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Uso de combustíveis fósseis atinge recordes em meio ao calor, fogo e tempestade

O mundo consumiu quantidades recordes de petróleo, carvão e gás no ano passado, elevando a poluição por carbono do planeta a um novo patamar, de acordo com um relatório publicado na quinta-feira (20), frustrando as esperanças dos cientistas climáticos de que as emissões globais de energia possam ter atingido o pico. O crescimento dos combustíveis fósseis gerou um aumento de 2,1% nas emissões relacionadas à energia no ano passado, elevando-as acima de 40 bilhões de toneladas pela primeira vez, de acordo com o relatório publicado quinta-feira pelo Instituto de Energia. O relatório apresenta um cenário sombrio de um mundo que luta para se afastar dos combustíveis fósseis que aquecem o planeta, mesmo que os impactos da crise climática se tornem mais intensos e mortais. O calor extremo brutal está atualmente queimando áreas do planeta. Uma onda de calor diferente de qualquer outra já vista em décadas está varrendo grandes partes dos EUA, que também está lutando com incêndios mortais, tempestades e inundações severas. Centenas de pessoas morreram quando as temperaturas subiram para 51 graus Celsius durante a peregrinação anual Hajj a Meca, na Arábia Saudita. E a Índia está atualmente lutando com uma onda de calor mortal de verão que matou dezenas de pessoas. O relatório também mostra que, embora o mundo esteja adicionando energias renováveis limpas em níveis recordes, a demanda global de energia está crescendo tão rapidamente que os combustíveis fósseis estão preenchendo as lacunas. O ano passado foi eldquo;mais um ano de altos em nosso mundo faminto por energiaerdquo;, disse Juliet Davenport, presidente do Instituto de Energia. eldquo;A energia é central para o progresso humanoerdquo;, acrescentou. eldquo;Também é central para a nossa própria sobrevivência.erdquo; O consumo global de petróleo, carvão e gás aumentou 1,5% em 2023, impulsionado, em particular, por um forte crescimento do petróleo. No ano passado, o mundo consumiu mais de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez, segundo o relatório. Os EUA continuaram a ser o maior produtor de petróleo, aumentando sua produção em 8% no ano passado. No geral, a proporção de combustíveis fósseis na matriz energética global de 2023 permaneceu em grande parte a mesma em 81,5%, uma queda de apenas 0,5% em relação ao ano anterior. O crescimento dos combustíveis fósseis foi particularmente forte nas economias em desenvolvimento, segundo o relatório. Na Índia, o consumo destes combustíveis subiu 8% no ano passado e, pela primeira vez, o país usou mais carvão do que a Europa e a América do Norte juntas. Na China, o uso de combustíveis fósseis atingiu um novo recorde em 2023, um aumento de 6%, com o fim de seus bloqueios prolongados da Covid levando a uma recuperação destes combustíveis. No entanto, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética geral do país está diminuindo, à medida que a China continua a adicionar grandes quantidades de energias renováveis. O relatório aponta para alguns desenvolvimentos positivos. Foi constatado que o uso de combustíveis fósseis nas principais economias avançadas provavelmente atingiu um pico e está começando a cair. Nos EUA, os combustíveis fósseis caíram para 80% da energia total consumida. Na Europa, os combustíveis fósseis representaram menos de 70% da matriz energética pela primeira vez desde a Revolução Industrial, impulsionados pela redução da demanda e pelo crescimento das energias renováveis. A geração de energia a partir de fontes renováveis, excluindo a energia hidrelétrica, aumentou 13% quase inteiramente devido a um boom de energia eólica e solar, de acordo com o relatório, embora o aumento das fontes renováveis não tenha sido suficiente para corresponder ao aumento da demanda global por energia, que aumentou 2% em 2023. eldquo;Em um ano em que vimos a contribuição das energias renováveis atingir um novo recorde histórico, o aumento contínuo da demanda global por energia significa que a parcela proveniente de combustíveis fósseis permaneceu praticamente inalteradaerdquo;, disse Simon Varley, vice-presidente e chefe de energia e recursos naturais da empresa KPMG, que é coautor do relatório. Dave Jones, diretor de insights globais do think tank Ember, que não estava envolvido no relatório, disse que deveria ser um alerta para os governos agirem. eldquo;O mundo continua faminto de energia. Para virar a maré no uso de combustíveis fósseis, as energias renováveis precisam subir muito mais rápido, mantendo um olho no uso da energia de uma forma a não desperdiçá-laerdquo;, disse ele à CNN. Para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius acima dos níveis pré-industriais, uma meta acordada pelos países no Acordo de Paris em 2015, o mundo precisa reduzir as emissões aproximadamente pela metade até o final desta década.

