão elevada com Israel mantendo soberania completa sobre os céus de Teerã.erdquo; Segundo ele, Washington pode, a qualquer momento, optar por ampliar o apoio militar a Israel caso o Irã resista a avançar com o diálogo no que tange ao que restou do seu programa nuclear. eldquo;Cabe destacar que o governo norte-americano já manifestou interesse em preços mais baixos do petróleo, o que reforça a leitura de que a administração Trump tem incentivo adicional para conter a escalada regional e preservar a estabilidade do mercado energéticoerdquo;, explicou. Arbetman destacou ainda, que o fluxo de navios pelo Estreito de Ormuz emdash; responsável por cerca de 20% do comércio global de petróleo emdash; apresentou apenas uma leve redução até o momento, eldquo;o que reforça a leitura de que, até o momento, não há interrupções materiais no escoamento da commodityerdquo;, afirmou.

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UNICA: Vendas de etanol totalizam 3 bilhões de litros em maio

Na segunda quinzena de maio, as unidades produtoras da região Centro-Sul processaram 47,84 milhões de toneladas ante a 45,36 milhões da safra 2024/2025. No acumulado da safra 2025/2026 até o fim de maio, a moagem atingiu 124,77 milhões de toneladas, ante 141,54 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo anterior endash; retração de 11,85%. Na última quinzena de maio, sete unidades deram início à safra 2025/2026. Ao término da quinzena, estavam em operação 252 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 232 unidades com processamento de cana, 10 empresas que fabricam etanol a partir do milho e 10 usinas flex operando apenas com a produção de etanol de milho. No mesmo período na safra 2024/2025, operaram 251 unidades produtoras, sendo 233 unidades com processamento de cana, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e nove usinas flex. Em relação à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de maio atingiu apenas 124,87 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar, contra 130,15 kg por tonelada na safra 2024/2025 endash; variação negativa de 4,06%. No acumulado da safra, o indicador marca 117,02 kg de ATR por tonelada, registrando retração de 4,13% na comparação com o valor observado em igual posição no último ciclo. Produção de açúcar e etanol A produção de açúcar na segunda metade de maio totalizou 2,95 milhões de toneladas, registrando crescimento de 8,86% na comparação com a quantidade observada em igual período na safra 2024/2025 (2,71 milhões de toneladas). No acumulado desde o início da safra até 1º de junho, a fabricação do adoçante totalizou 6,95 milhões de toneladas, contra 7,87 milhões de toneladas do ciclo anterior (-11,64%). Apesar do mix mais açucareiro registrado nesta safra até o momento (49,99%, contra 47,81% na passada), a produção de açúcar segue em queda quando comparada ao ciclo anterior emdash; reflexo da menor moagem e da redução no ATR por tonelada de cana. Na segunda metade de maio, a fabricação de etanol pelas unidades do Centro-Sul atingiu 2,06 bilhões de litros, sendo 1,25 bilhão de litros de etanol hidratado (-3,21%) e 811,58 milhões de litros de etanol anidro (-2,98%). No acumulado do atual ciclo agrícola, a fabricação do biocombustível totalizou 5,74 bilhões de litros (-11,36%), sendo 3,85 bilhões de etanol hidratado (-11,29%) e 1,89 bilhão de anidro (- 11,51%). Do total de etanol obtido na segunda quinzena de maio, 18,01% foram fabricados a partir do milho, registrando produção de 370,39 milhões de litros neste ano, contra 329,56 milhões de litros no mesmo período do ciclo 2024/2025 endash; aumento de 12,29%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 1,45 bilhão de litros endash; avanço de 23,46% na comparação com igual período do ano passado. Vendas de etanol No mês de maio, as vendas de etanol totalizaram 2,99 bilhões de litros, o que representa praticamente o mesmo valor registrado na safra 2024/2025. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 1,11 bilhão de litros endash; aumento de 6,35% endash; enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,89 bilhão de litros endash; retração de 4,16%. No mercado doméstico, o volume de etanol hidratado comercializado pelas unidades do Centro-Sul totalizou 1,82 bilhão de litros endash; variação negativa de 4,50% em relação ao mesmo período da safra anterior. As vendas de etanol anidro, por sua vez, atingiram a marca de 1,08 bilhão de litros endash; avanço de 7,93%. No acumulado desde o início da safra até o fim de maio, a comercialização de etanol pelas unidades do Centro-Sul somou 5,77 bilhões de litros, registrando ligeira queda de 1,92%. O volume acumulado de etanol hidratado totalizou 3,72 bilhões de litros (-5,23%), enquanto o de anidro alcançou 2,06 bilhões de litros (+4,69%). O levantamento de preços mais recente (01/06 a 07/06/25), divulgado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apurou preços de bomba de combustíveis em 371 municípios, registrando valor do etanol abaixo da paridade técnica com a gasolina em 187 dessas cidades. eldquo;Os dados da ANP indicam que todos os municípios amostrados nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná registraram preço do etanol economicamente vantajoso em relação a gasolina, reforçando a expectativa de manutenção do consumo do biocombustível. A média do preço nesses estados está abaixo da paridade há quase 2 anoserdquo;, explicou Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da UNICA. eldquo;O diferencial relativo de preços do etanol hidratado e da gasolina nos postos revendedores está em 67,8% na média do País, oferecendo uma alternativa viável para o consumidor brasileiro economizar e descarbonizarerdquo;, afirmou Luciano Rodrigues. Com relação ao volume de etanol exportado pelas unidades da região Centro-Sul, o mês de maio registrou 88,28 milhões de litros, uma queda de 9,41% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, sendo 62,65 milhões de litros (+7,14%) de etanol hidratado e 25,63 milhões de etanol anidro (34,25%). Mercado de CBios Dados da B3 até o dia 13 de junho indicam a emissão de 19,13 milhões de créditos em 2025 pelos produtores de biocombustíveis. A quantidade de CBios disponível para negociação em posse da parte obrigada, não obrigada e dos emissores totaliza 28,92 milhões de créditos de descarbonização. (UNICA)

