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Preço da gasolina sobe 12,5% nos postos em 2023

O preço médio da gasolina aumentou nos postos do país em 2023, enquanto diesel e etanol tiveram quedas. É o que mostram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgados na última terça-feira (2). Veja abaixo como ficou o acumulado no primeiro ano do governo Lula 3. GASOLINA: o preço médio passou de R$ 4,96 na última semana de 2022 para R$ 5,58 na semana de 24 a 30 de dezembro de 2023. O avanço é de 12,5%. ETANOL: encerrou 2022 custando R$ 3,87. Nesta semana, o valor médio encontrado foi de R$ 3,42 emdash; recuo de 11,6%. DIESEL: fechou o ano passado a R$ 6,25. Agora, está custando, em média, R$ 5,86 emdash; queda de 6,24% no ano. Diversos fatores ajudam a explicar a variação nas bombas. Entre eles, a reoneração dos combustíveis, a cotação internacional do petróleo, o câmbio e os reajustes de preços pela Petrobras às refinarias. No caso do etanol, há relação direta com a safra de cana-de-açúcar. (veja mais abaixo) Apesar do registro de fortes variações nos preços em meados de 2023, é possível perceber uma estabilização na curva de valores a partir de agosto, tanto para a gasolina quanto para o diesel e o etanol. Veja no gráfico abaixo. O que explica as variações O ano foi marcado pela retomada de impostos federais sobre os combustíveis. Além disso, exerceram influência nos preços a cotação internacional do petróleo, o câmbio e os reajustes dos valores praticados pela Petrobras emdash; que, em 2023, também alterou sua política de preços. No caso do etanol, a queda nos preços foi influenciada principalmente pela boa safra da cana-de-açúcar e pela decisão das usinas de eliminar estoques, com o intuito de diminuir custos e baratear o combustível. Veja o ponto a ponto: Reoneração A cobrança de PIS/Cofins foi retomada integralmente para a gasolina e o etanol em junho de 2023, ajudando a pressionar os preços dos combustíveis emdash; especialmente da gasolina emdash; nas bombas. O retorno da cobrança já era previsto. Em março, inclusive, o governo Lula (PT) já havia aplicado um aumento parcial dos tributos. A reoneração dos combustíveis reverteu a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de zerar em 2022 a cobrança dos impostos federais, em um contexto de escalada de preços nas bombas e de proximidade das eleições presidenciais. À época, a medida de Bolsonaro foi vista como eleitoreira por economistas e analistas políticos. Já o diesel permaneceu com impostos federais zerados em 2023 emdash; com exceção de quando teve cobranças antecipadas para financiar o programa de carros populares do governo federal. A retomada integral de PIS/Cofins para o combustível ocorrerá em 2024. Para especialistas, apesar da retomada de tributos, os reflexos nos preços foram moderados. "Os efeitos da reoneração foram amortecidos justamente pelo comportamento dos preços do petróleo no mercado internacional, que caíram", explica André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica. Cotação internacional do petróleo O barril de petróleo tipo Brent, referência para o mercado, encerrou 2022 cotado a US$ 85,91. Um ano depois, na cotação de 29 de dezembro de 2023, fechou avaliado em US$ 77,04, o que representa uma queda de 10,3%. Galhardo lembra que, apesar de aumentos pontuais, o petróleo seguiu em tendência de desvalorização ao longo do ano. "Os aumentos que nós vimos foram uma resposta ao aquecimento da economia norte-americana e a sinais de uma retomada mais forte da economia chinesa, o que acabou não se sustentando", explica, reforçando que a China não decolou e que os EUA ainda têm dados "incipientes". O economista também destaca a influência da Opep, grupo de países produtores e exportadores de petróleo, na variação dos preços. "Em reunião no fim de novembro, a Opep anunciou novos cortes na produção, mas não da forma que alguns membros gostariam. Não houve consenso, e o tiro saiu pela culatra: a produção continua elevada, e o preço da commodity caiu", diz. Vale lembrar que diminuir a oferta é um artifício usado pelo grupo para encarecer a commodity: menos petróleo no mercado significa, na prática, maior valorização do produto. Mudança na política de preços da Petrobras A cotação do petróleo no mercado internacional influencia diretamente os preços praticados pela Petrobras e, consequentemente, os valores encontrados nas bombas. Ou seja, quanto mais valorizada a commodity, maior tende a ser o custo dos combustíveis nos postos. Essa influência era ainda mais evidente quando a Petrobras seguia a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior. A petroleira, em maio de 2023, anunciou a alteração