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Abastecimento de combustível pode levar até dez dias para ser normalizado

O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) vem acompanhando de perto o fornecimento de combustíveis para a região atingida pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O insumo é importante para o trabalho das equipes de resgate e contenção de danos. A expectativa da entidade é de que o abastecimento seja completamente regularizado no estado da Região Sul em uma semana, no máximo em dez dias, se as chuvas não aumentarem. O nível do Rio Guaíba, que chegou a 5,3 metros na manhã deste domingo, vem baixando lentamente. emdash; Não temos desabastecimento generalizado, são pontuais. Somente dez cidades estão completamente isoladas, com os 50 postos fechados emdash; diz Roberto Ardenghy, presidente do IBP. A situação obrigou as distribuidoras a mudarem o modal de transporte para conseguir atender a região. O abastecimento é normalmente feito por ferrovias, mas elas pararam, e o combustível teve de ser transportado pelas estradas, única alternativa, mesmo com os bloqueios. O consumo de combustível caiu 28% desde o início das cheias com muitas cidades paralisadas: emdash; Há mais de mil caminhões andando pelo estado. A ANP (Agência Nacional do Petróleo) permitiu flexibilidade na mistura de álcool e biodiesel para não prejudicar o abastecimento, em caráter excepcional, que não terá qualquer efeito nos motores emdash; afirma Ardenghy. As indústrias de petróleo ligadas ao IBP vêm fornecendo combustíveis, gratuitamente para os veículos que estão sendo usados no resgate e recuperação pela Defesa Civil, pelo Corpo de Bombeiros e Exército, como gasolina, diesel e querosene de aviação. O IBP também está ajudando com a oferta de embarcações e helicóptero para os resgates, além distribuição de refeições, cestas básicas, água, itens de higiene, roupas, cobertores, colchões e alojamento para abrigar a população afetada e os que estão trabalhando.

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Advogado explica fiscalização de galões de combustíveis existente desde 2020

As regras de fiscalização de galões de combustíveis entraram em vigor em 2020, entre elas a proibição de venda de gasolina em carote ou recipiente de plástico. No entanto, nos últimos dias, as normas voltaram a ser debate em Roraima, seja por dúvida, desconhecimento ou a intensa fiscalização no segmento. Como é o caso citado pelo deputado estadual Marcos Jorge (Republicanos), que mencionou que a proibição tem gerado constantes fiscalizações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), apreensão de combustíveis e condução de produtores às delegacias para depoimentos. eldquo;Não estão tendo condições de levar diesel por medo da fiscalização ou porque os postos não querem vender devido à possibilidade de multa pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis [ANP]erdquo;, explicou o parlamentar em sessão na última terça-eira (30/4). Segundo o advogado, especialista em Direito do Consumidor, Jhonatan Rodrigues, a prática de vender combustível em recipientes de plástico deixou de ser comum porque não é seguro. eldquo;A principal mudança é que o Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia] realiza o processo de certificação dos galões de combustível para que eles possam ser suficientemente resistentes para garantir a segurança do usuário. Inicialmente é feita a análise do vasilhame e após o processo de checagem do Inmetro, recebem um selo de identificação no produtoerdquo;, disse Rodrigues. Penalidades eldquo;Caso o recipiente não seja metálico, é permitido o limite máximo de capacidade de até 50 litros, em frasco devidamente certificado, onde qualquer capacidade acima deste valor é considerada ilegal e está sujeita à penalidadeerdquo;, explicou o advogado, Jhonatan Rodrigues. No caso dos postos, aqueles que não vendem os combustíveis em recipientes certificados de acordo com as normas da ANP, podem ser autuados pela Portaria 141/2019 do Inmetro. eldquo;A multa é salgada e pode variar entre R$5 mil a 20 mil reaiserdquo;. Em caso de dúvida, Jhonatan indica que o consumidor deve recorrer ao Instituto de Pesos e Medidas do estado, além dos órgãos de defesa do consumidor, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ministério Público e até Agência Nacional do Petróleo (ANP).

