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Consignado para trabalhador CLT já pode ser contratado nos bancos

Desde sexta-feira, os bancos estão oferecendo diretamente o empréstimo consignado CLT em suas plataformas. Batizada de Crédito do Trabalhador, a modalidade foi lançada pelo governo em março e, até então, estava disponível apenas por meio da Carteira de Trabalho Digital (CTPS). A linha contempla empregados com carteira assinada, inclusive domésticos, rurais e contratados por Microempreendedores Individuais (MEIs). Nesse tipo de empréstimo, as parcelas são descontadas na folha do trabalhador mensalmente. Os descontos em folha, contudo, não podem ultrapassar o limite máximo de 35% do salário do profissional. Como garantia, é utilizado até 10% do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), além da totalidade da multa de 40% em caso de demissão sem justa causa. Apresentada pelo governo como uma alternativa de crédito com taxas de juros mais atrativas, a modalidade pode esconder eldquo;pegadinhaserdquo; que exigem atenção redobrada dos trabalhadores, especialmente na leitura dos contratos oferecidos pelas instituições financeiras. O primeiro cuidado consiste em verificar se a contratação do empréstimo é realmente necessária. eldquo;O consignado vai comprometer boa parte de uma renda que pode já não ser suficiente para pagar despesas cotidianas. Mesmo que a taxa de juros do empréstimo seja baixa, é preciso verificar se vale a pena ter esse endividamentoerdquo;, diz Juliana Mendonça, sócia do Lara Martins Advogados e especialista em Direito e Processo do Trabalho. O problema se agrava se o trabalhador contrata a operação para bancar despesas recorrentes. Utilizá-la para fechar o orçamento mensal significa eldquo;empurrarerdquo; o problema para frente, na visão de Júlio César Leandro, pesquisador do Centro de Estudos em Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV). eldquo;Isso é um erro, porque no futuro, além de ter a renda comprometida, o trabalhador também se tornará um pagador de juroserdquo;, destaca. O pesquisador ainda aponta um outro problema: contratar o crédito e, diante de dificuldades financeiras, não conseguir quitar a dívida. eldquo;Nesse caso, ele entra em um ciclo de empréstimos sucessivos. O que era para ser uma solução pontual acaba se transformando em um endividamento crônico, comprometendo a renda do consumidor por um longo período.erdquo; Se o empréstimo consignado CLT for realmente necessário, é importante tomar uma série de cuidados antes de assinar contrato com o banco. Uma das recomendações é verificar o chamado Custo Efetivo Total (CET) endash; indicador que mostra o custo real do empréstimo, incluindo não apenas os juros cobrados, mas também eventuais taxas e encargos. Segundo Leandro, da FGV, em alguns casos, o CET pode ser quase o dobro da taxa de juros inicialmente apresentada. Além de checar o custo total da operação, o cliente deve comparar a taxa entre diferentes instituições, pois os valores podem variar de banco pa ra banco. eldquo;Outro ponto fundamental é verificar no contrato se todas as taxas estão claramente discriminadaserdquo;, diz Jorge Ferreira dos Santos Filho, professor do curso de Administração de Empresas da ESPM. elsquo;PEGADINHAersquo;. O trabalhador também precisa estar atento a mais uma eldquo;pegadinhaerdquo;. Existe a possibilidade de os bancos descontarem o valor do empréstimo direto da conta corrente do profissional que ficar desempregado, caso as garantias do FGTS e da multa rescisória não forem suficientes. eldquo;As instituições podem fazer isso se estiver previsto em contrato. É uma cláusula padrãoerdquo;, explica Juliana Mendonça, sócia do Lara Martins Advogados e especialista em Direito e Processo do Trabalho. A Caixa Econômica Federal endash; maior instituição financeira do País em número de clientes endash; tem, em seu contrato de concessão do Crédito do Trabalhador, uma cláusula desse tipo. eldquo;O cliente se compromete a pagar à Caixa todos os valores que o empregador não descontou ou descontou parcialmente em sua folha de pagamento. Caso o pagamento não seja realizado, o cliente autoriza a Caixa a debitar o valor da parcela na conta indicada no momento da contratação como preferencial para débito e, em caso de insuficiência de fundos, em quaisquer contas de titularidade do cliente, ainda que sejam contas conjuntas, pelo prazo do contratoerdquo;, diz o contrato da Caixa. Domingos, da Abefin, ressalta que isso representa um risco para o trabalhador. eldquo;Se as garantias não forem suficientes, é muito provável que o banco venha com a pressão de fazer a dedução na conta corrente. Por isso, o trabalhador precisa ficar muito atento e analisar todos os prós e contras para a tomada de decisão de buscar por esse crédito consignado.erdquo; Entre as eldquo;armadilhaserdquo; há ainda a chamada venda casada, uma prática irregular. Essa situação acontece quando, junto ao empréstimo, a instituição obriga o consumidor a aceitar um seguro ou outro produto que, em regra, ele não precisaria acatar. ebull;