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em 14 unidades da Federação (17 a 20/6)

Entre os dias 17 e 20/6, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em 14 unidades da Federação, em todas as regiões do país. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. Além de suas ações de rotina, a ANP também participa com frequência de forças-tarefa e ações conjuntas com outros órgãos públicos. Esta semana, por exemplo, ocorreram parcerias com o Ibama, Procon Estadual do RJ e órgãos da Bahia, em força-tarefa. A ANP segue atenta à situação de calamidade pública no Rio Grande do Sul, e continua acompanhando, monitorando e realizando ações para mitigar os efeitos no abastecimento de combustíveis na região. Veja abaixo as principais ações realizadas no estado, bem como nas demais regiões do país: Pará Em Fordlândia, no distrito de Aveiro, a ANP atuou em conjunto com o Ibama. Foi autuada e interditada uma embarcação de TRRNI (transportador-revendedor-retalhista na navegação interior) que operava como posto flutuante e ponto de revenda de GLP, sem autorização da ANP. Tanques e bombas medidoras foram interditados, como medida cautelar, e houve apreensão de gasolina comum, diesel B S10 e diesel B S500 e botijões de GLP. A embarcação também estava com Certificado de Segurança da Navegação vencido. Na mesma ação, foram apreendidos 10 bombonas de 50 litros de diesel B S10 sem nota fiscal que seriam transportados em embarcação com passageiros, já que o motorista não soube informar a origem do combustível. Ainda nessa ação de fiscalização, houve cinco autuações por: exercer atividade de posto revendedor flutuante (posto fluvial) sem possuir autorização para tal, atuar como revenda varejista de GLP também sem autorização, comercializar diesel tipo B (S10 e S500) para abastecimento de embarcações, operar bombas abastecedoras com defeito (variações volumétricas) e exercer atividade de transportador aquaviário de combustível com documentos de outorga vencidos. Também ocorreu interdição de três bicos abastecedores de combustíveis (gasolina comum, diesel B S10 e diesel B S500), bem como de quatro tanques. Houve apreensão de 2750 L de gasolina comum, 2250 L de diesel B S10, 2100 L de diesel B S500, seis botijões tipo P-13 (13kg) cheios e dois recipientes P-13 vazios. Houve autuações, sem interdição cautelar, em Santarém, em uma revenda de GLP, por comercializar recipiente sem lacre, manter carretas e caminhões estacionados junto à área de armazenamento, ter recipientes de GLP fora da área de armazenamento e não possuir distanciamento mínimo do muro limítrofe. Um posto de aviação foi autuado por manter em situação de comercialização óleo lubrificante de aviação vencido desde agosto de 2019. Rio de Janeiro Ao longo da semana, foram fiscalizados 16 agentes econômicos dos segmentos de postos de combustíveis automotivos e revendas de GLP. As empresas estavam localizadas nos municípios de São João de Meriti, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Niterói e Magé. Houve operação conjunta com o Procon Estadual nas cidades de Niterói, Rio de Janeiro e São João de Meriti. Nesta última, um revendedor foi autuado e teve tanques e equipamentos de abastecimento interditados por comercializar gasolina C comum com 44% de teor de etanol anidro e gasolina C aditivada com 35% de teor de etanol anidro, sendo que o correto, em ambos os casos, é 27%. Bahia Foram fiscalizados 27 agentes econômicos em Antônio Gonçalves, Campo Formoso, Filadélfia, Juazeiro, Salvador e Senhor do Bonfim, entre postos revendedores de combustíveis, revendas de GLP e um