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Lula defende encontro com Shell em Nova York

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, nesta quarta-feira (25), seu encontro com dirigentes da Shell em Nova York, para onde o petista viajou para participar da Assembleia-Geral da ONU. Lula afirmou não ver nenhuma contradição da reunião com o discurso ambiental do governo. "Eu não estou vendo nenhuma contradição. Eu recebi um empresário [de uma companhia] que está, simplesmente, há cem anos no Brasil. Eu tenho 78 anos, significa que, quando eu nasci, a Shell já estava no Brasil há 22 anos. É uma empresa que tem contribuído dentro da lógica das exigências da política energética do Brasil", disse Lula. As declarações do petista ocorreram em entrevista coletiva em Nova York, pouco antes de retornar ao Brasil. Lula recebeu na residência da embaixada do Brasil em Nova York o presidente global da petroleira, Wael Sawan, e o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto. A agenda, que não constou entre os compromissos oficiais do petista, foi revelada pela BBC Brasil. De acordo com a BBC Brasil, Cristiano Pinto já comentou publicamente o interesse da empresa na exploração da margem equatorial, uma região de costa marítima entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, considerada uma das últimas fronteiras petrolíferas não exploradas no país. Lula destacou que a Shell é sócia da Petrobras em 60% dos poços leiloados. "Ela [Shell] só vai para a margem equatorial quando o governo brasileiro autorizar a Petrobras a fazer pesquisa na margem equatorial", disse Lula, em referência ao pedido de exploração feito pela estatal para a Bacia Foz do Amazonas, em análise no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O petista também afirmou que o mundo vai precisar de combustíveis fósseis até o pleno desenvolvimento de fontes alternativas. "É preciso que, quando a gente fale isso, a gente aponte como é que vai viver o planeta Terra sem energia fóssil, até a gente se dotar de autossuficiência em outro tipo de energia", disse. "A gente vai utilizar o potencial de exploração de petróleo do Brasil para que a gente possa transformar a Petrobras numa empresa de energia, não numa empresa de petróleo. Quando o petróleo acabar, a Petrobras tem que estar produzindo outras energias que o Brasil e o mundo precisam."

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TCU identifica fragilidades em políticas para biocombustíveis

O Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou fragilidades no controle da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) sobre a geração e a certificação de Créditos de Descarbonização (CBIOs) e possível insuficiência de geração dos CBIOs. Segundo avaliação do órgão, a situação pode prejudicar a confiabilidade do lastro dos CBIOs, mas o problema tende a ser resolvido com o desenvolvimento de uma solução tecnológica para melhorar a atividade fiscalizatória por parte da agência. A fragilidade nas políticas públicas voltadas aos biocombustíveis é um dos destaques do 8º Relatório de Fiscalizações e Políticas e Programas de Governo (Repp 2024), divulgado nesta quarta-feira (25/09). O documento será enviado ao Congresso Nacional até a próxima segunda-feira (30/9). Sob relatoria do ministro Augusto Nardes, o órgão conduziu uma auditoria entre agosto e dezembro de 2021. A auditoria constatou que os CBIOs foram influenciados pela pandemia de Covid-19, em razão da demanda por combustível ter caído na época. Assim, os créditos podem não atingir valores suficientes para a indução de investimentos e para incentivar a participação de biocombustíveis na matriz energética, e, consequentemente, prejudicar os objetivos do Renovabio. Sobre o Renovabio, foram observadas incoerências entre os fundamentos aplicados ao programa e às políticas automotivas eldquo;especialmente em relação aos conceitos de eficiência energética, que podem dificultar a integração entre as políticaserdquo;, diz o relatório. A expectativa é de que o Combustível do Futuro resolva essa divergência. Outra fragilidade encontrada pela auditoria foi a ausência de indicadores de desempenho e metas claras no programa Selo Biocombustível Social (SBS). O TCU afirma que a governança do monitoramento dos resultados do programa eldquo;teria negligenciado (ehellip;) as diretrizes energéticas e econômicas do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB)erdquo;. Por isso, os objetivos energéticos de diversificação e desenvolvimento de novas biomassas não estão sendo alcançados de forma satisfatória, o que pode prejudicar a livre competição no setor, avalia o relatório. O TCU recomendou ação da Casa Civil sobre a avaliação do programa SBS e chamou atenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) sobre o tema.

