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PF vê 'mensalinho' a servidores da ANP em esquema de combustíveis adulterados

A Polícia Federal identificou o pagamento de propinas, por parte de organizações criminosas especializadas na adulteração de combustíveis, a pelo menos três servidores da Agência Nacional do Petróleo conhecidos como elsquo;Veinhoersquo;, elsquo;Pingaersquo; e Valmir. Um deles já está aposentado e os outros dois foram afastados de seus cargos. A ANP, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, informou que colabora com as investigações e que dois servidores terceirizados foram afastados de suas funções na capital paulista. Os pagamentos eram realizados em dinheiro em espécie e também por meio de transferências mensais, uma espécie de mensalinho. A PF apura o suposto pagamento de ao menos R$ 283,3 mil em propinas. O esquema teria beneficiado um empresário que seria eldquo;influenteerdquo; na ANP. Seu nome é Marcos Estéfano Perini, o elsquo;Olho azulersquo; ou elsquo;Alemãoersquo;. O Estadão busca contato com a defesa. A PF diz que as propinas abasteciam suas contas. Rastreamento bancário encontrou transferências para contas de elsquo;Olho azulersquo;, entre 2019 e 2023, a partir de contas usadas por duas quadrilhas para movimentar recursos obtidos ilicitamente com o comércio ilegal de combustíveis adulterados. Os valores passam de R$ 220 mil. As informações constam do inquérito da Operação Boyle, que mira três organizações criminosas especializadas em adulteração de combustível, até com uso de metanol, substância altamente inflamável e tóxica - seu uso como combustível é proibido. Os achados dessa investigação levaram à abertura, na última terça, 23, da elsquo;Operação Barão de Itararéersquo;, que fez buscas nos endereços do auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo Ricardo Catunda do Nascimento Guedes, sob suspeita de corrupção e favorecimento a uma das quadrilhas. elsquo;Veinhoersquo; é o termo usado pelos investigados para se referir a Domingos Martins Lemos Filho, servidor da ANP que se aposentou em janeiro deste ano. A PF encontrou mensagens em que os supostos integrantes da quadrilha de elsquo;Toninhoersquo; citam os pagamentos a Domingos. elsquo;Pingaersquo; é o apelido para Gilmar Novas Pinheiro, motorista terceirizado da ANP. Segundo a PF, ele costumava avisar um dos integrantes do grupo sob suspeita acerca de fiscalizações que seriam realizadas pela Agência. A Polícia Federal diz que a organização criminosa entregava envelopes com dinheiro ao motorista e também fazia pagamentos mensais a elsquo;Pingaersquo;: o elsquo;café de todo mêsersquo;. Como mostrou o Estadão, os investigados usavam as senhas elsquo;caféersquo; e elsquo;almoçoersquo; para se referirem ao pagamento de propinas a servidores da ANP. Outro motorista da Agência que virou alvo da PF é Valmir Ernandes de Almeida. Os investigadores encontraram comprovantes de transferências das quadrilhas investigadas para contas de Valmir. Muitos lançamentos eram realizados mensalmente.

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Como a qualidade das rodovias em SC impacta na alta de consumo de diesel e eleva valor do frete