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Mercados de bairro crescem e já encostam nas redes de atacarejo em volume de vendas

Enquanto o atacarejo se consolida como eldquo;queridinhoerdquo; dos brasileiros por causa dos preços mais baixos em compras de grandes volumes, os pequenos supermercados independentes endash; aqueles estabelecimentos de bairro endash; resistem e mantêm a sua relevância no carrinho de compras do consumidor. Com menos de cinco lojas que não chegam a mil metros quadrados de área por ponto de venda, hoje esse comércio responde por 21% do faturamento de todo consumo rápido comercializado no País. No ano passado, esses supermercados faturaram R$ 230 bilhões com esses itens, valor comparável à cifra movimentada pelos atacarejos em igual período com produtos de consumo rápido, aponta um estudo da consultoria NielsenIQ. Nas contas da consultoria, a fatia de mercado dos atacarejos nas vendas de produtos de consumo rápido é de 22%. eldquo;Os supermercados independentes, que integram o pequeno varejo, são tão grandes quanto o atacarejo ( em produtos de consumo rápido)erdquo;, diz Gabriel Fagundes, líder para pesquisas sobre a indústria da consultoria. Além da proximidade dos clientes, a importância desses pequenos estabelecimentos se deve ao fato de eles ocuparem uma brecha que existe, sobretudo no momento atual de escalada da inflação de itens básicos, como café, ovo e outros alimentos. elsquo;PRECINHO BOMersquo;. É que, em alguns casos, os produtos vendidos nos supermercados independentes têm um desembolso que cabe na carteira do consumidor. Essa adequação ocorre seja pelo tamanho reduzido das embalagens do produto, seja por se tratar de uma marca pouco conhecida e, portanto, mais em conta, aponta um estudo. Essa tem sido a estratégia adotada por Euclides Fiuza, sócio do Minimercado Irmãos Fiuza, que funciona desde 1989, em Cidade Líder, bairro da Zona Leste de São Paulo. Fiuza conta que tem abastecido as prateleiras com embalagens menores e optado por reduzir as margens de comercialização dos produtos, para ganhar nos volumes vendidos. eldquo;É para ficar com um precinho bom para o consumidorerdquo;, diz. Desde dezembro, ele ampliou em 10% as vendas da sua loja, mesmo competindo com supermercados de rede e atacarejos que estão na vizinhança. eldquo;Como o pessoal compra pequenas quantidades, eles não vão longe de casaerdquo;, observa. Fiuza destaca que um ponto crucial na estratégia é não deixar faltar nas prateleiras o item procurado, porque, se o cliente não acha o que quer comprar, o estabelecimento perde credibilidade. eldquo;O que eles precisam, a gente sempre tem.erdquo; FREQUÊNCIA. A frequência de ida às lojas dos mercados independentes de vizinhança é elevada e isso ajuda a alavancar as vendas. O estudo mostra que durante um ano, um consumidor visita 74 vezes uma loja de supermercado independente, ante 16 vezes a loja de um supermercado de grande rede. E a maioria das compras nesse canal é de reposição (48%) e emergência (37%), o que garante a recorrência à loja. O estudo foi feito com base em notas fiscais de venda dos supermercados independentes e também visitas a lojas informais. eldquo;Ele ( consumidor) passa na loja do supermercado independente e, com o que tiver disponível no bolso, compra o que precisa para atender determinada necessidadeerdquo;, diz Fagundes, da NielsenIQ. O comportamento de compras a conta-gotas, observa, tem ganhado relevância com o avanço do trabalho informal, que reduziu o peso da entrada do salário no quinto dia útil de cada mês. O resultado tem sido uma desconcentração do período de vendas nos supermercados ao longo do mês. Fagundes observa ainda que, no momento atual de inflação alta de alimentos, o consumidor considera tanto o desembolso quanto os preços na hora de escolher o tipo de loja que vai comprar. Levar grandes volumes de produtos para casa por causa do preço baixo, como ocorre nos atacarejos, por exemplo, acaba tendo um custo muito alto, se todo o volume não for consumido rapidamente. eldquo;Na prática, é dinheiro parado para o consumidorerdquo;, diz. As lojas de bairro faturaram R$ 230 bilhões com a venda de produtos de consumo rápido em 2024 Já o gasto por ocasião de compra no supermercado independente é bem menor do que no atacarejo. O estudo mostra que o brasileiro desembolsa, em média, R$ 44 cada vez que vai ao supermercado independente, ante R$ 100 a cada visita ao atacarejo. O potencial de vendas dos supermercados independentes é muito grande, observa Fabio Pina, consultor econômico do Sincovaga, sindicato que reúne os supermercados independentes no Estado de São Paulo. Um sinal do potencial desse mercado de vizinhança é a investida de grandes redes no segmento, como da Oxxo, rede mexicana, que é uma joint venture entre a Raízen e a Femsa, multinacional mexicana líder no segmento de lojas de conveniência na América Latina. ebull;

