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Petrobras: ações caem mais de 2%, com petróleo em baixa e possíveis compras no radar

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) iniciaram a semana em queda que superou os 3% no intraday e fecharam com baixa acima de 2%, com uma série de fatores sendo monitorada de perto pelos investidores. A ação PETR3 caiu 2,52% (R$ 39,82), enquanto PETR4 teve baixa de 2,02% (R$ 36,88). Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão desta segunda em queda forte, em meio a contínua incerteza sobre a demanda da China e diante da valorização do dólar no exterior, que tende a encarecer e tirar a atratividade de commodity aos investidores que possuem outras moedas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,75% (US$ 1,35), a US$ 75,81 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 1,53% (US$ 1,23), a US$ 79,05 o barril. Descubra o passo a passo para viver de dividendos e ter uma renda mensal previsível, começando já nas próximas semanas Já no noticiário da companhia, a Petrobras divulga nesta segunda, após o fechamento do mercado, os seus dados de produção do segundo trimestre, antes da divulgação dos resultados na próxima semana, o que pode dar sinalização sobre os números da estatal. Mas, além disso, as notícias sobre alocação de capital da companhia (em investimentos ou em dividendos) roubam a cena na sessão, com duas aquisições no radar. Os agentes financeiros repercutem entrevista com a diretora de Exploração e Produção da estatal, Sylvia dos Anjos, publicada pela Reuters perto do fechamento da sexta-feira, informando que a companhia fez uma oferta não vinculante para comprar a operação e uma fatia do bloco exploratório de petróleo e gás de Mopane, na Namíbia. A XP Investimentos avalia a notícia como neutra, devido a incerteza se a oferta da Petrobras prevalecerá, uma vez que várias outras empresas fizeram ofertas pelo ativo. Por outro lado, disse receber com satisfação a alocação de capital da petrolífera para o upstream (exploração e produção) e reconhece que a companhia é uma das melhores operadoras de águas profundas do mundo e que a Namíbia offshore é uma nova e prolífica fronteira exploratória. No entanto, analistas disseram ser menos construtivos em relação à diversificação da Petrobras para fora de seus principais ativos no Brasil. A Galp possui uma participação de 80% no campo e, segundo informações, está procurando vender uma participação de 40% no ativo. A Genial, por sua vez, comenta que a operação pode pressionar o pagamento de dividendos da estatal, o que preocupa os investidores. Ainda no radar do mercado, o jornal Valor Econômico divulgou no fim da semana passada que a Petrobras pode recomprar a participação total na refinaria de Mataripe (BA), mas o desfecho da operação ainda depende de decisões como o modelo da operação e, principalmente, o valor da transação. Essas definições ainda estão em aberto, sem um prazo decidido. A estatal tem planos de se tornar a controladora da refinaria e, embora as discussões iniciais apontassem para uma aquisição de 80%, há espaço para adquirir a totalidade da companhia. eldquo;Acreditamos que o mercado esperava que a Petrobras adquirisse uma participação menor; portanto, esta notícia é marginalmente negativa. Se a Petrobras comprasse a refinaria pelo mesmo preço que a vendeu (US$ 1,8 bilhão) por meio de um desembolso no 3T24, nossa estimativa de dividend yield (dividendo sobre o valor da ação) para o resto de 2024 seria reduzida de 7,7% para 7,3%erdquo;, avalia o banco. (com Reuters e Estadão Conteúdo)

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ANP retoma fiscalizações na Operação Yanomami