Santa Catarina tem uma vocação industrial e competitiva de destaque, porém enfrenta gargalos logísticos para escoar sua produção. A situação limita o estado a explorar toda sua capacidade como um grande provedor de proteína, entre outros produtos, para o Brasil e o mundo, o que requer soluções para minimizar os impactos e alavancar sua competitividade. Estudo da Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que as condições das rodovias no país levam a um maior consumo de combustíveis de forma desnecessária. No cálculo apontado na Pesquisa CNT de Rodovias, teriam sido consumidos 1,139 bilhão de litros de diesel adicionais somente em 2023. A deterioração impacta nos preços do frete e, consequentemente, nos de produtos para o consumidor final, além de gerar maior emissão de gases poluentes. Em Santa Catarina, empresas e entidades apontam que não é diferente. Para Ivalberto Tozzo, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Chapecó (Sitran), esses gastos geram grande impacto econômico. A entidade tem uma base de 20 mil caminhões, com cerca de 160 milhões de quilômetros rodados por mês e contabiliza em torno de 120 mil cargas mensais. "Os litros a mais consumidos levam a um custo do frete maior, acarretando aumento da mercadoria para o consumidor final e da matéria-prima para a indústria", concorda o presidente do Sitran. Tozzo avalia haver, além do maior uso de combustíveis, aumento do desgaste em componentes como pneus, o que também onera o frete e, por consequência, o consumidor final. O dirigente da entidade completa que, como o fluxo de caminhões nas rodovias tem se tornado mais intenso nos últimos anos, com aumento também no tamanho das cargas que são comportadas nos caminhões, as estradas se deterioram mais rapidamente, tornando as adequações e manutenções necessidades constantes. "Santa Catarina ficou muito tempo sem investimentos na infraestrutura para as rodovias e por isso estamos com esse gargalo muito pesado. Precisamos melhorar as estradas e ampliá-las, como BR-282, a BR-153. A infraestrutura catarinense está muito aquém das nossas necessidades e estamos atrás do Rio Grande do Sul e do Paraná", compara. Ricardo de Souza, diretor de logística da Aurora Coop, reforça essa percepção. A cooperativa é uma das maiores do Brasil e tem as atividades concentradas no Oeste catarinense. "Os valores gastos de maneira desnecessária em função da má infraestrutura são incorporados nos custos logísticos das empresas e, inevitavelmente, acabam sendo destinados ao custo final dos produtos, nos deixando menos competitivos", pontua. Na opinião de Souza, a duplicação de pistas simples e acesso aos portos seriam estratégias bem-vindas. Segundo ele, as estradas não são mais capazes de suportar a demanda, levando a menor fluidez e perdas de competitividade na indústria, no seu entendimento. "Isso nos dá um grande nó logístico quando nós olhamos para produtividade e eficiência, agregando um custo maior e nos deixando menos competitivos", reitera. Em meio a esses pontos de atenção sobre a infraestrutura do Estado, Danielle Camini, diretora executiva do Sitran, destaca a importância de realização de programas de infraestrutura destinados à melhoria da qualidade das estradas e conscientização dos impactos para motoristas e para o setor de transportes e logística como um todo. Estratégias para viabilizar a diminuição de acidentes e proporcionar um ambiente mais seguro são formas de otimizar as ações relacionadas ao escoamento de produtos no estado catarinense. "Ações regionais, ações estaduais e federais são necessárias, olhando para a infraestrutura com políticas públicas, com conscientização de toda a população do quanto é importante ter um setor de transporte e logística fortalecido", sugere. Claozenir José Barrilli, que é instrutor de motoristas há anos e percorreu milhares de quilômetros dentro e fora do Brasil, considera que a malha rodoviária não traz segurança no tráfego. "Um segundo que o motorista perde a atenção, é quando perde o controle do volante, pode capotar sozinho ou bater em alguém que venha ao seu encontro. Então o motorista precisa de muita atenção, esses trechos são crueis, além de termos pistas sinuosas e com muitos defeitos. O sonho de Barilli é de que seja possível trafegar com pistas duplicadas, para que os produtos escoados em Santa Catarina, que considera ter um povo esforçado e trabalhador, sejam transportados com segurança. Como está a reparação nas rodovias estaduais A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade (SIE) do governo do estado informou que realiza obras de reestruturação nas estradas estaduais por meio do Programa Estrada Boa. A estratégia conta com 50 obras de implantação ou restauração de pavimento em andamento por todas as regiões de Santa Catarina, além de outros 50 segmentos rodoviários sendo revitalizados. Com as duas medidas, um terço do total da malha viária estadual endash; que é de 6,2 mil quilômetros endash; passa por melhorias, incluindo pavimento, sinalização, ampliação de capacidade, construção de terceiras faixas, elevados, viadutos e novos sistemas de drenagem. A Secretaria informou que planejava investir R$ 2,165 bilhões, mas já foram investidos R$ 2,4 bilhões. Esse valor excedente, de mais de R$300 milhões, é resultado de economias do governo e da Secretaria da Infraestrutura e Mobilidade, de acordo com o Estado. A Secretaria considera todas as obras importantes, mas destaca que as melhorias previstas para o Oeste são estratégicas, diante do grande movimento de cargas agropecuárias. "Essas obras no Oeste são estratégicas para melhorar a logística de transporte para exportação do setor, em especial por Santa Catarina ser o estado que mais exporta carne de frango e carne suína no Brasil", destacou a pasta, em nota.