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Postos Petronas chegam ao Rio Grande do Sul

A bandeira Petronas está presente em um posto que abriu na Avenida das Hortênsias, em Gramado, no dia 17 de abril; e na Avenida Assis Brasil, na capital Porto Alegre, com inauguração prevista para o mês de maio. Desde o ano passado, a Argenta, que já era parceira da Petronas no segmento de lubrificantes, passou a licenciar no Brasil, através de uma de suas empresas, as operações de postos de combustíveis da marca. A chegada na região Sul é um movimento estratégico para a Argenta para oferecer as soluções PETRONAS de alta performance além de São Paulo e expandir a rede de postos no Brasil. A expansão iniciou por Gramado, segundo maior destino turístico do país, seguida por Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. A escolha desses locais levou em consideração o olhar para o cliente, considerando a oferta de combustíveis de alto desempenho, com tecnologia desenvolvida e testada nas pistas, como a gasolina PETRONAS Primax. eldquo;Os postos seguem o padrão de atendimento de excelência e a identidade visual adotados internacionalmente pela PETRONAS. Entendemos que esses atributos resultarão em impactos significativos para o ecossistema Argentaerdquo;, diz Neco Argenta, Presidente do grupo. eldquo;Estamos trazendo produtos e serviços diferenciados e, ao mesmo tempo, atendendo o nosso propósito de estar perto dos clienteserdquo;, acrescenta Neco. Novas operações estão previstas neste ano, tanto no Rio Grande do Sul quanto em outros estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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Inclusão de fatores de risco psicossociais no GRO começa em caráter educativo a partir de maio