ANP reiniciou, nesta semana (22 a 25/7), as ações de fiscalização conjuntas para identificação e desarticulação de fluxos irregulares de combustíveis que possam fomentar atividades ilícitas na Terra Indígena Yanomami. A retomada foi possível graças à celebração, com o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), de um Termo de Execução Descentralizada (TED), que permitiu a continuidade das operações da Agência no âmbito do Plano de Desintrusão e de Enfrentamento da Crise Humanitária na Terra Indígena Yanomami. Nesta semana, as operações foram realizadas nos municípios de Alto Alegre e Boa Vista, ambos em Roraima, com o apoio da Força Nacional e da Polícia Federal. No total, foram fiscalizados dois postos revendedores e três Pontos de Abastecimento (destinados ao abastecimento de veículos terrestres, aeronaves, embarcações ou locomotivas de uso exclusivo do detentor das instalações). Um posto revendedor foi autuado e interditado por fornecer combustível em volume inferior ao indicado na bomba de abastecimento (a chamada eldquo;bomba baixaerdquo;). Também foi lavrado auto de infração contra um Ponto de Abastecimento por descumprimento da legislação para aquisição de combustíveis. Participaram das fiscalizações, nesta semana, representantes da gestão da Superintendência de Fiscalização do Abastecimento. A Agência participará de forma contínua das operações na região ao longo de todo este ano. Desde 2021, a ANP atua, em conjunto com outros órgãos, no combate a garimpos irregulares em terras indígenas. A cooperação se intensificou a partir de março deste ano, com a participação da Agência na Operação Yanomami, com a presença de agentes em campo, vistoriando, autuando, interditando instalações e apreendendo produtos, além de auxiliar os demais órgãos de governo com intercâmbio de dados, informações e conhecimentos de inteligência. As Operações fazem parte do esforço do governo brasileiro, ao redor e dentro da Terra Indígena Yanomami, para combater atividades criminosas e garantir a proteção do território e da população indígena. As ações visam especialmente desarticular a infraestrutura logística dos criminosos, desmontando pistas de pousos e portos clandestinos, apreendendo equipamentos e impedindo a chegada de combustíveis que possam abastecer geradores, veículos e demais maquinários fundamentais para a atividade criminosa. Além da ANP, também contribuem para as operações de Segurança e Desintrusão os seguintes órgãos: Casa Civil (CC), Casa de Governo da Presidência da República no Estado de Roraima (CG-PR/RR), Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ministério da Defesa (MD), Ministério dos Povos Indígenas (MPI), Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fundação Nacional dos Povos Indígenas (FUNAI), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Advocacia-Geral da União (AGU), Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), Agência Nacional de Mineração (ANM), Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e Secretaria da Comunicação Social (SECOM).

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Gargalos no Porto de Santos geram perdas de US$ 21 bi por ano ao País

O sistema portuário brasileiro enfrenta uma série de gargalos para embarque e desembarque de cargas, e os problemas são mais evidentes no Porto de Santos, o maior da América Latina e responsável por 40% de todo o volume movimentado do País. É o que apontam armadores (como são chamadas os agentes e empresas responsáveis pelo transporte marítimo) afiliados ao Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave) e os donos de cargas de café reunidos no Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). A Autoridade Portuária de Santos (APS) refuta as críticas. Os executivos das duas entidades veem um esgotamento da capacidade portuária brasileira, em grande parte no terminal santista. Estimativas do Centronave indicam uma perda anual superior a US$ 21 bilhões (R$ 115,5 bilhões) com o comércio exterior, em especial por exportações não efetivadas. Um dos motivos, dizem, é por não poderem atracar em Santos, de forma regular, embarcações de contêineres de grande porte endash; os navios de última geração. Navios com 366 metros de comprimento, por exemplo, aptos a transportar de 13 mil a 16 mil TEUs (unidade de medida do contêiner, equivalente a 20 pés, ou 6,1 metros de comprimento). Dos 17 portos com operações de contêineres do País, só seis são homologados para receber esse tipo de navio. Mas nenhum deles consegue carregar a embarcação à plena capacidade, por causa de restrições de calado operacional, que resultam em déficits de carregamento entre 4% (em Sepetiba-RJ) e 23% em (Paranaguá-PR), de acordo com o Centronave. Mas a entidade ressalta que a maior parte da carga nacional não está nesses seis portos, e sim em Santos, que tem limitações de calado e por isso recebeu apenas algumas escalas desses navios neste amo. O máximo que Santos pode garantir de calado, em operação comum, é 14,5 metros, insuficiente para os grandes navios de contêineres. As embarcações de grande porte lançadas a partir de 2014 endash; quatro novas classes de navios, de 16 mil, 19 mil, 23 mil e 24 mil TEUs endash;, não vêm ao Brasil. Apenas as da classe de 14 mil TEUs, construídos de 2008 a 2012. E, mesmo assim, enfrentam restrições em vários portos brasileiros, entre eles o de Santos, dizem executivos de companhias de navegação. Em nota, a Autoridade Portuária de Santos refuta as críticas ao porto. Informa que Santos tem plena capacidade de atender a movimentação de contêineres pelo menos até 2030 com os terminais atuais, que movimentam 5 milhões de contêineres em média por ano. Sobre os navios de 366 metros, diz que neste ano recebeu dois. E qualifica de narrativa dos grandes armadores que o porto, entre outros, não teria condições para atracar essas embarcações.