dessa política. A mudança definiu que seus preços às distribuidoras passaram a estar no intervalo entre: o maior valor que um comprador pode pagar antes de querer procurar outro fornecedor; e o menor valor que a Petrobras pode praticar na venda mantendo o lucro. À época, analistas ouvidos pelo g1 consideraram o novo modelo confuso e pouco transparente. Na prática, porém, o entendimento era de que o consumidor final seria beneficiado, justamente porque a estatal passaria a segurar os repasses das oscilações do dólar e do petróleo. Vale lembrar que os valores praticados pela petroleira não são os mesmos dos postos de combustíveis. Os preços nas bombas também levam em conta os impostos e a margem de lucro das distribuidoras e revendedoras. Reajustes pela Petrobras Apesar do aumento dos preços nos postos em 2023, a Petrobras informou que, ao longo do ano, a gasolina teve ajustes para baixo nas refinarias, com o litro ficando R$ 0,27 mais barato emdash; queda de 8,7% no período. Já o diesel recuou R$ 1,01 o litro, uma retração de 22,5%, segundo a petroleira. Mas o que, então, explica o aumento nos postos? Ricardo Balistiero, professor de economia do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), afirma que os movimentos mais fortes de alta ocorreram no meio do ano, com a retomada de impostos sobre os combustíveis emdash; apesar da suavização de preços com o mercado externo mais positivo. "Foram dois momentos cruciais de alta. Mas, depois disso, verificamos até uma redução. Então, não vejo nenhum tipo de pressão que preocupe quanto ao comportamento da gasolina", diz. Câmbio O câmbio também favoreceu os preços dos combustíveis em 2023. "A moeda brasileira se valorizou em 2023. Isso é bom inclusive para a Petrobras, porque abre margem para cortes de preços", diz André Galhardo, da Análise Econômica. Em 2023, a moeda norte-americana registrou queda de 8,06% frente ao real, cotada a R$ 4,8525. "O ano de 2023 foi muito positivo para os preços dos combustíveis no Brasil, especialmente se compararmos com 2022, quando tivemos o conflito entre Rússia e Ucrânia e a forte taxa de câmbio", compara Ricardo Balistiero, do IMT, reforçando que não houve eventos de grande impacto para os combustíveis no ano. E o etanol? Em 2023, o preço do etanol foi influenciado principalmente pela boa safra da cana-de-açúcar e pela prática de preços mais baixos pelas usinas, que buscaram diminuir estoque, aumentar a oferta e tornar o etanol mais vantajoso, explica Ricardo Balistiero, do IMT. "A queda do etanol, especialmente nos últimos meses, ocorre exatamente pelo movimento de desovar estoque, tornando o etanol mais atrativo do que a gasolina, pensando na regra dos 70% emdash; que considera o etanol mais vantajoso quando está custando até 70% do preço da gasolina", diz. "Ou seja, existe o custo do estoque [que incentiva a venda do produto a preços menores], além de uma safra muito boa. Isso possibilita a redução nos postos de combustíveis." Sabe qual combustível está valendo mais a pena? Confira na calculadora do g1: Como funciona a calculadora? O cálculo médio é feito a partir do preço e do rendimento de cada combustível. Com a oscilação dos valores da gasolina e do etanol nos postos, a opção mais vantajosa pode variar. Segundo especialistas, o etanol vale mais a pena quando está custando até 70% do preço da gasolina. Entenda o cálculo. O que esperar para 2024 A equipe econômica do governo não prevê impostos federais reduzidos sobre combustíveis em 2024. A informação consta na proposta de Orçamento do ano que vem e foi confirmada pela Secretaria da Receita Federal ao g1. Apesar do fim de benefícios fiscais para gasolina, etanol e querosene de aviação já em 2023, as alíquotas seguirão reduzidas até o último dia deste ano para o diesel, biodiesel e para o gás de cozinha (GLP). Com o fim da desoneração, portanto, esses produtos terão impostos elevados no começo de 2024. Caso os valores sejam repassados, haverá aumento de preços aos consumidores emdash; com impacto na inflação. No caso do diesel, o reajuste tende a impactar de uma forma geral os preços da economia, pois o combustível é utilizado no transporte de cargas pelo país, assim como no transporte público. O aumento da tributação do gás de cozinha, por sua vez, tende a afetar não somente a população de baixa renda, mas também a classe média e os preços cobrados pelos restaurantes. Para 2024, também está projetado o aumento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo estadual. A alta será de 12,5% nas alíquotas do imposto sobre a gasolina, o diesel e o gás de cozinha. A decisão foi publicada em 20 de outubro, e passará a valer em 1º de fevereiro de 2024.