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Etanol: hidratado cai 6,42% e anidro recua 1,35% na semana

Os etanóis anidro e hidratado fecharam a semana de 22 a 26 de abril em queda pelo Indicador Cepea/Esalq, da USP. A maior desvalorização ocorreu no etanol hidratado, usado nos carros flex ou originalmente a álcool, que recuou 6,42% na semana, negociado a R$ 2,2981 o litro, contra R$ 2,4557 o litro da semana anterior, encerrando um ciclo de 5 semanas seguidas de valorização. Já o anidro, usado na mistura com a gasolina, voltou a cair na última semana pelo mesmo indicador. O litro do anidro foi comercializado pelas usinas a R$ 2,7175 contra R$ 2,7548 da semana de 15 a 19 de abril, desvalorização de 1,35% no comparativo entre os períodos. Indicador Diário Paulínia Pelo Indicador Diário Paulínia a sexta-feira foi de alta pelo segundo dia consecutivo nas cotações do etanol hidratado. O biocombustível foi negociado pelas usinas a R$ 2.429,50 o m³, contra R$ 2.420,00 o m³ praticado no dia anterior, valorização de 0,39% no comparativo. Rogerio Mian

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Governo prepara novo programa para renovação de frota de caminhões

O governo Lula está negociando um novo programa para renovar a frota de veículos pesados do País, com o objetivo de tirar de circulação caminhões com mais de 20 anos. A tentativa de renovação da frota já foi feita no ano passado, quando o governo anunciou a concessão de R$ 700 milhões. O programa, no entanto, empacou. Só R$ 130 milhões foram utilizados, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). Agora, a pasta, conduzida pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, deve reciclar o programa, segundo pessoas a par do assunto. O Mdic confirmou a informação. A nova proposta, no entanto, não tem data para ser apresentada. eldquo;A definição de um programa para renovação da frota de caminhões e ônibus segue orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.erdquo; Segundo o ministério, o eldquo;alcance do programa, suas metas, condicionantes e fontes de financiamento, entre outras definições, estão sendo avaliadoserdquo;. Alckmin chegou a dizer, em fevereiro, a dirigentes da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) que o governo federal pretendia lançar um programa permanente de renovação de frota de caminhões e ônibus. Desde então, o setor tem mantido conversas com interlocutores do governo federal para que o programa deslanchasse, o que não aconteceu. eldquo;Recentemente, durante a inauguração da nova sede da Anfavea, em São Paulo, me reuni com o presidente Lula para discutir, entre outros assuntos, a relevância da renovação de frota no Brasil para promover a descarbonização e a modernização Baixa adesão No ano passado, governo direcionou R$ 700 milhões, mas apenas R$ 130 milhões foram utilizados da frotaerdquo;, diz o presidente da Iveco para América Latina, Marcio Querichelli. eldquo;Temos uma grande expectativa de que esse projeto saia do papel em breveerdquo;. Uma das dificuldades, segundo pessoas a par das negociações, tem sido encontrar a fonte de recursos para relançar o programa. Um programa para renovar a frota de veículos pesados endash; que inclui caminhões e ônibus endash; havia sido desenhado no