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Projeto que amplia etanol na gasolina pode ser votado nesta semana na Câmara

A Câmara dos Deputados pode votar na semana que vem um pacote de projetos de lei que pretende elevar a quantidade de combustíveis renováveis na gasolina e no óleo diesel. O relator, o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), passou os últimos dias conversando com as bancadas em busca de um acordo para levar a pauta ao plenário. Baseado em um projeto enviado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023, com a adição de outras cinco propostas, o texto possibilita ao governo federal elevar em até 35% o percentual do etanol na gasolina, caso seja comprovada a sua viabilidade técnica. A proposta é mais ambiciosa que a do Palácio do Planalto, que previa a ampliação para 30%. Hoje, o limite é de 27,5%. Também será possível ao Poder Executivo reduzir o percentual a 22%, sob as mesmas condições. Outro ponto do projeto trata da elevação anual do percentual obrigatório do biodiesel ao óleo diesel, no período de 2025 a 2030. Com um aumento de um ponto percentual por ano, partindo dos atuais 15%, o índice poderá chegar a 20% ao final do período, em um regime denominado B20. Ao mesmo tempo, o governo, por meio do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), fica autorizado a aumentar a quantidade para 25% a partir de 2031, em outra alteração ao texto do governo. Além disso, o CNPE poderá ampliar o ajuste anual, caso o cenário seja favorável a isso. As medidas são justificadas por Jardim pela necessidade de descarbonização do setor de transportes, um dos maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. eldquo;Uma das formas mais eficientes de fazê-lo é por meio da oferta de combustíveis menos poluenteserdquo;, diz o relator. Veja outros pontos do projeto eldquo;combustível do futuroerdquo;: Aviação O pacote cria um programa de incentivo à pesquisa, produção e uso do combustível sustentável de aviação, também conhecido pela sigla em inglês SAF (Sustainable Aviation Fuel), produzido a partir de matérias-primas como cana-de-açúcar e resíduos sólidos. A partir de 2027, as companhias aéreas serão obrigadas a reduzir as emissões de carbono em um ponto percentual pelos dez anos seguintes. Ou seja, a diminuição será de 1% no primeiro ano e de 10% em 2037. O CNPE poderá alterar os percentuais. Biometano Outro projeto incorporado institui o Programa Nacional do Biometano, um combustível derivado da purificação do biogás retirado do processo de decomposição de resíduos orgânicos. O texto busca incorporar o biometano à matriz energética brasileira, especialmente na matriz de transporte nacional. A partir de 2026, 1% do gás natural comercializado no país deverá incluir o biometano, percentual que deve ir aumentando sucessivamente, até chegar a 10% em 2023. O ritmo da evolução anual será definido pelo CNPE. Combustíveis sintéticos O projeto ainda trata dos combustíveis sintéticos, que como outras fontes de energia, deverão ser regulamentados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Fabricado em laboratório, o combustível sintético é produzido a partir da combinação de dois gases - hidrogênio e dióxido de carbono - por meio de processos que não utilizam petróleo. É considerado uma alternativa para preservar os veículos com motores a combustão, por ser uma fonte com menor emissão de poluentes. Diesel verde Produzido a partir de matérias-primas renováveis, como gorduras de origem vegetal e animal e cana-de-açúcar, o diesel verde também será adotado gradualmente, de acordo com o projeto, por meio do Programa Nacional de Diesel Verde. Entre 2027 e 2037, o diesel verde deverá ser incorporado ao tradicional óleo diesel, chegando ao piso de 3% ao final deste período, com valores anuais estabelecidos pelo CNPE de acordo com as condições e oferta do combustível. Será permitida a adição voluntária acima desta marca. Estocagem de carbono Por fim, o pacote eldquo;combustível do futuroerdquo; cria uma série de regras para a captura e armazenamento de dióxido de carbono, editadas pela ANP. A agência deverá fornecer dados para a identificação de áreas com maior potencial para a estocagem. Cada empresa ou consórcio empresarial que quiser aderir à atividade poderá ser autorizada a fazê-lo pelo prazo de 30 anos, prorrogável pelo mesmo período de tempo em caso de cumprimento das normas celebradas. Caso haja descumprimento das regras, a companhia infratora estará sujeita à cassação da autorização, além de outras punições a depender da gravidade do ocorrido, segundo avaliação da ANP.

