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Nova política da Petrobras faz um ano com menos reajustes e preços abaixo da paridade

A nova política comercial da Petrobras completa um ano nesta quinta-feira (16) com menos reajustes do que no governo Jair Bolsonaro (PL) e preços abaixo da paridade de importação. Apesar das elevadas defasagens atuais, a estatal descarta aumentos. A mudança na precificação dos combustíveis foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que queria "abrasileirar" os preços após anos de criticas sobre os elevados valores cobrados pela empresa durante a gestão Bolsonaro. Na nova estratégia, a Petrobras deixou de seguir apenas o conceito de paridade de importação emdash;que simula quanto custaria para importar os produtosemdash; incluindo em seus parâmetros também o custo de combustíveis concorrentes, como etanol ou diesel importado. O novo modelo resultou em um menor número de reajustes, em relação à estratégia anterior. Desde maio de 2023, a Petrobras mexeu quatro vezes no preço da gasolina, três para baixo e uma para cima. Em 2021, foram 18 e em 2022, dez vezes. Em geral, segundo análise da consultoria Leggio, a Petrobras levou cerca de um mês para repassar defasagens após a mudança na política. Desde então, os preços da gasolina e do diesel nas refinarias da estatal oscilaram em torno de 5% abaixo da paridade de importação. Houve sobressaltos nos primeiros meses, com a troca de etanol pela gasolina mais barata ou relatos sobre dificuldades de acesso a diesel importado, mas a política tem sido bem aceita pelo mercado, que vê ainda margens de lucro saudáveis e uma maior competitividade da estatal. "A estratégia comercial de praticar preços levemente abaixo do PPI [preço de paridade de importação] permite à Petrobras competir no mercado de forma sustentável com os importadores, mantendo a participação de mercado", diz o sócio da Leggio, Marcus De#39;Elia. A maior competitividade tem garantido à estatal elevado uso de sua capacidade de refino. No primeiro trimestre de 2024, mesmo com paradas para manutenção, a companhia operou suas refinarias com 92% da capacidade, sete pontos percentuais a mais do que no primeiro trimestre de 2023. "A estatal tem efetivamente atuado para manter a estabilidade dos preços, evitando que as turbulências do mercado internacional afetem o mercado doméstico", escreveram analistas do Ineep (Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis) em boletim de abril. Para eles, a estratégia da Petrobras tem "incentivado seus competidores a seguirem práticas semelhantes, ajustando-as de acordo com suas capacidades e especificidades regionais". O ano de 2024, porém, tem sido desafiador para a nova política, devido à grande volatilidade nas cotações internacionais do petróleo. A empresa passou semanas com elevadas volatilidades e cobranças de investidores privados sobre reajustes. Na abertura do mercado desta terça (14), o preço da gasolina nas refinarias da estatal estava R$ 0,21 por litro, ou 7%, abaixo da paridade calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). No caso do diesel, a diferença era de R$ 0,11 por litro, ou 3%. A defasagem já foi maior, chegando a superar R$ 0,70 por litro, o que levou a cobranças de investidores privados por mudanças nos preços. A direção da estatal foi cobrada também por analista em teleconferência nesta terça para detalhar o lucro do primeiro trimestre. A Petrobras respondeu que ainda vê grande volatilidade nos preços e que não prevê reajustes no momento. O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da estatal, Claudio Schlosser, defendeu ainda que a competição com etanol mais barato e diesel russo justifica os preços mais baixos. Ele rechaça críticas sobre represamento de preços, embora a Petrobras esteja há meses sem mexer nos valores de venda por suas refinarias: o último reajuste do diesel foi em dezembro e a gasolina foi alterada pela última vez em outubro. No primeiro trimestre, o lucro de sua área caiu 38%, com quedas nas vendas e menores preços, ajudando a derrubar, também em 38%, o lucro da estatal no período. Mas Schlosser diz que a redução das margens de refino é global e tem afetado também outras petroleiras. "Com o preço onde está, a Petrobras permanece lucrando", afirmou. "Hoje estamos operando o refino de forma rentável, econômica e garantindo nossa fatia de mercado."

