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Quem é Arthur Cerqueira Valério, novo secretário-executivo do MME

Arthur Cerqueira Valério assumiu nesta quinta-feira (10/1) a Secretaria Executiva do Ministério de Minas e Energia (MME) no lugar de Efrain Pereira da Cruz, que ocupava o cargo desde março de 2023. Ele já atuava como consultor jurídico da pasta desde janeiro, após a posse do ministro Alexandre Silveira (PSD/MG). Advogado da União desde 2006, Arthur Valério é presidente do Conselho de Administração da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) desde julho, por indicação do ministro. Com a mudança de governo, a atuação da PPSA ganhou novos contornos, com estudos em curso para ampliar a atuação da estatal responsável pela comercialização do óleo e gás natural da União na partilha. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou, em 2023, o início dos estudos do Gás para Empregar, programa que tem como pilares a oferta de gás natural ao mercado por meio da estatal e reverter recursos para investimentos em infraestrutura. Além disso, estão previstos para 2024 desdobramentos dos estudos para usar o óleo da União no refino doméstico. Com a eleição de Lula (PT), buscar a autossuficiência no abastecimento de combustíveis passou a ser apresentada como prioridade política para a área de energia. No MME, o servidor liderava a análise jurídica dos projetos de geologia e mineração, além de petróleo, gás natural, biocombustíveis e energia elétrica. Eletrobras e tarifas de energia elétrica Arthur Valério assume o posto no MME em um momento em que o governo federal prepara medidas provisórias com a promessa de reduzir as tarifas de energia. Em discussão desde o fim de 2023, as propostas ainda estão sendo fechadas na Casa Civil. E tem a privatização da Eletrobras no foco, fonte de recursos para aportes na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) endash; e redução do peso dos subsídios endash; e cuja lei foi alvo de medidas aprovadas na Câmara dos Deputados para expandir a geração a gás natural e construir gasodutos. O próprio presidente Lula pautou a reforma: eldquo;Três milhões de pessoas mais ricas, que são empresários, pagam um terço do valor da energia que pagam os 90 milhões de brasileiros mais pobreserdquo;, disse em dezembro, em críticas ao rateio de tarifas e encargos, que isentam parcialmente grandes consumidores. Maior geradora do país, privatizada por Bolsonaro, a Eletrobras entrou em um processo de conciliação com a União (ainda sócia da empresa), após a AGU questionar no Supremo Tribunal Federal (STF) os limites impostos ao poder de voto do governo federal pela lei de privatização. O novo secretário-executivo é graduado em direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, e especialista em Direito Público e Mestre em Administração Pública pela FGV. Era analista judiciário da Justiça Federal do Paraná quando ingressou na carreira de advogado da União. Na Advocacia-Geral da União, começou a exercer cargos de direção, como consultor jurídico, no Ministério dos Transportes, durante o governo Dilma Rousseff, entre 2012 e 2015. Depois exerceu a mesma função durante o mandato de Michel Temer nas pastas de Cidades e de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Cerqueira também foi chefe de gabinete do Procurador-Geral da União e exerceu o cargo de consultor-Geral da União, entre 2019 e 2022, no governo de Jair Bolsonaro. Cerqueira também é membro consultor da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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UNICA: Venda de etanol hidratado pelos produtores ultrapassa 1,9 bilhão em dezembro

