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Por que o preço do diesel se mantém estável, enquanto a gasolina sobe

Os reajustes feitos pela Petrobras em junho nos preços da gasolina e do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, que produz não devem alcançar o diesel tão cedo. Segundo as consultorias Argus e StoneX, que acompanham preço e movimentação real de cargas no mercado brasileiro, a forte entrada de diesel russo vendido com desconto aos preços da Bolsa de Nova York, segue criando um colchão que tira a pressão dos preços praticados pela estatal. A leitura foi corroborada ao Estadão/Broadcast por ex-executivos da Petrobras sob a condição de anonimato. Assim, embora entidades como a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) e o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) sigam reportando, com frequência, uma defasagem superior a 10% entre os preços do diesel Petrobras e o preço de paridade de importação (PPI) emdash; que chegou a 19% no início de julho emdash; esses valores não seriam aderentes à realidade. Isso porque seu cálculo considera os preços do produto importado do Golfo, praticamente extinto do mercado brasileiro. Na semana passada, a defasagem seria de 10% ou R$ 0,39 por litro segundo a Abicom, e de 7,24% ou R$ 0,27 segundo o CBIE. Mas, para os consultores Amance Boutin, da Argus, e Thiago Vetter, da StoneX, essa defasagem tem sido bem menor, oscilando entre 2% e 4%. No caso do diesel, portanto, a conjuntura é confortável à atual gestão da empresa, da presidente da Petrobras, Magda Chambriard. O preço do diesel da estatal não é reajustado há 217 dias, desde 27 de dezembro de 2023, quando foi reduzido em 7,8%. Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o diesel russo respondeu por 97,8% do total importado pelo Brasil em maio e 71,2% em junho. No mês passado, outras origens relevantes de diesel foram Índia (16%), Omã (8%) e, finalmente, Estados Unidos, com 5% do total. De acordo com Vetter, da StoneX, 74% de todo o diesel trazido para o Brasil veio da Rússia. Bem conhecida do mercado, a explicação para a substituição do diesel americano pelo de outros países nas importações brasileiras reside no desvio dessas cargas para o mercado europeu após o início da guerra da Ucrânia. Então, as cargas russas passaram a ser boicotadas pelos países da União Europeia e encontraram mercados na Ásia e na América Latina. O diretor do CBIE, Pedro Rodrigues, reconhece o efeito do diesel russo na defasagem real do preço Petrobras. eldquo;Quando se tem um produto como o diesel russo, vendido a preço abaixo do mercado internacional por conta dos embargos, isso reduz a diferença entre o preço do importado e do que é fabricado no País. Um diesel mais barato é bom para o Brasil. Mas, mesmo com a presença do produto russo, ainda há uma defasagem no preço da Petrobraserdquo;, afirma. Rodrigues observa que as flutuações do câmbio afetam igualmente o diesel russo, também negociado em dólar. O câmbio, diz, tem sido um fato de peso, caindo e reduzindo a pressão sobre a defasagem nos últimos dias após a alta verificada no início do mês. Flutuação sem reajuste À frente, Vetter vê o diesel russo dominante no Brasil, mas com volume flutuando em função das condições do mercado doméstico e mundial. O mesmo vale para a defasagem dos preços da Petrobras, beneficiada nos últimos dias pelo arrefecimento do câmbio. De toda forma, o especialista descarta reajustes no horizonte. eldquo;É pouco provável que a Petrobras faça alguma modificação enquanto a defasagem real for essa (entre 2% e 4%). Na gasolina, a diferença (ante o PPI) estava acima de R$ 0,5 por litro e eles fizeram um reajuste de R$ 0,20. Os critérios que utilizam não são bem conhecidoserdquo;, diz. Ele lista como fatores de risco para os preços do derivado uma temporada de furacões mais intensa; risco às refinarias russas na guerra com a Ucrânia; e uma queda da taxa de juros americana nos próximos meses, que pode reforçar o consumo e pressionar o preço do diesel na maior economia do mundo. Segundo um ex-executivo da Petrobras, que tinha acesso direto à política de preços da empresa até maio, houve períodos entre 2023 e 2024 em que sequer existiu defasagem com relação aos preços de importação de diesel que vigoravam no mercado. Essa pessoa descarta qualquer prejuízo com importação, citando a escala diferenciada da companhia e o abatimento de frete quando são usados navios da própria Petrobras para importar diesel. E destaca, também, que o aumento da produção doméstica reduziu a pressão logística associada ao abastecimento nacional. De fato, conforme apurado pela StoneX, as importações nacionais recuaram de 28% em 2022, para 25% em 2022, e 23% em 2024 até o momento, fenômeno diretamente ligado ao aumento da produção em refinarias da Petrobras. Desconto menor Já o especialista em combustíveis da Argus, Amance Boutin, detalha que o preço do diesel russo vinha sendo vendido nos postos brasileiros US$ 0,25 mais barato por galão que o negociado na Bolsa de Nova York, uma diferença nada desprezível de R$ 0,36 por litro. Esse diferencial, no entanto, tem caído nas últimas semanas para algo em torno de US$ 0,17 por galão ou R$ 0,24 por litro. Essa redução do desconto, diz Amance, explica a redução relativa do produto russo no mercado brasileiro na passagem de maio para junho e, na sua avaliação, pode configurar um novo normal. eldquo;Os russos estão jogando um pouco mais duro agora. Perceberam que o desconto ante o preço dos EUA estava alto, que estavam deixando algum dinheiro na mesa, e estão tentando aumentar as margens. Mas isso também pode refletir um aumento da demanda interna da Rússia, que é uma alavanca importante nessa formação de preçoerdquo;, afirma.

