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Petróleo fecha em queda, com incertezas sobre a China e dólar no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam o pregão desta segunda-feira (29) em queda forte, em meio a contínua incerteza sobre a demanda da China e diante da valorização do dólar no exterior, que tende a encarecer e tirar a atratividade de commodity aos investidores que possuem outras moedas. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro o fechou em queda de 1,75% (US$ 1,35), a US$ 75,81 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 1,53% (US$ 1,23), a US$ 79,05 o barril. No início do pregão, os preços registraram ganhos, em meio a temores de um conflito no Oriente Médio, após um ataque nas Colinas de Golã no último sábado, território ocupado por Israel. A reação inicial positiva mostra que o mercado segue atento aos eldquo;riscos limitadoserdquo; de uma escalada das tensões na região que possa afetar a oferta, segundo o chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank, Ole Hansen. No entanto, as cotações do petróleo inverteram sinal para negativo e afundaram em baixa ao a partir do final da manhã, em meio ao fortalecimento do dólar e a cautela quanto à China. Os estrategistas Warren Patterson e Ewa Manthey, do ING, comentaram sobre a expectativa do mercado de petróleo em relação à próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Eles destacaram que o mercado está atento a possíveis sinais de mudança na política de produção, especialmente após uma recente queda nos preços do petróleo. A surpresa, segundo eles, poderia vir eldquo;na forma de adiamento do início da flexibilização gradual dos cortes de fornecimento, que deve começar em outubroerdquo;.

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Mundo seguirá usando petróleo, então precisa reduzir emissões, diz secretário dos EUA

O secretário-adjunto de Estado para Recursos Energéticos dos Estados Unidos, Geoffrey Pyatt, diz não acreditar que o mundo cortará o uso de petróleo e gás em um futuro próximo, mas defende a aceleração do investimento na transição energética. Segundo ele, o foco deve estar nos minerais críticos, além de um esforço nas áreas de controle e captura de gases do efeito estufa para reduzir a pegada de carbono dos combustíveis fósseis e seu impacto sobre o meio ambiente. Como exemplo, fala da mensuração e não queima do metano, algo que só recentemente começou a ser feito, e da estocagem de CO2 no subsolo, nos próprios poços de petróleo esvaziados emdash;prática criticada por alguns ambientalistas, que afirmam não haver garantia de segurança. "A responsabilidade de todos nós, que somos tradicionais produtores de energia, é focar sistematicamente em como podemos reduzir a intensidade de carbono da energia fóssil que usamos", disse à Folha. "O mundo não vai parar de usar os fósseis [num futuro próximo], então precisamos descobrir como fazer isso com o mínimo de dano possível." O secretário visitou o Brasil para agendas relacionadas a minerais críticos e transição energética. O solo brasileiro é rico em uma série destes minerais emdash;como nióbio, bauxita ou manganêsemdash;, que são importantes, por exemplo, para a produção de baterias que podem estocar a energia gerada por fontes eólicas e solares, e servir de motor para carros elétricos. Atualmente, a China domina este mercado e é o país com maior capacidade de processar estes materiais. Agora, os Estados Unidos negociam parcerias com o Brasil e na América Latina para fornecimento desses minérios e querem ampliar a capacidade de processamento e produção da sua indústria da transição energética. "Definitivamente existe uma competição pelos recursos que precisamos para impulsionar a transição energética. A China saiu na frente dos Estados Unidos em termos de identificar a importância estratégica dessa indústria da transição energética, mas nós estamos alcançando", diz Pyatt. Ele repete seu superior, Antony Blinken, e diz que os EUA podem fazer "uma oferta melhor" nestas negociações, justamente pelas características econômicas que diferem seu país da nação oriental. "Nós não vamos nos medir pela China ou qualquer outro país, vamos nos manter atrelados aos valores dos americanos", diz. "A economia dos Estados Unidos é super flexível, muito grande e o governo tem uma musculatura enorme para movimentá-la, como com o elsquo;inflation reduction actersquo; que vai injetar US$ 360 bilhões na economia em dez anos. Isso proporciona previsibilidade, que traz novos investimentos no setor de transição energética." Pyatt diz que estes os aportes no combate ao aquecimento global precisam acelerar para evitar que a temperatura média do planeta alcance a marca de 1,5°C a mais que na era pré-industrial emdash;o que, segundo cientistas, pode levar partes da Terra ao ponto de não retorno, ou seja, quando o meio ambiente não consegue mais sobreviver. Investir em energia renovável, como eólica e solar, é parte dessa estratégia, e os minerais críticos viabilizam essas tecnologias. Em maio, a embaixadora americana no Brasil, Elizabeth Bagley, afirmou que os Estados Unidos vão anunciar uma integração de cadeia de suprimentos em minerais críticos do Brasil e em transição energética. Os detalhes, segundo ela, ainda serão divulgados, mas as conversas acontecem enquanto a presidência do G20 é brasileira e no ano em que as relações bilaterais entre as duas nações completam dois séculos. Uma das especulações é a inclusão do Brasil no PGII (em inglês, parceria global para infraestrutura e investimento), grupo comandado pelo G7 e que visa aportes estratégicos neste setor. Pyatt diz que o Brasil tem potencial para ser um líder global no fornecimento dos minerais críticos. "Só vamos atingir as metas climáticas com uma ampla parceria internacional e vemos o Brasil perfeitamente posicionado para exercer um papel de liderança." O principal destes objetivos é evitar que o mundo atinja a marca de 1,5°C, o ponto central do Acordo de Paris, do qual tanto Brasil, como Estados Unidos, são signatários. "É um reflexo da convergência de objetivos do presidente Lula [PT] e do presidente [Joe] Biden", completa. Os EUA chegaram a deixar o Acordo de Paris durante o governo do republicano Donald Trump, em 2020. Um ano depois, Joe Biden recolocou o país dentre os signatários do tratado. Trump, reconhecidamente um negacionista das mudanças climáticas, pode voltar ao poder nas eleições deste ano. Pyatt diz ser apenas um "um observador" da política interna, mas não vê possibilidade de retrocesso na transição energética, independentemente do resultado das urnas. Em conversas com governadores e parlamentares republicanos de estados como Alasca, Geórgia e Carolinas do Sol e do Norte, afirma ele, todos se mostram empenhados em desenvolver uma economia sustentável. Inclusive, diz, parte dos investimentos em transição energética e minerais estratégicos aconteceram durante o antigo governo Trump. Cita, por exemplo, que a maior usina eólica do seu país fica no Texas, um estado reconhecido pela produção de petróleo e gás natural. "Sabemos que somos o maior produtor de petróleo e gás do mundo, isso faz parte da competitividade da nossa economia, não vai mudar. O que já está mudando é o foco em como reduzir a pegada de carbono dessa energia. Houve uma virada na maneira como a nossa economia está organizada", diz. "Para bilhões de pessoas no mundo, transição energética ainda significa a transição de não ter energia para ter. Então temos que descobrir como entregar essa energia de uma maneira que não seja tão danosa ao clima como a que temos feito nos últimos cem anos."