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Gestão de Prates foi marcada por cobranças e conflitos com ministro Alexandre Silveira

A demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, na noite desta terça-feira, em Brasília, pelo presidente Lula e os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, encerra mais de um ano de conflitos entre Prates e os ministros. O motivo alegado, segundo apurou o Estadão/Broadcast, foi a falta de entregas de projetos por parte do dirigente da estatal, além da divergência em relação à distribuição de dividendos pela empresa. As brigas começaram logo no início da gestão de Prates, em janeiro, por vagas no Conselho de Administração da companhia. Silveira chegou a pedir a intervenção do presidente Lula para conseguir emplacar nomes da sua confiança, com a oposição de Prates, e acabou saindo vitorioso, elegendo nomes que haviam sido rejeitados pelo Comitê de Pessoas da estatal. O segundo grande conflito envolveu a cobrança de Silveira para que Prates aumentasse a produção de gás natural no País, para tentar reduzir o preço do insumo, e afirmou que estava havendo negligência por parte do presidente da Petrobras. O debate público sobre o assunto tomou grandes proporções e se repetiu logo depois em discussões sobre o preço dos combustíveis, com Silveira sendo rebatido por Prates, que chegou a sugerir ao ministro que mudasse o estatuto da estatal para poder decidir sobre reajustes. Em novembro do ano passado, outra discussão colocou os dois em lados opostos na aprovação do Plano de Negócios da companhia para o período 2024-2028. Os novos negócios em energias renováveis foram questionados pelos indicados de Silveira. Para acompanhar de perto o andamento dos projetos, o ministro avançou na indicação de cargos para os comitês da Petrobras, responsáveis por garantir a governança da companhia. Mas o auge do conflito surgiu este ano, com a decisão do governo de reter 100% dos dividendos extraordinários da estatal referentes ao ano passado. Prates defendia a decisão da diretoria, de distribuir apenas metade, como acabou ocorrendo, enquanto os acionistas minoritários queriam a distribuição total do provento. A crise chegou a Lula, que ficou do lado de Silveira, agora apoiado pelo ministro da Casa Civil, e o cargo de Prates chegou a balançar com força, abalando a cotação das ações da companhia. Menos de um mês depois, passada a fervura da última crise, a gestão de Prates chegou ao fim, depois de um ano e quatro meses a frente da petroleira.

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Petrobras opera refinaria com carga reduzida e acionará térmica com diesel no RS

A Petrobras está operando a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS), com carga reduzida, em meio às enchentes na região. O suprimento, no entanto, está garantido, já que a região Sul pode ser atendida por refinarias de outros estados, disse o diretor de Processos Industriais e Produtos, William França. eldquo;Por conta da enorme sinergia que a Petrobras tem entre suas refinarias, como uma empresa integrada, a gente consegue atender ao Sul, se for o caso, com outras refinariaserdquo;, disse o executivo em entrevista coletiva nesta terça-feira (14/5). Segundo ele, a unidade está processando cerca de 20 mil m³/dia de petróleo, ante a capacidade total de 28 mil m³/dia. O escoamento da produção foi normalizado, depois dos impactos sentidos na semana passada por causa dos temporais. A Refap chegou a interromper a produção de gás liquefeito de petróleo (GLP), por causa do aumento dos estoques com a baixa retirada pelas revendedoras. A operação, contudo, já foi retomada. Os terminais associados aos ativos de refino da Petrobras na região também tiveram alagamentos, mas não há previsão de impactos financeiros, afirmou o diretor. Além da Refap, a estatal tem ainda uma participação na refinaria Riograndense, também no Rio Grande do Sul. França afirmou que a unidade teve a operação paralisada na semana passada devido às inundações e aguarda autorização para retomar a produção. A Riograndense é uma parceria entre Petrobras, Braskem e o grupo Ultra. UTE Canoas é acionada A Petrobras também foi demandada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a acionar a termelétrica de Canoas (RS), para a segurança do fornecimento de eletricidade na região. As chuvas causaram impactos na infraestrutura de transmissão e distribuição de energia elétrica no estado e levaram diversas cidades a ficarem sem luz. Por enquanto, o acionamento da termelétrica ocorre por meio do uso do gás natural, mas o combustível vai ser substituído pelo diesel, disse o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da estatal, Maurício Tolmasquim. A troca será necessária pois o gasoduto que da região não consegue atender à demanda da Refap, da UTE Canoas e das distribuidoras locais ao mesmo tempo. eldquo;Por enquanto, as distribuidoras reduziram o consumo, o que permite o fornecimento à usina de Canoas, mas com o aumento da atividade também deve ter um aumento do consumo. Então encomendamos um motor para despachar a térmica a diesel e deixar o gás para as distribuidoras e para a Refap, na medida em que a demanda cresçaerdquo;, disse. O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, disse ainda que a companhia se prepara para suprir o aumento na demanda de asfalto para a recuperação da infraestrutura no Rio Grande do Sul. eldquo;Estamos nos preparando para a reconstrução do estado e para a necessidade de asfalto futuraerdquo;, afirmou. A companhia está usando ainda os centros logísticos na região de Canoas para abrigar pessoas desalojadas, além de ter doado 500 mil litros de combustível para auxiliar nos resgates na região.