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Preço médio da gasolina sobe 2,68% e passa de R$ 6,10 nos postos do país, aponta ANP

O preço médio do litro da gasolina registrou na última semana um aumento de 2,68% nos postos de todo país, atingindo o maior patamar de preços já alcançado desde o começo do terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A nova alta acontece após a Petrobras ter anunciado, no início de julho, um aumento de 7,1% nos preços da gasolina para as distribuidoras, um repasse equivalente a R$ 0,20 por litro do combustível. Os dados foram divulgados na quarta-feira (24) em um levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e leva em consideração o período entre 14 e 20 de julho. Atualmente, o preço médio do litro da gasolina no Brasil é R$ 6,13. O estado com maior preço de revenda encontrado pelo levantamento foi o Acre, com o litro por R$ 7,18 e com o menor foi o Distrito Federal, com o litro por R$ 5,69. Além disso, os dados também mostraram um aumento em outros combustíveis, como: No preço do etanol que subiu 3,03%, sendo revendido por um valor médio de R$ 4,08; E no preço do Óleo Diesel que aumentou 0,17% em relação ao preço da semana passada, sendo revendido por um valor médio de R$ 5,95. Já o gás de cozinha (GLP) apresentou uma alta de 2,07%, sendo vendido por um valor médio de R$ 103,86. Na última mudança realizada pela petrolífera, o preço da venda do GLP para as distribuidoras passou a ser equivalente a R$ 34,70 por botijão de 13kg, uma alta equivalente a R$ 3,10.

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ANP divulga resultados de ações de fiscalização em dez unidades da Federação (22 a 25/7)