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Petróleo cai após redução de temores de ampliação do conflito Israel-Irã

Os preços do petróleo caíram, nesta segunda-feira (16), com a dissipação dos temores de uma propagação do conflito entre Israel e Irã, sem problemas de fornecimento apesar dos ataques com mísseis entre os dois países pelo quarto dia consecutivo. O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em agosto caiu 1,35%, a 73,23 dólares. Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate, para julho, recuou 1,66%, a 71,77 dólares. Na sexta-feira, chegou a subir até 77,62 dólares. Durante a sessão, os preços baixaram até cerca de 4,50% após a publicação de um artigo do Wall Street Journal segundo o qual Teerã desejaria uma rápida desescalada no conflito com Israel. "Os piores temores do mercado de petróleo não se concretizaram", comentou à AFP John Kilduff, analista da Again Capital. "Até agora", não aconteceu "nada que possa afetar os fornecimentos mundiais", acrescentou. Israel lançou na sexta-feira uma ofensiva sem precedentes contra o Irã, direcionada a centenas de instalações militares e nucleares, com o objetivo declarado de impedir que a República Islâmica desenvolva armas atômicas. Desde então, o Irã respondeu com salvas de mísseis. "A situação é obviamente muito tensa", mas "cada vez mais analistas pensam que o estreito de Ormuz não será afetado", afirmou Kilduff. Mais de 20 milhões de barris diários transitam por esta passagem localizada entre Irã e Omã, crucial para o mercado de petróleo. Em caso de bloqueio, seria muito difícil para os transportadores encontrarem outra rota, segundo os especialistas. (AFP)

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ANP oferta áreas de petróleo sob risco de judicialização