fim do governo Bolsonaro. O governo Lula, no entanto, editou a medida provisória (MP) para o setor com o incentivo para alavancar a venda de automóveis, na metade de 2023. Mas a maior parte do dinheiro que seria destinado para os caminhões ficou encalhada. O governo alega que a MP editada no início de junho do ano passado tinha duração de quatro meses, tempo insuficiente para atingir todo o setor. Caminhoneiros se queixam da forma como o programa foi desenhado e dizem que, por questão financeira, os profissionais autônomos não conseguiram se beneficiar do programa. eldquo;Não adianta dar o crédito se eu não der condições para pagar o bemerdquo;, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão. Segundo ele, que tem participado de reuniões com o governo Lula em Brasília, no ano passado só grandes empresas se beneficiaram. IDADE. Estudo encomendado pela Anfavea aponta que há no País quase 500 mil caminhões com mais de 25 anos. A entidade sustenta que o custo para os cofres públicos com os acidentes causados pelos veículos antigos e sem manutenção, além das doenças respiratórias causadas pelos poluentes, chega a R$ 62 bilhões anuais. A associação dos fabricantes defende a negociação de um novo programa e diz que a iniciativa de 2023 gerou um eldquo;aprendizadoerdquo; sobre o processo de renovação da frota. O diretor executivo da Confederação Nacional do Transporte (CNT), Bruno Batista, afirma que, entre os motoristas autônomos, a frota tem idade média de 22 anos. FRACASSO. O representante da CNT avalia que o fracasso do programa do ano passado se deveu, provavelmente, a dois fatores: dificuldade de comunicar o programa ao público prioritário, que são os autônomos, e baixo acesso a financiamento por parte dos caminhoneiros. eldquo;Os autônomos têm dificuldade maior de comprovar receita.erdquo; eldquo;O Renovar foi discutido por vários anos para encontrar um programa viável do ponto de vista operacional. Agora, parece que a intenção é relançar um novo programa, mas ainda não fomos informados do que significaria, do que vai mudarerdquo;, afirma Batista, da CNT. elsquo;MATURAÇÃOersquo;. O secretário de Desenvolvimento Industrial, Uallace Moreira, nega que tenha havido dificuldade por parte do setor em acessar os recursos e diz que o problema foi o prazo de duração da MP. eldquo;Um programa de renovação de frota daquela natureza tem um prazo de maturação, uma curva de aprendizagem.erdquo; O Mdic aponta que a baixa procura tem relação com os entraves relativos à quantidade e capacidade das recicladoras para receberem os veículos velhos. eldquo;Eu precisava fazer com que houvesse uma interação entre um cara que tem um caminhão velho, com mais de 20, 30 anos, alguém que comprasse aquele caminhão, jogasse para reciclagem. Tinha um certificado, chegava à montadora e comprava um caminhão novo. Havia uma variação de desconto de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil. Aí tinha de ter o registro, o licenciamento, fazer baixa no Contran (Conselho Nacional de Trânsito). Esse processo demandou tempoerdquo;, afirma. eldquo;Quando isso começa a amadurecer, deu quatro meses e a MP caducou. Então, não foi a complexidadeerdquo;, diz o secretário. Ele afirma que o eldquo;ecossistemaerdquo; agora está maduro. ebull;