Entre os dias 22 e 25/7, a ANP fiscalizou o mercado de combustíveis em 11 unidades da Federação. Nas ações, os fiscais verificaram a qualidade dos combustíveis, o fornecimento do volume correto pelas bombas medidoras, a adequação dos equipamentos e dos instrumentos necessários ao correto manuseio dos produtos, bem como as documentações de autorização de funcionamento das empresas e as relativas às movimentações dos combustíveis. Um dos destaques desta semana foi nova participação da ANP em operação com a Força Nacional e a Polícia Federal, em Roraima, em terras indígenas. Veja abaixo mais informações sobre essa operação, bem como sobre as principais ações nas demais regiões do país: Roraima A ANP reiniciou sua participação na Operação Yanomami, fiscalizando com apoio da Força Nacional e da Polícia Federal dois postos revendedores e três pontos de abastecimento, em Alto Alegre e Boa Vista. Um posto revendedor de combustíveis de Alto Alegre foi autuado e interditado cautelarmente por vender volume de combustível diferente do registrado na bomba abastecedora. No mesmo município, foi lavrada autuação por comercialização irregular a um ponto de abastecimento. Mais informações em ANP retoma fiscalizações na Operação Yanomami. Amazonas Em Manaus, os fiscais estiveram em uma empresa de revenda e troca de lubrificantes automotivos. A ação foi motivada por denúncia do Ministério Público do Amazonas. Também vistoriaram um porto privado de uma distribuidora de GLP. Não foram constatadas irregularidades. Tocantins Quatro postos foram fiscalizados na capital, Palmas, sem autuações. As ações ocorreram em parceria com o Procon estadual, órgão que mantém Acordo de Cooperação Técnica e Operacional com a ANP. Rio Grande do Sul No período, foram fiscalizados 16 agentes econômicos no estado, sendo 15 postos revendedores de combustíveis e uma revenda de GLP em Gravataí, Cidreira, Carajá, Canoas, Esteio, Novo Hamburgo, Ivoti e na capital. Houve operações em parceria com outros órgãos públicos em dois municípios. Em Gravataí, em ação com o Procon municipal, dois postos foram autuados e sofreram interdições cautelares motivadas por irregularidades no volume fornecido pelas bombas medidoras e por apresentar bombas em mau estado de conservação. E, em Esteio, a ANP integrou força-tarefa com o Procon Municipal e a Delegacia do Consumidor-DEIC/DECON, resultando na autuação e interdição cautelar de um tanque e de oito bicos de bombas, por venda de gasolina comum fora das especificações. Em Porto Alegre, um posto revendedor foi autuado e teve um tanque e dois bicos de bomba interditados como medida cautelar, por oferecer óleo diesel fora das especificações da ANP. Em Canoas, um posto revendedor foi autuado e teve dois tanques e quatro bicos de bomba interditados cautelarmente, por comercialização de óleo diesel fora das especificações. Em Novo Hamburgo, houve autuação e interdição cautelar de um bico de bomba de gasolina comum e em um de gasolina aditivada, por irregularidades no volume de combustível fornecido. Nos demais municípios, não houve registro de irregularidades. Distrito Federal Os fiscais estiveram em 21 postos revendedores, uma revenda de GLP e duas de lubrificantes. Houve uma interdição, em um posto de combustíveis, por fornecimento de volume de combustível diferente do registrado na bomba. Goiás Foram fiscalizados nove postos revendedores de combustíveis em Senador Canedo, Terezópolis de Goiás, Aparecida de Goiânia, Hidrolândia e em Goiânia, na Operação conjunta denominada Imediata, realizada em parceria com a DECON/GO, DRACCO/GO, GTIII, Procon/GO e Sefaz/GO. O objetivo da ação foi fiscalizar postos de combustíveis sob investigação por suspeita de ligação com organizações criminosas. Mato Grosso Um posto em Sorriso e outro em Cuiabá foram fiscalizados, sem que qualquer irregularidade tenha sido constatada. As ações ocorreram em parceria com os respectivos Procons municipais, órgãos que mantêm Acordo de Cooperação Técnica e Operacional com a ANP. Minas Gerais No período, 32 postos revendedores de combustíveis foram fiscalizados em Matutina, Patos de Minas, Carmo do Paranaíba, Divinópolis, Uberlândia, Baependi, Carmo de Minas, Caxambu, Itamonte, Itanhandu, Jesuânia, Lambari, Passa Quatro e São Lourenço. Houve autuações, sem interdições, por motivos como: não atualizar os dados cadastrais na ANP, não identificar