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, anunciou nesta quinta-feira (24) que a inclusão dos fatores de risco psicossociais no ambiente de trabalho, por meio do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), terá início em 26 de maio, em caráter educativo e orientativo. A decisão foi tomada após diálogo com representantes das bancadas de trabalhadores e empregadores. Para acompanhar a implementação da norma, será criada uma Comissão Nacional Tripartite Temática, com participação de representantes do governo, das entidades sindicais e do setor empresarial. Luiz Marinho destacou que a medida tem como objetivo proporcionar um período de adaptação para que as empresas ajustem seus processos e promovam ambientes de trabalho mais seguros. eldquo;Durante esse primeiro ano, será um processo de implantação educativa, e a autuação pela Inspeção do Trabalho só terá início em 26 de maio de 2026erdquo;, explicou o ministro. Na ocasião, também foi anunciado o lançamento do Guia de Informações sobre os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho. O diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE, Rogério Araújo, informou que, no prazo de até 90 dias, será publicado um manual com orientações técnicas detalhadas sobre os procedimentos e aspectos regulamentados. O objetivo é esclarecer eventuais dúvidas e coibir a atuação de profissionais que possam se aproveitar da desinformação. A portaria que formaliza essas definições será divulgada nos próximos dias. Para Washington Santos (Maradona), coordenador da bancada dos trabalhadores na Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), a iniciativa do ministro Luiz Marinho representa uma conquista significativa, ao assegurar a inclusão dos riscos psicossociais na NR-1. Segundo ele, a medida reforça a proteção à saúde dos trabalhadores, previne interpretações equivocadas e práticas oportunistas no mercado, além de garantir um período educativo para que as empresas possam se adequar. Washington ressaltou que o prazo de um ano para implantação e a elaboração de um manual técnico em até 90 dias, com participação tripartite, representam avanços fundamentais e refletem a atuação efetiva dos trabalhadores na CTPP. Clóvis Queiroz, diretor de Relações do Trabalho e Sindical da CNSaúde e coordenador da bancada empresarial na CTPP, elogiou a criação do grupo de trabalho que acompanhará a implementação da norma. Sempre defendemos que a prorrogação não era apenas pelo adiamento em si, mas uma oportunidade para organizarmos informações qualificadas, a fim de que as empresas observem com mais atenção as questões de risco psicossocial no ambiente de trabalhoerdquo;, afirmou. De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), em 2024, os estabelecimentos com 1 a 4 empregados representaram a maior parcela entre aqueles com vínculo empregatício, somando 2,6 milhões de unidades emdash; o equivalente a 57,09% do total emdash;, um crescimento de 81,6 mil estabelecimentos em relação a 2023 (+3,1%). As maiores variações percentuais positivas foram registradas entre os estabelecimentos com 1.000 ou mais empregados, que cresceram em 189 unidades (+6,2%), e entre aqueles com 500 a 999 empregados, com aumento de 281 unidades (+6,1%). Destaca-se ainda que, em 2024, aproximadamente 55.235 estabelecimentos possuíam mais de 100 empregados, o que representa um acréscimo de 2.487 unidades em comparação ao ano anterior, equivalente a um crescimento de 4,7%. Inclusão de fatores de risco psicossociais no GRO A partir de 26 de maio de 2025, a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) passará a incluir expressamente os fatores de risco psicossociais no Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), conforme estabelecido na Portaria MTE nº 1.419/2024. Esses fatores deverão constar no inventário de riscos ocupacionais, ao lado dos já reconhecidos riscos físicos, químicos, biológicos, de acidentes e ergonômicos. Os fatores psicossociais no trabalho são situações que envolvem a maneira como as atividades são planejadas, organizadas e executadas. Quando não são bem conduzidas, essas situações podem prejudicar a saúde mental, física e social dos trabalhadores. Exemplos incluem metas impossíveis de cumprir, excesso de trabalho, assédio moral, falta de apoio dos chefes, tarefas repetitivas ou solitárias, desequilíbrio entre o esforço e a recompensa, além de locais com falhas na comunicação. Guia de Informações sobre os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho O guia criado pelo Ministério do Trabalho e Emprego orienta empregadores e trabalhadores sobre a nova exigência de incluir os fatores de risco psicossociais no GRO. Com base na atualização da NR-1, o documento explica de forma prática como identificar, avaliar e controlar esses riscos, trazendo exemplos, instruções e perguntas frequentes para facilitar a aplicação das novas regras. A publicação destaca a importância de colaboração entre todos os envolvidos e do uso de metodologias eficazes, focando na prevenção de doenças e na promoção da saúde mental no ambiente de trabalho. Além disso, o guia traz referências nacionais e internacionais sobre o tema. A orientação é de que as mudanças previstas na NR-1 sejam implementadas em conjunto com a NR-17 (Ergonomia). A gestão dos riscos psicossociais deve começar com a Avaliação Ergonômica Preliminar (AEP) e, em casos específicos, com a Análise Ergonômica do Trabalho (AET). A primeira etapa consiste na identificação dos fatores de risco psicossociais, para a qual o guia oferece exemplos práticos. Essa identificação exige o levantamento de informações sobre o estabelecimento, os processos de trabalho e as características dos trabalhadores, além da definição de critérios de avaliação e da estratégia metodológica, que pode incluir observações, questionários, oficinas ou uma combinação dessas abordagens. Após a identificação e avaliação, a organização deve adotar medidas de prevenção e controle por meio de um plano de ação com cronograma e responsáveis claramente definidos. O acompanhamento dessas ações deve contar com a participação dos trabalhadores, permitindo a avaliação da eficácia das medidas e a busca pela melhoria contínua. O guia orienta que as intervenções se concentrem na modificação das condições organizacionais do trabalho. Todo o processo deve ser documentado de forma adequada no PGR ou na AEP, conforme as exigências da NR-1, incluindo a caracterização dos processos, a identificação dos riscos, a avaliação dos perigos e a descrição das medidas preventivas adotadas. Vale ressaltar que o foco do guia é nos fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho, e não na avaliação da saúde mental individual dos trabalhadores. Acompanhe por aqui o anúncio feito pelo ministro Luiz Marinho sobre o assunto.

