Ano:
Mês:
article

Para analistas, Magda terá de atender governo sem contrariar mercado

A Petrobras que a nova presidente Magda Chambriard vai encontrar quando tomar posse será bem diferente da que Jean Paul Prates encontrou em janeiro de 2023. Não será preciso acabar com a política de preços de importação (PPI) nem reduzir o nível dos dividendos, mas ela terá de entregar o que Prates não entregou na avaliação do Planalto, como acelerar investimentos em grandes obras. Ontem, por causa da demissão de Prates, a estatal perdeu R$ 34 bilhões em valor de mercado (mais informações no quadro desta página). Ao Estadão/Broadcast, o exconselheiro da Petrobras e advogado de acionistas minoritários Leonardo Antonelli disse que não deve haver mudanças no nível de dividendos pagos. A leitura é similar à do chefe do departamento de análises do UBS BB, Luiz Carvalho. Em relatório, o banco aponta que a troca de comando não deve mudar a empresa por enquanto e que, apesar das incertezas no curto prazo, está mantida a leitura de que a Petrobras é eldquo;resiliente e eficienteerdquo;, com ativos de produção de classe mundial e governança, capaz de manter a racionalidade da alocação de capital e retorno aos acionistas. O maior risco, lista o UBS BB, são interferências políticas. INVESTIMENTOS. De acordo com pessoas a par do assunto, Magda terá de lidar com as expectativas do governo de acelerar grandes obras, a retomada das fábricas de fertilizantes, encomendas de equipamentos para sistemas de produção e navios à indústria nacional. TRANSIÇÃO ENERGÉTICA. Segundo Marcelo Frazão, sócio da área de Energia do Campos Mello Advogados, Magda terá de escolher entre investir em tecnologias do eldquo;futuroerdquo; (usinas eólicas offshore e de hidrogênio verde) ou em projetos de efeitos imediatos. GERENTES. Outra cobrança que será feita a Magda será a demissão de gerentes herdados da gestão Bolsonaro. Segundo pessoas com trânsito na companhia, muitos estão na diretoria de Sustentabilidade e Transição Energética e têm sido obstáculos para a concretização de projetos. ebull;

article

Petrobras perde R$ 34 bi em valor de mercado com demissão de Prates

A Petrobras perdeu ontem R$ 34 bilhões em valor de mercado, refletindo o receio dos investidores de maior interferência política na estatal depois da demissão do ex-senador Jean Paul Prates da presidência. Para o cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu indicar Magda Chambriard, que comandou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no governo Dilma Rousseff. Será a 8.ª troca de presidente em oito anos. Depois de cair 9,5% e entrar em leilão (mecanismo da B3 que é acionado quando há uma oscilação muito forte nas cotações), os papéis PN registraram recuo de 6,04%, enquanto os ON desabaram 6,78%. Com isso, o valor de mercado (soma de todas ações) caiu de R$ 542 bilhões para R$ 508 bilhões. Empresa de maior peso na Bolsa, as ações da Petrobras fizeram o Ibovespa fechar em queda de 0,38%, na contramão do mercado externo (que comemorou a desaceleração da inflação ao consumidor nos EUA). A avaliação é de que a escolha de Magda pode abrir caminho para interferência mais direta em temas como fixação de preços de combustíveis ou participação da Petrobras em projetos caros ao governo, como a recuperação do setor de estaleiros no País endash; prioridade que não deu resultados em governos passados do PT. eldquo;A indicação de Chambriard é negativa, e também o próprio movimento para tirar Prates, da maneira como foi, com atrito, e para emplacar um nome mais alinhado ao governoerdquo;, disse Gustavo Corradi Matos, CIO da Medici Asset. eldquo;Temas como a política de preços, distribuição de dividendos, plano de investimentos, entre outros, são cada vez mais determinados pelo governo e menos pelas demandas do mercadoerdquo;, afirmou o economista Bruno Mori, da Sarfin. Tratada como eldquo;petista históricaerdquo; no partido e no Palácio do Planalto, Magda já defendeu bandeiras que provocaram controvérsia no passado, como a exigência de conteúdo local na indústria do petróleo (mais informações na pág. B5). Segundo a Coluna do Estadão, menos de 24 horas após a demissão de Prates, ela se reuniu ontem cedo com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e prometeu tirar do papel novos investimentos no mercado de gás e de fertilizantes. A saída de Prates foi formalizada ontem mesmo pelo conselho de administração da Petrobras, que indicou Clarice Coppetti como presidente interina. Atual diretora executiva de Assuntos Corporativos da companhia, ela ficará no cargo até a posse de Magda, ainda sem data definida. A amigos, Prates disse que sua demissão foi eldquo;humilhanteerdquo; (mais informações na pág. B4). Próximo ao ex-presidente, Sergio Caetano Leite, diretor de Finanças, também saiu da empresa. ebull; As ações PN da Petrobras recuaram 6,04%, enquanto as ON tiveram queda de 6,78%