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Preço da gasolina sobe 12,5% nos postos em 2023

O preço médio da gasolina aumentou nos postos do país em 2023, enquanto diesel e etanol tiveram quedas. É o que mostram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgados na última terça-feira (2). Veja abaixo como ficou o acumulado no primeiro ano do governo Lula 3. GASOLINA: o preço médio passou de R$ 4,96 na última semana de 2022 para R$ 5,58 na semana de 24 a 30 de dezembro de 2023. O avanço é de 12,5%. ETANOL: encerrou 2022 custando R$ 3,87. Nesta semana, o valor médio encontrado foi de R$ 3,42 emdash; recuo de 11,6%. DIESEL: fechou o ano passado a R$ 6,25. Agora, está custando, em média, R$ 5,86 emdash; queda de 6,24% no ano. Diversos fatores ajudam a explicar a variação nas bombas. Entre eles, a reoneração dos combustíveis, a cotação internacional do petróleo, o câmbio e os reajustes de preços pela Petrobras às refinarias. No caso do etanol, há relação direta com a safra de cana-de-açúcar. (veja mais abaixo) Apesar do registro de fortes variações nos preços em meados de 2023, é possível perceber uma estabilização na curva de valores a partir de agosto, tanto para a gasolina quanto para o diesel e o etanol. Veja no gráfico abaixo. O que explica as variações O ano foi marcado pela retomada de impostos federais sobre os combustíveis. Além disso, exerceram influência nos preços a cotação internacional do petróleo, o câmbio e os reajustes dos valores praticados pela Petrobras emdash; que, em 2023, também alterou sua política de preços. No caso do etanol, a queda nos preços foi influenciada principalmente pela boa safra da cana-de-açúcar e pela decisão das usinas de eliminar estoques, com o intuito de diminuir custos e baratear o combustível. Veja o ponto a ponto: Reoneração A cobrança de PIS/Cofins foi retomada integralmente para a gasolina e o etanol em junho de 2023, ajudando a pressionar os preços dos combustíveis emdash; especialmente da gasolina emdash; nas bombas. O retorno da cobrança já era previsto. Em março, inclusive, o governo Lula (PT) já havia aplicado um aumento parcial dos tributos. A reoneração dos combustíveis reverteu a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de zerar em 2022 a cobrança dos impostos federais, em um contexto de escalada de preços nas bombas e de proximidade das eleições presidenciais. À época, a medida de Bolsonaro foi vista como eleitoreira por economistas e analistas políticos. Já o diesel permaneceu com impostos federais zerados em 2023 emdash; com exceção de quando teve cobranças antecipadas para financiar o programa de carros populares do governo federal. A retomada integral de PIS/Cofins para o combustível ocorrerá em 2024. Para especialistas, apesar da retomada de tributos, os reflexos nos preços foram moderados. "Os efeitos da reoneração foram amortecidos justamente pelo comportamento dos preços do petróleo no mercado internacional, que caíram", explica André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica. Cotação internacional do petróleo O barril de petróleo tipo Brent, referência para o mercado, encerrou 2022 cotado a US$ 85,91. Um ano depois, na cotação de 29 de dezembro de 2023, fechou avaliado em US$ 77,04, o que representa uma queda de 10,3%. Galhardo lembra que, apesar de aumentos pontuais, o petróleo seguiu em tendência de desvalorização ao longo do ano. "Os aumentos que nós vimos foram uma resposta ao aquecimento da economia norte-americana e a sinais de uma retomada mais forte da economia chinesa, o que acabou não se sustentando", explica, reforçando que a China não decolou e que os EUA ainda têm dados "incipientes". O economista também destaca a influência da Opep, grupo de países produtores e exportadores de petróleo, na variação dos preços. "Em reunião no fim de novembro, a Opep anunciou novos cortes na produção, mas não da forma que alguns membros gostariam. Não houve consenso, e o tiro saiu pela culatra: a produção continua elevada, e o preço da commodity caiu", diz. Vale lembrar que diminuir a oferta é um artifício usado pelo grupo para encarecer a commodity: menos petróleo no mercado significa, na prática, maior valorização do produto. Mudança na política de preços da Petrobras A cotação do petróleo no mercado internacional influencia diretamente os preços praticados pela Petrobras e, consequentemente, os valores encontrados nas bombas. Ou seja, quanto mais valorizada a commodity, maior tende a ser o custo dos combustíveis nos postos. Essa influência era ainda mais evidente quando a Petrobras seguia a política de paridade internacional (PPI), que reajustava o preço dos combustíveis com base nas variações do dólar e da cotação do petróleo no exterior. A