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Petróleo fecha em queda pelo 3º dia seguido devido a preocupações com a demanda

Os contratos futuros do petróleo fecharam em baixa pelo terceiro pregão consecutivo, diante de preocupações persistentes sobre a demanda e da valorização do dólar. A commodity não apresentou reação significativa ao bombardeio de Israel à capital do Líbano na tarde desta terça-feira (30). Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em queda de 1,42% (US$ 1,08), a US$ 74,73 o barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em queda de 1,24% (US$ 0,98), a US$ 78,07 o barril. Investidores aguardam a decisão desta quarta-feira (31) de política monetária do Federal Reserve e a reunião desta semana da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), na expectativa por novas informações sobre planos de produção da commodity. O analista de mercado sênior da Oanda, Kelvin Wong, observa que o ex-presidente Donald Trump adicionou mais pressão negativa sobre o petróleo WTI quando falou durante a Convenção Nacional Republicana em 18 de julho em reduzir as pressões inflacionárias nos EUA e diminuir os custos de energia por meio de um aumento na produção doméstica de petróleo e gás. (Estadão Conteúdo)

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Preço médio do litro de gasolina na 2ª quinzena de julho ficou em R$ 6,19, mostra levantamento

O preço médio da gasolina nos postos do Brasil subiu 1,64% na segunda quinzena de julho, ante a primeira, a R$ 6,19 o litro, após um aumento dos preços da Petrobras no combustível vendido nas refinarias, apontou nesta terça-feira, 30, o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL). A Petrobras elevou em cerca de 7% o preço médio de venda da gasolina às distribuidoras a partir 9 de julho, no primeiro ajuste no combustível em oito meses. O repasse dos ajustes de preços da gasolina da Petrobras nas refinarias aos consumidores finais, nos postos, depende de diversos fatores, como mistura de etanol, tributos e margens da distribuição e da revenda. Os preços dos postos também sofrem influência de ajustes de refinarias privadas e de importações. eldquo;O litro da gasolina aumentou ao longo do mês e iniciamos o segundo semestre com média acima de 6 reais para o combustível e preços mais altos em todo o país, cenário que deve se manter em agosto como reflexo do último reajuste (da Petrobras), impactando o bolso dos motoristas brasileiroserdquo;, disse em nota o diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil, Douglas Pina. O etanol, concorrente direto da gasolina nas bombas, subiu 1,96% na segunda quinzena de julho ante a primeira, a R$ 4,16 o litro, apontou a pesquisa, com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log. O post Preço médio do litro de gasolina na 2ª quinzena de julho ficou em R$ 6,19, mostra levantamento apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.

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ANP cria grupo de trabalho para tratar da descontinuidade do diesel S500 e S1800

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) instituiu grupo de trabalho para elaborar a proposta de cronograma de descontinuidade do óleo diesel S500 e S1800, com maiores teores de enxofre. A portaria que cria o GT foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça (30/7). Em abril, a ANP editou a Resolução nº 968, prevendo a descontinuidade do óleo diesel S500 de uso rodoviário e do S1800 de uso não rodoviário, com sua substituição pelo óleo diesel S10, de baixo teor de enxofre. Dos 63,6 bilhões de litros de diesel rodoviário vendidos em 2023, cerca de 21 bilhões foram de diesel S500. No caso da geração termelétrica, o país consumiu 490 milhões de litros, somando S500 e S1800. O grupo de trabalho é composto por representantes das superintendências de Biocombustíveis e Qualidade de Produtos (SBQ), de Defesa da Concorrência, de Produção de Combustíveis e de Distribuição e Logística. O grupo também contará com representantes dos agentes econômicos afetados, cabendo ao coordenador convidá-los. O convite também poderá ser estendido a outras unidades da ANP, órgãos da administração federal ou estadual, entidades do setor privado e da academia. As reuniões ordinárias ocorrerão a cada 15 dias, ou de forma extraordinária, quando convocado pelo coordenador. A duração dos trabalhos será de seis meses, a contar da publicação da Resolução Nº 968, de 30 de abril. A norma estabelece as especificações dos óleos diesel destinados a veículos ou equipamentos e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos que comercializam o produto em território nacional. A ANP vem sinalizando para a descontinuidade das opções mais poluentes desde 2013, com a Resolução n° 50. Em 2022, a agência lançou uma consulta pública na qual propunha a elaboração de um cronograma para a descontinuidade em até quatro anos. O diesel S1800 possui aplicações em setores com regras mais flexíveis quanto a emissões de CO2 do que aquelas aplicadas sobre a mobilidade. Este combustível geralmente é usado em locomotivas, equipamentos de mineração e na geração de energia em termelétricas. Outras mudanças A resolução mais recente da ANP prevê a alteração de limites de parâmetros das especificações dos diesel S10 e S500, a exemplo da estabilidade à oxidação, do ponto de entupimento a frio, índice de acidez e do teor de água. Também estabelece exigências de procedimentos de boas práticas de manuseio, transporte e armazenamento dos óleos diesel A e B, assim como a introdução do coprocessamento como alternativa de produção de óleo diesel, com a definição do óleo diesel C, adicionando à matriz de combustíveis de transporte do país produto com parcela renovável. Por fim, altera os prazos para autuação por não conformidade quando de mudanças de teor de biodiesel nos óleos diesel B S10 e B S500. No caso da distribuição, para 30 dias na Região Norte e 15 dias nas demais regiões do país. Já no caso da revenda, para 60 dias na Região Norte e 30 dias nas demais regiões.

