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Etanol: Preços sobem pela 5ª semana consecutiva; entenda o que está acontecendo

Os preços do etanol hidratado negociado no spot de São Paulo subiram pela quinta semana seguida, mostra levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP divulgado nesta terça-feira (23). Entre 15 e 19 de abril, o Indicador Cepea/Esalqd mostrou que o combustível fechou em R$ 2,4557/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 3,61% frente ao período anterior. Quanto ao anidro, o indicador foi foi de R$ 2,7548/litro (líquido de PIS/Cofins), aumento de 4,12% em igual comparativo. Pesquisadores do Centro apontam que, para os próximos dias, com a entrada do biocombustível da safra 2024/25, as cotações podem se enfraquecer. eldquo;Segundo agentes de mercado, além do produto novo, algumas usinas da região Centro-Sul, que tiveram dificuldades no andamento das atividades industriais por conta das ocorrências de chuvas, puderam retomar a moagem e voltar a ofertar no spoterdquo;, diz o levantamento. Por que os preços do etanol estão subindo? O especialista de Inteligência de Mercados da Stonex, Filipi Cardoso, explica que as usinas abaixaram o preço no período de entressafra e, agora, com o fortalecimento da demanda, o consumo de etanol foi recorde para o setor nos últimos meses. Ele aponta que as usinas vem aumentando o preço de venda para as distribuidoras por uma questão do aumento da demanda, redução da oferta e também uma paridade ainda assim competitiva. eldquo;A gente tem o preço do etanol subindo, porém, a paridade alcançou agora 65%, um patamar que a gente não via em um longo período. Então as usinas estão subindo o preço, porém é um cenário que não deve perdurar por muito tempo, justamente porque agora com a intensificação da moagem no centro-sul, a gente tem de novo uma elevação nos estoques de etanol e, consequentemente, as usinas perdem um pouco esse poder de barganhaerdquo; pondera. Ele destaca que o preço da gasolina está no radar do setor, tendo em vista que, quando se olha o preço de importação do combustível, ele está elevado em relação ao preço nacional. eldquo;Então, qualquer reajuste de alta que tenha para a gasolina por parte da Petrobras, pode ter também um crescimento no preço do etanol, porque a usina ganha espaço para conseguir aumentar o preço de vendaerdquo;, conclui.

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Raízen tem volume de combustíveis entre 6,5 milhões e 6,7 milhões de metros cúbicos no Brasil

A Raízen comercializou entre 6,55 milhões e 6,7 milhões de metros cúbicos de combustíveis no Brasil durante o quarto trimestre fiscal, o que pode ser queda de 1,3% a alta de 0,9% na comparação anual. O conglomerado agroindustrial, de controle conjunto da Cosan e da Shell, diz que o patamar de rentabilidade foi similar ao dos últimos trimestres, com foco na base de clientes contratados e assertividade na gestão de suprimentos. No restante da América Latina, a Raízen teve volume comercializado de combustíveis entre 1,8 milhão e 1,9 milhão de metros cúbicos, intervalo entre queda de 4,8% e crescimento de 0,5% no ano. Clique aqui para continuar a leitura.

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Brasil carece de plano de contingência de combustíveis, alerta especialista

Os níveis de estoque de diesel S10 no Brasil aumentaram 20% em 2023, mas o país ainda precisa de um plano de contingência estruturado para garantir a segurança do abastecimento, disse à BNamericas Marcus Dersquo;Elia, sócio da Leggio Consultoria. O diesel S10 contém 10 mg de enxofre por kg de combustível e representa cerca de 70% do diesel comercializado, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). De acordo com Dersquo;Elia, os níveis de estoque são suficientes para garantir a operação regular e evitar problemas de abastecimento. Ele alerta, porém, que não se avançou no planejamento estratégico para situações em que haja fortes restrições na movimentação internacional de petróleo e combustíveis. eldquo;Dado que o cenário internacional segue muito instável, deveria haver a preocupação em avançar em ações que possam aumentar a resiliência do suprimento, principalmente de diesel, no paíserdquo;, afirmou o especialista. Na semana passada, a ANP divulgou os relatórios mensais de abastecimento referentes a 2023, que também apresentam casos de possíveis restrições à oferta no país e as ações tomadas pelas autoridades e pelo mercado para mitigar os riscos. Em todos os casos, as ações foram suficientes e não houve problemas de desabastecimento, destaca o relatório. A RPCC, operada pela 3R Petroleum, enfrentou dificuldades no abastecimento de gasolina, e o fornecimento não havia sido normalizado até o fechamento do último relatório de 2023. Embora a produção da RPCC seja relativamente baixa, ela responde por 42% da gasolina entregue ao Rio Grande do Norte. A unidade Guamaré, da Petrobras, fornece o restante. A ALE, que foi a primeira empresa a reportar problemas na refinaria, adquire cerca de 7% do fornecimento da Petrobras e 7% da RPCC. O atraso de um navio, somado às dificuldades de especificação dos produtos, provocou uma restrição de volume bastante significativa para as distribuidoras regionais, sobretudo a ALE. A ANP continua monitorando o abastecimento e acompanhando as operações dos agentes regulados à medida que a situação no Norte evolui. De acordo com um estudo da Leggio, as regiões mais distantes dos centros de produção e dos estoques, como os estados da região Norte, são mais vulneráveis a eventos que possam restringir a movimentação de produtos. Dersquo;Elia destacou que o país deve criar um plano de contingência focado em situações de risco recorrentes e que não envolva apenas o uso de estoques, mas ofereça outras soluções, como ações para aumentar a resiliência das cadeias logísticas e a definição de rotas alternativas de abastecimento. Um plano como esse mitigaria o risco de interrupção no suprimento de combustível, mesmo quando uma estiagem for mais intensa que o esperado, como aconteceu recentemente. eldquo;Além disso, como importamos cerca de 23% do volume de diesel que consumimos, o aumento da instabilidade global torna ainda mais relevante a elaboração de um planejamento logístico estruturado e mais abrangente para o suprimento nacionalerdquo;, argumentou Dersquo;Elia.