petroleira, em maio de 2023, anunciou a alteração dessa política. A mudança definiu que seus preços às distribuidoras passaram a estar no intervalo entre: o maior valor que um comprador pode pagar antes de querer procurar outro fornecedor; e o menor valor que a Petrobras pode praticar na venda mantendo o lucro. À época, analistas ouvidos pelo g1 consideraram o novo modelo confuso e pouco transparente. Na prática, porém, o entendimento era de que o consumidor final seria beneficiado, justamente porque a estatal passaria a segurar os repasses das oscilações do dólar e do petróleo. Vale lembrar que os valores praticados pela petroleira não são os mesmos dos postos de combustíveis. Os preços nas bombas também levam em conta os impostos e a margem de lucro das distribuidoras e revendedoras. Reajustes pela Petrobras Apesar do aumento dos preços nos postos em 2023, a Petrobras informou que, ao longo do ano, a gasolina teve ajustes para baixo nas refinarias, com o litro ficando R$ 0,27 mais barato emdash; queda de 8,7% no período. Já o diesel recuou R$ 1,01 o litro, uma retração de 22,5%, segundo a petroleira. Mas o que, então, explica o aumento nos postos? Ricardo Balistiero, professor de economia do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), afirma que os movimentos mais fortes de alta ocorreram no meio do ano, com a retomada de impostos sobre os combustíveis emdash; apesar da suavização de preços com o mercado externo mais positivo. "Foram dois momentos cruciais de alta. Mas, depois disso, verificamos até uma redução. Então, não vejo nenhum tipo de pressão que preocupe quanto ao comportamento da gasolina", diz. Câmbio O câmbio também favoreceu os preços dos combustíveis em 2023. "A moeda brasileira se valorizou em 2023. Isso é bom inclusive para a Petrobras, porque abre margem para cortes de preços", diz André Galhardo, da Análise Econômica. Em 2023, a moeda norte-americana registrou queda de 8,06% frente ao real, cotada a R$ 4,8525. "O ano de 2023 foi muito positivo para os preços dos combustíveis no Brasil, especialmente se compararmos com 2022, quando tivemos o conflito entre Rússia e Ucrânia e a forte taxa de câmbio", compara Ricardo Balistiero, do IMT, reforçando que não houve eventos de grande impacto para os combustíveis no ano. E o etanol? Em 2023, o preço do etanol foi influenciado principalmente pela boa safra da cana-de-açúcar e pela prática de preços mais baixos pelas usinas, que buscaram diminuir estoque, aumentar a oferta e tornar o etanol mais vantajoso, explica Ricardo Balistiero, do IMT. "A queda do etanol, especialmente nos últimos meses, ocorre exatamente pelo movimento de desovar estoque, tornando o etanol mais atrativo do que a gasolina, pensando na regra dos 70% emdash; que considera o etanol mais vantajoso quando está custando até 70% do preço da gasolina", diz. "Ou seja, existe o custo do estoque [que incentiva a venda do produto a preços menores], além de uma safra muito boa. Isso possibilita a redução nos postos de combustíveis." Sabe qual combustível está valendo mais a pena? Confira na calculadora do g1: Como funciona a calculadora? O cálculo médio é feito a partir do preço e do rendimento de cada combustível. Com a oscilação dos valores da gasolina e do etanol nos postos, a opção mais vantajosa pode variar. Segundo especialistas, o etanol vale mais a pena quando está custando até 70% do preço da gasolina. Entenda o cálculo. O que esperar para 2024 A equipe econômica do governo não prevê impostos federais reduzidos sobre combustíveis em 2024. A informação consta na proposta de Orçamento do ano que vem e foi confirmada pela Secretaria da Receita Federal ao g1. Apesar do fim de benefícios fiscais para gasolina, etanol e querosene de aviação já em 2023, as alíquotas seguirão reduzidas até o último dia deste ano para o diesel, biodiesel e para o gás de cozinha (GLP). Com o fim da desoneração, portanto, esses produtos terão impostos elevados no começo de 2024. Caso os valores sejam repassados, haverá aumento de preços aos consumidores emdash; com impacto na inflação. No caso do diesel, o reajuste tende a impactar de uma forma geral os preços da economia, pois o combustível é utilizado no transporte de cargas pelo país, assim como no transporte público. O aumento da tributação do gás de cozinha, por sua vez, tende a afetar não somente a população de baixa renda, mas também a classe média e os preços cobrados pelos restaurantes. Para 2024, também está projetado o aumento do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), um tributo estadual. A alta será de 12,5% nas alíquotas do imposto sobre a gasolina, o diesel e o gás de cozinha. A decisão foi publicada em 20 de outubro, e passará a valer em 1º de fevereiro de 2024.