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Etanol x gasolina: abastecer com álcool já vale mais a pena em 16 estados

O etanol reagiu após perder terreno para a gasolina no Brasil depois de muitos meses. O biocombustível agora leva vantagem em 16 dos 27 estados brasileiros. A informação é da empresa de logística e gestão de frotas Ticket Log, em pesquisa fornecida com exclusividade ao UOL Carros. O Amapá, onde até a última quinzena a gasolina era mais vantajosa, neste momento tem para o consumidor o etanol como o melhor combustível. "Como reflexo do último reajuste de +7,11% anunciado pela Petrobras, no fechamento de julho, tanto o preço do litro da gasolina quanto o do etanol aumentaram em grande parte do País", disse Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil. "Segundo dados do mais recente Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL), no consolidado do mês, a gasolina foi encontrada à média nacional de R$ 6,19, com aumento 1,64%, ante a primeira quinzena, e o etanol a R$ 4,16, após um incremento de 1,96%. São Paulo continua na liderança das médias mais baixas registradas para os dois combustíveis." Os motoristas da cidade de Quintana, em São Paulo, encontram o litro da gasolina pelo preço médio mais baixo do país, a R$ 5,18. Já o município de Sebastianópolis do Sul, também localizado em São Paulo, tem o menor preço médio do etanol a R$ 3,35. A média mais alta para o etanol está em Xinguará, no Pará, R$ 5,57; a gasolina mais cara é encontrada em Buritirama, na Bahia, a R$ 7,50. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Vendas de diesel no Brasil crescem 3,77% em junho; gasolina recua 8,6%, diz ANP

As vendas de óleo diesel por distribuidoras no Brasil subiram 3,77% em junho ante o mesmo mês do ano anterior, para 5,66 bilhões de litros, mostraram dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) nesta quarta-feira (31). As vendas de gasolina C, por sua vez, caíram 8,6% em junho ante o mesmo mês de 2023, para 3,51 bilhões de litros, enquanto as de etanol hidratado, seu concorrente direto nas bombas, subiram 38,2% no mesmo período, para 1,62 bilhões de litros, segundo a ANP. (Reuters)

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União arrecada R$ 17 bilhões em leilão de petróleo com disputa entre Petrobras e chineses

