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Mitsui e Geo se unem para explorar potencial do biometano no agro

A Mitsui Gás e Energia do Brasil e a Geo bio gaseamp;carbon (grupo Geo Biogás) anunciaram nesta quarta (10/4) a criação da GeoMit, uma joint venture para construir e operar plantas de biometano a partir de resíduos de cana-de-açúcar e do agronegócio. A intenção da GeoMit é estabelecer parcerias com produtores de biomassa, para o uso sustentável dos resíduos orgânicos. A nova empresa reúne as experiências da Mitsui na distribuição de gás natural e da Geo na tecnologia e operação de usinas de biogás e biometano. A Geo já investiu mais de R$ 450 milhões na criação e instalação de projetos para produção de biogás. Hoje, tem quatro plantas operando nos estados do Paraná e São Paulo. Mitsui também estuda parceria com Petrobras A japonesa vem se reposicionando no Brasil, na área de novas energias. A empresa tem um histórico de investimentos no mercado de distribuição de gás canalizado e, agora, mira oportunidades com a transição energética. Em março, a Mitsui eamp; Co, controladora da Mitsui Gás e Energia, assinou com a Petrobras um memorando de entendimentos para avaliação, em caráter não vinculante, de oportunidades de negócios em baixo carbono no Brasil. A parceria envolve a avaliação de potenciais oportunidades para produção de hidrogênio sustentável e seus derivados, utilização de biometano, e captura, transporte e armazenamento de carbono (CCS).

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Varejo registra queda anual de 2,5% em março, aponta Índice Stone

O volume de vendas no varejo brasileiro caiu 2,5% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados do Índice de Atividade Econômica Stone Varejo divulgado nesta quarta-feira (10). Na comparação com fevereiro, o indicador do volume de vendas mostrou alta de 0,2%. Embora a comparação anual ainda tenha apresentado queda, o pesquisador econômico e cientista de dados da Stone, Matheus Calvelli, comenta que há uma tendência de melhora pelos dados do primeiro trimestre de 2024. Pesquisa mostra que cinco dos segmentos do varejo acompanhados registraram uma queda anual significativa, com o setor de livros e jornais, revistas e papelaria liderando as estatísticas, apontando queda de 13,2%. Também se destacaram entre as retrações os segmentos de material de construção (-12%), tecidos, vestuário e calçados (-4,5%), móveis e eletrodomésticos (-4,0%) e artigos farmacêuticos (-0,8%). Apenas um segmento apresentou alta, o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com +0,7%. No recorte estadual, dez estados brasileiros se destacam com resultados positivos no mês, no comparativo de 2024 com 2023: Ceará (+8%), Amazonas (+5,4%), Roraima (+5,1%), Tocantins (+2,6%), Maranhão (+1,7%), Mato Grosso do Sul (+1,6%), Sergipe (+1,4%), Mato Grosso (+0,9%), Rio Grande do Norte (+0,5%) e Pará (+0,3%). O estudo, feito em parceria com o Instituto Propague, mapeia mensalmente os dados de pequenos, médios e grandes varejistas para montar um retrato do setor nacional.

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Governo quer manter texto do PL dos combustíveis do futuro como saiu da Câmara