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Pix ultrapassa R$ 15 trilhões movimentados e promete forte disputa com cartão de crédito em 2024

O Pix contabilizou 143 milhões de pessoas físicas cadastradas de janeiro a novembro de 2023, com um recorde de R$ 15,3 trilhões movimentados no acumulado do ano. O número é quase três vezes os R$ 5,2 trilhões de 2021, e 40% maior que os R$ 10,9 trilhões do ano passado. O novo ano também começa com uma agenda de inovações avançadas em relação à automatização dos pagamentos, apesar de atrasos no calendário. A prioridade do Banco Central, nesta área, será o lançamento do chamado Pix Automático, que tem a premissa de facilitar pagamentos recorrentes, de forma programada e mediante autorização prévia do usuário pagador. Na prática, vai abranger pagamentos recorrentes a empresas, como as contas de escola, condomínio, clubes, planos de saúde, distribuidoras de energia e água, entre outras. Na ponta, terá a mesma funcionalidade do tradicional débito automático. Porém, como o sistema do Pix possibilita múltiplas transações em tempo real, haverá maior facilidade no processo de efetivação dos débitos. Em entrevista ao programa da Miriam Leitão na Globonews, Roberto Campos Neto, presidente do BC, colocou como prioridade a programabilidade dos pagamentos, aproximando a trilha do Pix a do cartão de crédito. A mudança será mais profunda para as empresas e pequenos e médio empreendedores. Hoje, as pessoas jurídicas precisam firmar um acordo com cada banco para oferecer um serviço com pagamento mensal automático, em crédito ou débito. Esse processo é acompanhado de tarifas e toda uma cadeia logística. No Pix automático, com o sistema único, não haverá a necessidade de convênio entre diversos bancos, mas apenas um. Logo, o processo será mais direto. Outro efeito, segundo o BC, deve ser a redução dos custos para as empresas recebedoras. Além disso, a funcionalidade pode ajudar a diminuir os índices de inadimplência que atrapalham o fluxo de caixa dos negócios. emdash; Essa utilidade irá substituir o débito automático de contas recorrentes e com periodicidade definida. Isso pode fazer com que o DDA (Débito Direto Autorizado) e o débito automático percam espaço emdash; avalia Rafael Guazelli, advogado especialista em direito bancário. A nova funcionalidade do sistema de pagamento instantâneo será um complemento para o chamado Pix Agendado, usado somente entre pessoas físicas. Esse agendamento pode ser usado no pagamento de doações, mesadas, aluguéis, entre outros pagamentos recorrentes entre duas pessoas. Atrasos Inicialmente prevista para abril do próximo ano, a ferramenta foi adiada para outubro de 2024. A estimativa foi ajustada, segundo o Banco Central, em função da complexidade do novo produto e o tempo necessário para desenvolver o papel de cada um dos participantes. O BC também fala em eldquo;questões organizacionaiserdquo; internas. No momento, há um cenário de mobilização de servidores, que pedem reestruturação de carreira e reajuste salarial. A chamada operação-padrão começou em julho deste ano. Em função disso, há constante atraso na divulgação de dados econômico-financeiros mensais na autoridade monetária. A agenda Pix também foi afetada. emdash; Das novidades de 2024 a mais avançada é do Pix automático, pois ele trará mais flexibilidades aos usuários. Há também o Pix internacional, mas as principais dificuldades incluem o câmbio entre países, sistematização e parametrização dos usuários e a verificação de informações em tempo real emdash; avalia Luciano Bravo, CEO da empresa Inteligência Comercial. Novos números O sistema de transferências instantâneas do BC também fecha 2023 com 13,3 milhões de empresas cadastradas, de pequenos a grandes negócios, além das 43 milhões de pessoas físicas. Em janeiro de 2023, 64% das transações eram entre pessoas físicas. No último levantamento feito (novembro), essa parcela era de 53% total de operações. emdash; O anúncio das novas funcionalidades tende a permitir ainda mais a adesão do brasileiro ao Pix. No entanto, ainda podemos ver uma dificuldade maior das pessoas jurídicas na utilização do pix, preferindo ainda a TED, boleto e o cartão. Talvez um dos motivos seja a imposição de tarifa às pessoas jurídicas emdash; analisa Adriano Marrocos, conselheiro do Conselho Federal de Contabilidade.