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Lula demite Jean Paul Prates; Magda Chambriard será a próxima presidente da Petrobras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou ao presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, que ele está fora da empresa. Prates se despediu nesta tarde de seus diretores e comunicou à equipe que Magda Chambriard será a nova presidente da Petrobras. Ela foi diretora-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) no governo Dilma Rousseff e atuou como funcionária de carreira da petroleira por 22 anos. Engenheira de formação, Magda é também consultora na área de energia e petróleo. Uma vez oficializada no cargo, será a segunda presidente mulher da estatal - a primeira foi Graça Foster (2012-2015). O Conselho de Administração da companhia, segundo apurou a equipe do blog, ainda não foi informado sobre a demissão de Jean Paul Prates. Após a publicação desta matéria, a empresa informou através de um comunicado que Prates convocou uma reunião para que o colegiado delibere sobre o "encerramento antecipado de seu mandato como presidente" da estatal "de forma negociada". Ainda segundo a nota, o CEO pretende apresentar sua renúncia ao cargo de membro do conselho após a confirmação de seu desligamento do comando da Petrobras. Na interpretação de conselheiros e executivos, a ida de Magda para a estatal representa uma vitória da linha intervencionista do governo sobre a empresa no momento em que o presidente Lula pressiona a petroleira a licitar e acelerar obras polêmicas como o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Segundo um aliado histórico de Lula, a nova CEO foi apadrinhada por lideranças do PT da Bahia, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner. Em uma mensagem enviada a aliados por WhatsApp, em tom de desabafo, Jean Paul Prates afirmou que sua missão à frente da Petrobras "foi precocemente abreviada na presença regozijada de Alexandre Silveira [ministro de Minas e Energia] e Rui Costa". "Não creio que haja chance de reconsideração", lamentou o CEO demissionário. "Só me resta agradecer a vocês e torcer que consigam ficar ou se reposicionar. Contem comigo no que eu puder fazer". Processo de fritura O CEO da Petrobras enfrentou nos últimos meses uma intensa fritura interna no governo, acumulando disputas com Costa e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que almejavam ampliar o poder sobre a estatal. Silveira e Prates rivalizavam em torno da influência sobre a estrutura da Petrobras. Enquanto o CEO buscou assegurar o domínio sobre a diretoria da petroleira, o ministro de Minas e Energia emplacou nomeações importantes no Conselho de Administração. Conforme publicamos na semana passada, Silveira colocou várias pessoas de sua confiança em postos estratégicos na companhia. Além dos três conselheiros que ele indicou, Silveira também domina os colegiados pelos quais passam todas as decisões importantes da Petrobras. Hoje, 17 das 25 vagas em comitês da companhia, incluindo o Conselho Fiscal, são ocupadas por pessoas indicadas pelo ministro, de dentro e de fora da empresa. A presença deles é tão marcante na companhia que ganharam o apelido de "Silveirinhas". Mas o desgaste entre o CEO e o ministro, que se prolongava desde o início do terceiro mandato de Lula, se agravou após Silveira conceder uma entrevista à Folha de S. Paulo admitindo o conflito com Prates e dizendo que não abriria mão de sua autoridade como ministro sobre a companhia. Como informou o colunista Lauro Jardim à época, a situação se agravou depois de que Prates declarou à colunista da Folha Monica Bergamo que havia pedido uma reunião "definitiva" com Lula para tratar sobre a sua fritura no cargo. No Planalto, o movimento foi encarado como uma tentativa do CEO da Petrobras de emparedar o presidente, o que o teria irritado. Em abril, o presidente Lula chegou a convidar o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, para assumir o comando da petroleira. Mas pesou a favor da permanência de Prates o apoio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), como publicamos no blog. Briga por dividendos A fritura ocorreu