O governo vai trabalhar para manter o texto do projeto de lei (PL) dos combustíveis do futuro como ele saiu da Câmara dos Deputados. Atualmente, a proposta está em tramitação no Senado com relatoria do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB endash; PB). O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu o texto como aprovado pelos deputados. eldquo;Nós temos que trabalhar para manter o texto do relator Arnaldo Jardim no Senadoerdquo;, disse o vice-presidente durante o discurso de abertura da Cana Summit organizado pela Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana), em Brasília, nesta quarta, 10. Ainda de acordo com Alckmin, o Brasil pode ser vanguardista na produção desses biocombustíveis, como o SAF (sigla em inglês para Combustível Sustentável de Aviação). eldquo;Nós vamos ter que trocar todo o querosene de aviação do mundo e vai ser por biocombustíveis, SAF. Quem vai produzir isso? Vai ser o Brasilerdquo;, defendeu. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, também corroborou com Alckmin e disse que as mudanças sugeridas pelo ministério já foram feitas na Câmara dos Deputados. eldquo;Por parte do Ministério da Agricultura, todos os ajustes foram feitos na Câmara dos Deputados. Eu espero que meu colega, Veneziano Vital do Rêgo, avalie todos os detalhes do projeto já aprovado, mas que, na medida do possível, sofra o mínimo de alterações possíveis. Porque está muito bem construído, encaminha o Brasil para a vanguarda da produção de biocombustíveis no mundoerdquo;. Diesel coprocessado pode entrar no texto Um dos pontos que têm sido debatido no Senado é a inclusão do diesel coprocessado no texto do PL dos combustíveis do futuro. Segundo a Petrobrás, que defende a adesão, esse material é produzido a partir do coprocessamento do diesel tradicional com material de origem vegetal ou animal, como o óleo de soja. No entanto, a incorporação não é bem vista pelos agentes do setor de biodiesel. Eles argumentam que o material não pode ser adicionado como biocombustível devido a baixa porcentagem de material vegetal ou animal na composição. Ao ser questionado por jornalistas sobre o tema, Alckmin disse que há eldquo;espaço para todo mundoerdquo;. Ele salientou que o Senado tem prerrogativa para mudar, caso ache necessário, mas reforçou a aposta no texto aprovado na Câmara. eldquo;É um bom texto, claro que cabe ao Senado discutir, amadurecer, mas é um bom texto que foi feito pelo deputado Arnaldo Jardim [relator na Câmara dos Deputados]erdquo;, disse o vice-presidente. Já a Frente Parlamentar do Biodiesel (FBio) se manifestou contrária ao acréscimo do diesel coprocessado no texto. Na visão do presidente da FBio e deputado Alceu Moreira (MDB-RS), essa mistura de temas pode acabar descaracterizando a proposta inicial. eldquo;Não há como colocar no projeto o hidrocarboneto, porque descaracteriza completamente a matéria. Nós não temos nenhuma briga contra a Petrobras, não temos nada contra o coprocessado, acho o coprocessado um belo avanço, mas assim como a Petrobras tem o S500, o S10, então, coloca o diesel coprocessado na bomba tambémerdquo;, disse o deputado ao Agro Estadão . O deputado também falou sobre a celeridade do processo de tramitação no Senado. Ele espera que a matéria não sofra alterações para que não corra o risco de acabar sendo aprovada somente no ano que vem. O receio é que caso o Senado altere o sentido do texto, o projeto retorne à Câmara no período de eleições municipais, o que torna as aprovações ainda mais morosas nesse tempo. Moreira disse que se reuniu com o relator, o senador Veneziano, na última terça-feira, 09. Os dois são do mesmo partido e já se conhecem há algum tempo. O presidente da FBio, disse que Venezano falou para não se preocupar sobre a tramitação e que nos próximos dias devem começar as audiências públicas para tratar sobre o assunto.

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CMA vai debater proibição de carro novo a gasolina ou diesel a partir de 2030

