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Supremo decide que saldo do FGTS deve ser corrigido pelo IPCA

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os saldos dos recursos depositados no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) devem ser corrigidos, no mínimo, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) endash; que é a referência da inflação oficial do País. Hoje, os recursos depositados mensalmente no FGTS rendem 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial), que atualmente está em 0,32%. Essa fórmula continua valendo, mas, quando ela resultar em uma remuneração menor do que o IPCA, caberá ao Conselho Curador do FGTS definir uma compensação. A nova fórmula de correção do Fundo não terá efeito retroativo e valerá a partir da publicação da ata do julgamento. Os ministros do STF julgaram uma ação do partido Solidariedade, apresentada em 2014, que questionava a remuneração atual do Fundo. Na ação, a legenda argumentava que desde 1999 a TR tem rendimento próximo a zero, sem conseguir repor o poder aquisitivo dos trabalhadores. O julgamento da ação estava suspenso e foi retomado ontem pelo STF. O resultado do julgamento atendeu à proposta apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que foi formulada após negociação com centrais sindicais. eldquo;A decisão de hoje (ontem) do Supremo representa uma vitória para os envolvidos na discussão da ação julgada. Ganham os trabalhadores, os que financiam suas moradias e os colaboradores do setor da construção civilerdquo;, disse o ministro da AGU, Jorge Messias, em nota. Para o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correa, a decisão de manter a fórmula de correção atual do FGTS acrescida de eldquo;dividendoserdquo; para assegurar o IPCA é positiva. eldquo;Foi uma solução adequada, porque ela preserva a continuidade e a vitalidade do FGTS para suas funções originais, que são garantir a habitação de interesse social e pagar os direitos sociais dos cotistas.erdquo; elsquo;VOTO MÉDIOersquo;. O julgamento teve sete votos favoráveis à mudança na remuneração do Fundo e quatro pela manutenção da fórmula atual. Mas, como os ministros da Corte se dividiram em três posições distintas em seus votos, o veredicto resultou de um eldquo;voto médioerdquo;. Três ministros voltaram para corrigir os saldos pelo IPCA (Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux); quatro para manter a remuneração atual (Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Dias Toffoli); e quatro para determinar que a correção seja no mínimo igual à da caderneta de poupança (Luís Roberto Barroso, André Mendonça, Kassio Nunes Marques e Edson Fachin). Se o STF decidisse por corrigir os saldos de acordo com a inflação de forma retroativa desde 1999, como defendia a ação inicial, o impacto aos cofres públicos seria de R$ 295,9 bilhões. ebull;

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AIE espera 'grande excedente' nos mercados de petróleo até 2030

A AIE (Agência Internacional de Energia) projeta um "grande excedente" nos mercados de petróleo até 2030, devido a uma desaceleração do crescimento da demanda e ao aumento da produção mundial, afirma o relatório anual publicado nesta quarta-feira (12). À medida que a transição energética avança, com o auge das energias renováveis e dos veículos elétricos, "o crescimento da demanda mundial de petróleo deve desacelerar nos próximos anos", destacou a AIE no relatório. O documento, baseado nas "políticas atuais e nas tendências de mercado", destaca a expectativa de que "a forte demanda das economias asiáticas em rápido crescimento, assim como de setores da aviação e petroquímica, estimule o consumo de petróleo nos próximos anos". Porém, ao mesmo tempo, "estes ganhos serão cada vez mais compensados por fatores como o aumento das vendas de veículos elétricos, avanços no rendimento energético dos veículos convencionais, a redução no uso de petróleo para geração de energia no Oriente Médio e mudanças econômicas estruturais". A AIE prevê que a demanda mundial de petróleo, incluindo os biocombustíveis, "será estabilizada por volta dos 106 milhões de barris diários até o fim da década", contra pouco mais de 102 milhões de barris diários em 2023. Um aumento de pouco menos de 4%, impulsionado pelas economias da Ásia, em particular China e Índia, enquanto a procura diminui nas economias avançadas. "Ao mesmo tempo, a produção mundial de petróleo deverá aumentar, o que aliviará as tensões do mercado e elevará a capacidade de produção adicional a níveis nunca observados fora da crise da Covid", destaca o relatório. O aumento da oferta mundial de petróleo, estimulado pelos produtores que não integram o grupo Opep+, especialmente os Estados Unidos, deve superar a demanda prevista a partir de 2025. A capacidade total de oferta deverá atingir quase 114 milhões de barris por dia em 2030, superando a demanda mundial projetada em 8 milhões de barris por dia. Este excedente de produção "poderá abrir caminho a um ambiente com preços do petróleo menores", destaca a AIE. Neste ambiente de "grande excedente de oferta, as empresas de petróleo podem querer garantir que as suas estratégias e planos de negócios estão preparados para as mudanças em curso", afirmou o diretor-geral da AIE, Fatih Birol. (AFP)