em meio ao impasse sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia a proposta da diretoria de distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram no caixa após o pagamento dos dividendos regulares endash; R$ 43,9 bilhões. Já o grupo de Alexandre Silveira defendia segurar todo esse dinheiro em um fundo de reserva com o objetivo de melhorar as condições da empresa de obter empréstimos para investimentos. Lula arbitrou a disputa e determinou que os seis conselheiros indicados pela União votassem contra o pagamento. Prates negou publicamente que houvesse uma ordem do presidente da República nesse sentido, mas foi desmentido pelo próprio petista no mesmo dia. Após duas reuniões encabeçadas por Lula, o presidente encampou a tese de Silveira, o que irritou Jean Paul Prates. Como publicamos no blog, o presidente da estatal chegou a acompanhar a reunião do Conselho de Administração de forma remota após considerar a derrota para o ministro de Minas e Energia irreversível. A reação do mercado financeiro à decisão do governo foi vender ações e derrubar o valor de mercado da companhia em mais de 10%. Num único dia, a Petrobras se desvalorizou em R$ 55 bilhões. No ápice da crise, auxiliares de Lula no Palácio do Planalto atribuíram a Prates, ex-senador do PT pelo Rio Grande do Norte, uma falta de traquejo político na gestão da empresa. Mesmo Haddad, que sempre funcionou como uma espécie de escudo para o CEO na guerra interna do governo em torno dos rumos da companhia, admitiu a Silveira e Costa no auge da fritura que o dirigente tinha um temperamento difícil e dificuldades de dialogar. Um dos exemplos dessa falta de traquejo, de acordo com ministros palacianos, foi o entrevero entre Prates e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, a respeito de um pedido de autorização dos técnicos da corte contábil para investigar a possibilidade de fraude no contrato da Petrobras com a fábrica de fertilizantes Unigel. Em uma dura troca de mensagens com letras em caixa alta, o CEO da Petrobras cobrou Dantas pela publicação de uma matéria sobre o caso no blog. O presidente do TCU se queixou ao Palácio do Planalto. Na ocasião, três auxiliares de Lula e um aliado de Prates disseram à equipe do blog que Prates não tinha jogo de cintura e foi dinamitando pontes por não entender que o cargo de dirigente da Petrobras não é apenas técnico, mas também político. Apoio de sindicalistas Durante a composição de sua equipe na presidência, Jean Paul Prates se cercou de aliados e quadros ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) para se contrapor à forte influência de Alexandre Silveira sobre o Conselho de Administração, peça crucial na definição das estratégias e investimentos mais relevantes, e para se afirmar diante de diretores remanescentes do governo Jair Bolsonaro. Desde que tomou posse, Prates indicou ao menos três assessores ligados à entidade e nomeou o dirigente sindical José Maria Rangel, conhecido como Zé Maria, para a gerência-executiva de responsabilidade social da petroleira. O cargo é cobiçado desde o governo Bolsonaro por dispor de um orçamento de quase meio bilhão de reais e com poucas verbas carimbadas, ao contrário dos setores mais ligados à exploração de petróleo. Outra nomeação atribuída à FUP foi a do gerente-executivo de Recursos Humanos da Petrobras, Felipe Freitas, que deixou a companhia em agosto do ano passado. Mas, nos últimos tempos, a relação de Prates com a FUP se esgarçou. Os sindicalistas vinham se queixando internamente do ritmo dos investimentos em refinarias e em projetos de transição energética endash; considerado muito lento. Também reclamam da permanência em cargos de comando de dois diretores remanescentes da era Bolsonaro, que por isso são constantemente atacados pelos sindicalistas em redes sociais. Durante a fritura de Prates, a FUP chegou a divulgar uma nota pública condenando o "espancamento público do presidente da Petrobraserdquo;, mas, na mesma nota, disse reconhecer que "a decisão final será do presidente Lula" - o que foi interpretado, à época, como um aval tácito à nomeação de Aloizio Mercadante, que acabou não se consolidando.