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Ford não descarta voltar a produzir no Brasil se eletrificação evoluir, diz executivo

Os chineses dominaram os carros elétricos porque foram mais rápidos e "pularam na frente", enquanto a maioria dos países "ainda estava discutindo se eletromobilidade iria crescer ou não", mas o Brasil tem oportunidade de assumir protagonismo, desde que supere a lentidão. É assim que Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, avalia a posição brasileira na corrida pela eletrificação. A presença dos minerais favorece a competitividade brasileira, mas faltam políticas claras, que impulsionem o beneficiamento e a industrialização, para consolidar o país no desenvolvimento da tecnologia de baterias, diz ele. "O Canadá, por exemplo, tem muito lítio. Eles estão desenvolvendo políticas para atrair produtores de baterias e peças para industrializar o lítio deles. Cada um está procurando seu espaço. O problema é que tudo isso acontece em velocidade grande. E nós, apesar de termos o benefício de todos esses minerais, estamos com velocidade lenta", afirma. O Brasil é considerado um país com potencial de ser um hub de tecnologias de veículos elétricos porque tem matéria-prima para bateria, engenharia qualificada, parque industrial e mercado consumidor grande. Mas quais são as armadilhas? O primeiro grande desafio é a velocidade da inovação, não só nos veículos de modo geral mas também em bateria. Para sermos competitivos, temos de ser mais rápidos. E precisamos nos preparar, porque a grande tecnologia está nos minerais da eletromobilidade. O Brasil tem o desafio de criar essa cadeia de valor, desde a extração até o beneficiamento e a industrialização desses minerais. O Brasil tem lítio, manganês, cobre, tem todos. Poucos países têm todos. Essa é a nossa vantagem. Porém, a tecnologia de beneficiamento e industrialização para baterias e motores elétricos tem um nível de inteligência agregada e tecnologia maior. O desafio é não apenas exportar esses minerais mas agregar valor. Hoje, um dos grandes problemas da indústria brasileira não é só a redução significativa da participação da indústria no PIB, mas principalmente a redução do nível de intensidade tecnológica do que é feito aqui, ou seja, cada vez menos tecnologia existe no que estamos produzindo na indústria. E o processo da eletrificação é uma oportunidade para aumentar a participação da indústria no PIB e elevar a intensidade tecnológica do que estamos produzindo aqui. As montadoras europeias, americanas e japonesas têm mais dificuldade que as chinesas? O que as companhias não chinesas podem fazer para competir com eles e ter um veículo elétrico tão acessível quanto o deles? A grande vitória chinesa foi sair na frente e apostar na eletromobilidade. Enquanto a maior parte dos países estavam discutindo se a eletromobilidade iria crescer ou não, os chineses pularam na frente. E, com o mercado gigante que eles têm, iniciaram o processo de eletromobilidade rapidamente. Ao sair na frente, dominaram a tecnologia. Com isso, eles criaram uma dependência. Então, se você quer fazer carro elétrico hoje no mundo, você tem que comprar elementos e baterias chinesas. A maior parte delas. Ou fazer uma associação para produzir usando a tecnologia chinesa. Ao mesmo tempo, quando você olha a nível global, isso é um desafio para as empresas que estão fazendo grandes investimentos, porque você vai fazer um grande investimento dependendo de uma fonte única. Muitas vezes, essa fonte está distante do país. Muitas vezes, você tem questões geopolíticas como tensão de guerra, pandemia. Então, a diversidade de fonte de suprimento é algo que preocupa a indústria hoje no mundo. Aí é onde o Brasil também tem uma oportunidade, por ter os minerais. E por existir essa necessidade de diferentes fontes de suprimentos. Esse domínio da China no beneficiamento dos minerais não pode vir a atrapalhar os investimentos de eletromobilidade aqui no Brasil? Depende da maneira como se enxerga isso. Se eu tenho os minerais e uma política clara de utilização, beneficiamento e industrialização desses minerais aqui no Brasil, no início pode ter um risco, mas depois pode ser a alternativa para que as empresas não dependam só da China. Nós temos essa oportunidade. Que tipo de política o Brasil poderia criar para ajudar nisso? A primeira coisa é entender o seguinte: independentemente de o veículo ser híbrido, híbrido flex, híbrido plug-in ou totalmente elétrico, essa tecnologia é necessária. Os minerais são necessários. Então, é investir nos minerais da eletromobilidade. Eles são um aliado da visão da utilização do etanol no Brasil. Não há um conflito. Há uma associação. Essa política tem que garantir um marco regulatório para você poder extrair os minerais e criar incentivos para que você não exporte simplesmente o mineral, mas eleve o nível de industrialização através do beneficiamento, iniciando por elementos de bateria e depois evoluindo para uma bateria. É importante ter uma política governamental clara, com objetivo claro, fases bem definidas e incentivos em aspectos em que nós não somos tão competitivos neste momento. Dar subsídio para quem produzir no Brasil e restringir a entrada de peças importadas? É isso? Não. Não é questão de restringir. É dividir o fornecimento. É você também participar do fornecimento. Nós não vamos chegar a um