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Lula volta a defender exploração de petróleo na margem equatorial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descreveu nesta quarta-feira (12) a empresários árabes o Brasil como um potencial "gigante da sustentabilidade" para atrair investimentos estrangeiros preocupados com o uso de energia limpa. No mesmo discurso, porém, defendeu a exploração de petróleo na margem equatorial, questionada pelos órgãos ambientais. A fala do presidente ocorreu durante a FII Priority Summit, encontro organizado pelo principal fundo da Arábia Saudita, realizado no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Lula buscou apresentar o país como sendo o local com as melhores condições para investimentos na ampliação da produção global a partir de uma matriz energética limpa. "O Brasil que vislumbramos é um gigante da sustentabilidade e um peso pesado na segurança alimentar. É um país capaz de ampliar sua produtividade agrícola com respeito ao meio ambiente e de renovar sua vocação industrial a partir da energia limpa e da inovação tecnológica", afirmou o presidente, no trecho em que leu um discurso previamente preparado. Ao final, ao falar de improviso "com o coração", Lula defendeu a exploração do petróleo na margem equatorial, que enfrenta resistência da área ambiental do governo. O principal foco do embate está na bacia do Foz do Amazonas. "É importante ter em conta que nós, na hora que começarmos a explorar a chamada margem equatorial, vamos dar um salto de qualidade extraordinária. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente, respeitando tudo. Mas nós não vamos jogar fora nenhuma oportunidade de fazer esse país crescer", declarou. O setor de petróleo defende que a exploração na região é fundamental para manter a produção de petróleo brasileira após o esgotamento do pré-sal. O Ibama negou licença para a perfuração de um poço na bacia da Foz do Amazonas por preocupação com as atividades da petroleira em uma região de vulnerabilidade socioambiental. A fala sobre a margem equatorial foi feita logo apos Lula afirmar que a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, "está quase disputando com a [Saudi] Aramco", produtora do petróleo saudita. Ela também participou do evento. "A margem equatorial e outras novas fronteiras exploratórias são essenciais para reposição de reservas do país", disse a presidente da Petrobras em entrevista a jornalistas. "Acredito que a gente já perdeu dez anos. Essa margem equatorial foi licitada em 2013", acrescentou. Em seguida, Chambriard destacou projetos da Petrobras em descarbonização. Na visão da presidente, a empresa "está investindo muito" nessa área. "A pegada de carbono de um projeto da bacia de Santos do pré-sal tem metade da pegada de carbono tradicional. Diminuímos muito a pegada e carbono. Tudo isso é a prova de que a Petrobras está atenta à questão do meio ambiente", declarou. O tema do evento FII Priority Summit Rio de Janeiro é "investir em dignidade". O encontro é organizado pelo FII Institute, uma entidade sem fins lucrativos com recursos do fundo soberano da Arábia Saudita. A conferência já foi chamada de "Davos do deserto". Ministros do governo Lula, empresários e lideranças políticas estrangeiras participam das discussões no Copacabana Palace, que terminam na quinta-feira (13). O plano é debater temas como energia renovável, IA (inteligência artificial) e empreendedorismo. O Brasil é hoje o oitavo no mundo na produção de petróleo. Em março de 2023, Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, anunciou planos para escalar a produção nacional e tornar o Brasil o quarto maior produtor global. Para conter o aquecimento do planeta em 1,5°C, meta do Acordo de Paris para evitar eventos climáticos mais extremos e mais frequentes, a AIE (Agência Internacional de Energia) afirma que novos projetos de petróleo e gás não devem ser levados adiante. Atualmente, a temperatura média do planeta já é 1,2°C mais elevada do que no período pré-industrial.

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Petróleo sobe com tensão no Oriente Médio

O petróleo fechou em alta nesta quarta-feira, 12, após tensões no Oriente Médio apoiarem os preços, mas as notícias de que os cortes nas taxas de juros poderiam começar até dezembro limitaram os ganhos, após declaração do Federal Reserve ao concluir sua reunião de dois dias. Os futuros do petróleo Brent subiram US$ 0,68, ou 0,83%, a US$ 82,60 por barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos subiram US$ 0,60, ou 0,77%, a US$ 78,50. Os preços caíram mais de 2% na semana passada, depois que a Opep e seus aliados anunciaram que iriam eliminar gradualmente os cortes na produção a partir de outubro. O grupo militante palestino Hamas propôs inúmeras mudanças, algumas impraticáveis, a uma proposta apoiada pelos EUA para um cessar-fogo com Israel em Gaza, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, nesta quarta-feira, acrescentando que os mediadores estavam determinados a fechar as lacunas. Numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro do Catar em Doha, Blinken disse que algumas das contrapropostas do Hamas, que governa Gaza desde 2007, procuravam alterar os termos que tinha aceite em conversações anteriores. A guerra ainda não afetou materialmente o fornecimento global de petróleo, mas os investidores avaliaram o risco, impulsionando os preços futuros do petróleo. (Reuters)

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Combustíveis do futuro, só com pesquisa e inovação