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Pesquisa da USP pode aumentar em até 60% produção de etanol de segunda geração

Uma nova cepa geneticamente modificada de levedura demonstrou, em condições semelhantes às industriais, potencial para otimizar em até 60% a produção de etanol de segunda geração (2G) no Brasil, sem a necessidade de aumentar a área plantada de cana-de-açúcar. Segundo resultados divulgados na revista Scientific Reports, a inovação poderá também reduzir parte dos custos da indústria. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e colaboradores, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A plantação de cana-de-açúcar e seu processamento agroindustrial geram todos os anos milhões de toneladas de biomassa lignocelulósica, resíduo de matéria orgânica composto de lignina, celulose e hemicelulose. Atualmente destinada apenas à queima para a geração de energia elétrica, essa biomassa também pode servir de matéria-prima para a fabricação do etanol 2G, considerado um dos combustíveis com menor pegada de carbono do mundo justamente por utilizar resíduos do processo de fabricação do etanol comum e do açúcar. Há, no entanto, um obstáculo para o uso da biomassa lignocelulósica: por se tratar de um açúcar complexo, ela não é metabolizada naturalmente pelo microrganismo utilizado na produção tradicional de etanol, a levedura Saccharomyces cerevisiae. Durante a fabricação do combustível 2G, é necessário realizar uma etapa extra de pré-tratamento, com altas temperaturas e altas pressões, e uma etapa de hidrólise, com enzimas que quebram os açúcares e os tornam disponíveis para a fermentação. Somente então é possível a conversão em etanol. No estudo recentemente publicado, os pesquisadores lançaram mão de sequências gênicas de enzimas encontradas em outros fungos para construir uma nova versão da levedura, capaz de transportar e degradar internamente componentes da hemicelulose (oligossacarídeos) que compõem a biomassa lignocelulósica. Os genes foram, então, inseridos em S. cerevisiae, dando origem a uma nova cepa. Desenvolvida em parceria com pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp), de Illinois (Estados Unidos) e de Bath (Reino Unido) e testada em um meio próximo ao real (industrial), a nova levedura carrega ainda outras modificações importantes. Por meio da substituição de determinados genes, pode metabolizar ácido acético, produto da digestão da hemicelulose normalmente não consumido pelas leveduras, tóxico e que compromete o processo de fermentação. eldquo;Atuamos com engenharia metabólica para dar à levedura a capacidade de ser autossuficiente em processos que ela não seria naturalmenteerdquo;, explica Dielle Pierotti Procópio, pesquisadora do Instituto de Química (IQ) da USP e primeira autora do estudo. A cepa mutante produziu 60% mais etanol e 12% menos xilitol (gerado a partir da xilose) do que a cepa controle. Econômica e ambientalmente correta O destaque da nova levedura é sua capacidade de aumentar a produção do etanol de segunda geração sem demandar a ampliação da área plantada de cana-de-açúcar. Além disso, pelo fato de ser capaz de metabolizar açúcares complexos, a biomassa não precisa passar por tratamentos químicos severos endash; esse tipo de processo costuma demandar condições específicas de temperatura e pressão, consumindo mais energia e gerando uma quantidade considerável de resíduos agressivos ao meio ambiente. Outra vantagem é a redução de custos para a indústria. eldquo;Normalmente, os fabricantes precisam comprar enzimas que digerem açúcares complexos, o que encarece consideravelmente o processo endash; é um custo extra que não existe na produção do combustível tradicionalerdquo;, explica Thiago Olitta Basso, professor do Departamento de Engenharia Química da Escola Politécnica (Poli) da USP e coordenador do estudo. eldquo;Além disso, condições mais amenas de pré-tratamento levam à diminuição da produção de certos compostos tóxicos, o que permite uma fermentação melhor do etanol de segunda geração e contribui ainda mais para o rendimentoerdquo;, completa Basso. De acordo com os pesquisadores, trabalhos futuros podem explorar ainda o potencial dessa nova levedura para controlar bactérias contaminantes, geralmente bactérias láticas, que comprometem o rendimento, pois esses açúcares complexos não são metabolizados por tais contaminantes. Isso reduziria o peso ambiental do uso de antibiótico na indústria. (Agência Fapesp)

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Corrida global por energia limpa deve triplicar produção de etanol no Brasil