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta quarta-feira (10) um requerimento de audiência pública para instruir o projeto de lei que institui a política de substituição dos automóveis movidos a combustíveis fósseis. O projeto (PLS 304/2017), de autoria de Ciro Nogueira (PP-PI), proíbe a venda de veículos novos a gasolina ou diesel a partir de 2030 e suspende a circulação desses veículos a partir de 2040. O pedido de debate aprovado (REQ 14/2024 - CMA) é de autoria do senador Carlos Viana (Podemos-MG), relator da proposta no colegiado. A comissão aprovou ainda outros cinco requerimentos (REQs 9/2024 - CMA, 10/2024 - CMA, 11/2024 - CMA, 12/2024 - CMA e 13/2024 - CMA) que pedem a inclusão de convidados na segunda audiência pública sobre compensação financeira à União, estados e municípios pela exploração de hidroeletricidade. Segundo a senadora Leila Barros (PDT-DF), presidente da CMA, foram convidados para a audiência: o presidente do Fórum do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Setor Elétrico; o presidente do Fórum das Associações do Setor Elétrico; Malu Ribeiro, Diretora de Políticas Públicas da Fundação SOS Mata Atlântica; Iara Bueno Giacomini, diretora de Revitalização de Bacias Hidrográficas,no Ministério do Meio Ambiente; Mauricio Scalon, representante dos Comitês de Bacias Hidrográficas; Ângelo Lima, do Observatório de Gestão das Águas; Flávio Henrique Magalhães Lima, superintendente de Infraestrutura Hídrica do Estado da Bahia; representante da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). As datas das audiências ainda serão definidas pela comissão.

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Petróleo sobe após ataque israelense ofuscar negociações de cessar-fogo

Os preços do petróleo subiram cerca de 1 dólar nesta quarta-feira, depois que três filhos de um líder do Hamas foram mortos em um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza, alimentando temores de que as negociações de cessar-fogo possam estagnar. Os futuros do petróleo Brent avançaram 1,06 dólar, ou 1,2%, a 90,48 dólares o barril, enquanto os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos Estados Unidos subiram 0,98 dólar, ou 1,2%, a 86,21 dólares. "O mercado petrolífero tem sido e continua sendo muito reativo às notícias de Gaza", disse John Kilduff, sócio da Again Capital LLC em Nova York. O Exército de Israel confirmou a execução do ataque, descrevendo os três filhos como agentes do braço armado do Hamas. Na terça-feira, o Hamas disse que estava estudando uma proposta israelense de cessar-fogo na guerra de Gaza, que já dura mais de seis meses, mas a considerou "intransigente" e disse que ela não atendia a nenhuma das exigências palestinas. A decisão do México de restringir as exportações de petróleo bruto, a fim de abastecer as refinarias nacionais, também apoiou os preços e levou as importações norte-americanas de petróleo mexicano a uma mínima recorde no início deste mês. Nas primeiras negociações, os preços do petróleo chegaram a cair após dados do governo dos EUA mostrarem que os estoques de petróleo bruto e de combustíveis subiram bem acima do esperado devido à fraca demanda e a exportações de petróleo mais baixas. Dados da Administração de Informação de Energia (AIE) dos EUA também mostraram uma queda de cerca de 2,1 milhões de barris por dia (bpd) na oferta de produtos derivados do petróleo, um indicador da demanda por combustível, e um recuo de 2,7 milhões de bpd nas exportações de petróleo bruto. (Reuters)

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Conta de luz subirá até 7% com subsídio previsto em MP do governo Lula