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IPCA-15 fica em 0,43% em abril com alta de alimentos e remédios

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) fechou abril em 0,43%, puxado por aumentos nos preços dos alimentos e de gastos com saúde, informou nesta sexta-feira (25) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em março, o indicador havia ficado em 0,64%. Foi o segundo mês seguido de desaceleração após o pico de 1,23% em fevereiro. O IPCA-15 sinaliza tendências para o IPCA, que mede a inflação oficial do país e serve de referência para a condução da política monetária do BC (Banco Central). No acumulado de 12 meses, porém, o IPCA-15 segue em alta. Em abril, somou 5,49%, contra os os 5,26% registrados no mês anterior, disse o IBGE. Isso ocorre porque os resultados dos últimos meses têm sido superiores aos do início de 2024. O IBGE diz que o IPCA-15 de abril foi influenciado, principalmente, pelos grupos de Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais, com altas de 1,14% e 0,96%, respectivamente. Juntos, os dois grupos respondem por 88% do índice do mês, segundo o instituto. Entre os alimentos, os preços que mais subiram em abril foram tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa vida (2,44%). A alimentação fora do domicílio (0,77%) acelerou em relação ao mês de março (0,66%) em virtude da alta do lanche (1,23%) e da refeição (0,50%). No grupo Saúde e cuidados pessoais, tiveram grande contribuição os itens higiene pessoal (1,51%), produtos farmacêuticos (1,04%) e planos de saúde (0,57%). Os produtos farmacêuticos foram pressionados pela autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Por outro lado, o grupo Transportes puxou para baixo o índice de inflação, com queda de 0,44% no mês. O resultado reflete, principalmente, queda de 14,88% no preço das passagens aéreas. Os preços dos combustíveis também contribuíram, com queda de 0,38%. No início da semana, economistas consultados pelo BC (Banco Central) reduziram suas projeções para a inflação em 2025 para 5,57%. A previsão para 2026 se manteve em 4,5%. O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. A estrategista de inflação da Warren Investimentos, Andréa Angelo, explica que o cenário baixista é ajudado por fatores como queda no preço da carne, valorização do real frente ao dólar e a perspectiva de corte no preço da gasolina, com a queda nos preços do petróleo. Por outro lado, há fatores que podem pressionar para cima, como risco de bandeira amarela na conta de luz em dezembro, e efeitos na atividade econômica do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e do crédito consignado. Para Cláudia Moreno, o resultado mostra que o cenário permanece "bastante desafiador" e deve levar o Copom (Comitê de Política Monetária) a elevar os juros em 0,5 ponto percentual em maio. "Mantemos nossa projeção de que o ciclo de ajuste monetário seguirá até junho, quando a Selic deve chegar a 15%, mas reconhecemos que as incertezas no cenário externo podem antecipar o fim desse movimento", afirmou.