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O ano da energia limpa: eólica, solar e baterias crescem apesar dos desafios econômicos

Puxado pela nova energia solar, o mundo aumentou sua capacidade de gerar energia renovável a uma velocidade impressionante em 2023, uma tendência que, se amplificada, ajudará a afastar o planeta dos combustíveis fósseis, evitando o aquecimento extremo e seus efeitos. Agora, a energia limpa é frequentemente a mais barata, o que explica parte do crescimento. Alguns países também adotaram políticas que favorecem as fontes renováveis, com a justificativa de melhorar a segurança energética, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Esses fatores contrabalançaram os juros altos e os desafios persistentes na obtenção de materiais e peças em muitos lugares. A AIE projetou que mais de 440 gigawatts de energia renovável seriam adicionados em 2023, mais que toda a capacidade de geração instalada na Alemanha e na Espanha, somadas. Eis uma retrospectiva de como foi o ano para a energia solar, a energia eólica e as baterias. Outro ano excelente para a energia solar China, Europa e Estados Unidos alcançaram seus recordes anuais de instalação de energia solar, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável. As adições feitas pela China, sozinhas, superaram em muito a de todos os demais países, chegando a algo entre 180 e 230 gigawatts, a depender de como será o resultado dos projetos do fim do ano. A Europa ampliou sua capacidade em 58 gigawatts. A energia solar é atualmente a forma de eletricidade mais barata na maioria dos países. O preço dos painéis solares teve queda de impressionantes 40% a 53% na Europa entre dezembro de 2022 e novembro de 2023, e seu valor é atualmente o mais baixo já registrado. eldquo;Particularmente no caso da Europa, o escalonamento da implantação está acelerando vertiginosamenteerdquo;, disse Michael Taylor, analista sênior da AIER. Quando tivermos os números definitivos de 2023, espera-se que a energia solar ultrapasse a hídrica em capacidade global total, mas em termos de energia real produzida, as fontes hidrelétricas continuarão gerando mais energia limpa por algum tempo, pois seu funcionamento é ininterrupto. Nos Estados Unidos, a Califórnia continua a líder na geração de energia solar, seguida por Texas, Flórida, Carolina do Norte e Arizona. Incentivos federais e estaduais desempenharam um grande papel no crescimento da energia solar nos EUA, de acordo com Daniel Bresette, presidente do Instituto para o Estudo Ambiental e de Energia, organização sem fins lucrativos voltada para o ensino e a elaboração de políticas. Apesar do sucesso da energia solar em 2023, há obstáculos. De acordo com Bresette, os transformadores estão em falta, e os juros subiram. Nos EUA, a manufatura solar também cresceu. eldquo;Vimos o impacto da Lei de Redução da Inflação em termos dos investimentos captados... mais de 60 instalações de manufatura solares foram anunciadas ao longo do ano passadoerdquo;, disse Abigail Ross Hopper, presidente e diretora executiva da Associação de Indústrias da Energia Solar. Desafios para a energia eólica Até o fim de 2023, o mundo acrescentou capacidade de geração de energia eólica em volume suficiente para abastecer quase 80 milhões de lares, tornando este um ano sem precedentes. Assim como ocorreu com a energia solar, a maior parte do crescimento, mais de 58 gigawatts, foi observada na China, de acordo com pesquisas da Wood Mackenzie. A China está no rumo certo para ultrapassar sua ambiciosa meta para 2030, alcançando a marca de 1.200 gigawatts de energia solar e eólica disponíveis para o uso da sociedade cinco anos antes do previsto se todos os projetos previstos forem concluídos, de acordo com o Global Energy Monitor. A China foi um dos poucos mercados em que houve expansão da energia eólica, de acordo com o Conselho Global de Energia Eólica. A burocracia agilizada e outras melhorias em mercados-chave como Alemanha e Índia também ajudaram a ampliar a disponibilidade de energia eólica. Mas, na Europa, a instalação dessa capacidade teve queda anual de 6%, de acordo com a Wood Mackenzie. Desafios de curto prazo como inflação alta, aumentos nos juros e nos custos das matérias primas levaram algumas empresas de energia eólica oceânica a renegociar ou até cancelar os contratos de alguns projetos, e algumas empresas de energia eólica terrestre atrasaram a entrega de seus projetos para 2024 ou 2025. Os obstáculos econômicos vieram em um momento difícil para a nascente indústria americana de energia eólica oceânica, que tenta lançar as primeiras usinas eólicas em escala comercial no país. A construção de duas delas teve início no ano passado. A expectativa é de que comecem a operar no começo de 2024, e uma delas já está alimentando a rede elétrica americana. Grandes usinas eólicas oceânicas produzem eletricidade na Europa há três décadas e, mais recentemente, passaram a ser usadas também na Ásia. Após anos de crescimento recorde, o grupo American Clean Power espera que a capacidade eólica terrestre acrescentada nos EUA seja menor no fim do ano, suficiente para alimentar de 2,7 a 3 milhões de lares. O grupo diz que os desenvolvedores estão se aproveitando de novos créditos fiscais aprovados no ano anterior com a Lei de Redução da Inflação, mas são necessários anos até que os projetos sejam ativados. De acordo com o grupo, após