Vinte anos após a introdução dos carros flex, em 2003, a transição para uma economia de baixo carbono oferece mais uma oportunidade para a cana-de-açúcar e a indústria sucroalcooleira no Brasil. A chegada dos veículos elétricos intensifica investimentos em carros híbridos, inclusive com uso do etanol, uma vantagem energética do país. Essa nova perspectiva e avanços tecnológicos no campo formam um cenário que pode dobrar a produção de cana e triplicar a de etanol, dizem executivos e pesquisadores do setor. Com as metas de redução de gases de efeito estufa (GEEs) gerados pelos combustíveis de origem fóssil, a indústria automobilística parece se dividir entre a aposta da China nos elétricos e o caminho dos híbridos, que combinam motores elétricos e a combustão, como o flex brasileiro. Essa segunda vertente é o centro dos planos bilionários anunciados recentemente por Toyota e Stellantis (dona de Fiat e Peugeot), por exemplo, entre os R$ 117 bilhões que montadoras investirão no país até 2030. Parte da indústria acredita que os híbridos são o modelo ideal de transição, particularmente em países emergentes, onde o preço alto dos carros elétricos e a falta de infraestrutura de recarga são barreiras. Se, por um lado, o veículo híbrido reduz o consumo de etanol por motorista, a adoção desse caminho por outros países pode elevar a demanda global por um combustível do qual o Brasil é exportador. E há outros motivos para o otimismo: países discutem elevar a diluição de biocombustíveis na gasolina para reduzir emissões e várias rotas tecnológicas tentam viabilizar o SAF, o combustível sustentável de aviação que poderá substituir o atual querosene, de origem fóssil. Brasileiros estão otimistas sobre a possibilidade de o álcool despontar como o insumo mais vantajoso. O etanol ainda pode ser usado na produção de hidrogênio. emdash; Imagina os EUA colocando 5% a mais de etanol na gasolina. Hoje são 10%. Imagina, no Brasil, subindo para 30%. Imagina outros países adotando essa mistura. O Brasil tem grande potencial emdash; empolga-se Fabio Venturelli, presidente da São Martinho, fabricante de açúcar e etanol. A Raízen, maior do ramo no país, constrói, até 2027, oito usinas de etanol de 2ª geração, fabricado a partir de celulose encontrada em palha de cana ou outras plantas. O investimento soma quase R$ 10 bilhões, já que cada unidade custa em torno de R$ 1,2 bilhão. Sustentabilidade no ar Até 2030, serão 20 usinas. No fim de fevereiro, anunciou a captação de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,5 bilhões), em eldquo;títulos verdeserdquo; de longo prazo, para financiar parte desses aportes. emdash; Nas regulações europeia, japonesa e americana, o etanol de 2ª geração se encaixa. Uma empresa de energia europeia, por exemplo, tem um limite de emissões (de GEEs). Ou ela reduz ou compra um produto que tenha créditos. O etanol de 2ª geração é como se fosse um crédito de carbono emdash; define Mateus Lopes, diretor de Transição Energética e Investimentos da Raízen. Na aviação comercial, não há saída fora dos biocombustíveis, observa Bernardo Gradin, presidente da GranBio, pioneira brasileira no etanol de 2ª geração. Segundo a Iata, a entidade global que reúne as companhias aéreas, 65% da redução de emissões do setor até 2050 terão de vir do SAF. Em 2023, 300 milhões de litros foram produzidos. A perspectiva é de 5 bilhões de litros anuais em 2025. A GranBio investe numa usina experimental nos EUA em parceria com a Honeywell, fornecedora do setor de aviação. emdash; A demanda de SAF é real emdash; diz Gradin. A Atvos já planeja a construção de uma refinaria de SAF no Brasil, para ir além do açúcar e do álcool e agregar valor. O estudo de viabilidade econômica ainda pode consumir de três a cinco anos, mas Bruno Serapião, presidente da empresa, se diz confiante. endash; Fica o alerta: o Brasil é o maior exportador de soja do mundo, mas perdeu o bonde de ser o maior exportador de farelo e óleo de soja, porque não montou uma política industrial para favorecer a instalação dessas indústrias aqui. Na fronteira tecnológica, a startup Hytron, nascida na USP, trabalha com a Raízen e a petroleira Shell num projeto para desenvolver hidrogênio verde a partir do etanol. Seria uma forma de driblar dois dos principais obstáculos à produção de hidrogênio verde: a alta demanda por eletricidade de fonte renovável e o transporte do gás, que requer condensação em baixíssima temperatura em navios para exportação. O projeto, que constrói unidades experimentais, consiste em extrair hidrogênio do etanol, mais fácil de transportar, em usinas, chamadas de eldquo;reformadoreserdquo;, instaladas próximas dos consumidores. emdash; Em vez de desenvolver uma cadeia logística nova, podemos aproveitar a que já existe emdash; diz o gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell no Brasil, Alexandre Breda. Na frente agrícola, a tecnologia possibilitará produzir mais com menos cana. O CTC, empresa de pesquisa mantida pelos principais grupos sucroalcooleiros, desenvolve novas variedades genéticas de cana, incluindo transgênicas, mais resistentes a pragas e mais produtivas, e sementes para facilitar o plantio, até hoje baseado em mudas. emdash; Nossa visão é que é possível dobrar a produtividade da cana-de-açúcar nos próximos 20 anos, o que vai mudar completamente o jogo emdash; diz Cesar Barros, presidente do CTC. Salto na produção Isso significaria alcançar 1,2 bilhão de toneladas de cana por ano, conforme dados da Unica, entidade que representa o setor, com a mesma área plantada. Com mais cana e a ampliação do parque industrial (atualmente são 360 usinas), o país poderia dar um salto na produção de açúcar e etanol, para cerca de 70 bilhões de litros anuais. A do combustível poderia triplicar porque há também ganhos na frente tecnológica industrial. Um estudo publicado em 2020 pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), estima que a incorporação generalizada do etanol de segunda geração poderia ampliar a produção em mais 50%. Se esse aumento se der sobre a produção elevada pelo aumento da produtividade da cana, seriam 100 bilhões de litros ao ano, o triplo da atual. No estágio atual, o elevado custo de produção ainda é um obstáculo para a incorporação da tecnologia de 2ª geração. Para reduzi-lo, o LNBR trabalha no desenvolvimento de enzimas nacionais, insumo essencial no processo de transformar a celulose em etanol. Eduardo Couto, diretor do laboratório, diz que, após testes, será possível o uso comercial por volta de 2030. emdash; Uma enzima produzida localmente na usina reduz custos com logística, reduz a pegada de carbono e faz com que o etanol de segunda geração fique mais competitivo comercialmente emdash; diz Couto. Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, que reúne empresas do ramo, inclui no rol de uma eldquo;transformação aceleradaerdquo; do setor o etanol de milho e o biometano. Em dez anos, o etanol de milho saltou de zero para 17% de todo o volume no país. O biometano emdash; substituto do gás natural de origem fóssil, tanto para a indústria quanto para o transporte, como gás natural veicular (GNV) emdash; é gerado a partir da vinhaça e da torta de filtro, sobras da fabricação de açúcar e etanol. Rodrigues vê no gás potencial semelhante ao da geração de eletricidade a partir do bagaço. Hoje, essa fonte já soma 5% da matriz elétrica do país. Clima preocupa As oportunidades se colocam num momento de retomada após anos de dificuldades, diz Leonardo Alencar, analista da XP Investimentos. Desde a década passada, a cana tem sido atingida pela seca e pelo calor. Recentemente, problemas climáticos na Índia, maior competidor do Brasil no açúcar, elevaram os preços internacionais, incentivando a produção brasileira. Por aqui, canaviais foram beneficiados pelas chuvas, que podem minguar este ano com La Niña. Segundo Alencar, na conjuntura atual, o açúcar tem sustentado o setor, enquanto o etanol está com preço relativamente baixo. Rodrigues, da Unica, considera o vaivém dos preços normal.