A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de dezembro registrou crescimento de 79,87%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 4,87 milhões de toneladas contra 2,71 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 644,14 milhões, ante 542,39 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 endash; avanço de 18,76%. Em dezembro, um mês suficientemente seco para operacionalização da colheita, as unidades produtoras do Centro-Sul foram capazes de manter um ritmo de processamento inédito para essa etapa da safra. Desde 2015 o setor não ultrapassava a marca de 20 milhões de toneladas processadas no último mês do ano civil. Graças a essas condições, a moagem do Centro-Sul atingiu um patamar recorde. Se há alguns meses havia expectativa de cana bisada em quantidade nunca vista, esse cenário parece ter se exaurido com o desempenho excepcional da colheita no último terço da safra 2023/2024. Operaram na segunda quinzena de dezembro 100 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 85 unidades com processamento de cana, oito empresas que fabricam etanol a partir do milho e sete usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, operaram 49 unidades produtoras. Ao final da quinzena, 81 unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 246 unidades. No ciclo anterior, até 1º de janeiro, 247 usinas haviam terminado com seu período de processamento. Para a próxima quinzena, está previsto que mais duas unidades produtoras encerarão a safra. No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de dezembro foi de 136,93 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 143,17 kg por tonelada na safra 22/23 endash; variação negativa de 4,36%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 139,57 kg de ATR por tonelada (-1,13%). Produção de açúcar e etanol A produção de açúcar na segunda metade de dezembro totalizou 235,76 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 173,83 milhão de toneladas, representa aumento de 35,63%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 42,05 milhões de toneladas, contra 33,53 milhões de toneladas do ciclo anterior (+25,43%). Vale destacar que o recorde na produção de açúcar também se estende para as exportações do produto que, segundo dados da SECEX, encerrou 2023 com um 31,38 milhões de toneladas embarcadas, o maior valor de toda a série histórica. O pico de exportações ocorreu em dezembro quando 3,85 milhões de toneladas foram comercializadas para o mercado externo. Na segunda quinzena de dezembro, 526,11 milhões de litros (+62,88%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 353,79 milhões de litros (+99,44%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 172,32 milhões de litros (+18,34%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 31 de dezembro, a fabricação do biocombustível totaliza 31,44 bilhões de litros (+14,39%), sendo 18,79 bilhões de etanol hidratado (+18,72%) e 12,66 bilhões de anidro (+8,52%). Da produção total de etanol registrada na segunda quinzena de dezembro, 53% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 279,39 milhões de litros neste ano, contra 202,97 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 endash; aumento de 37,65%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 4,61 bilhões de litros endash; avanço de 41,65% na comparação com igual período do ano passado.

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UNICA: Venda de etanol hidratado pelos produtores ultrapassa 1,9 bilhão em dezembro

A moagem de cana-de-açúcar na segunda quinzena de dezembro registrou crescimento de 79,87%, na comparação com o mesmo período do ciclo passado. Foram processadas 4,87 milhões de toneladas contra 2,71 milhões. No acumulado da safra 23/24, a moagem atingiu 644,14 milhões, ante 542,39 milhões de toneladas registradas no mesmo período no ciclo 22/23 endash; avanço de 18,76%. Em dezembro, um mês suficientemente seco para operacionalização da colheita, as unidades produtoras do Centro-Sul foram capazes de manter um ritmo de processamento inédito para essa etapa da safra. Desde 2015 o setor não ultrapassava a marca de 20 milhões de toneladas processadas no último mês do ano civil. Graças a essas condições, a moagem do Centro-Sul atingiu um patamar recorde. Se há alguns meses havia expectativa de cana bisada em quantidade nunca vista, esse cenário parece ter se exaurido com o desempenho excepcional da colheita no último terço da safra 2023/2024. Operaram na segunda quinzena de dezembro 100 unidades produtoras na região Centro-Sul, sendo 85 unidades com processamento de cana, oito empresas que fabricam etanol a partir do milho e sete usinas flex. No mesmo período, na safra 22/23, operaram 49 unidades produtoras. Ao final da quinzena, 81 unidades encerram a moagem, enquanto no acumulado já se contabilizam 246 unidades. No ciclo anterior, até 1º de janeiro, 247 usinas haviam terminado com seu período de processamento. Para a próxima quinzena, está previsto que mais duas unidades produtoras encerarão a safra. No que condiz à qualidade da matéria-prima, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) registrado na segunda quinzena de dezembro foi de 136,93 kg por tonelada de cana-de-açúcar, contra 143,17 kg por tonelada na safra 22/23 endash; variação negativa de 4,36%. No acumulado da safra, o indicador marca o valor de 139,57 kg de ATR por tonelada (-1,13%). Produção de açúcar e etanol A produção de açúcar na segunda metade de dezembro totalizou 235,76 mil toneladas. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 173,83 milhão de toneladas, representa aumento de 35,63%. No acumulado desde 1º de abril, a fabricação do adoçante totaliza 42,05 milhões de toneladas, contra 33,53 milhões de toneladas do ciclo anterior (+25,43%). Vale destacar que o recorde na produção de açúcar também se estende para as exportações do produto que, segundo dados da SECEX, encerrou 2023 com um 31,38 milhões de toneladas embarcadas, o maior valor de toda a série histórica. O pico de exportações ocorreu em dezembro quando 3,85 milhões de toneladas foram comercializadas para o mercado externo. Na segunda quinzena de dezembro, 526,11 milhões de litros (+62,88%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 353,79 milhões de litros (+99,44%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 172,32 milhões de litros (+18,34%). No acumulado desde o início do atual ciclo agrícola até 31 de dezembro, a fabricação do biocombustível totaliza 31,44 bilhões de litros (+14,39%), sendo 18,79 bilhões de etanol hidratado (+18,72%) e 12,66 bilhões de anidro (+8,52%). Da produção total de etanol registrada na segunda quinzena de dezembro, 53% foram provenientes do milho, cuja produção foi de 279,39 milhões de litros neste ano, contra 202,97 milhões de litros no mesmo período do ciclo 22/23 endash; aumento de 37,65%. No acumulado desde o início da safra, a produção de etanol de milho atingiu 4,61 bilhões de litros endash; avanço de 41,65% na comparação com igual período do ano passado.