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Petrobras avança no mercado livre, mas sente pressão da concorrência nas vendas de gás

A Petrobras fechou novos contratos de venda de gás natural, da ordem de 940 mil m3/dia, com consumidores livres, no segundo trimestre endash; quando a companhia lançou a sua nova política de preços. Os dados operacionais mostram, contudo, que a petroleira vem perdendo mercado para a concorrência. A estatal comercializou, no segundo trimestre, 44 milhões de m3/dia endash; o seu pior desempenho trimestral desde a abertura do mercado de gás, em 2022. Houve uma queda de 6,4% nos volumes em relação aos três primeiros meses do ano e de 12% na comparação anual. No primeiro semestre, as vendas totalizaram 46 milhões de m3/dia, na média endash; uma retração de 8% frente a igual período de 2023 e de 24,6% em relação à primeira metade de 2022. A companhia citou nesta segunda (29/7), ao publicar o relatório de produção e vendas do segundo trimestre, que a queda nos volumes comercializados no período reflete o eldquo;aumento da participação de outros agentes, decorrente do processo de abertura de mercadoerdquo; endash; sem, no entanto, detalhar números de market share. Petrobras contra-ataca Foi no segundo trimestre que a Petrobras, ainda na reta final da gestão de Jean Paul Prates, deu uma resposta aos concorrentes, ao anunciar uma nova política de preços que promete baratear o gás natural para distribuidoras e oferecer produtos mais customizados endash; e competitivos endash; no mercado livre. Ao assumir o comando da petroleira, Magda Chambriard reforçou o recado, ao dizer que a estatal pode eldquo;eventualmente abaixar um pouquinho o preço do gáserdquo;, desde que mantenha sua rentabilidade, para eldquo;ajudar a desenvolver o mercadoerdquo;. A Petrobras tem oferecido novas condições comerciais para a indústria, no mercado livre, com diferentes modalidades de prazo e indexadores. Agentes da indústria relatam que a petroleira tem oferecido contratos indexados a cerca de 11,3% do Brent endash; patamar ligeiramente abaixo do piso praticado pela estatal no mercado cativo. A atratividade dos preços da petroleira depende, ao fim, da estratégia (e apetite ao risco) de cada indústria e da realidade local. Em estados como o Rio de Janeiro, onde o custo de aquisição de gás da Naturgy é menos competitivo, por exemplo, a migração pode fazer mais sentido. Não à toa, um dos novos clientes livres da Petrobras é justamente uma indústria do Rio: a Gerdau assinou um contrato com a estatal para suprimento à Cosigua, usina que produz aços longos em Santa Cruz, na capital fluminense. Foi a primeira migração de um consumidor de gás cativo para o mercado livre no estado. Distribuidoras reduzem volumes A petroleira também tem reduzido os volumes contratados com as distribuidoras, em função da migração de usuários para o mercado livre. Em geral, os contratos de suprimento da estatal permitem, via aditivos, a redução dos volumes contratados pelas concessionárias estaduais em casos de perda de clientes para o mercado livre. Distribuidoras como CEG (RJ), Comgás (SP) e ES Gás (ES) já acionaram as cláusulas de redução da quantidade diária contratada.

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