article

Após prejuízo trimestral, Raízen vê 2024/25 como a safra da virada

Depois de encerrar o quarto trimestre de seu exercício 2024 com prejuízo líquido de R$ 178 milhões, ante lucro de R$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano-fiscal anterior, muito por conta da queda dos preços do etanol, a Raízen (RAIZ4) espera preços mais atrativos para o biocombustível nesta safra 2024/25, que começou em abril. Ainda que a paridade dos preços da gasolina praticada pela Petrobras seja vista como incerta e um risco para o etanol, a Raízen enxerga um cenário de demanda mais aquecida pelo biocombustível, com valores melhores. Além de preços menores para o etanol no início do ano passado, os resultados do exercício 2024 foram influenciados também pelo aumento das despesas financeiras, por gastos com renovação de arrendamentos e pelo menor volume de recuperação de créditos tributários. eldquo;Nunca estivemos em uma posição operacional e agrícola tão boa. Vemos este ano como o ano da virada para a Raízenerdquo;, disse o CEO da companhia, Ricardo Mussa, em conversa com jornalistas. Parte do otimismo do executivo decorre da expectativa de bons preços do açúcar no mercado internacional, da recuperação dos preços do etanol no Brasil, da redução dos investimentos e da diminuição das despesas financeiras. A primeira usina de etanol de segunda geração (2G) da Raízen entrou em operação no fim de 2023, em Guariba (SP). Outras duas plantas semelhantes devem iniciar as atividades até o fim do ano. Com isso, os projetos começarão a gerar caixa e favorecer os indicadores esperados pelo mercado. A companhia anunciou um guidance para seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) no ciclo 2024/25. A empresa sinalizou que espera elevar seu resultado em 14%, para um intervalo entre R$ 14,5 milhões e R$ 15,5 milhões. A entrada em operação das novas usinas de etanol 2G vai reduzir a necessidade de investimento. A expectativa é que o Capex para a nova safra será 13% menor, ficando entre R$ 10,5 milhões e R$ 11,5 milhões. eldquo;Vamos começar a colher os resultados daquilo que plantamos nos últimos três anoserdquo;, disse Mussa.

article

Raízen tem prejuízo ajustado de R$178 mi no 4º tri da safra 2023/24

A Raízen registrou prejuízo líquido ajustado de 178 milhões de reais no quarto trimestre da safra 2023/24, versus lucro líquido ajustado de 2,5 bilhões de reais no mesmo trimestre da safra 2022/23. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 3,69 bilhões de reais, recuo de 37,7% na comparação com o mesmo período da safra anterior. Em paralelo, a maior produtora global de açúcar e de etanol de cana divulgou suas projeções para o ano-safra 2024/25, iniciado em 1º de abril e que encerrará em 31 de março de 2025. A empresa espera um Ebitda ajustado de 14,5 bilhões a 15,5 bilhões de reais para a safra 2024/25, além de investimentos da ordem de 10,5 bilhões a 11,5 bilhões de reais na safra 2024/25. A Raízen destacou em balanço uma eldquo;forte expansão das margens de açúcar devido aos melhores preços e ao aumento do volume próprio vendido, compensando o menor preço do etanolerdquo;. Com informações da Reuters.

