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Etanol/Cepea: Demanda retraída interrompe altas; anidro recua

Depois de subir por cinco semanas consecutivas, os preços dos etanóis se enfraqueceram no mercado spot do estado de São Paulo. Entre 15 e 19 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado foi de R$ 2,6564/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), estável em relação ao intervalo anterior. Para o anidro, o Indicador fechou a R$ 3,0508/litro (líquido de PIS/Cofins), queda de 0,97% na mesma comparação. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem da demanda retraída. Compradores consultados pelo Cepea indicam que o período de férias escolares tem reduzido a necessidade de novas aquisições, visto que diminui o fluxo dos automóveis. Do lado produtor, pesquisadores do Cepea explicam que algumas usinas optaram por ficar fora do mercado, enquanto outros vendedores ofertaram valores menores, buscando aumentar a liquidez e evitar a elevação dos estoques, uma vez que a safra segue favorecida por boas condições climáticas.

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Debate sobre distribuição de gás em Sergipe pode influenciar outros estados

O governo de Sergipe se uniu a entidades ligadas aos consumidores industriais e aos produtores de gás natural para defender a revisão do contrato de concessão da distribuidora de gás canalizado do estado, a Sergas. Apesar de local, a expectativa emdash; entre agentes do mercado e do próprio governo estadual emdash; é que o caso sergipano abra as portas para debates na mesma direção em outros estados. Em audiência pública nesta segunda-feira (22/7), promovida pela agência reguladora Agrese, eles demonstraram insatisfação com as condições atuais e defenderam alterações no modelo regulatório, que devem impactar a taxa de retorno de investimentos da concessionária sergipana endash; de 20%, considerada alta pela indústria. O contrato foi chamado de eldquo;feudalerdquo; pelo vice-governador, Zezinho Sobral, em entrevista ao estúdio epbr, que está em Aracaju, nesta semana da Sergipe Oil eamp; Gas 2024. Ele defendeu a revisão das cláusulas: eldquo;Eu acredito que não só Sergipe, mas o Brasil inteiro fará isso.erdquo; A Abrace, dos consumidores, e o IBP, das produtoras, vêem uma oportunidade para expandir a discussão para outros estados. As entidades querem que a concessão seja remunerada com base no custo médio ponderado de capital (WACC) endash; que usualmente, seja no setor elétrico ou transporte de gás, fica abaixo dos 10%. eldquo;As condições impostas hoje são extremamente benéficas [à distribuidora] e atribuem custos adicionais para o consumidor e que tiram competitividadeerdquo;, afirmou a analista da Abrace Natália Seyko. Do outro lado da discussão, a Sergas quer a manutenção do modelo atual, reforçada pela Abegás, que representa as distribuidoras de gás do Brasil. O diretor administrativo da Sergas, Lauro Perdiz, defendeu que o modelo regulatório da concessão de gás natural de Sergipe vem cumprindo o seu papel de expandir a rede de distribuição no estado. eldquo;A Sergas vem prestando com sucesso o serviço de distribuição e o contrato de concessão funciona e vem sendo cumprido com êxitoerdquo;, disse. Já Gustavo De Marchi, consultor jurídico da Abegás, chamou a discussão de eldquo;prematuraerdquo;, disse que uma decisão unilateral pode afetar a segurança jurídica em um momento em que um novo acionista está entrando na companhia, a Energisa. eldquo;Estamos com pontos destacados que tem claramente uma natureza econômica financeira, e para isso uma mudança unilateral naturalmente compromete não só a segurança jurídica, mas principalmente o ambiente adequado de negócioserdquo;, disse ao estúdio epbr. Para o gerente de Regulação de Transporte e Distribuição de Gás Natural, Thiago Santovito, no entanto, há espaço para mudar os termos sem quebra de contrato.

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Unigel quer ressarcimento da Petrobras por perdas em fertilizantes, mostra carta