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Funcionamento do Pix corre risco com falta de investimentos no BC, diz Campos Neto

Em nova defesa da autonomia financeira do Banco Central, o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, se diz preocupado com a queda no orçamento da instituição e com seus possíveis efeitos práticos, como na operação do Pix. "Neste ano, nosso orçamento de investimentos foi de R$ 15 milhões, isso é um quinto do que foi há cinco anos. Chegamos ao risco de alguma hora falar e#39;como é que a gente vai conseguir fazer rodar o Pix?e#39;", disse Campos Neto durante evento em São Paulo nesta segunda-feira (22). Segundo o presidente do BC, as paralisações dos funcionários do BC por ajustes salariais e mais contratações já atrasa a implementação da agenda digital da instituição, que inclui avanços no Pix e a criação do Drex, moeda digital ainda em fase de testes. Outro argumento de Campos Neto em favor da PEC (proposta de emenda à Constituição) 65, seria a possibilidade de o BC, com uma empresa pública com autonomia fiscal e orçamentária, estabelecer contratos com empresas privadas de "gestão dividida". "Por exemplo, no Drex eu tenho ajuda de várias empresas, da Microsoft, da Parfin, e, para fazer os contratos é muito difícil, porque a máquina pública não programou esse tipo de contrato que precisamos na gestão moderna", disse Campos Neto. Questionado sobre se a PEC tem apoio do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Campos Neto disse que é necessário esclarecer alguns pontos. "O ministro [Fernando Haddad] tem falado que não é conta, mas que precisa esclarecer alguns pontos. E no Legislativo, no Senado, eu tenho sentido uma boa vontade para aprovar", afirmou o economista. Sobre a transição no comando do BC ao fim deste ano, Campos Neto voltou a dizer que será um processo "suave" e "construtivo", e que espera que a agenda de digitalização da autarquia continue sob seu sucessor. "O Banco Central tem todos os ingredientes para ter uma continuidade nas políticas que a gente está fazendo. Os técnicos do BC são muito bons, e qualquer um que entra no BC rapidamente entende que grande parte do que a gente faz vem de uma trilha mais antiga e que tem aspectos técnicos que preponderam", afirmou. Quando questionado sobre o seu começo no comando da autarquia, Campos Neto disse ter sentido receio de não estar apto para o cargo. "Eu tinha um grande temor de não estar preparado para aquilo. Quando sentei na cadeira, a primeira coisa que pensei foi e#39;por que estou aqui?e#39;, e#39;será que tenho capacidade de estar aqui?e#39; e aí com o tempo você vai aprendendo. Contei com muita gente boa no BC que me ajudou. Fizemos o Pix no meio da pandemia, com as pessoas trabalhando de madrugada, eu aprendi muito com eles."

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Concorrência pode baixar preço do gás natural, diz FGV

Estudo inédito da Fundação Getulio Vargas (FGV) sugere acelerar a regulamentação da Nova Lei do Gás para garantir a abertura do mercado, o aumento da concorrência, a ampliação da malha de transporte e a diminuição do preço do gás natural no Brasil. Mas há entraves, como a concentração da Petrobras no setor e falta de coordenação entre os Estados na definição das regras. O estudo, ao qual o Estadão teve acesso, foi encomendado pelo governo federal em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e foi apresentado ontem pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, na sede Confederação Nacional da Indústria (CNI). A abertura do mercado, de acordo com o diagnóstico, pode diminuir o preço do gás natural para a indústria e também para consumidores finais. Isso significa, na prática, oferta maior e mais barata do produto como fonte de energia na produção de alimentos, componentes químicos, fertilizantes, cerâmicas e até no aquecimento de água nas residências. Além disso, é uma fonte de energia mais limpa para o meio ambiente em comparação com o petróleo. O gás natural respondeu por 10% do total de oferta de energia no Brasil em 2022, mas ainda está fortemente associado ao petróleo e à Petrobras. De toda a produção, 85% é associada ao petróleo, muitas vezes na exploração do próprio óleo e no abastecimento de usinas termelétricas. A estatal foi responsável por 70% de toda a produção de gás natural no período. Alckmin defendeu que a desburocratização é um dos caminhos para a industrialização do País. eldquo;É preciso ter uma desburocratização no sentido de reduzir custos e facilitar a produçãoerdquo;, disse. Para o ministro, é preciso eldquo;passar um pente-fino sobre o preço do gás naturalerdquo;. ebull;