article

Moagem de cana e produção de açúcar e etanol crescem em abril

A moagem de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras do Centro-Sul totalizou 34,58 milhões de toneladas na segunda quinzena de abril, 61,3% mais que no mesmo período do ciclo passado, informou a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica). No acumulado de 2024, a quantidade de cana-de-açúcar processada atingiu 50,61 milhões de toneladas, avanço de 43,41% na comparação anual. Nos últimos 15 dias de abril, 44 unidades produtoras de cana-de-açúcar reiniciaram as atividades, totalizando 217 unidades produtoras operando na região Centro-Sul. Desse total, 201 unidades com processamento de cana, nove empresas que fabricam etanol a partir do milho e sete usinas flex. O diretor de Inteligência Setorial da Unica, Luciano Rodrigues, explica que eldquo;outras 31 unidades produtoras devem iniciar a moagem na primeira quinzena de maio, praticamente fechando o cronograma de início da safra 2024/2025erdquo;. A qualidade da matéria-prima colhida no mês de abril, mensurada em quilos de ATR por tonelada de cana-de-açúcar processada, apresentou um aumento de 2,03% na comparação com o mesmo período do último ciclo agrícola, atingindo 112,96 quilos de ATR por tonelada. Produção de açúcar e etanol A produção de açúcar na segunda metade de abril foi de 1,84 milhão de toneladas. No acumulado anual, a fabricação do adoçante totalizou 2,56 milhões de toneladas, 65,9% mais que no mesmo período do ano passado. Na segunda quinzena de abril, 1,51 bilhão de litros (+51,86%) de etanol foram fabricados pelas unidades do Centro-Sul. Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,08 bilhão de litros (+66,56%), enquanto a produção de etanol anidro totalizou 436,38 milhões de litros (24,66%). No acumulado até abril, a fabricação do biocombustível totalizou 2,36 bilhões de litros (+32,42%), sendo 1,78 bilhão de etanol hidratado (+55,05%) e 584,06 milhões de litros de anidro (-8,27%). Da produção total de etanol registrada na segunda metade de janeiro, 20% foram provenientes do milho, cuja produção atingiu 298,61 milhões de litros neste ano, ante 197,68 milhões de litros no mesmo período do ciclo 23/24 endash; aumento de 51,06%. No mês de abril, a produção de etanol de milho somou 569,11 milhões de litros endash; avanço de 30,18% na comparação com igual período do ano passado. Vendas de etanol No mês de abril de 2024, as vendas de etanol totalizaram 2,85 bilhões de litros, o que representa aumento de 35,75% em relação ao mesmo período da safra 2023/24. O volume comercializado de etanol anidro no período foi de 927,59 milhões de litros endash; aumento de 6,32% endash; enquanto o etanol hidratado registrou venda de 1,92 bilhão de litros endash; crescimento de 56,65%.

article

Produtores e indústrias fecham acordo sobre proposta para repasse de receita de CBios

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e entidades do setor sucroenergético fecharam um acordo, nesta quarta-feira (15/5) em relação à proposta que garante o repasse de parte das receitas de créditos de descarbonização (CBios) aos produtores independentes de biomassa. O acordo vai possibilitar a votação, no plenário da Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei (PL) 3.149/2020, que garante esse repasse. Produtores independentes e indústria chegaram a um consenso sobre a porcentagem que deverá ser repassada para os produtores que fornecem dados padrão (default) e primários (perfil específico), disse a CNA, em nota. No primeiro caso, a parcela será de no mínimo 60% da receita líquida auferida pela indústria com a venda dos CBios gerados pela cana-de-açúcar do fornecedor. Para o segundo, o mínimo será de 85% sobre o ganho de eficiência em relação ao padrão. "A concordância entre nós mesmos, do setor, é o primeiro passo. Isso facilitará a tomada de decisão dos parlamentares e trará agilidade para o processo legislativo. Com isso, podemos focar nossas energias em outras pautas importantes da cadeia produtiva e do setor sucroenergético como um todo. Todos saem ganhando", disse, na nota, o presidente da Comissão Nacional de Cana-de-Açúcar da CNA, Nelson Perez. A decisão foi divulgada em nota conjunta da CNA, Federação dos Plantadores de Cana-de-Açúcar do Brasil (Feplana), União Nordestina dos Produtores de Cana-de-açúcar (Unida), União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Única) e Bioenergia Brasil, e Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan PB) e Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). O acordo contou com a articulação dos integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), como o vice-presidente da bancada na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).

Como posso te ajudar?