empresa química Unigel está exigindo da Petrobras (PETR4) ressarcimento por prejuízos com duas fábricas de fertilizantes arrendadas da estatal, mostrou uma carta vista pela Reuters, marcando outro revés nas negociações que visam reativar as unidades. As duas fábricas, que são parte fundamental do plano do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para aliviar a dependência do Brasil de fertilizantes importados, estão com as operações paralisadas desde o segundo semestre do ano passado. Em dezembro, as duas empresas assinaram um eldquo;Contrato de Tollingerdquo; no qual a Petrobras forneceria gás natural em troca de fertilizantes, permitindo à Unigel reiniciar a produção sem se preocupar com o preço do gás. O acordo terminou em junho, sem ter efeito, depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) disse que poderia causar uma perda de 487 milhões de reais para a Petrobras. Na carta dos advogados da Unigel, datada de 20 de junho, a empresa química queixa-se de que o acordo tornou a situação financeira da companhia ainda mais crítica. eldquo;A demora na entrada em vigor do Contrato de Tolling resulta em prejuízos expressivoserdquo; para a Unigel, disseram os advogados à Petrobras uma semana antes da estatal encerrar o acordo. Os advogados acrescentaram que a Unigel deve ser ressarcida eldquo;em sua integralidadeerdquo; pela Petrobras pelos prejuízos desde a assinatura do eldquo;Acordo de Toolingerdquo;. Em resposta a perguntas da Reuters, a Unigel disse que as perdas totais equivalem a eldquo;centenas de milhões de reaiserdquo;. A Petrobras não respondeu a perguntas a respeito da cobrança de ressarcimento da Unigel. Ambas as empresas continuam trabalhando por uma solução para retomar a produção, disseram as duas companhias à Reuters em respostas enviadas em separado. No entanto, a carta mostra que no mês passado as empresas endash; atualmente em arbitragem endash; estavam longe de um acordo e as relações estavam tensas, com a Unigel chamando a conduta da Petrobras de eldquo;abusivaerdquo;. Aumentar a produção de fertilizantes é uma prioridade do governo Lula. Desde que assumiu o cargo, em 2023, a Petrobras reverteu o rumo dos desinvestimentos em fertilizantes, anunciando em junho passado que retomaria as operações em uma de suas fábricas. Como potência agrícola, o Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de fertilizantes, dos quais importa mais de 80%. De acordo com um plano anunciado em 2022, o Brasil planeja reduzir as importações de fertilizantes para 45% até 2050. Mesmo assim, as duas fábricas em Sergipe e na Bahia que a Unigel aluga da Petrobras desde 2019 permaneceram ociosas neste ano. Quando operacionais, as usinas tornaram a Unigel a maior produtora brasileira de fertilizantes nitrogenados. A Unigel está gastando cerca de 13 milhões de reais por mês nas unidades, disseram os advogados, piorando a situação financeira da empresa que está em recuperação extrajudicial e tenta reestruturar 4,1 bilhões de reais em dívidas com detentores de títulos. Até março, quando demitiu os funcionários das fábricas, a Unigel gastava 35 milhões de reais por mês, disseram seus advogados, acrescentando que a empresa os manteve empregados a pedido da Petrobras. Mesmo assim, a Unigel não quer abrir mão dos ativos, disse à Reuters por email, já que pretende retomar as operações quando elas se tornarem economicamente viáveis. Sem acordo, Petrobras e Unigel estão em processo de arbitragem confidencial desde dezembro sobre cláusulas do contrato de fornecimento de gás. Os processos de arbitragem muitas vezes levam cerca de dois anos para serem concluídos, mas alguns podem durar até cinco anos, disse Marcelo Godke, especialista em direito empresarial do Godke Advogados.

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Investimento baixo deixa país entre os 20 piores do mundo

Depois de algum respiro nos últimos anos, sobretudo em 2021 e 2022, a taxa de investimento do Brasil a partir de 2024 deve se estabilizar em uma faixa entre 15% e 16% do PIB até 2029, levando o país de volta ao eldquo;top 20erdquo; das piores taxas entre cerca de 170 nações para as quais o Fundo Monetário Internacional (FMI) tem estimativas Segundo o FMI, o Brasil deve fechar 2024 com uma taxa de investimento de 15,9% do PIB, a 20ª pior entre os países analisados. Em 2029, com uma taxa de 15,4%, o país seria o 19º pior, vindo da 18ª posição em 2028. É menos que as projeções do FMI para a América Latina (19,7%) e emergentes em geral (32,4%) em 2029.No ano passado, com uma taxa de 16,1%, o Brasil era o 24º pior. Em 2021 e 2022, na esteira de recuperação da pandemia, as taxas foram de 19,5% e 18,1%, respectivamente, deixando o Brasil na 46ª e na 34ª piores posições, pela ordem. Desde 2010, a marca menos ruim do país foi o 72º lugar em 2011, com uma taxa de investimento de quase 22% do PIB. Apenas 9% dos países analisados pelo FMI teriam uma Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida para os investimentos no PIB) no médio-longo prazo pior que a do Brasil, observa Francisco Pessoa Faria, economista sênior da LCA Consultores.Economistas ponderam que uma taxa ao redor de 15% do PIB para o Brasil, como projetado pelo FMI, é bem baixa e perto das mínimas históricas, que rodavam em 14,5% em 2016 e 2017, na saída da recessão iniciada em 2014. Números entre 17% e 19%, dizem, parecem mais razoáveis.Faria pondera também que os números globais têm sido distorcidos pela China. Nas projeções do FMI, a média das taxas de investimento para o mundo deste ano até 2029 é de 26,8%, mas cai para 23,5% sem considerar o gigante asiático, segundo Faria. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Servidores de agências reguladoras recusam proposta do governo e anunciam greve por 48 horas