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'Olho azul', influente na ANP, avisava donos de postos sobre blitz, diz PF

Um suposto empresário é apontado como influente na Agência Nacional do Petróleo (ANP), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, para conseguir informações privilegiadas e avisar donos de postos de combustíveis sobre fiscalizações da agência, da Polícia Civil e do Procon, afirma investigação da Polícia Federal. Trata-se de Marcos Estefano Perini, conhecido entre supostos criminosos como eldquo;Olho Azulerdquo;, eldquo;Marquinhoserdquo; ou eldquo;Alemãoerdquo;. A ANP informou que colabora com as investigações e que dois servidores terceirizados foram afastados de seus funções na capital paulista. O Estadão busca contato com a defesa dos demais investigados. O espaço está aberto para manifestação. De acordo com a investigação, Olho Azul recebia informações de motoristas da ANP e, por isso, pagava propina para eles. Agentes da PF conseguiram juntar no inquérito repasses no valor de R$ 700 para cada um dos motoristas. eldquo;Nas mensagens constantes do celular de Sergio Dias da Silva, Marcos Estefano Perini (Olho Azul) transmite informações sobre fiscalizações da ANP para Serginho e, em alguns casos, explica que recebe essas informações dos motoristas da ANP, mencionando expressamente pagamentos de propina para os motoristas Gilmar Novais Pinheiro e Valmor Ernandes de Almeidaerdquo;, diz trecho do documento. Em trecho da investigação da PF, há citação de que Antonio da Costa Rodrigues, conhecido como Toninho, apontado pela PF como um dos líderes na hierarquia da organização criminosa, teria enviado ao subordinado Antonio Carlos da Lomba um documento de fiscalização realizado pela ANP. No documento, havia detalhes de irregularidades nos testes fiscalizatórios realizados no Auto Posto Via Bresser Ltda no dia 13 de março de 2023. No conversa, Toninho demonstra irritação com funcionários por permitirem ação de fiscais da ANP. eldquo;Para resolver vai ficar uma fortunaerdquo;, teria dito Toninho para Lomba. De acordo com a investigação, no mesmo dia, Olho Azul envia o mesmo documento para Lomba, que pede ajuda. eldquo;O poder de Marcos Stefano Perini é tamanho dentro dos procedimentos fiscalizatórios e autuações da ANP que, em 31 de março de 2023, ele já havia conseguido o levantamento da interdição imposta ao posto de combustível da organização criminosaerdquo;, diz trecho da investigação da PF. A PF desconfia que Olho Azul contou com ajuda de dois servidores da ANP para conseguir retirar a interdição do posto supostamente envolvido com crime de adulteração de combustíveis. Depois de conseguir o que o suposto grupo criminoso precisava, Rodrigues comemorou a eficiência de Olho Azul na ANP. Rodrigues teria dito na mensagem que eldquo;Marquinhos (Olho Azul) ajudou bemerdquo;. Lomba então responde que eldquo;sim, com certezaerdquo;. COM A PALAVRA, OS INVESTIGADOS A reportagem do Estadão busca contato com a defesa dos investigados. O espaço está aberto (pepita.ortega@estadao.com; heitor.mazzoco@estadao.com)