nível de beneficiamento e produção de baterias, que é o fim da linha, com a China rapidamente. Precisamos iniciar esse processo com fases em que eu possa atingir e complementar com aquilo que eu não tenho. Esse é o segredo. Você inicia o processo importando e, gradualmente, vai localizando e agregando valor. Isso é hoje a regra no mundo. O nível tecnológico do automóvel está crescendo muito. Os níveis de produção local já estão mais divididos. Vários países são especializados em alguma coisa, um na conectividade, outro na bateria. A indústria automotiva não é mais como antigamente, em que você fazia 90% do carro local. Hoje, você tem que escolher onde você pode ser competitivo, tanto em custo da produção como no processo de inovação constante. Vamos escolher o pedaço em que somos competitivos. E, como nós temos os minerais, essa é uma área em que podemos atuar. Isso não é um desafio só do Brasil, como vai nos outros países? O desafio é diferente dependendo das vantagens competitivas e comparativas de cada país. Por exemplo, o Canadá tem muito lítio. Eles estão desenvolvendo políticas para atrair produtores de baterias e peças para poder industrializar o lítio deles. Quem não tem lítio vai trabalhar em outra coisa. Cada um está procurando o seu espaço. O problema é que tudo isso acontece em velocidade grande. E nós, apesar de termos o benefício de todos esses minerais, estamos com velocidade muito lenta. Não que não tenha iniciativas e gente já trabalhando nisso com sucesso, mas, quando se compara com outros países, ainda estamos devagar em relação ao que acontece no mundo. E como a Ford está atuando nisso no Brasil? A montadora tem uma equipe trabalhando em engenharia aqui? Nós mudamos o nosso modelo de negócio no Brasil e temos um centro de desenvolvimento de engenharia e tecnologia com mais de 1.600 especialistas. Trabalham na estrutura global de desenvolvimento em projetos para futuros produtos. No mundo, a demanda por novos projetos de desenvolvimento de tecnologia da mobilidade cresceu vertiginosamente. Nós aqui no Brasil somos competitivos e exportamos esse serviço. Por estar participando desses projetos que vão acontecer em 2030, 2032 ou 2035, a gente consegue ver a dinâmica de outros países e ter uma visão antecipada dos produtos e empregos que serão necessários lá na frente. Ainda há muito o que evoluir em tecnologia de bateria? Sem dúvida. De bateria e do veículo também. A Ford inaugurou um túnel de vento para testar veículos com vento de até 350 km/h. Isso porque um dos grandes desafios do carro elétrico é a aerodinâmica. Quanto maior a velocidade, maior é a restrição do ar, o arrasto emdash;o que drena a bateria. Por isso, os novos carros elétricos vão ser muito sofisticados do ponto de vista aerodinâmico. Não só na superfície superior mas também pelo ar que passa por baixo do carro. Se ainda há tanta tecnologia para evoluir, não é melhor o consumidor ficar esperando amadurecer o carro elétrico para depois comprar? Você não fica esperando amadurecer a tecnologia do celular para comprar um novo porque ela já está testada. Os carros já são atualizados, como o celular. De tempos em tempos, ele fica mais esperto e traz itens interessantes. Não é mais como antigamente, em que você comprava o carro e era uma peça monolítica que não mudava nada. Hoje, o software está sempre sendo atualizado, como o celular. A Ford, há alguns anos, tirou sua produção do Brasil, mas o país continua sendo o principal mercado de alguns de seus produtos. Há alguma chance de, no futuro, nesse contexto de eletromobilidade, a montadora voltar a produzir aqui? A primeira coisa que eu preciso deixar claro é que não existe plano para isso. Não temos planos de voltar a produzir no Brasil. Mas eu não tenho dúvida de que, à medida que o nível de tecnologia de eletrificação crescer, nós vamos estar avaliando, sem dúvida, a produção local. Mas no momento não há planos. O nosso foco é um carro cada vez mais tecnológico, mais eletrificado e conectado. Toda a nossa linha é conectada, e eu acho que, à medida que o Brasil evoluir nessa direção, as oportunidades vão aparecer, sim. Recentemente, o presidente mundial da Ford anunciou uma mudança de estratégia para carros pequenos e mais baratos, na tentativa de conter os prejuízos no mercado de elétricos. Como isso se traduz no mercado brasileiro? O que aconteceu foi que, ao longo do processo de eletrificação, nós percebemos uma desaceleração do crescimento do elétrico e uma aceleração dos veículos híbridos, não tão relacionados ao tamanho especificamente, mas à propulsão. Os elétricos continuam crescendo significativamente, mas menos do que se esperava, e os híbridos começaram a crescer mais aceleradamente. Então, foi feito um ajuste para colocar todo o setor produtivo da Ford em linha com essa demanda do mercado em que os híbridos estão crescendo. Nos Estados Unidos, no segmento de picapes híbridas, a Ford tem 75% desse mercado. Então, foi mais um ajuste no nível de propulsão do que qualquer outra coisa. A estratégia da Ford lá fora e aqui é muito similar. Temos foco em três pilares: SUVs, picapes e vans, que são os furgões e ônibus que andam na cidade e entregam o chamado last mile e compras online. Na nossa visão, a gente oferece veículos a combustão interna, veículos híbridos e veículos elétricos para que o consumidor escolha qual propulsão é melhor para ele.