Previsto para o fim de 2024 e adiado para ajustes no edital, o leilão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a concessão de 172 blocos será realizado nesta terça-feira (17) sob atenções do mercado. O certame é alvo de ações na justiça contra a oferta de áreas que estariam, segundo os autores, em regiões ambientalmente sensíveis, fato negado nos bastidores pela ANP. O leilão faz parte do 5º ciclo da oferta permanente de concessão, um sistema simplificado de venda das áreas. Se todos os blocos forem vendidos, a expectativa de arrecadação mínima supera os R$ 600 milhões. Áreas situadas nas bacias da Foz do Amazonas e de Pelotas devem ser as mais disputadas do leilão, segundo previsão de agentes do setor. Na Foz do Amazonas, a Petrobras vem tentando obter licença do Ibama para perfurar um poço situado em alto mar, no Amapá. O tema é polêmico dada justamente a sensibilidade ambiental da região. Nos últimos dias, Petrobras e Ibama acertaram a realização da avaliação pré-operacional (APO), uma simulação de respostas a acidentes. É a última etapa antes da emissão da licença ambiental. A previsão é que a sonda que vai fazer os trabalhos exploratórios chegue ao Amapá em 29 de junho. Do total de áreas do leilão, a Bacia da Foz do Amazonas reúne o segundo maior volume, com 47 blocos, atrás da Bacia de Santos (54). A Foz do Amazonas é considerada de alto potencial dada a proximidade com Guiana e Suriname, países que fizeram grandes descobertas de petróleo. A inclusão desses 47 blocos na rodada é alvo de duas três ações ações judiciais. A mais recente é do Ministério Público Federal (MPF), com pedido de liminar, até que sejam cumpridas medidas previstas na legislação socioambiental. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Pix automático entra em operação nesta segunda (16); veja diferença do débito automático