posto marítimo. Com exceção da capital, nos demais municípios, a ANP participou da Operação Posto Legal, em parceria com Sefaz-BA, Ibametro, Procon Estadual e Polícia Militar, na fiscalização de postos revendedores de combustíveis. Na Operação, um posto em Campo Formoso e outro em Filadélfia sofreram interdições cautelares, ambos por exercício da atividade de revenda de combustíveis sem autorização da ANP. Houve ainda autuações, sem interdições, em Juazeiro e Senhor do Bonfim por motivos como: deixar de prestar informações ao consumidor, não fazer os testes de qualidade que podem ser solicitados pelos consumidores e ausência de instrumentos para testes de qualidade. Em Salvador, um posto marítimo foi autuado, sem interdições, porque a medida-padrão (equipamento para o teste de volume) estava em desacordo com as especificações. Amazonas Em Manaus, foi fiscalizada uma base de distribuição de combustíveis, que foi autuada por ser constatado vazamento de combustível em válvula de alívio do tanque de gasolina A. A empresa foi notificada para realizar a manutenção e houve coleta de amostras de combustível para análise em laboratório. Ceará Os fiscais da ANP estiveram em Fortaleza, Maracanaú, Maranguape e Pacajus, com um total de 12 postos revendedores de combustíveis vistoriados. Em Fortaleza, dois postos tiveram bicos de diesel interditados por fornecerem volume diferente do registrado no equipamento medidor. Em um deles, as bombas também estavam sem dispositivos de segurança mínimos e obrigatórios. Houve ainda autuações, sem interdições, em todos os municípios fiscalizados, com exceção de Pacajus, por motivos como: bomba medidora em más condições de uso e conservação, ausência de instrumentos para análises de qualidade, não realização dos testes de qualidade que podem ser exigidos pelo consumidor, deixar de prestar informações ao consumidor e venda de combustível em recipiente não autorizado. Goiás Foram vistoriados 12 postos revendedores em Catalão, Corumbaíba, Goiandira, Goiânia, Itumbiara, Palmelo, Rio Verde e Santa Cruz de Goiás, sem registro de irregularidades. Em Itumbiara e Rio Verde, as ações foram realizadas pelos respectivos Procons Municipais, órgãos que mantêm acordo de cooperação técnica e operacional com a ANP e podem atuar em nome da Agência. Em Goiânia, as fiscalizações foram feitas pelo Procon Estadual de Goiás, órgão com o qual a ANP também mantém acordo de cooperação técnica e operacional. Mato Grosso Em Várzea Grande, um posto foi fiscalizado, sem registro de desrespeito às normas da ANP. A ação ficou a cargo do Procon Municipal, órgão com o qual a ANP mantém acordo de cooperação técnica e operacional. Mato Grosso do Sul Três postos revendedores de Campo Grande foram fiscalizados, sem irregularidades constatadas. As ações foram realizadas pelo Procon Municipal, órgão que mantém acordo de cooperação técnica e operacional com a ANP. Minas Gerais A fiscalização da ANP esteve presente nos municípios de Água Boa, Malacacheta, Teófilo Otoni e Uberlândia, tendo sido realizadas oito ações em revendas de GLP e postos de combustíveis. Em Teófilo Otoni, uma revenda de GLP foi interditada, de forma cautelar, por não dispor de condições mínimas de segurança para funcionamento. Houve autuações, sem interdições, em Água Boa e em Uberlândia, por comercialização de combustível em recipiente impróprio (sem selo do Inmetro), ausência de instrumento de análise, dificultar a ação dos fiscais e não exibição, de forma correta, nas bombas da identificação do fornecedor dos combustíveis. Não foram constatadas irregularidades em Malacacheta. Pernambuco