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Xingamento em posto de combustível resulta em condenação de motorista por danos morais

Um motorista foi condenado a indenizar um posto de combustíveis em R$ 3 mil por ofensas dirigidas ao estabelecimento comercial diante de demais clientes. A decisão, em ação de danos morais promovida pelo estabelecimento comercial, partiu do juízo da 5ª Vara Cível da comarca de Joinville. Consta na inicial que o réu, após abastecer seu veículo, iniciou eldquo;verdadeira gritariaerdquo;, momento em que xingou os frentistas com palavras de baixo calão e fez acusações por conta da quantidade de combustível - gás veicular - colocada em seu automotor. Sem embasamento, afirmava que a marcação da bomba era superior à carga suportada pelo tanque de seu veículo, o que configuraria dano ao consumidor. O motorista não contestou a ação. eldquo;A moral da empresa frente aos clientes restou afetada, em especial porque, certamente, não passou desapercebida no decorrer do tumulto [ehellip;] O réu ultrapassou os limites do razoável e, por isso, deve ser compelido a indenizar os danos a que deu causa pela exacerbação de ânimo que, reitero, foi capaz de afetar a honra e a moral do posto de combustível autor. Isto posto, condeno o requerido ao pagamento de R$ 3 mil a título de danos moraiserdquo;, determinou o juiz (Autos n. 5014181-60.2020.8.24.0038/SC).

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Xingamento em posto de combustível resulta em condenação de motorista por danos morais

Um motorista foi condenado a indenizar um posto de combustíveis em R$ 3 mil por ofensas dirigidas ao estabelecimento comercial diante de demais clientes. A decisão, em ação de danos morais promovida pelo estabelecimento comercial, partiu do juízo da 5ª Vara Cível da comarca de Joinville. Consta na inicial que o réu, após abastecer seu veículo, iniciou eldquo;verdadeira gritariaerdquo;, momento em que xingou os frentistas com palavras de baixo calão e fez acusações por conta da quantidade de combustível - gás veicular - colocada em seu automotor. Sem embasamento, afirmava que a marcação da bomba era superior à carga suportada pelo tanque de seu veículo, o que configuraria dano ao consumidor. O motorista não contestou a ação. eldquo;A moral da empresa frente aos clientes restou afetada, em especial porque, certamente, não passou desapercebida no decorrer do tumulto [ehellip;] O réu ultrapassou os limites do razoável e, por isso, deve ser compelido a indenizar os danos a que deu causa pela exacerbação de ânimo que, reitero, foi capaz de afetar a honra e a moral do posto de combustível autor. Isto posto, condeno o requerido ao pagamento de R$ 3 mil a título de danos moraiserdquo;, determinou o juiz (Autos n. 5014181-60.2020.8.24.0038/SC).