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Vendas de gasolina e diesel da Petrobras caem nos primeiros 6 meses do ano

O volume de vendas de derivados da Petrobras no primeiro semestre chegou a 1,674 milhão de barris por dia, queda de 2% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. No segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, o recuo foi de 1,3%. A queda foi puxada pela gasolina, que teve vendas 8,3% menores no semestre. No segundo trimestre, a queda foi de 9,7%. Movimento semelhante teve o diesel, com recuo de 1,9% nos primeiros seis meses e retração de 0,6% no segundo trimestre. A estatal não explicou as quedas em seu relatório de produção. Para especialistas, o recuo pode ser explicado pelo aumento da mistura mínima obrigatória do biodiesel, que passou de 12% para 14% em março, além da maior competitividade do etanol em relação à gasolina. Na semana passada, a média dos preços da gasolina nos postos ultrapassou os R$ 6, no maior patamar do ano. Produção de petróleo avança A produção de petróleo e gás da Petrobras registrou um total de 2,392 milhões de barris por dia no primeiro semestre, uma alta de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já no segundo trimestre isoladamente, a média de produção de petróleo e gás ficou em 2,699 milhões de barris diários, uma queda de 2,8% em relação ao primeiro trimestre deste ano. O recuo trimestral foi puxado pela queda no pré-sal, devido ao volume de paradas programadas. Segundo a Petrobras, o fator de utilização total do parque de refino manteve patamar de 91% no segundo trimestre. A partir deste trimestre, o relatório de produção e vendas da estatal passa a informar também seus dados de emissões de gases de efeito estufa. No primeiro semestre de 2024, as emissões operacionais oriundas das atividades de óleo e gás da companhia foram de 21,4 milhões de toneladas, patamar similar ao do primeiro semestre do ano passado, quando alcançaram 20,7 milhões de toneladas. Apesar da queda em gasolina e diesel, a Petrobras apontou alta na produção da QAV (querosene de aviação): subiu 3,9% no semestre e alta de 8,2% no segundo trimestre em relação aos mesmos períodos do ano passado. Segundo a estatal, diesel, gasolina e QAV representam 69% do total produzido.

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Entidades ressaltam importância da ANP na fiscalização do mercado de combustíveis

Oito entidades representativas do mercado de combustíveis divulgaram uma carta aberta na qual ressaltaram a importância da atuação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (SNP) na fiscalização do segmento. No texto, as entidades parabenizaram a ANP, especialmente após a cassação cautelar da empresa Copape Produtos de Petróleo, por "diversas irregularidades em sua atividade, causando grave prejuízo para consumidores, o erário e para a concorrência ética." Clique aqui para continuar a leitura.

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Petrobras: produção de óleo e gás sobe 2,4% no 2º tri, a 2,69 mi de barris por dia

A Petrobras (PETR3;PETR4) fechou o segundo trimestre do ano com produção média de 2,69 milhões de barris diários (boed) de óleo equivalente (petróleo e gás natural), alta de 2,4% na comparação com o mesmo período de 2023. As informações constam no relatório de produção da companhia, divulgado nesta segunda-feira, 29. Em relação ao primeiro trimestre de 2024, período de janeiro a março, houve queda de 2,8% no segundo trimestre. Este é o primeiro resultado operacional da nova gestão da estatal, de Magda Chambriard, que assumiu a posição em 24 de maio. No primeiro semestre do ano, a produção foi de 2,73 milhões de boed, 3% acima do mesmo período do ano passado. Segundo a Petrobras, os principais fatores para essa alta na comparação interanual foram o ramp-up dos navios-plataforma (FPSOs) Almirante Barroso, P-71, Anna Nery, Anita Garibaldi e Sepetiba, além da entrada em produção de 12 novos poços de projetos complementares, sendo 8 na Bacia de Campos e 4 na Bacia de Santos. Já a queda na margem se deveu ao maior volume de perdas por paradas para manutenções, que a Petrobras definiu no relatório como eldquo;dentro do previsto no Plano Estratégico 2024-2028+erdquo;, além do declínio natural de campos maduros. Produção comercial e produtos A produção comercial de óleo e gás foi de 2,35 milhões de boed no segundo trimestre de 2024, alta de 1,9% ante o segundo trimestre de 2023, e queda de 3% contra a média dos três meses imediatamente anteriores. Especificamente a produção de petróleo foi de 2,15 milhões de barris por dia (bpd) no segundo trimestre deste ano, 2,6% maior do que a registrada no segundo trimestre de 2023. Já em relação ao trimestre até março, houve queda de 3,6%. A produção de gás natural totalizou 508 mil boed, alta de 1,4% na comparação com um ano antes, e mais 0,2% em relação ao primeiro trimestre de 2024. No pré-sal, foram extraídos, em média, 1,81 milhão de boed de abril a junho, alta de 6,3% ante o segundo trimestre de 2023 e menos 2,3% na comparação com o primeiro trimestre do ano. Com isso, o pré-sal representou 69% da produção da Petrobras no segundo trimestre do ano, ante 67% três meses antes e no mesmo período de 2023. (Estadão Conteúdo)

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