Três postos de combustíveis foram fiscalizados no estado, no período, em Canhotinho, Escada e Recife. O posto de Canhotinho sofreu interdição cautelar por venda de etanol hidratado fora das especificações. O mesmo ocorreu em um posto de Escada que apresentava bico de abastecimento de etanol hidratado fornecendo volume diferente do registrado na bomba, falta de instrumentos para análises de qualidade e não fornecimento de informações ao consumidor. Em Recife, houve somente autuação, sem interdição do posto, por deixar de prestar informações ao consumidor. Rio Grande do Sul Foram fiscalizados 22 postos de combustíveis nas cidades de Farroupilha, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, São Vendelino, Bom Princípio, Feliz, São Jerônimo e Vale Verde. Todos os estabelecimentos visitados estavam comercializando combustíveis. Em Bento Gonçalves, um posto teve um tanque e um bico interditados por comercializar gasolina comum fora das especificações da ANP. Na cidade de São Jerônimo, um posto foi interditado e autuado por comercializar etanol hidratado comum fora das especificações da ANP. Além disso, um posto em Bom Princípio foi autuado por não exibir adesivo com CNPJ e endereço, não identificar na bomba o fornecedor do combustível e não possuir planta simplificada. Em São Vendelino, outro posto foi autuado por também não exibir o adesivo obrigatório, além de não identificar na bomba o fornecedor e não manter os boletins de conformidade dos combustíveis no estabelecimento. Santa Catarina A ANP esteve nos municípios de São José do Cerrito, Jaborá, Concórdia, Descanso, São Miguel do Oeste, Santiago do Sul e Macieira, nos quais foram fiscalizados sete postos de combustíveis. Na cidade de Jaborá, um posto foi autuado por exibir painel de preços em desacordo com a legislação. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. São Paulo A ANP fiscalizou 32 postos de combustíveis e três distribuidoras de solventes no período, nas cidades de Arujá, Campinas, Hortolândia, Itaquaquecetuba, Jundiaí, Limeira, Paulínia, Poá, Santa Isabel e São Paulo. Na capital, um posto de combustíveis foi autuado por comercializar gasolina C comum fora das especificações, com 40% de etanol anidro (o correto é 27%), tendo quatro bicos e um tanque desse produto interditados. Outros dois postos foram autuados, sem interdição, sendo um por não informar sua desativação à ANP e o outro por não realizar aterramento durante o abastecimento de GNV. Também houve autuação com interdições em um posto de Limeira, que comercializava etanol hidratado combustível e gasolina C comum fora das especificações, sendo a última com 53% de etanol anidro. Dois bicos e um tanque de cada produto foram interditados. Ocorreram ainda autuações, sem interdições, em Campinas (um posto) e Itaquaquecetuba (dois postos) por motivos como desatualização cadastral e não possuir equipamentos para o teste de qualidade dos combustíveis, que pode ser exigido pelo consumidor. Não foram encontradas irregularidades nas demais cidades. Tocantins Sete revendas de GLP e dois postos revendedores de combustíveis foram fiscalizados em Palmas. Uma revenda de GLP foi interditada devido à ausência de extintores de incêndio. Os postos revendedores de combustíveis de Palmas foram fiscalizados pelo Procon Estadual de Tocantins, órgão com o qual a ANP mantém acordo de cooperação técnica e operacional e pode atuar em nome da Agência. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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ANP avalia solução para tarifaço na malha de gasodutos do Sudeste