a aprovação da LRI, foram anunciados US$ 383 bilhões em investimentos em energia limpa. eldquo;Estamos falando de 2023 essencialmente como um ano de desempenho inferior, mas, no quadro maior, a adição de 8 a 9 gigawatts de capacidade à rede continua sendo um número animadorerdquo;, disse John Hensley, vice-presidente do ACP para pesquisa e análise. Do ponto de vista global, a expansão também desacelerou este ano. Os três principais mercados no ano passado continuaram sendo China, EUA e Alemanha para energia eólica terrestre, e China, Reino Unido e Alemanha para energia eólica oceânica. Os analistas estão prevendo uma recuperação da indústria global no ano que vem, disponibilizando globalmente quase 12% mais energia eólica. Em junho, o setor celebrou a marca de 1 terawatt de capacidade de energia eólica em todo o mundo. Foram necessários mais de 40 anos para se alcançar tal volume, mas o segundo terawatt pode ser alcançado em sete anos, se o setor seguir se expandindo no ritmo atual. Avanços importantes para as baterias Em meio à pressão para tornar os transportes menos nocivos para o clima, a tendência de adoção dos veículos elétricos acelerou globalmente em 2023, com a expectativa de um a cada cinco carros vendidos este ano ser elétrico, de acordo com a AIE. Isso significa que o ano também foi excelente para as baterias. Mais de US$ 43,4 bilhões foram gastos na fabricação e reciclagem de baterias somente nos EUA este ano, graças em grande medida à Lei de Redução da Inflação, de acordo com a Atlas Public Policy. Isso aproxima mais os EUA da Europa, mas o país segue atrás da maior gigante do setor, a China. Em relação às grandes fábricas de baterias, chamadas de gigafábricas, EUA e Europa tinham cada 38 instalações do tipo em construção em novembro, de acordo com a Benchmark Mineral Intelligence. Mas, na China, há 295 delas em construção. O setor seguiu explorando maneiras diferentes de produzir baterias sem depender tanto de materiais nocivos, tornando seus componentes mais sustentáveis, e o setor de reciclagem de baterias avançou bastante, de acordo com especialistas. O custo das principais matérias primas das baterias, incluindo o lítio, também caiu bastante, de acordo com o analista sênior Evan Hartley, da Benchmark. eldquo;O custo das baterias segue agora uma trajetória na qual a maioria dos americanos poderá comprar um veículo elétricoerdquo;, disse Paul Braun, professor de engenharia e ciência de materiais da Universidade de Illinois. 2023 não foi um ano fácil. A indústria americana em particular teve que navegar contra o vento. Uma imensa fábrica de baterias da Panasonic teve problemas de energia no Kansas. A Toyota precisa reforçar o recrutamento de talentos para sua instalação na Carolina do Norte. Infrações de saúde e segurança foram observadas em uma usina operada conjuntamente por General Motors Co. e LG Energy Solution em Ohio. A lista não para por aí. Independentemente da região, ainda há gargalos em se tratando de minerais, cadeias de fornecimento responsáveis e da infraestrutura de carregamento. eldquo;Este será o próximo ponto da pautaerdquo;, disse John Eichberger, diretor executivo do Instituto de Energia no Transporte. Mas os especialistas estão otimistas e acreditam que o acesso global às baterias seguirá aumentando. eldquo;A dinâmica das baterias observada nos EUA foi como um microcosmo da sua situação global em 2023eamp;Prime;, disse Daan Walter, diretor da equipe de estratégia do Rocky Mountain Institute, grupo de pesquisas sustentáveis, eldquo;e mostra como a guinada de 2023 foi profundaerdquo;. (ASSOCIATED PRESS)

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Petróleo cai mais de 1% na primeira sessão do ano com preocupações com taxas de juros

Os preços do petróleo caíram durante a primeira sessão de 2024 devido ao nervosismo relacionado a taxas de juros e à medida que diminuíam as preocupações de que as tensões no Mar Vermelho poderiam perturbar o abastecimento. O petróleo Brent caiu 1,49%, terminando a terça-feira (2) com o barril cotado a US$ 75,89. O petróleo West Texas Intermediate dos EUA desvalorizou 1,77%, para US$ 70,38 o barril. Os preços caíram à medida que os investidores moderaram as expectativas sobre os cortes nas taxas de juro. Pressionando o petróleo, o dólar fortaleceu-se e os preços das ações caíram. O rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos atingiu brevemente uma máxima em duas semanas. No início do pregão, os preços do petróleo subiram cerca de US$ 2 após ataques a navios no Mar Vermelho por rebeldes houthi no fim de semana, e a chegada relatada de um navio de guerra iraniano na segunda-feira. "O mercado está corrigindo uma vez que não houve interrupções no fornecimento e eles acham que é improvável que o navio de guerra iraniano se envolva com navios de guerra americanos", disse Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates. "Claramente, o mercado petrolífero subirá se forem disparados tiros", acrescentou Lipow. No domingo, helicópteros dos EUA repeliram um ataque das forças houthi apoiadas pelo Irã a um navio porta-contêineres operado pela dinamarquesa Maersk no Mar Vermelho. Na segunda-feira, um navio de guerra iraniano entrou no Mar Vermelho, segundo a agência de notícias semioficial Tasnim. (Reuters)

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Petróleo em queda facilitou nova política de preços da Petrobras