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IPCA: inflação fecha dentro da meta do BC após 2 anos de estouro; veja o que esperar para este ano

Após dois anos de estouro, o IPCA, índice oficial de inflação do País, fechou 2023 dentro da meta perseguida pelo Banco Central. Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 11, pelo IBGE, o índice ficou em 4,62% no ano passado, abaixo dos 5,79% de 2022. A meta do BC era de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto, para mais ou para menos. De acordo com o IBGE, o resultado de 2023 foi influenciado principalmente pelo grupo Transportes, que subiu 7,14% e teve o maior impacto (1,46 ponto porcentual) no índice acumulado do ano. Na sequência, diz o instituto, vieram Saúde e Cuidados Pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%). Alimentação e Bebidas, grupo de maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano. Nos Transportes, segundo o instituto, o destaque é a alta da gasolina (12,09%), eldquo;subitem de maior peso entre os 377 subitens que compõem o IPCA e responsável pelo maior impacto (0,56 ponto porcentual) em 2023eamp;Prime;. Outra alta importante foi das passagens aéreas, que subiram 47,24% e contribuíram com 0,32 ponto porcentual no acumulado do ano. eldquo;Os preços dos automóveis novos (2,37%) subiram em ritmo menor que no ano anterior (8,19%) e os automóveis usados (-4,80%) tiveram recuo em 2023eamp;Prime;, diz a nota do IBGE. No grupo de Saúde e Cuidados Pessoais, a maior contribuição (com 0,43 ponto porcentual no índice total) veio dos planos de saúde, com alta de 11,52% no ano. eldquo;Em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou o teto para reajuste dos planos individuais novos (posteriores à lei nº 9.656/98) em 9,63% para o período de maio de 2023 a abril de 2024. A partir de outubro, foram incorporadas as frações referentes aos planos antigos, com vigência retroativa a partir de julhoerdquo;, diz o IBGE. Nesse grupo, destaca-se também a alta de 5,83% dos produtos farmacêuticos. eldquo;Em 31 de março de 2023, passou a valer o reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentoserdquo;, lembra o instituto. No grupo Habitação, a principal contribuição positiva veio da energia elétrica residencial, que subiu 9,52%. eldquo;Cabe ressaltar que vigorou, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturaserdquo;, diz o IBGE. Outros destaques foram a taxa de água e esgoto (10,08%), o condomínio (6,74%) e o aluguel residencial (3,21%). Por outro lado, houve queda de 6,89% no gás de botijão, segundo o instituto. O resultado do grupo Alimentação e Bebidas, que subiu apenas 1,03%, foi influenciado pela queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%). De acordo com o IBGE, os destaques foram óleo de soja (-28%), frango em pedaços (-10,12%) e as carnes (-9,37%). eldquo;Os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023. Os preços das carnes e do frango em pedaços caíram de janeiro a setembro e, a partir de outubro, voltaram a registrar altaerdquo;, diz o Instituto. O resultado do ano foi comemorado pelo governo. Segundo o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, o número veio em linha com as estimativas mais recentes, eldquo;mas muito abaixo das expectativas do início de 2023eamp;Prime;. erdquo;Acho que os resultados econômicos de 2023 sinalizam que é possível alcançar uma taxa de crescimento econômico robusta, promover a distribuição de renda e, ao mesmo tempo, reconquistar a estabilidade macroeconômica do país, com inflação controlada, queda de juros e câmbio mais estávelerdquo;, disse Mello ao Estadão/Broadcast. O que esperar para 2024 Para este ano, a mediana das projeções feitas por analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast antes da divulgação do IPCA, nesta quinta-feira, aponta para uma inflação de 3,9%. De 47 instituições ouvidas, 45 (96%) esperam que a inflação deste ano fique acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 3%, mas abaixo do teto, de 4,5%. Uma espera inflação acima do teto e outra projeta IPCA de 3%, exatamente o centro do alvo para este ano (com margem de tolerância também de 1,5 ponto, para cima ou para baixo). O Banco ABC Brasil