nas bombas medidoras o fornecedor do combustível, não exibir adesivo com identificação do posto (CNPJ e endereço), ausência de instrumento de análise obrigatório, painel de preços em desacordo com os regulamentos da ANP e por contar com medida-padrão em desacordo (não aferida pelo INMETRO). Essas irregularidades foram constatadas em Matutina, Uberlândia, Caxambu e São Lourenço, não havendo outras nos demais municípios. São Paulo Ao todo, no período, foram vistoriados 36 postos revendedores de combustíveis e dois produtores de óleo lubrificante acabado, em Catanduva, Santo André, Guarulhos, Ferraz de Vasconcelos, Diadema, Onda Verde, Mirassolândia, Bálsamo, São José do Rio Preto e na capital, onde a ANP participou de força-tarefa com a Polícia Civil e o Ipem/SP. Em Catanduva, um posto revendedor de combustíveis foi autuado e interditado totalmente por exercer a atividade sem autorização da ANP. Em Santo André, um posto foi atuado e interditado cautelarmente por oferecer gasolina e etanol fora das especificações da Agência. Em Santo André, um posto foi autuado e sofreu interdição cautelar por dificultar o trabalho da fiscalização. Houve ainda autuações (sem interdições) por motivos como: equipamentos defeituosos, não informar corretamente o tipo do combustível comercializado (gasolina comum como se fosse aditivada), exibir o adesivo contendo o CNPJ e o endereço com informações em desacordo com a legislação aplicável, não exibir corretamente o fornecedor dos combustíveis comercializados e desatualização cadastral, em Guarulhos, em Santo André e em São Paulo. Nos demais municípios, não houve registro de irregularidades. Rio de Janeiro Ao longo da semana, 11 revendedores de combustíveis automotivos foram fiscalizados nos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Belford Roxo e Campos dos Goytacazes. Em Nova Iguaçu, um revendedor foi autuado e teve os bicos e o tanque de etanol hidratado interditados por comercializar o produto fora das especificações da ANP. Não foram constatadas irregularidades nos demais municípios. Espírito Santo Foram fiscalizados 14 agentes econômicos, entre revendas de GLP e postos de combustíveis, em Serra, Vila Velha, Vitória, Cachoeiro de Itapemirim e Guarapari, sendo que em Guarapari a operação contou com a Polícia Civil (PCES). Em Vila Velha, uma revenda de GLP foi autuada por ter fornecido, a outra revenda, recipientes cheios, de marca que não estava autorizada a comercializar. Outra revenda de GLP em Vila Velha foi interditada por questões de segurança: falta de separação entre a residência e a revenda, ausência de portão regular e extintores fora da validade. A revenda não foi autuada, devido à aplicação do dispositivo da eldquo;dupla visitaerdquo;, conforme legislação específica para microempresas e empresas de pequeno porte. Consulte os resultados das ações da ANP em todo o Brasil Destacamos que alguns dados referentes à fiscalização no país ainda não estão disponíveis para divulgação, devido à realização de operação padrão pelos servidores das agências reguladoras. As ações de fiscalização da ANP são planejadas a partir de diversos vetores de inteligência, como informações da Ouvidoria da ANP com manifestações dos consumidores, dados do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da Agência, informações de outros órgãos e da área de Inteligência da ANP, entre outros. Dessa forma, as ações são focadas nas regiões e agentes econômicos com indícios de irregularidades. Para acompanhar todas as ações de fiscalização da ANP, acesse o Boletim Fiscalização do Abastecimento em Notícias ou o Painel Dinâmico da Fiscalização do Abastecimento. O Boletim sintetiza os principais resultados das ações de fiscalização realizadas. Já o Painel tem sua base de dados atualizada mensalmente, com prazo de dois meses entre o mês da fiscalização e o mês da publicação, devido ao atendimento de exigências legais e aspectos operacionais. Os estabelecimentos autuados pela ANP estão sujeitos a multas que podem variar de R$ 5 mil a R$ 5 milhões. As sanções são aplicadas somente após processo administrativo, durante o qual o agente econômico tem direito à ampla defesa e ao contraditório, conforme definido em lei. Denúncias sobre irregularidades no mercado de combustíveis podem ser enviadas à ANP por meio do Fale Conosco ou do telefone 0800 970 0267 (ligação gratuita).