O Pix automático, nova funcionalidade do sistema de pagamentos instantâneos, entra em operação nesta segunda-feira (16). A modalidade autorizará o débito automático de contas recorrentes, como água, luz, telefone, academias e serviços por assinatura sem a necessidade de confirmação a cada cobrança. Para utilizar o serviço, o cliente deve definir regras, como um valor máximo a cada pagamento. Também é possível cancelar o agendamento até as 23h59 do dia anterior, caso não concorde com o valor cobrado. Apesar do lançamento da modalidade nesta segunda-feira, sua adoção deve ser gradual. Inicialmente, poucas empresas estarão preparadas para oferecer a nova opção, o que pode atrasar o uso efetivo pelos consumidores. Segundo o Banco Central, a novidade ampliará o acesso a pagamentos recorrentes para cerca de 60 milhões de brasileiros que hoje não têm cartão de crédito. Segundo o estudo Beyond Borders 2025, realizado pelo Ebanx, o Pix automático deve movimentar ao menos US$ 30 bilhões no comércio digital nos dois primeiros anos de operação. Nesse mesmo período, a modalidade deve responder por 12% de todo o volume financeiro movimentado via Pix no comércio digital. A pesquisa também aponta que, atualmente, pagamentos recorrentes com cartão de crédito somam US$ 50 bilhões por ano no Brasil. Deste montante, cerca de US$ 2 bilhões devem migrar para o Pix automático já no primeiro ano. "O Pix trouxe 71,5 milhões de pessoas para o sistema financeiro formal apenas em seus dois primeiros anos. Hoje, 91% dos adultos brasileiros usam esse pagamento instantâneo lançado há menos de cinco anos. O Pix automático potencializará essa tendência ao desbloquear serviços de assinatura que antes eram inacessíveis para quem não tinha cartão", afirma Eduardo de Abreu, vice-presidente de produto do Ebanx. Quais são as diferenças entre o Pix automático e o débito automático? Embora as duas modalidades sirvam para pagamentos recorrentes, Ralf Germer, CEO e cofundador da PagBrasil, diz que há diferenças na experiência de uso e acessibilidade para empresas. "No débito automático tradicional, a empresa precisa de convênios bancários individuais com cada banco do pagador, um processo complexo e burocrático". Além disso, nem todos os modelos de cobrança são compatíveis, o que gera limitações e custos. "O Pix automático é uma opção menos burocrática e mais econômica. Sua arquitetura padronizada e integrada ao ecossistema do Pix dispensa a necessidade de convênios complexos ou intermediários", afirma. Em relação ao controle do consumidor, ele aponta que no débito automático, o lojista pode agendar cobranças sem validação prévia dos valores ou frequências pelo banco, o que reduz o controle do usuário e torna o cancelamento mais difícil. No Pix automático, é necessário o consentimento expresso e autenticado do consumidor, com parâmetros definidos por ele, como valor máximo, frequência e validade da autorização. O consumidor também recebe notificações antes de cada cobrança. Quando usar cada serviço? Segundo o especialista, o Pix automático é vantajoso para o consumidor em contextos que exigem controle, previsibilidade e segurança, já que, por funcionar com regras e prazos previamente validados, ele reduz o risco de cobranças indevidas. Já o débito automático pode ser mais adequado em casos que envolvem contratos antigos de contas de consumo (viabilizado por empresas que só disponibilizam essa modalidade) ou em relações consolidadas com prestadores de serviço que ainda não aderiram ao Pix automático. O Pix automático vai substituir o débito automático? Por ter um custo menor e mais flexibilidade, o Pix automático é apontado pelo Banco do Brasil como uma evolução do débito automático. A expectativa é que a nova modalidade ganhe escala rapidamente, especialmente entre empresas de menor porte e, no médio prazo, deve substituir o sistema tradicional de débitos recorrentes. Ele também irá substituir os boletos? É possível que a novidade substitua os boletos em contextos que envolvam o pagamento de mensalidade, serviços por assinatura e outras cobranças recorrentes. O Itaú espera que o Pix automático ajude a melhorar em até 30% o pagamento de clientes que hoje usam boletos e QR Codes. Em testes internos, o banco verificou que clientes que passam a pagar por recorrência, ou seja, de forma automática, tendem a manter os pagamentos em dia com mais frequência. Como funciona o Pix automático? O cliente deve checar se a empresa (como sua academia ou seu serviço de streaming) oferecem o Pix automático como forma de pagamento Depois, será necessário autorizar o pagamento das cobranças e definir regras, como o valor máximo de cada pagamento e se vai usar ou não linha de crédito Periodicamente, nos dias anteriores ao pagamento, a empresa enviará a cobrança ao banco do pagador O banco agenda o pagamento e notifica o cliente, que pode conferir, antes do pagamento e no app da sua conta, se está tudo certo No dia previsto, o banco efetiva o pagamento da cobrança de acordo com as regras definidas na autorização É possível limitar o valor de cada cobrança? Sim. O pagador pode definir um valor máximo para cada débito autorizado. Isso significa que, se uma cobrança ultrapassar esse limite, o pagamento não será feito automaticamente. No entanto, esse valor máximo pode ter um valor mínimo, chamado de "piso", definido pelo recebedor. Por exemplo: se o piso for R$ 50, o pagador só poderá estabelecer um limite igual ou acima disso. Esse limite pode ser ajustado na hora da autorização ou alterado depois, a qualquer momento. O banco do pagador verifica esse valor sempre que uma nova cobrança é agendada. Se a cobrança for maior do que o limite definido, ela não será agendada, e o pagador será avisado. É importante saber que esse valor máximo é verificado na hora do agendamento da cobrança, e não no momento em que o dinheiro sai da conta. Se o pagador mudar o limite depois que uma cobrança já tiver sido agendada, a mudança não vale para essa cobrança. O que acontece se o consumidor não tiver saldo na conta? Se não houver saldo o pagamento não será feito, e o pagador será notificado. O banco tentará novamente outras vezes no mesmo dia. Se mesmo assim o pagamento não for realizado, o usuário será avisado mais uma vez. Em alguns casos, se o recebedor permitir, o banco pode tentar fazer o pagamento nos dias seguintes. As novas tentativas após o vencimento devem ocorrer em, no máximo, três datas diferentes, respeitar um prazo máximo de sete dias corridos após a data de liquidação original e não ultrapassar a data de início do próximo ciclo.