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Empresas com energias renováveis no portfólio se valorizaram mais no Brasil do que as com fósseis

As empresas de energia no Brasil valorizaram-se 20% entre 2018 e 2022. A valorização, no entanto, foi ainda maior para aquelas que optaram pela oferta de produtos do segmento de energias renováveis emdash; elas passaram a valer 25% a mais do que as com portfólio focado apenas na matriz energética fóssil. O estudo eldquo;Industry Insights Energy eamp; Utilitieserdquo;, que mapeou os dados, é da consultoria e auditoria PwC. A pesquisa global ouviu e avaliou mais de 3 mil empresas, incluindo quase 150 no Brasil, que atuam nos segmentos de óleo e gás, energia, saneamento e distribuição. Além de mostrar o potencial da indústria de renováveis com dados concretos que poderão dar base para investidores interessados, especialmente os que visam resultados de longo prazo, a pesquisa teve como objetivo compreender as tendências setoriais de mercado e os principais fatores de sucesso no setor de energia. O mapeamento aponta que as companhias que trabalharam de forma integrada, tendo, por exemplo, petróleo, gás e renováveis em seu portfólio, tendem a manter uma maior resiliência frente às adversidades e crises econômicas e políticas. Esse ponto é ressaltado considerando o período dos dados analisados, que compreendeu o pré e pós-pandemia de covid-19 e o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Esse é um dos pontos que justificam essa maior valorização, explica o sócio-líder no setor de energia na PwC Brasil, Adriano Correia. eldquo;Quando olhamos períodos de maior estresse, percebemos que ter um portfólio balanceado traz mais estabilidade na geração de resultado. Há uma maior previsibilidade para o acionista sobre o comportamento da empresa, independentemente dos fatores externos.erdquo; Além desse aspecto, ele também destaca o interesse dos investidores pelos ativos da transição energética, que já estava em alta no período da pesquisa. eldquo;É um ponto que não podemos negligenciar. Com um apetite muito grande de investimentos em renováveis, anunciados em volumes bastante expressivos, existe um impacto muito positivo, especialmente no que chamamos de enterprise value (valor total de mercado de uma empresa).erdquo; Menor volatilidade O documento mostra que as empresas que ofertam renováveis apresentaram pontos positivos como menor volatilidade, mais previsibilidade e retorno, e Ebitda (sigla para lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 19% maior em média, frente às empresas especializadas em fósseis. Em contraste, as companhias focadas em fontes fósseis apresentaram um ligeiro crescimento maior de receita, de quase 1% em relação às pares renováveis. Segundo Correia, isso é explicado pelo impacto do crescimento do preço do barril de petróleo, em função de crises geopolíticas que pressionaram e demandaram esse mercado. Porém, isso não minimiza a valorização das concorrentes. eldquo;Embora as renováveis tenham tido uma receita menor, o valor dela de mercado cresceu mais. As empresas de óleo e gás cresceram bastante, mas o valor delas ficou mais estável. É uma correlação que mostra que há uma pressão do mercado para uma saída de óleo e gás e um movimento a favor de renováveis favorecendo isso.erdquo; O especialista ressalta que a tendência de valorização das renováveis já vem sendo observada pela PwC nos últimos anos e é eldquo;um caminho sem voltaerdquo;. A perspectiva é de um sinal verde para o financiamento das energias renováveis, independentemente de futuros fatores externos, como o recente tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos à cadeia global de suprimentos. eldquo;Com a chegada de 2025 e de algumas discussões de âmbito internacional, entramos em um período de incerteza. Mas olhando por um período mais longo, vejo que essa valorização continua. Vamos ter um aumento de demanda muito forte, e essa demanda vai ser suprida inevitavelmente pelos projetos de renováveis em primeiro plano.erdquo;

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