prevê desaceleração do IPCA para 4,2% em 2024. Os principais pontos de atenção da projeção, de acordo com Amanda Noyama, economista do banco, são os reajustes estaduais das alíquotas de ICMS e o impacto do El Niño sobre os preços dos alimentos. Anna Reis, economista-chefe da GAP Asset, projeta uma desaceleração mais intensa, a 3,51%, com viés ligeiramente de baixa. A possibilidade de um corte dos preços de gasolina em janeiro maior do que o já incorporado ao cenário, de 5%, explica a maior parte do viés. Mas alíquotas de IPVA e passagens aéreas também são pontos a serem acompanhados. eldquo;Por outro lado, temos uma pressão muito forte de alimentos que pode penalizar as projeções de curto prazo e compensar esse risco baixistaerdquo;, diz. Resultado de dezembro No mês passado, o IPCA ficou em 0,56%, 0,28 ponto percentual acima da taxa de novembro (0,28%). Em dezembro de 2022, a variação havia sido de 0,62%. O resultado veio acima da mediana dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um índice de 0,49%. De acordo com o IBGE, todos os grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em dezembro. A maior variação (1,11%) e o maior impacto (de 0,23 ponto porcentual) vieram do grupo Alimentação e Bebidas, que acelerou em relação a novembro (0,63%). A segunda maior contribuição (0,10 ponto porcentual) veio de Transportes, com alta de 0,48%. A segunda maior variação, por sua vez, foi de Artigos de Residência (0,76%), após um recuo de 0,42% em novembro. O grupo Habitação (0,34%) desacelerou ante o mês anterior (0,48%). Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,70% de Vestuário. eldquo;A inflação em dezembro foi impulsionada pela variação acima do esperado em alimentação dentro e fora do domicílio e bens industriais (como efeito da devolução dos recuos registrados em novembro, pelo período de promoções de Black Friday)erdquo;, avaliou o diretor de pesquisa para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório. Porém, Ramos ressalta que a dinâmica da inflação de serviços registrada pela última leitura do IPCA merece atenção para a condução da política monetária, em um cenário com mercado de trabalho ainda aquecido, política fiscal expansionista e expectativas de inflação ainda não ancoradas no médio prazo. Já o banco Santander Brasil avalia que as informações do IPCA mostram um quadro ainda benigno, sinalizando eldquo;que o processo de desinflação foi definitivamente bem-sucedido, embora ainda não tenha sido concluídoerdquo;. Para o chefe de pesquisa macroeconômica da gestora Kínitro Capital, João Savignon, a surpresa com a aceleração da inflação em dezembro não deve alterar o plano de voo do Banco Central para a condução da política monetária, que vem sinalizando manutenção do ritmo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto porcentual. eldquo;Em linhas gerais, a surpresa (de dezembro) resultou de uma inflação mais elevada de alimentos (clima adverso afetando preços de alimentos in natura) e de serviços, por conta de passagem aérea e serviços intensivos em mão de obraerdquo;, corroborou, em nota, Savignon, acrescentando também a influência em dezembro do efeito de devolução dos descontos do período de Black Friday. Alimentos sobem menos no ano Em dezembro, as famílias gastaram 1,11% mais com alimentação e bebidas. eldquo;Historicamente, os preços dos alimentos têm altas nessa época de final de ano e início de ano, principalmente por conta do climaerdquo;, justificou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços no IBGE. eldquo;A gente tem visto um volume de chuvas muito intenso em algumas regiões do País, e onda de calor em algumas regiões. A gente tem visto aumento de preços, principalmente, em alimentos sensíveis ao climaerdquo;, acrescentou. Houve elevações em dezembro na batata-inglesa (19,09%), feijão-carioca (13,79%), arroz (5,81%) e frutas (3,37%). Já o leite longa vida ficou mais barato pelo sétimo mês consecutivo, com queda de 1,26% em dezembro. Apesar dos aumentos nos preços na reta final do ano passado, a safra agrícola recorde ajudou a deter a inflação de alimentos em 2023. O custo das famílias com Alimentação e bebidas subiu 1,03% no ano, menor resultado desde 