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Petróleo tem forte queda e arrasta ações das empresas brasileiras do setor

A visão do mercado para o petróleo neste ano não projetava um teto muito alto para a commodity. A bem dizer: a maioria dos economistas via os preços andando de lado durante o ano. Então mesmo que, por um lado, o aumento das tensões geopolíticas e o anúncio de novos estímulos do governo da China ao seu mercado tenham puxado o preço nos contratos futuros, por outro lado, esses efeitos tendem a ser limitados. Isto porque ainda não saíram de cena as incertezas sobre a demanda global pelo produto em um ambiente de desaceleração do ritmo de crescimento das grandes economias. Por isso, depois da alta forte que a commodity registrou ontem, nesta quarta (25), é dia de os investidores embolsarem os lucros. O horizonte ainda é muito nebuloso para deixar essa chance passar, vamos dizer assim. Com esse fluxo vendedor, o valor no contrato do barril de Brent (referência global) para novembro caiu 2,32%, a US$ 73,46. Este cenário exerce pressão relevante sobre as juniores (como são chamadas as petroleiras privadas no Brasil, dado seu tamanho diante da Petrobras). As ações dessas companhias caíram praticamente em bloco, à exceção da estatal, que escapou por pouco do movimento negativo hoje graças à recomendação do J.P. Morgan. Assim, o papel da Prio recuou 3,72%, fechando a R$ 44,81, enquanto o da Brava Energia (resultado da fusão da 3R coma Enauta) cedeu 6,47%, a R$ 18,20, e a PetroReconcavo caiu 2,21%, fechando o dia cotado em R$ 18,14. O movimento pode ser também traduzido como "correção de excessos", no jargão do mercado. É quando os investidores entendem que as altas recentes fizeram os preços ultrapassarem as perspectivas que têm para o ativo. Isto provoca o movimento de venda. eldquo;As crescentes tensões geopolíticas e as medidas de estímulo chinesas fortalecem os otimistas com os preços do petróleo, mas o nível de US$ 72,85 por barril [do WTI, a referência para o mercado americano] ainda não foi tocado para fazer com que o preço do barril se consolide em um nível mais otimista de médio prazoerdquo;, diz a analista Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, à agência internacional Dow Jones. Para ela, perspectivas de uma demanda global mais fraca e de ampla oferta de petróleo têm mantido o teto dos preços em nível mais baixo.

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A Petrobras precisa pensar no além do petróleo

Magda Chambriard, presidente da Petrobras, afirmou que o Brasil não pode deixar explorar a Margem Equatorial, ou seja, a área do Amapá, Rio Grande do Norte, o mar que circunda a Amazônia. O ministro Alexandre Silveira foi além, disse que se o Brasil não explorar essa área vai se tornar importador de petróleo. Esse é um discurso esperado quando se está num evento tradicional de petróleo, ROG.e (antiga Rio Oil eamp; Gas). Mas o que eles estão fazendo é ameaçar o país com uma escassez de petróleo, quando o que precisa ser feito é explicar onde está a diferença de opinião e o cumprimento de exigências ambientais que ainda impedem a exploração na região. É preciso mais diálogo dentro do governo para que a Petrobras cumpra todas as exigências feitas pelo órgão ambiental, afinal não são determinadas por idiossincrasia, mas pela legislação. Cada órgão tem a sua preocupação, a do Ibama é proteger o meio ambiente. E é preciso se cercar de toda a proteção possível, de toda a segurança para que não haja desastre ambiental naquela área. O que não deveria é apostar na atitude de pressão. A Petrobras precisa de um projeto para além de petróleo. Em algum momento, a exploração de petróleo terá que ser reduzida. Esse é um compromisso internacional que o Brasil assumiu. Aliás, todos os países que assinaram o Acordo de Paris se comprometeram com a redução das emissões de gás de efeito estufa, a redução do uso de combustível fóssil. Na última reunião da COP, a COP28, foi firmado um novo compromisso de redução do uso do petróleo nas economias. E o Brasil assinou também esse compromisso. Isso exige que a Petrobras pense para além do petróleo, e isso a empresa não consegue fazer. A Petrobras ainda não conseguiu sair da caixa. A fóssil. Outro dia o presidente Lula disse que a Petrobras não é uma empresa de petróleo, é uma empresa de energia. Sim, é o que ela deveria ser, uma empresa de energia, mas não é. Ainda. Ela só pensa fóssil, quer fazer o mesmo que sempre fez. O ministro Alexandre Silveira disse que o Brasil tem muitas fontes de energia e não pode deixar de explorar todas elas. Não é verdade. Certas fontes são tão emissoras que deveriam sim ser abandonadas, como o carvão, que é altamente poluente. O Brasil tem ainda subsídio, o que estimula para essa fonte. Em reportagem de Bruno Rosa, publicada no GLOBO, nesta terça-feira, Rodolfo Saboia, diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), disse que a agência pretende, até o fim do ano, avançar na agenda de fontes renováveis com o desenvolvimento de regras do hidrogênio e baixo carbono. Fala-se muito e pouco é feito nessa área. A transição energética virou uma daquelas placas usadas para não dizer nada. É fundamental dar substância ao que é exatamente a transição energética, o que precisa ser feito para buscar esse futuro com menos petróleo. Para abrir essa nova frente de exploração de petróleo, o da na Margem Equatorial, o país precisa ter a segurança de que não é um risco para a própria Amazônia. E é a Petrobras é que tem que dar essa garantia, ao mesmo tempo, em que se prepara para continuar existindo mundo além do petróleo.