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) vem discutindo, internamente, uma solução para atenuar o choque nas tarifas de transporte da malha de gasodutos da NTS, no Sudeste, válido desde o início de junho. Uma das alternativas em análise é antecipar a devolução do saldo da Conta Regulatória, prevista inicialmente para ocorrer somente em 2025, sinalizou esta semana o diretor da ANP, Daniel Maia. O Conselho de Usuários, que representa os carregadores do sistema, pressiona para que a diretoria da ANP reconsidere o resultado da oferta de capacidade da NTS, que ao fim levou ao choque tarifário de 26% na entrada e de 7% na saída do sistema, para os novos contratos firmes de 2024 endash; na comparação com os contratos anuais até então vigentes. O pleito é reforçado pelo Fórum do Gás, que reúne associações empresariais ligadas sobretudo ao setor industrial, e que enviou na semana passada uma carta à diretoria da agência pedindo mais transparência sobre as decisões e metodologias aprovadas na formação do cenário de referência e na oferta de capacidade da NTS. eldquo;A gente está vendo se há algum espaço para atenuar um pouco [o tarifaço]erdquo;, disse Daniel Maia a jornalistas, esta semana. eldquo;De repente, antecipando um pouco essa compensação [da Conta Regulatória]? Isso é o que está sendo analisado pela área de gáserdquo;, completou. Na aprovação da proposta tarifária da NTS, ficou definido que o saldo seria resgatado em 2025. A previsão é que, por causa disso, aliás, as tarifas da malha da NTS caiam 36% em relação a este ano endash; se mantidas estáveis as demais variáveis projetadas. A Conta Regulatória é um mecanismo criado para evitar cenários de sobre ou sub arrecadação em relação à receita máxima permitida dos transportadores. Valores recebidos com produtos de curto prazo, penalidades e excedentes autorizados e não autorizados são adicionados no saldo dessa conta e revertidos em redução tarifária. Até que o tema seja regulamentado pela ANP, o funcionamento da Conta Regulatória segue as disposições de uma nota técnica (13/2019-SIM): o saldo deve ser reconciliado no intervalo de dois anos do recebimento das receitas. As situações não previstas no documento são tratadas caso-a-caso pela agência. ANP ainda avalia causas do tarifaço Quase um mês após a conclusão da oferta de capacidade da NTS, o regulador ainda tenta traçar um diagnóstico preciso sobre as causas do tarifaço. Na etapa de manifestação de interesse, a Petrobras solicitou apenas a capacidade desejada no Gasig endash; único gasoduto novo. Para o restante do sistema, entendeu que valia o que estava no Acordo de Redução de Flexibilidade de 2019, que possibilitou a oferta de capacidade disponível para terceiros. Acontece que a capacidade máxima sinalizada pela Petrobras, no acordo, está defasada. Não reflete o histórico dos volumes efetivamente movimentados pela estatal, sobretudo nos pontos de entrada de Caraguatatuba e Tecab. O ARF, por exemplo, é anterior à decisão da ANP de flexibilizar as especificações do gás da UTGCA endash; e que permite à estatal ofertar mais gás ao mercado pelo ponto de Caraguatatuba. Os volumes previstos no ARF, portanto, jogaram para baixo a contabilização da demanda no processo endash; provocando o recálculo das tarifas. Indústria cobra solução Desde a semana passada, representantes da transportadora, do regulador e da Petrobras discutem uma solução para o tarifaço. A agência avalia alternativas. O Fórum do Gás, que reúne associações empresariais ligadas sobretudo ao setor industrial, enviou, na semana passada, uma carta à diretoria da agência pedindo mais transparência sobre as decisões e metodologias aprovadas na formação do cenário de referência e na oferta de capacidade da NTS. E pede também que o regulador reavalie o resultado do processo. Em manifesto público, assinado na sexta (14/6), a entidade destacou que, embora ainda pairem incertezas sobre a razão do aumento tarifário, as consequências são claras. Cita, nesse sentido, o impacto na concorrência, no desenvolvimento do mercado livre e na competitividade do gás fornecido pelos demais supridores. Segundo o Fórum, o choque tarifário gera uma vantagem relativa à Petrobras. Pelos termos do Acordo de Redução de Flexibilidade (ARF), obrigação imposta pelo Cade à Petrobras em 2019, todo saldo de receita obtida pela contratação de capacidade disponível a novos carregadores deve ser abatido do compromisso contratual da estatal. Isso vale para os chamados contratos legados, firmados com as transportadoras de gás natural. O grupo questiona ainda até que ponto a inclusão do Gasoduto Itaboraí-Guapimirim (Gasig) na Base Regulatória de Ativos (BRA) da NTS ajudou a distorcer o resultado da contratação da malha. A inclusão de uma capacidade incremental (a do Gasig) é o principal diferencial do processo de oferta de capacidade da NTS endash; que, pela primeira vez, marcou a coexistência entre contratos legados e uma nova capacidade. Com a decisão da ANP de incluir o gasoduto na BRA da NTS, os custos do Gasig tiveram que ser redistribuídos para todo o sistema. A alternativa seria a contratação direta do Gasig pela Petrobras.