Texto de difícil compreensão e ações incoerentes. Foram com essas palavras que especialistas de energia definiram a MP (medida provisória) que o governo assinou nesta terça-feira (9) em cerimônia no Palácio do Planalto. Anunciada como alternativa para reduzir a tarifa e promover energia verde. O resultado prático é um alívio momentâneo no preço, entre 3,5% e 5%, segundo a gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas que vai gerar a prorrogação de subsídios para empresas que não precisam e o aumento da conta de luz, a partir de 2029, em no mínimo 7%, segundo cálculos privados. "É preciso uma pedra de roseta para decifrar a MP", afirmou Jerson Kelman, ex-diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), em uma referência ao fragmento arqueológico que possibilitou a tradução dos hieróglifos egípcios. "Qual será o aporte para a modicidade tarifária, quem fará o cálculo? Suponho que a Aneel. Talvez esteja dito na MP, mas é preciso um trabalho de detetive para decifrar", disse Kelman, que também é colunista da Folha. Na cerimônia, não se falou em detalhes técnicos, muito menos sobre números, mas a dinâmica proposta na MP para a redução do preço da energia, vista no conjunto, não tem vantagem para o consumidor no longo prazo, afirmam especialistas. O ponto que causou mais descontentamento foi a prorrogação do prazo dos subsídios dado ao setor de energia renovável no uso das linhas de transmissão. Já há uma lei determinando o fim desse benefício, porque as empresas são lucrativas e não precisam dele. No entanto, há mais de um ano, há forte pressão dos estados do Nordeste, onde se concentram parques solares e eólicos, pela prorrogação do benefício. O desconto foi incluído em projetos de lei no Congresso, mas terminaram não avançando. Agora, ressurge por orientação do governo federal. Um estudo sobre o efeito dos subsídios, realizado pela consultoria PSR, avaliou que, se a extensão do desconto na transmissão fosse autorizada para 63,8 GW de renováveis, o custo anual, a partir da entrega dos projetos em 2029, elevaria o custo da conta de luz em R$ 4,5 bilhões ao ano pelo prazo que durasse a concessão emdash;isso representaria um aumento de 2,3% na conta de luz. O ex-diretor da Aneel Edvaldo Santana buscou os dados e identificou que ao menos 90 GW em projetos de renováveis estariam aptos a reivindicar a prorrogação do subsídio. Nesse caso, pelas suas estimativas, o adicional ficaria entre R$ 17 bilhões e R$ 19 bilhões. Esse montante, por baixo, elevaria a conta de luz em 7% ao ano. "Até vão conseguir agora uma redução pequena com as medidas, mas eu fico chateado porque estão contratando um aumento, e é logo ali, em 2029", afirmou à Folha após a cerimônia de assinatura da MP. Os números foram adiantados em sua coluna no jornal Valor Econômico. A queda viria da antecipação dos recursos da Eletrobras, que também está prevista na MP. A lei de privatização estabeleceu que a empresa terá de fazer repasses para fundos regionais (da Amazônia Legal, das bacias do São Francisco e Parnaíba e da área de influência de Furnas). Seriam R$ 8,8 bilhões em dez anos. Também ficaram acertados repasses para reduzir, ao longo de 25 anos, a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), na qual se concentram os subsídios e custos adicionais repartidos com os consumidores. Foram R$ 5 bilhões em 2022 e, a seguir, cerca de R$ 1 bilhão ao ano. A MP viabiliza a busca de uma solução de mercado. Espera-se a securitização desses pagamentos futuros com um grupo de bancos para quitar especificamente a despesa com dois empréstimos, o da Conta Covid, que socorreu as distribuidoras na pandemia, e o da Conta de Escassez Hídrica, que na seca de 2021 bancou energia mais cara das térmicas. Na prática, as instituições financeiras antecipariam os valores a receber da Eletrobras, cobrando pela operação taxas de administração e juros, avaliam os especialistas. O governo ainda não deu detalhes. Ou seja, trata-se de uma operação de crédito, não de uma mudança estrutural, e os seus custos serão pegos pelo consumidor. "Não sei se fizeram todas as contas, mas não detalharam os valores e o racional não faz sentido", afirmou o presidente da Frente Nacional dos Consumidores, Luiz Eduardo Barata. Em nota divulgada ao mercado, a entidade deixou claro o posicionamento: "No momento em que o setor elétrico e a sociedade brasileira buscam caminhos para diminuir o preço da conta de luz dos brasileiros emdash;uma das mais caras do mundoemdash; este não deveria se o caminho". "A Frente Nacional dos Consumidores de Energia avalia como incoerente e prejudicial a proposição de regras que aumentam os encargos que compõem a tarifa e ainda antecipam recursos futuros criando uma despesa adicional que acabará recaindo sobre os consumidores nos próximos anos." A avaliação da frente é que, ao contrário do que o todo o setor elétrico tem defendido, o MME (Ministério de Minas e Energia) persiste em apresentar medidas isoladas e paliativas, sem ouvir a sociedade e o setor.

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