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Petrobras não pretende reajustar preços dos combustíveis, mesmo com petróleo a US$ 80

Sergio Caetano, diretor Financeiro da Petrobras, afirmou, durante teleconferência de resultados do primeiro trimestre deste ano com analistas, que a empresa não prevê reajustes nos preços dos combustíveis. A nova estratégia comercial de preços da estatal está completando um ano. -- Estamos monitorando o cenário para ver se haverá mudança estrutural nas condições. E ainda não notamos essas mudanças. Faz um ano que lançamos a estratégia comercial de preços, que não é uma política de preços, pois ela trata ainda de abastecimento e logística -- disse Caetano. Ontem, a estatal anunciou que seu lucro líquido no primeiro trimestre deste ano ficou em R$ 23,7 bilhões, valor 37,9% menor em relação aos R$ 38,156 bilhões obtidos nos primeiros três meses do ano passado. Segundo a companhia, o resultado foi influenciado pela queda nas vendas de combustíveis no mercado interno e a desvalorização do real frente ao dólar. Claudio Schlosser, diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, lembrou ainda que as cotações internacionais vêm mostrando muita variação, com o preço do barril oscilando dos US$ 83 a US$ 84 e chegando a picos de US$ 93. -- Mas existe um suporte aos US$ 80 (por barril), que é gerado pela tensão geopolítica ou por cortes dos produtores da Opep+ (os maiores produtores do mundo, com os países do Oriente Médio). Os combustíveis têm outros substitutos, como o etanol e o diesel russo. E outro fator é que não estamos repassando a volatilidade -- explicou Schlosser, lembrando que os últimos reajustes ocorreram em outubro na gasolina, quando houve queda no preço, e em dezembro, com recuo no diesel. Vendas fracas Caetano lembrou ainda que o resultado veio dentro do planejado pela companhia. Ele, no entanto, citou que as vendas de combustíveis são sazonalmente mais fracas no primeiro trimestre. Citou também o aumento da safra do etanol, que impactou a gasolina, o avanço do biodiesel na mistura do diesel e a importação do diesel russo. --Houve cenário ainda adverso na margem do diesel, que caiu 26%. Aproveitamos para fazer paradas programadas, e a produção estabelecida no plano de negócios vai ser mantida. A empresa segue saudável e robusta. A Petrobras está entre as duas maiores entregadoras de resultado do mundo -- disse Cateano. --Jean Paul Prates, em mensagem gravada aos analistas, voltou a destacar a disciplina de capital da estatal e a saúde financeira da empresa. Houve redução de 1,2% no nível de endividamento bruto no fim do trimestre, para US$ 61,84 bilhões. A dívida financeira ficou em US$ 27,7 bilhões, menor nível desde 2010. -Mantemos geração de caixa consistente para garantir os investimentos. O primeiro trimestre é mais fraco em volumes de venda por conta de sazonalidade e aproveitamos para fazer paradas programadas nas refinarias. Ainda sim, o fator de utilização chegou a 92%, sete pontos acima de um ano atrás. Esse aumento no nível de processamento ocorre com aumento de geração de valor e segurança -- destacou Prates. Dividendos extraordinários A estatal informou ainda que aprovou a distribuição de R$ 13,45 bilhões em dividendos relativos ao período. Esse valor também foi menos que o esperado por bancos, que estimavam valor de R$ 15,4 bilhões. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, quando a empresa alterou a regra de distribuição dos ganhos a acionistas, a queda foi de 45%. Além da distribuição de dividendos de R$ 13,45 bilhões, a estatal informou ainda que recomprou um total de R$ 1,1 bilhão em ações ao longo do primeiro trimestre. -- Anunciamos a recompra de 157 milhões de ações e já recompramos 130 milhões. Esse programa acaba em agosto. E vamos fazer uma nova proposta para fazer novas recompras, mas isso será analisado ainda pelo Conselho -- disse Caetano. Perguntado sobre os dividendos extraordinários, Caetano voltou a falar que o Conselho de Administração vai analisar esse ano quando distribuir metade dos R$ 43, 9 bilhões de recursos referentes ao exercício do ano passado. -- O Conselho vai analisar nesse exercício, e os recursos podem ser pagos esse ano ou no início do ano que vem -- afirmou Caetano. Segundo a Petrobras, no primeiro trimestre deste ano, o resultado financeiro foi negativo em R$ 9,6 bilhões por conta do câmbio. A queda nas vendas dos derivados de petróleo no mercado interno nos primeiros três meses do ano foi de 2,9%, para 1,648 milhão de barris por dia, na comparação com o mesmo período de 2023. Além das vendas menores, a estatal destacou ainda a redução da margem do diesel emdash; o preço dos derivados registrou queda média por barril de 16,3% no trimestre emdash; e recuo nas exportações, especialmente de gasolina. O resultado menor ocorreu mesmo diante de uma pequena elevação do preço do petróleo no mercado internacional. Segundo a estatal em seu balanço, o valor médio do barril do Brent, referência no mercado internacional, subiu 2,4%, de US$ 81,27 no primeiro trimestre de 2023, para US$ 83,24 no primeiro trimestre deste ano. Assim, a receita de vendas chegou a R$ 117,721 bilhões no primeiro trimestre de 2024, valor 15,4% menor em relação aos R$ 139 bilhões do mesmo período do ano passado. Os investimentos somaram US$ 3,043 bilhões no trimestre, alta de 22,6% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta foi influenciada pelas atividades do pré-sal da Bacia de Santos e na Bacia de Campos.