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Petróleo fecha em baixa de 1%, com incertezas sobre nível de aperto do mercado

O petróleo fechou em baixa nesta sexta-feira, 8, enquanto os investidores avaliam se a oferta estará suficientemente restritiva para apoiar os preços, de olho em operações de oleoduto norte-americano e em números da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Tampouco havia entusiasmo na frente da demanda, à medida que o bom humor inicial com o relatório de emprego (payroll) dos EUA se dissipava. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para abril fechou em baixa de 1,16% (US$ 0,92), a US$ 78,01 o barril, enquanto o Brent para maio fechou em baixa de 1,06% (US$ 0,88), a US$ 82,08 o barril. Em relação à sexta-feira passada, 1º, o contrato mais líquido do WTI desvalorizou 2,45% e o do Brent, 1,75%. O petróleo chegou a subir mais de 1% nesta sessão, quando circulou a notícia de interrupção das operações do oleoduto Keystone, da TC Energy. O equipamento é responsável por transportar petróleo canadense ao meio-oeste e Costa do Golfo dos EUA. Mas a suspensão das atividades foi breve, e logo o preço da commodity passou a recuar. A publicação do relatório de emprego dos EUA provocou uma diminuição das perdas. O apoio, porém, foi se perdendo ao longo do dia, conforme os mercados digeriam a bateria de dados mistos, em busca de sinais sobre quando o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) começará a cortar juros. eldquo;Tivemos a divulgação de alguns indicadores negativos ao longo da semana, tanto nos Estados Unidos quanto na Alemanha e na China. Isso ocorre em meio a uma política monetária contracionista aplicada tanto por parte do Fed quanto pelo Banco Central Europeu (BCE), que devem se estender ao longo do primeiro semestre e devem garantir uma desaceleração das atividades econômicas nessas regiõeserdquo;, detalhou o analista Bruno Cordeiro, da StoneX, que comentou os receios do mercado em relação à evolução da demanda global. Há ainda muitas dúvidas se a Opep conseguirá manter os cortes de produção no segundo semestre deste ano, como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em reportagem. A Rystard Energy calcula que a produção de petróleo nos países da Opep e aliados cresceu em 212 mil barris por dia em fevereiro ante janeiro. A maior parte desse aumento resultou de uma recuperação na produção da Líbia (165 mil barris por dia) após perturbações no mês anteriorerdquo;, comentou o vice-presidente sênior da consultoria, Jorge León. (Estadão Conteúdo)