O Sinagências (Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação) anunciou nesta segunda-feira (22) que os servidores rejeitaram a proposta feita pelo governo, com 99% dos votos em assembleia realizada nesta noite. Além disso, o sindicato divulgou que foi aprovada, com 92% dos votos, uma greve geral da categoria, por 48 horas, entre os dias 31 de julho e 1º de agosto. "Servidores de todas as 11 agências reguladoras deverão interromper a prestação de serviços importantes para o funcionamento da economia, como o controle e fiscalização em portos, aeroportos, o abastecimento de energia elétrica e água, bem como demais serviços regulados e fiscalizados pelas agências reguladoras", disse o Sinagências. Os servidores também definiram a realização de uma ação nos aeroportos de todos os estados entre terça-feira (23) e quinta-feira (25), com a intensificação do PLD (Procedimento de Limpeza e Desinfecção de Aeronaves), o que pode afetar a malha área no país. De acordo com o Sinagências, o governo propôs reajuste de até 21,4% para os cargos de carreira e de até 13,4% para quem está no PEC (Plano Especial de Cargos). O pagamento seria dividido em duas parcelas: janeiro de 2025 e abril de 2026. "Essa proposta não resolve as distorções remuneratórias internas à categoria e externas em relação às demais categorias típicas de estado", afirmou o sindicato, O sindicato representa os trabalhadores das seguintes agências Anvisa (Agência Nacional Vigilância Sanitária) Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) ANM (Agência Nacional de Mineração) ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) Ancine (Agência Nacional do Cinema) Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil) Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários)

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Arrecadação com tributos bate R$ 2 trilhões desde o início do ano no País

Os brasileiros já destinaram R$ 2 trilhões em tributos aos governos federal, estadual e municipal desde o início deste ano, de acordo com o Impostômetro, painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro histórico da capital paulista. A marca de R$ 2 trilhões foi atingida na manhã de domingo, 21. Entram na contabilidade impostos, taxas e contribuições, incluindo multas, juros e correção monetária. Segundo a ACSP, em igual período do ano passado, o Impostômetro havia alcançado o nível de R$ 1,7 trilhão, o que indica um crescimento de 17,6% nesta métrica. Para o economista da ACSP Ulisses Ruiz de Gamboa, esse avanço foi registrado 40 dias mais cedo neste ano, sob influência do aumento da atividade econômica, renda e emprego, além do impacto da inflação e da reintegração do PIS/Cofins nos combustíveis. eldquo;Nós temos um sistema tributário que taxa excessivamente o consumo, assim, na medida em que os preços dos bens e serviços aumentam, a arrecadação também cresce. Além disso, a elevação da atividade econômica tem um impacto positivo na arrecadação. Se esses dois fatores continuarem ocorrendo, que é o mais provável, a gente vai continuar tendo antecipação desse resultado de R$ 2 trilhõeserdquo;, diz o economista da ACSP Ulisses Ruiz de Gamboa, em nota. Carga britânica De acordo com dados da ACSP, o Impostômetro atingiu, pela primeira vez, a marca de R$ 2 trilhões em impostos em 9 de dezembro de 2015. Em julho daquele ano, a ferramenta registrava R$ 1,1 trilhão em tributos pagos pelos brasileiros, o que representa um crescimento acumulado de 82%, na comparação com igual período de nove anos atrás. Para Ruiz de Gamboa, esse aumento está atrelado ao crescimento da atividade econômica e ao aumento dos preços. eldquo;Nossa carga tributária é comparável à da Grã-Bretanha, embora nossa renda por habitante seja significativamente inferior. Portanto, pagamos uma carga tributária desproporcional ao nosso nível de desenvolvimento econômico, o que acaba por sufocar o potencial de expansão da economiaerdquo;, avalia.

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