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Sem petróleo na Margem Equatorial, Brasil deixa de arrecadar R$ 3 trilhões, diz ministério

Sem novas frentes de exploração petrolífera, o Brasil deixará de arrecadar quase R$ 3 trilhões em participações governamentais emdash; impostos e royalties emdash; no período entre 2032 e 2055. A estimativa consta de documento, preparado em julho pelo Ministério de Minas e Energia, intitulado eldquo;Ações do MME sobre Questões Ambientais para a Segurança Energéticaerdquo;. Conforme projeções da pasta, a produção brasileira de petróleo vai atingir um pico de 5,3 milhões de barris/dia em 2030. A partir daí, sem novas frentes, a produção cairia para 2,5 milhões de barris/dia em 2040. Em 2052, chegaria a apenas 700 mil. Para que esse cenário não ocorra, o documento cita fronteiras exploratórias em diversas bacias, como a Potiguar e de Pelotas. O destaque, no entanto, é a Margem Equatorial emdash; região em que nenhum poço foi perfurado até agora, por razões ambientais, em dez anos de contrato. As áreas foram licitadas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2013. Ambientalistas criticaram nesta terça-feira (24) o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na abertura da Assembleia-Geral da ONU, por ter ressaltado ações contra as mudanças climáticas, mas sem mencionar o desejo do governo brasileiro de explorar petróleo na Margem Equatorial emdash; o que consideram uma contradição. No documento formulado pelo Ministério de Minas e Energia, há sugestões de iniciativas para lidar com as questões ambientais envolvendo novas áreas de petróleo: um arcabouço legal para o licenciamento prévio da perfuração de poços; estudos de eldquo;caracterização regionalerdquo; reconhecidos pelo Ibama; elaboração de um manual de boas práticas de licenciamento ambiental; e aprimoramentos da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). O pedido do Ibama para realização de AAAS emdash; um estudo mais aprofundado de toda a Margem Equatorial emdash; é um dos pontos que têm travado a licença para a perfuração de um poço pioneiro da Petrobras na Bacia da Foz do Amazonas.

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Bioverde investirá R$ 1,3 bilhão em usina de etanol de milho em MT

A empresa Bioverde vai investir R$ 1,3 bilhão para construir uma usina de etanol de milho no município de Alto Araguaia (MT). O governo de Mato Grosso anunciou o projeto nesta quarta-feira (25/9). Segundo o governo mato-grossense, a usina produzirá mais de 1 milhão de metros cúbicos de etanol de milho por ano, além de 727 mil toneladas de farelo de milho seco (DDG). O projeto da empresa prevê a contratação de 250 funcionários na fase de operação. A fábrica ficará às margens da BR-364 e terá conexão com a Ferronorte (Ferrovia Norte Brasil), o que vai facilitar o escoamento do farelo e do etanol. Mato Grosso é o maior produtor nacional de etanol de milho do país emdash; o Estado respondeu por 73% da produção brasileira do biocombustível no ano passado. Somadas, as 11 usinas de etanol de milho de Mato Grosso produziram 4,43 bilhões de litros em 2023. Há outras dez em construção, distribuídas pelas cidades de Sorriso, Ipiranga do Norte, Campo Novo do Parecis, Tabaporã e Vera, além de Alto Araguaia, onde a 3Tentos já começou a erguer uma unidade. E, na lista de cidades têm plantas já anunciadas, mas que ainda não estão em obras, figuram Porto Alegre do Norte, Sorriso, Campo Novo do Parecis e Canarana.

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