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Entenda o impacto do julgamento do STJ sobre créditos de PIS/Cofins de gastos com ICMS-ST

Esta semana, a 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, vários casos tributários favoráveis à Fazenda Nacional. Um dos entendimentos firmados é o de que não há direito a créditos de PIS e Cofins decorrentes de gastos com ICMS-ST (substituição tributária). Já que o tema foi analisado em recurso repetitivo, a decisão orientará os magistrados do país. Como a 1ª e a 2ª Turmas da Corte tinham entendimentos divergentes sobre o assunto, a 1ª Seção deu um veredito final ao assunto no STJ. Clique aqui para continuar a leitura.

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STJ nega uso de créditos de PIS e Cofins decorrentes de gastos com o ICMS-ST

A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou a contribuinte o aproveitamento de créditos de PIS e Cofins em caso de reembolso de ICMS-ST (substituição tributária). O contribuinte pedia os créditos de PIS e Cofins relativos ao valor da aquisição de bens para revenda, que incluiriam o ICMS-ST. A decisão foi unânime e em julgamento de recurso repetitivo, portanto, servirá de orientação para as instâncias inferiores do Judiciário. O advogado Ivan Allegretti destacou na sustentação oral, ontem, na sessão de julgamento, a divergência entre as Turmas da Corte sobre o tema. No ano de 2016, a 2ª Turma do STJ decidiu de forma contrária ao contribuinte mas, em 2019, a 1ª Turma julgou o assunto pela primeira vez e reconheceu o direito do contribuinte. Agora, a 1ª Seção pacifica o entendimento da Corte sobre o assunto. No regime de substituição tributária, um contribuinte (substituto) é responsável por recolher antecipadamente o ICMS dos demais elos (substituídos) de uma cadeia de consumo. O caso concreto não se confunde com a aquisição de bens que não sofreram incidência de PIS e Cofins, segundo Allegretti. eldquo;Houve incidência regular, se trata de um distribuidor qualquer, que adquiriu bens em que tiveram a incidência de PIS e Cofinserdquo;, afirmou. O Fisco quer eldquo;devassarerdquo; a base de cálculo da etapa anterior, aponta o advogado. Para ler esta notícia, clique aqui.

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BP comprará participação da Bunge em empresa brasileira de etanol

A BP (British Petroleum) fechou acordo para comprar a participação de 50% da trading de grãos Bunge na joint venture brasileira de açúcar e etanol BP Bunge Bioenergia por US$ 1,4 bilhão, em uma aposta na crescente demanda por biocombustíveis de baixo carbono. Após a conclusão do negócio, prevista para o final de 2024, a BP assumirá o controle total da Bioenergia, que tem capacidade de produção de cerca de 50 mil barris por dia de etanol equivalente a partir da cana-de-açúcar. A BP consolidará a dívida e as obrigações de arrendamento da Bioenergia de US$ 1,2 bilhão, disse a empresa, o que significa que pagará um total de US$ 800 milhões à Bunge, segundo cálculos da Reuters. A aquisição ocorre em meio à crescente preocupação dos investidores com a estratégia da BP, depois que a Seamp;P Global, no início deste mês, revisou para baixo a perspectiva de crédito da empresa, citando uma redução da dívida mais lenta do que o esperado. A BP disse que a aquisição deverá atingir o retorno para bioenergia de mais de 15% e estará dentro de sua estrutura de gastos anuais de cerca de US$ 16 bilhões. A BP Bunge Bioenergia é uma das maiores operações de açúcar e etanol do Brasil. Tem 11 usinas em cinco estados, com capacidade para processar 32 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra. Além do etanol, produz mais de 1 milhão de toneladas de açúcar por ano. A Bunge vem tentando vender seus ativos de açúcar e etanol no Brasil há alguns anos. Manteve conversas com possíveis compradores de sua participação na empresa em 2022, sem acordo. Mais tarde, foi indicado que a BP provavelmente exerceria o seu direito de preferência sobre qualquer oferta externa e compraria a parte da Bunge. As ações da Bunge subiam cerca de 1% na quinta-feira, enquanto a BP subia 0,8%. O etanol tem sido um negócio difícil no Brasil, com as empresas quase não ganhando dinheiro, disse Willian Orzari, sócio da consultoria FG/A. Ele acredita que a BP está olhando no longo prazo, possivelmente procurando garantir o fornecimento de biocombustíveis de baixo carbono para produzir combustível de aviação sustentável (SAF). O etanol à base de cana-de-açúcar tem baixa pegada de carbono. Diversas empresas do país obtiveram certificação para fornecer SAF. A BP também limitará os planos para o desenvolvimento de novos projetos de biocombustíveis. A empresa está interrompendo dois projetos de biocombustíveis em sua refinaria de Lingen, na Alemanha, e em sua refinaria de Cherry Point, no Estado norte-americano de Washington. A companhia também está avaliando outros três projetos. "Isto está totalmente em linha com as prioridades da BP de direcionar o foco para o negócio e aumentar os retornos para os acionistas", afirmou Emma Delaney, diretora de clientes e produtos da BP.

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