2017, uma contribuição de 0,23 ponto porcentual para a taxa de 4,62% registrada pelo IPCA em 2023. eldquo;Foi uma combinação de fatores. Esse ano (2023) a gente teve safras muito boas, principalmente a safra de grãos. E os preços das commodities agrícolas tiveram redução no mercado internacional. Isso contribui para uma redução nos preços de diversos alimentos, como carnes, frangoerdquo;, justificou André Almeida, do IBGE. Ele lembrou que a redução no preço dos grãos diminui o custo da criação de animais através da ração. Além disso, houve uma oferta maior de proteína animal no mercado doméstico, contribuindo para a queda nos preços em 2023. A alimentação fora de casa subiu 5,31% no ano passado, mas o custo da dos alimentos para consumo no domicílio caiu 0,52%. Em 2023, as famílias pagaram menos nos supermercados pelo óleo de soja (queda de 28,00% e impacto de -0,09 ponto porcentual para o IPCA de 2023), frango em pedaços (-10,12% e -0,07 p.p.) e carnes (-9,37% e -0,27 p.p.). O instituto lembrou que os preços do óleo de soja recuaram em dez dos 12 meses de 2023, enquanto as carnes e o frango em pedaços caíram de janeiro a setembro. Comer em casa também ficou mais barato via gás de cozinha: houve queda de 6,89% no preço do gás de botijão, ajudando a deter em -0,10 ponto porcentual o IPCA do ano. eldquo;Ao longo de 2023, a gente teve diversas reduções aplicadas pela Petrobras, e isso acabou se refletindo para o consumidor finalerdquo;, justificou Almeida. Gasolina lidera ranking de pressões em 2023 Na direção oposta, o encarecimento médio de 5,62% dos itens não alimentícios foi responsável por 95% da inflação oficial no País em 2023. Entre os 10 itens de maior impacto, que responderam juntos por quase 65% do IPCA em 2023, apenas dois eram alimentos: refeição fora de casa (alta de 4,34%) e arroz (24,54%). Os demais eram não alimentícios: gasolina (12,09%), emplacamento e licença (21,22%), plano de saúde (11,52%), energia elétrica residencial (9,52%), passagem aérea (47,24%), taxa de água e esgoto (10,08%), ensino fundamental (10,63%) e condomínio (6,74%). Os transportes, em geral, pesaram mais no orçamento. A alta na gasolina fez o item exercer a maior pressão no ano, responsável por 0,56 ponto porcentual do IPCA. eldquo;A gasolina teve reoneração de tributos federais e teve também mudança na cobrança de ICMS ao longo de 2023eamp;Prime;, explicou André Almeida, do IBGE. Destacou-se ainda a alta de 21,22% no emplacamento e licença, segundo maior impacto no IPCA, de 0,53 ponto porcentual. eldquo;A alta nos preços dos automóveis em 2022 se refletiu na cobrança do IPVA em 2023, então foi um fator que contribuiu no IPCA do anoerdquo;, completou Almeida. Outro encarecimento relevante foi o das passagens aéreas, que subiram 47,24% e contribuíram com 0,32 ponto porcentual no acumulado do ano, quinta maior pressão sobre a inflação. No caso do plano de saúde, em junho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) fixou reajustes de até 9,63% nos planos individuais novos. Houve alta também de 5,83% dos produtos farmacêuticos, sob influência da permissão de reajuste de até 5,60% nos preços dos medicamentos. A alta na energia elétrica residencial no ano ocorreu a despeito de ter vigorado, ao longo de todo o ano de 2023, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional nas faturas. Ainda em habitação, ficou mais cara em 2023 a taxa de água e esgoto (10,08%). eldquo;De maneira geral, a gente pode dizer que a inflação de 2023 foi puxada pelos monitoradoserdquo;, resumiu Almeida. A inflação de bens e serviços monitorados pelo governo encerrou o ano passado com alta de 9,12%, quase o dobro do resultado global do IPCA no período. Brasília tem a maior inflação regional Os dados do IBGE apontam que Brasília foi a área com a maior variação do IPCA em 2023, fechando o ano com alta de 5,5%, número influenciado principalmente pelas altas das passagens aéreas (93,57%), plano de saúde (11,79%) e gasolina (9,44%). O menor resultado foi em São Luís (1,7%), puxado pelas quedas nos preços das carnes (-13,52%) e do gás de botijão (-15,40%). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

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