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Mubadala Capital planeja investir US$ 13,5 bilhões em biocombustíveis no Brasil

O Mubadala Capital de Abu Dhabi pretende investir cerca de US$ 13,5 bilhões (cerca de R$ 68,3 bi) em um grande projeto de biocombustíveis no Brasil ao longo da próxima década, como parte de planos mais amplos para o país que incluem a criação de uma nova bolsa de valores. O braço de gestão de ativos do fundo soberano dos Emirados Árabes Unidos está aumentando suas apostas na maior economia da América Latina, onde seus investimentos vão desde linhas de metrô e universidades médicas até uma participação majoritária no proprietário local da marca Burger King emdash; ao lado do genro de Donald Trump, Jared Kushner. Em entrevista ao Financial Times, o chefe da Mubadala Capital no Brasil revelou pela primeira vez o orçamento completo de seu projeto principal para produzir diesel renovável e querosene de aviação "sustentável", principalmente usando material vegetal não alimentar. O desenvolvimento em larga escala de sua empresa de energia, Acelen, compreenderá cinco "módulos" de US$ 2,7 bilhões, sendo que o primeiro deve começar a produção até o final de 2026. Cada um consistirá em uma nova biorrefinaria com capacidade para processar 20 mil barris de combustível por dia, infraestrutura associada e áreas plantadas para cultivar a matéria-prima. "É tudo sobre matéria-prima [que] na realidade é agricultura. E o Brasil é provavelmente o país mais bem posicionado do planeta quando se trata de proficiência agrícola por causa do clima e do solo fértil", disse Oscar Fahlgren. "O Brasil é para a agricultura o que Abu Dhabi é para o petróleo." A iniciativa também envolverá a conversão de uma refinaria de petróleo existente no estado nordestino brasileiro da Bahia, adquirida da Petrobras em 2021. Um montante total de US$ 13,5 bilhões será financiado por meio de uma combinação de capital próprio e dívida ao longo de um período de cinco a 10 anos, disse Fahlgren. "É um projeto de capital muito importante", acrescentou. "Vejo uma tremenda oportunidade de investir no espaço de transição para a energia verde no Brasil." O grupo havia anunciado anteriormente apenas o custo estimado para o módulo inicial do desenvolvimento. A aposta em bioenergia da Mubadala Capital se baseará em seus US$ 6 bilhões de investimentos no país, que representam cerca de um quarto do portfólio global do grupo. Dois terços de seu capital no Brasil vêm de investidores externos, com o restante proveniente da organização-mãe Mubadala. Seu foco está em negócios em situações de complexidade ou dificuldade. O fundo soberano homônimo entrou pela primeira vez no país sul-americano em 2012 com um investimento de US$ 2 bilhões apoiando o ex-magnata Eike Batista, que já foi uma das pessoas mais ricas do mundo antes da derrocada de seu império de energia e commodities no ano seguinte. Na sequência, a Mubadala acabou sendo o principal credor do grupo de controle de Batista, EBX, e assumiu a propriedade de vários de seus ativos, incluindo participações em portos e minas. Hoje, seu portfólio inclui uma empresa que organiza o Grande Prêmio de Fórmula 1 de São Paulo. Fahlgren descreveu a abordagem da Mubadala no país como "contrária", tendo permanecido durante crises econômicas e políticas na última década. A Mubadala Capital investiu totalmente seu segundo fundo focado no Brasil, que encerrou com US$ 710 milhões de compromissos no ano passado, acrescentou. A Americas Trading Group, uma plataforma de negociação de ativos financeiros adquirida em 2023, espera abrir uma bolsa de valores no Brasil no próximo ano para rivalizar com a B3 em São Paulo. "O Brasil é um país muito grande. Tem apenas uma bolsa de valores. E acho que essa é uma infraestrutura insuficiente para os players que atuam nesse segmento", disse Fahlgren. "Provavelmente será um lançamento em etapas emdash;talvez começar com ações e depois expandir. Nenhuma classe de ativos está fora da mesa." Outro foco é a Zamp, que franqueia restaurantes Burger King no Brasil. A Mubadala Capital aumentou constantemente sua participação para 58% e recentemente elegeu a maioria dos assentos no conselho, que agora também inclui um executivo do sócio acionista Affinity Partners, a empresa de private equity dirigida por Jared Kushner. O investimento da Affinity foi relatado pela primeira vez pelo New York Times. Fahlgren disse estar "muito feliz" com a parceria com a Affinity. "Aconteceu e não temos outros investimentos específicos planejados, mas não descartaria", acrescentou. A Mubadala Capital também está envolvida em conversas para uma nova liga de futebol proposta no Brasil, cujo objetivo é empacotar e vender os direitos comerciais. "Estamos muito otimistas sobre o clima de investimento no Brasil agora e as oportunidades que vemos", disse Fahlgren. "Temos vários ativos que são relativamente maduros hoje e poderiam ser potenciais candidatos à saída em um futuro não muito distante", acrescentou. (Financial Times)

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