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Rejeitos do agro geram energia e substituem diesel

O Brasil tem a meta de zerar emissões líquidas até 2050. Atualmente 75% dos gases de efeito estufa liberados no país têm origem no uso da terra, sobretudo em razão do desmatamento e da agropecuária. Uma das apostas para fazer a conta fechar é o biogás, com seu subproduto mais novo e atraente, o biometano. O Brasil, com o segundo maior rebanho bovino do mundo e uma importante produção sucroenergética, tem potencial para gerar energia elétrica a partir do biogás em patamar equivalente ao setor hidrelétrico (172 gigawatts). Se transformado em biometano, poderia substituir até 76% do diesel consumido no país, de acordo com a Abiogás (Associação Brasileira do Biogás). O biogás resulta da decomposição de material orgânico na ausência de oxigênio. Lixo, esgoto, esterco e restos agrícolas são ideais, por serem baratos e abundantes. O biogás pode gerar eletricidade e calor, assim como o gás natural fóssil, mas é renovável. Também pode ser purificado e convertido em biometano, um biocombustível endash;num processo que ainda produz biofertilizantes. "Há quase 20 anos meu tio viu um biodigestor instalado num colégio agrícola e passou a se interessar. Os produtores de nossa região precisavam aquecer suas granjas e cortar gastos, ao mesmo tempo. Um tio se juntou a outro, decididos em apostar nesse hobby. Não planejamos isso", conta Fabio Heck, gerente da Biokohler, empresa fruto dessa aposta, que atua no ramo de instalação de biodigestores e geração de biogás. São mais de 250 usinas de biogás montadas desde sua criação, espalhadas pelo território nacional. Sete delas são propriedade direta da Biokohler, voltadas para geração elétrica, em parceria com fazendas do oeste do Paraná que alimentam os biodigestores. Somente uma tem um purificador de biometano, que abastece a frota de veículos da empresa. O sistema é adequado ao conceito de economia circular. "Enxergamos o biometano como uma saída para não dependermos somente de energia elétrica. E estamos em uma região que, devido à quantidade de veículos pesados empregados pelo agronegócio, pode se tornar um polo para este gás", diz Heck. Nos últimos dez anos, o número de usinas de biogás no Brasil subiu de 130 para 1.365, segundo o mais recente levantamento da CIBiogás, uma ICT+I (instituição de ciência e tecnologia com inovação). Juntas, elas têm capacidade de produzir 4 bilhões Nm³ (metros cúbicos normais, a unidade padrão para gases) por ano endash;quase um terço do valor energético que Itaipu produziu em 2022. Se o Brasil estivesse utilizando a sua real capacidade, que chega a 78 bilhões de Nm3, seria possível gerar 798 mil empregos e retirar da atmosfera 642 milhões de toneladas de gases de efeito estufa, segundo balanço do projeto GEF Biogás Brasil. O Sul e o Sudeste concentram a maioria das unidades, com destaque para Minas Gerais (274), Paraná (198) e Santa Catarina (82). A maioria gera energia elétrica. Só seis são autorizadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) a produzir biometano, e outras 21 estão em processo de autorização. A expectativa é que haja 90 usinas até o final da década, produzindo 6 milhões de m³ diários de biometano. "Além da descarbonização, o Brasil ganha competitividade com a adesão do biogás e biometano", afirma Ricardo Müller, engenheiro ambiental responsável pela Dr. Biogás, uma empresa de consultoria e disseminação de informações. "Já atendi fazendas onde o biogás impactou 40% das despesas." Um de seus clientes, dono de um fábrica de cerâmica, passou a se dedicar também à suinocultura para produzir biogás. Com 6.000 animais, corta a conta de energia e revende biogás. O ganho é de R$ 40 mil por mês. "Ele está ganhando mais dinheiro com as fezes do que com o porco", brinca Müller. Potencial desperdiçado Apesar do crescimento, o potencial é subaproveitado: a agropecuária contribui com apenas 17% dos substratos para biogás, atrás de esgoto (63%) e indústria (20%). "A implementação do biogás não é algo trivial. Até termos um mercado de carbono estabelecido, com metas rígidas e incentivos específicos ao setor, os consumidores vão optar pelo mais barato, seja ele poluente ou não", afirma Renata Isfer, presidente executiva da Abiogás. Ela também cita outro gargalo apelidado de "o ovo e a galinha", onde há um impasse entre produtores, infraestrutura e consumidores. Por exemplo, "os postos não procuram fornecedores de biogás ou instalam bombas para o biocombustível por não haver demanda. Do outro lado, o caminhoneiro, que poderia fomentar o negócio, não converte seu veículo por não ter onde abastecer." O produtor também precisa se atentar que o biogás não é para qualquer um. "A lógica é de trás para frente", explica Airton Kunz, pesquisador da Embrapa. "Se sua fazenda não produz matéria orgânica suficiente, não haverá gás", afirma. A calculadora BiogásFORT, da Embrapa, estima o volume de gás que pode ser gerado a partir de determinada produção. "Dependendo da fazenda e do investimento feito, podem-se abater despesas como gasolina e eletricidade, e até sobrar para revenda", continua Kunz. > Potencial de produção de biogás por origem Sucroenergético: 21,1 bilhões de Nm³/ano Produção agrícola: 6,6 bilhões de Nm³/ano Proteína animal: 14,2 bilhões de Nm³/ano Saneamento: 2,2 bilhões de Nm³/ano Equivalência energética (aplicação) Potencial de energia elétrica a partir do biogás: 170.912 GWh/ano Diesel que poderia ser substituído por biometano: 40,8 bilhões de litros Fonte: Abiogás

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