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Câmara pode votar derrubada de regra para trabalho aos feriados

A derrubada da portaria que restringiu o trabalho aos feriados no Brasil poderá ser votada no plenário da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (16). A convocação de uma sessão extraordinária para a segunda foi fechada pelo presidente da casa, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), na última quinta (12), após reunião com os líderes partidários. Parlamentares da oposição aproveitaram o momento de fragilidade do governo para pedir a inclusão do texto na pauta, pleito que vinha sendo feito a Motta há algumas semanas para pressionar o Ministério do Trabalho e Emprego a revogar a portaria ou adiar sua vigência novamente. O mais importante item da pauta de segunda é a votação da urgência de um projeto que revoga o novo decreto do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) publicado na noite de quarta (11) pelo presidente Lula (PT). O projeto de decreto legislativo (como são chamadas as propostas que sustam medidas do Executivo) do trabalho aos feriados foi apresentado em 2023 pelo deputado Luiz Gastão (PSD-CE). Naquele ano, as entidades empresariais reagiram à publicação da norma e conseguiram a aprovação do trâmite de urgência do texto. Quando isso acontece, o projeto pode ser analisado direto no plenário, sem precisar passar pelas comissões (rito que seria muito mais demorado). O PDL de Gastão reúne outros 16 sobre o mesmo tema. O projeto acabou não sendo votado porque o governo adiou a entrada em vigor da norma, decisão que repetiu outras vezes desde então. O relator desse é o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), que preside a Frente Parlamentar do Empreendedorismo, que encabeçou, junto com a Frente Parlamentar do Comércio e Serviços, uma mobilização para evitar que a portaria entre em vigor. As frentes têm pressionado pela revogação da portaria, mas sinalizaram que aceitariam um novo adiamento. Como até agora o Ministério do Trabalho e Emprego não publicou nova portaria, deputados da oposição e que são contrários à regra mais rígida consideraram que colocar o texto em pauta faria o governo se movimentar. A regra mais restritiva para o trabalho em feriados passaria a valer em 1º de julho. A Folha apurou que um novo adiamento já estava acordado com as frentes e que o compromisso teria sido feito pelo ministro Luiz Marinho com os parlamentares envolvidos na negociação. Parte das conversas incluiu a elaboração de um projeto de lei com uma solução definitiva ao impasse, e que coube a Gastão, deputado ligado ao sindicalismo patronal. Na sexta (13), o parlamentar disse esperar fechar o texto até terça (17) e conversar com o ministro Marinho na véspera. A portaria 3.665 foi publicada em novembro de 2023 e prevê a obrigação de o trabalho aos feriados ser negociado entre trabalhadores e empregadores por meio de convenção coletiva. A medida revogou uma outra, do governo Jair Bolsonaro (PL), que autorizava o trabalho nessas datas. A portaria da gestão anterior liberava de forma irrestrita o trabalho de funcionários em setores como o de supermercados e hipermercados, entre outros, sem negociação coletiva com trabalhadores. Essa regra acabou com a necessidade de qualquer documento entre empregadores e empregados tratando do trabalho, ou entre a empresa e o sindicato da categoria. Bastava apenas convocação ou comunicado do empregador feita ao trabalhador. Para sindicatos que se opõem à liberação irrestrita, os trabalhadores perdem a possibilidade de negociar outras compensações além da folga prevista na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). O projeto em elaboração por Luiz Gastão deve manter alguma participação dos sindicatos, mas segundo parlamentares que participaram das conversas, há discordância quanto ao modelo de cobrança da contribuição associativa. A ideia dos parlamentares é a de que o texto legislativo preveja condições especiais a trabalhadores de setores do turismo, shoppings, restaurantes e supermercados, onde as atividades aos feriados são predominantes ou já estão consolidadas.

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