Em um país com vasto território e diversidade abundante, os biocombustíveis são aposta certeira para efetivar o processo de transição energética. É com essa intenção que o Congresso Nacional se debruça sobre o PL 528/2020 (Combustível do Futuro), atualmente no Senado Federal. A proposta apresenta dispositivos para alavancar o setor, mas ainda carece de mecanismos de fomento e incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação (PDeamp;I) em biocombustíveis, essenciais para promover a esperada revolução no setor. Durante recente audiência pública promovida pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado destinada à discussão do projeto, a Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI) apresentou uma proposta que visa ampliar os recursos destinados à PDeamp;I dos biocombustíveis. A proposta em questão é para que o texto final do PL 528/2020 inclua um dispositivo fixando que 20% dos recursos obrigatórios dos royalties do petróleo destinados a desenvolvimento e inovação (PDeamp;I) endash; previstos em Lei desde 1997 endash; sejam destinados para projetos relacionados a biocombustíveis. Entre 2016 a 2022, o valor total da obrigação de investimentos em PDeamp;I foi de R$ 16,6 bilhões, sendo que desse valor somente R$ 331 milhões foram gastos com biocombustíveis, ou seja, apenas 2,36% dos recursos nesse período foram utilizados no desenvolvimento de pesquisas em combustíveis renováveis. O aporte em pesquisa e inovação destinado à pesquisa e inovação em biocombustíveis seria um passo importante, principalmente diante dos desafios fiscais do governo federal. Esses recursos seriam provenientes do setor privado, mais especificamente dos combustíveis fósseis, sem qualquer impacto negativo no orçamento público. Se formos além, o valor ainda estaria aquém do ideal para explorar plenamente a potencialidade do país no setor. Estudo apresentado pela ABBI na COP28 indica que o Brasil poderia alcançar a receita anual de US$ 398 bilhões até 2050 com os biocombustíveis. Para isso, seriam necessários US$ 94 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos. Atualmente, entre os 17 países megabiodiversos do mundo, apenas um endash; os Estados Unidos endash; está entre os dez mais inovadores. O quadro dá a dimensão do quanto a transição energética e, principalmente, a liderança global no setor passam, necessariamente, pelo desenvolvimento tecnológico. Quando se fala em Brasil, o processo é ainda mais urgente devido a compromissos internacionais assinados pelo país, que se comprometeu a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 48% até 2025, e em 53% até 2030, com objetivo de alcançar emissão líquida zero em 2050. Para atingir esses objetivos, a matriz energética precisará ampliar suas fontes renováveis, em especial os biocombustíveis, que têm papel fundamental para descarbonizar o setor de transporte. O texto atual do Programa Combustível do Futuro inclui diversas medidas para o desenvolvimento da indústria de biocombustíveis. Destacam-se iniciativas como o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação (ProBioQAV), o Programa Nacional de Diesel Verde (PNDV), o Programa Nacional de Biometano e a alteração dos limites de mistura de biodiesel no diesel comercializado. Essas medidas visam criar um ambiente favorável para o crescimento dos biocombustíveis e aumentar sua participação no mercado energético brasileiro. No entanto, há ainda uma necessidade crítica de investimentos em PDeamp;I. Os biocombustíveis avançados, como o etanol de segunda geração, têm custo, em média, 20% superior ao etanol de primeira geração, segundo relatório do Ciclo Otto coordenado pela ABBI. O estudo ainda aponta que as áreas estratégicas de produção de etanol de segunda geração necessitam de grande aporte de recursos em pesquisa e inovação para reduzir os custos de produção ao consumidor final. Os investimentos, contudo, ainda têm como destino principal os combustíveis fósseis. A sugestão de que o Projeto de Lei do Combustível do Futuro amplie a participação das energias renováveis na cláusula de investimento em PDeamp;I da Lei nº 9.478/1997 (Lei do Petróleo), seria um marco para o desenvolvimento dos biocombustíveis, reduzindo os custos de produção e permitindo sua ampla utilização em todo o mundo. Cabe ao Senado dar esse importante impulso, assegurando que o Brasil explore plenamente suas vantagens competitivas e lidere a transição energética global. Este artigo expressa exclusivamente a posição do autor e não necessariamente da instituição para a qual trabalha ou está vinculado.

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Redução de preços de energia e combustíveis é prioridade para Silveira, afirma secretário do MME

O secretário nacional de petróleo, gás natural e biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME) e presidente do conselho de administração da Petrobras, Pietro Mendes, afirma que a redução dos preços de energia e dos preços dos combustíveis são pautas prioritárias para o ministro Alexandre Silveira. Ao participar do FII Priority Summit, encontro internacional de líderes e executivos no Rio, Mendes afirmou que tem estudado fontes de recursos e formas de retirar subsídios para alcançar esse objetivo. Mendes afirmou que não vê um pico de demanda por derivados de petróleo no Brasil até 2050. Segundo o secretário, esse pico não deve ocorrer mesmo com todos os programas do governo por biocombustíveis e por eletrificação. eldquo;Vemos a demanda [até 2050] como temos hojeerdquo;, disse Mendes. Clique aqui para continuar a leitura.

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