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Excesso de oferta e juros nos EUA fazem o petróleo fechar em queda

O petróleo fechou em queda nesta terça-feira, 14, em meio ao temor de mais aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e de excesso na oferta do óleo. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para junho fechou em queda de 1,39% (US$ 1,10), a US$ 78,02 por barril. Na Intercontinental Exchange (ICE), o Brent para julho caiu 1,18% (US$ 0,98), a US$ 82,38 por barril. Nesta terça, os preços do petróleo caíram mais de 1%, após leitura da inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA. O resultado renovou expectativa por aperto monetário prolongado do Fed. Analista da Mizuho, Robert Yawger afirmou que o dado e os comentários do presidente do BC americano, Jerome Powell, eldquo;não fizeram nada para apoiar a confiançaerdquo; dos investidores de energia e estimou que eldquo;a saúde do mercado dependerá da força da gasolinaerdquo;, que também pesa sobre os preços neste momento, devido ao amplo armazenamento do derivado. Além disso, a Ritterbusch projeta que o cenário apoiará tendência de alta do dólar americano, em detrimento do petróleo. Por outro lado, a Oxford Economics ampliou sua previsão para os preços do petróleo bruto em 2024, mas projeta que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) começará a desfazer os cortes na produção, o que pressionará os preços do petróleo devido a demanda modesta. Pela manhã, a Opep reafirmou projeções de demanda global pela commodity em 2,2 milhões de barris por dia em 2024, segundo relatório mensal. O cartel também manteve expectativas para a oferta global (1,2 milhão) e para o Produto Interno Bruto (PIB) global (2,8%) neste ano. (Estadão Conteúdo)

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