Ajudada pela queda nas cotações internacionais do petróleo, a Petrobras fechou 2023 vendendo gasolina e diesel a preços menores do que no fim do governo Jair Bolsonaro (PL) e mantendo elevadas margens de lucro em suas refinarias. A retomada da cobrança de impostos, porém, teve impactos nas bombas: a gasolina fechou o ano em alta para o consumidor e o diesel, embora mais barato na última semana do ano, teve as alíquotas federais retomadas no início de 2024. Em maio, a gestão petista da Petrobras implantou uma nova política comercial para cumprir promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de "abrasileirar" os preços, deixando de seguir de perto o conceito de paridade de importação. Levantamento feito pelo Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás e Biocombustíveis) a pedido da Folha mostra que, após a mudança, a companhia de fato praticou preços mais baratos do que os internacionais, mas sem se descolar demais do mercado. Nas primeiras 28 semanas sob a nova política, o preço médio de venda da gasolina da estatal equivaleu, em média, a 97% da paridade de importação calculada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Já o preço médio do diesel foi equivalente a 92% da paridade. São valores menores do que os 103% observados para os dois casos nas 28 semanas anteriores à nova política. Naquele período, a estatal tentava recuperar perdas com o represamento de preços no período eleitoral de 2022, ano em que vendeu a gasolina, em média, a 96% da paridade da ANP. "O governo anterior só usou a Petrobras como ferramenta de política pública no momento eleitoral", diz o pesquisador do Ineep Mahatma Ramos. "Hoje, é parte do projeto do governo e da empresa atender não só os interesses dos acionistas minoritários, como também o dos acionistas majoritários." Ramos avalia que governo e Petrobras foram bem sucedidos na estratégia, com "mais paciência" para evitar repasse de volatilidades e aumento da produção de combustíveis no país, revertendo estratégia de gestões anteriores, que tentaram vender refinarias da estatal. Em 2023, a empresa passou a operar suas refinarias com os maiores fatores de utilização desde 2014, ampliando a oferta interna de combustíveis e reduzindo a necessidade de importações. A dependência externa de diesel, por exemplo, atingiu o menor nível desde 2018. Em relatórios divulgados durante o ano, analistas do banco Goldman Sachs avaliaram que a companhia manteve boas margens de refino mesmo praticando valores ligeiramente abaixo das cotações internacionais. Na última semana de dezembro, após o último reajuste do diesel, por exemplo, eles calcularam que a margem de refino do combustível pela estatal ficaria em US$ 34 por barril, quase o dobro da média de US$ 13 por barril verificada em 2019, antes da pandemia. No caso da gasolina, a margem estaria em US$ 14 por barril, o dobro da observada em 2019. "As margens de refino da Petrobras permanecem em níveis saudáveis", escreveram. Nos primeiros nove meses de 2023, a estatal acumulou lucro de R$ 93,5 bilhões, queda de 35,5% em relação ao ano anterior, quando os preços recordes do petróleo geraram lucros recordes para as petroleiras. O preço do petróleo Brent, referência negociada em Londres, caiu 10% em 2023. No ano, o preço da gasolina nas refinarias da estatal caiu 9%, para R$ 2,84 por litro. Já o diesel teve queda de 22%, para R$ 3,48 por litro. Os dois produtos já estiveram mais baratos em 2023, mas fecham o ano em valores menores do que os do fim de 2022. Nas bombas, porém, a gasolina fecha o ano em alta de 12%, a R$ 5,58 por litro, pressionada pela retomada da cobrança dos impostos federais em julho. Já o diesel S-10, que passou a maior parte do ano com as alíquotas federais zeradas, caiu 7%, para R$ 5,94 por litro. No fim de dezembro, a Petrobras reduziu o preço do diesel em suas refinarias em R$ 0,30, em um esforço para ajudar o governo a conter o impacto inflacionário da retomada da cobrança de impostos, que representam R$ 0,32 por litro. Assim, a expectativa é que o repasse integral do aumento da carga tributária seja compensado pela queda do preço nas refinarias. O mercado suavizou as previsões para o preço do petróleo em 2024, diante do excesso de produção nos Estados Unidos. O Goldman Sachs, por exemplo, reduziu no fim de dezembro sua aposta de cotação média em 12%, para US$ 81 por barril. A Agência de Informações em Energia do governo dos Estados Unidos seguiu a mesma lógica e cortou de US$ 93 para US$ 83 por barril sua projeção de preço médio do Brent em 2024. A estabilidade de preços ajuda a Petrobras, já que reduz pressões do mercado por repasses de alta e dá ao consumidor a sensação de preços baixos sem grandes impactos na rentabilidade da companhia. A avaliação é que a nova política de preços será testada realmente quando houver um ciclo de alta internacional. Por enquanto, o mercado vê com tranquilidade a empresa, cujo valor de mercado disparou após o conturbado período eleitoral de 2022. Em 2023, as ações da estatal se valorizaram mais de 50%, com a dissipação de temores sobre intervenção em preços e cortes abruptos de dividendos. A aprovação de mudanças no estatuto, eliminando barreiras a indicações políticas, porém, foi vista como um sinal de alerta emdash;no dia do anúncio da medida, a empresa perdeu R$ 32 bilhões em valor de mercado.

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