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Prates defende fundo para dar estabilidade na distribuição de dividendos da Petrobras

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta segunda-feira (22) que a ideia de não distribuir logo todos os dividendos extraordinários da estatal, mas apenas 50% deles, segue um mecanismo usado em outros países de um fundo para dar estabilidade no pagamento de proventos aos acionistas. "Se nós como gestores, o conselho de administração, como administradores da empresa, vislumbrarmos lá na frente um período onde o dividendo pode ser menor ou ter alguma coisa, você equaliza aquele dividendo lá com a reserva que você fez num período extraordinariamente positivo de hoje", disse Prates a jornalistas em São Paulo após participar de evento com executivos organizado pela Esfera Brasil. "Então, a gente achou por bem que metade desse dividendo extraordinário fosse destinado para começar a criar ali um e#39;fundozinhoe#39; para remuneração dos acionistas em tempos em que aquilo caia. Por que isso é importante? Porque você pode ter realmente um fato mais à frente e ter uma expectativa de dividendos menor, fazendo com que a ação caia", completou. A distribuição de dividendos foi um dos pivôs da crise que ameaçou Prates no comando da estatal. A proposta original da diretoria da Petrobras já era fazer a distribuição de 50% dos R$ 43 bilhões de lucro adicional que a companhia teve em 2024 sob a forma de dividendos extraordinários. Isso representaria uma receita adicional de R$ 12,59 bilhões para a União. No entanto, a medida foi barrada no conselho de administração com apoio massivo dos representantes do governo. Na ocasião, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se absteve. A decisão deflagrou uma escalada nos desentendimentos entre Prates e o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), que atuou pela retenção dos dividendos. Em 7 de março a Petrobras anunciou a retenção completa do montante. A ação preferencial (que dá preferência na distribuição dos dividendos) caiu cerca de 5% em um mês. Os acionistas ficaram desconfiados de uma intervenção do governo nas decisões da petroleira e de uma mudança de estatuto para redirecionar os dividendos para investir em projetos de expansão que fogem da finalidade atual da companhia. Na última sexta, no entanto, o governo recuou e decidiu pela distribuição 50% dos dividendos extraordinários. Os outros 50% ficarão em uma reserva para uma nova avaliação do conselho de administração nos próximos meses. Segundo Prates, a nova proposta dá mais conforto aos acionistas. Ele afirmou que a decisão final deve ser tomada na Assembleia Geral Extraordinária da estatal. Prates minimizou a polêmica e afirmou que não há abalos em sua relação com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem citar Alexandre Silveira, que reconheceu à Folha conflito, o presidente da estatal disse que o próprio ministro admitiu necessidade de ser chegar a um consenso em processos. E afirmou que a Petrobras não está em crise, já que chegou ao seu melhor resultado em termos de lucros em 2023 sem contar com o ano anterior, quando realizou desinvestimentos e vendeu refinarias e#39;CORREÇÃO DE RUMOe#39; Também presente no evento, mas sem estar nos mesmos ambientes que Prates, Silveira disse em conversa com jornalistas ver uma "correção de rumo" na Petrobras. Questionado sobre uma suposta ameaça de demissão de Prates em meio à crise, Silveira afirmou: "Todo o cargo de confiança do presidente da República, inclusive o meu, deve estar sempre à disposição do presidente da República". "Ele decide quem sai, quem entra. Então, portanto, sobre a permanência ou não de qualquer membro do governo, é de alçada única e exclusivamente do presidente Lula". Perguntado se a condução à frente da Petrobras é 100% convergente com o que Lula espera, Silveira disse ver uma "correção de rumo fundamental para o desenvolvimento nacional". Como exemplo, o ministro afirmou que, na semana passada, o presidente da Petrobras anunciou uma série de investimentos emdash;que já estavam no Plano Estratégico da empresaemdash;, incluindo o retorno de uma fábrica de fertilizantes e o desenvolvimento da política do gás. "O Brasil não abrirá mão dessas políticas", destacou Silveira. O ministro, a princípio, faria parte de um painel no evento em São Paulo que teria Prates na sequência. Mas a participação de Silveira foi antecipada para a manhã a pedido da organização do evento, segundo o ministério. Sobre a mudança de ideia do governo para distribuição de dividendos extraordinários aos acionistas, Silveira afirmou que "há elementos novos, a diretoria apresentou a melhoria da oxigenação financeira da empresa, a partir naturalmente do aumento do preço do Brent [petróleo] e também do aumento do preço do dólar". (Com Reuters)

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