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Brasil importa menos diesel com mais biodiesel e maior produção local, diz StoneX

As importações de diesel pelo Brasil em fevereiro recuaram 16,8% ante o mesmo mês do ano passado, diante de um aumento de oferta por refinarias nacionais e da elevação da mistura de biodiesel no combustível vendido nos postos, informou a consultoria StoneX nesta quinta-feira, após a publicação de dados oficiais pelo governo. No segundo mês do ano, o Brasil importou 869 milhões de litros de diesel, sendo 62% da Rússia, seguido por Emirados Árabes Unidos (30%) e Estados Unidos (8%), conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior, compilados pela StoneX. A Rússia se tornou a principal fornecedora de diesel do Brasil em 2023, já que seu produto tem sido ofertado, por alguns períodos, com desconto em relação a outras origens, conforme o país se mobiliza para garantir uma maior diversificação de compradores diante de sanções por conta da guerra da Ucrânia. O volume total importado de diesel em fevereiro pelo país também recuou 18,1% na comparação com janeiro, apontaram os dados. A StoneX destacou que as refinarias domésticas produziram 3,92 bilhões de litros de diesel A (puro, sem adição de biodiesel) em janeiro, alta de 5,9% ante o mesmo mês do ano passado. A Petrobras, maior produtora nacional de diesel, tem elevado a taxa de utilização de suas refinarias para reduzir a dependência do produto importado. Também contribuiu com a redução da dependência do importado o aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel vendido nos postos do país, pelo governo, de 12% para 14% a partir de 1º de março. A StoneX projeta que as importações de diesel A pelo Brasil em 2024 devem alcançar 13,8 bilhões de litros, queda de 4,9% ante 2023, justamente pelo cenário de ampliação da oferta nacional e redução da participação do diesel puro no combustível comercializado nas bombas. Em contrapartida, a StoneX estima atualmente uma demanda anual recorde de 66 bilhões de litros de diesel B (com biodiesel) em 2024 no Brasil, com ligeira alta ante a máxima do ano passado. No acumulado entre janeiro e fevereiro, porém, as importações de diesel subiram 7,6% ante o mesmo período de 2023, para 1,93 bilhão de litros, segundo a consultoria. A Rússia se mantém no principal posto, com 70% do mercado, com EUA e Emirados Árabes Unidos disputando o segundo e terceiro lugar no fornecimento ao Brasil, disse a StoneX. (Reuters)

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Petrobras frustra mercado com corte de dividendo extraordinário e forte queda no lucro

A Petrobras confirmou na quinta-feira (7) temores de investidores de que não pagaria dividendos extraordinários relativos ao quarto trimestre. A companhia anunciou a distribuição de dividendos ordinários de R$ 14,2 bilhões, dentro da fórmula que estabelece o equivalente a 45% do fluxo de caixa livre. Os dividendos correspondem a R$ 1,09894844 por ação preferencial e ordinária e serão pagos em duas parcelas, em maio e junho. Caso a proposta seja aprovada em assembleia de acionistas, no dia 25 de abril, os dividendos totais pagos pela companhia relativos a 2023 totalizarão R$ 72,4 bilhões, considerando as antecipações realizadas ao longo do ano passado. A expectativa, hoje, é com a reação do mercado nacional com a decisão da empresa de não pagar dividendos extras. Com a notícia sobre o pagamento dos dividendos, as ações da companhia na Bolsa de Nova York chegaram a cair cerca de 10% nas negociações pós-mercado. Para ler esta notícia, clique aqui.

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