A Petrobras foi a maior compradora dos barris de petróleo leiloados pela União nesta quarta-feira (31) na sede da B3, em São Paulo. A empresa adquiriu 14,5 milhões dos 37,5 milhões de barris da produção estimada de dois campos de partilha do governo federal em 2025. Ao todo, a União arrecadou R$ 17 bilhões com a venda, R$ 2 bilhões a mais do que a previsão inicial. Os demais barris foram adquiridos pelos chineses participantes do leilão: a Petrochina e a Cnooc, todas ligadas ao governo da China. Presente no evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender a extração de petróleo, inclusive em campos hoje em processo de licenciamento, como é o caso dos projetos na Foz do Amazonas. "Se não produzirmos petróleo, outro país venderá para nós. A cadeia de fornecimento de bens e serviços e a siderurgia, a cadeia do aço, estão deixando de produzir aqui e estão indo para a Guiana; não é isso que queremos", disse. "O atraso na produção da margem equatorial está deixando de criar um ciclo virtuoso para o país." Esse foi o maior leilão do tipo já realizado pela PPSA (Pré-Sal Petróleo SA), estatal responsável por gerir os contratos de partilha de produção de petróleo e gás natural entre empresas e o governo federal. Os barris vendidos são referentes à estimativa de produção de 2025 dos campos de Mero e Búzios, na Bacia de Santos, os dois maiores campos da União. Eles são operados pela Petrobras, a União tem direito a 41,65% da produção no primeiro, após descontos dos custos, e a 23,24% no segundo. Dos quatro lotes de vendidos, três são de Mero (dois deles com quantidades estimadas de 12 milhões de barris e um de 11 milhões de barris) e um de Búzios (com quantidade estimada de 2,5 milhões de barris). A Petrobras arrematou os barris do primeiro lote do campo de Mero e do único lote negociado no campo de Búzios. A disputa mais acirrada do leilão aconteceu pelo segundo lote do campo de Mero, de 12 milhões de barris. Inicialmente, a estatal brasileira havia oferecido um desconto de US$ 1,85 por barril (em referência à cotação do petróleo Brent), mas a Petrochina endash;a maior petrolífera do mundo em valor de mercadoendash; cobriu sucessivamente as ofertas da concorrente e conseguiu arrematar o lote com desconto de US$ 1,35. Situação semelhante aconteceu entre a Petrobras e a também chinesa Cnooc na arrecadação do segundo lote do campo de Mero. Na ocasião, o desconto de US$ 1,85 oferecido pela Petrobras foi coberto pela Cnooc, que fechou com desconto de US$ 1,59 por barril. Na disputa pelos 2,5 milhões de barris do campo de Búzios, a Petrobras precisou diminuir o desconto inicial de US$ 2,50 por barril para US$ 1,85 após disputa com a brasileira PRIO. Além das ganhadoras, outras quatro empresas participaram do leilão: a portuguesa Galp, a brasileira PRIO, a francesa TotalEnergies e a Refinaria de Mataripe, maior refinaria privada brasileira. A americana ExxonMobil e a norueguesa Equinor desistiram de participar. Já a anglo-holandesa Shell não divulgou ofertas para nenhum lote. Como a quantidade de barris leiloados nesta quarta é atrelada à estimativa de produção dos campos no ano que vem, não necessariamente os vencedores do certame receberão a quantidade exata adquirida. A entrega, na prática, será referente à produção real de 2025. Ainda assim, o valor arrecadado pela União não vai variar, uma vez que os riscos de volatilidade da produção ficarão com o comprador (em caso de produção maior, o saldo também é do comprador). O embarque dos barris acontecerá sempre dois meses após o registro da produção. Ou seja, a produção de janeiro será entregue ao comprador em março, a de fevereiro em abril e assim por diante. O transporte será custeado pelo vencedor endash;o que, em parte, explica o interesse da Petrobras por todos os lotes oferecidos. Os valores serão depositados na conta única do Tesouro Nacional, entre 30 e 45 dias após o embarque. Ou seja, a expectativa é que até abril de 2026 o governo já tenha recebido os R$ 17 bilhões, o que vai gerar um alívio nas contas públicas. Ao todo, a União tem 23 contratos de partilha da produção, a maior parte deles ainda sem operação. Em alguns, a produção é pequena e, por isso, a PPSA realiza vendas no mercado de curto prazo. No último leilão, em 2021, a Petrobras arrecadou 57 milhões de barris, mas com um prazo de três anos. A PPSA planeja um novo leilão no início de 2025 para vender a produção de 2026 e negocia com o MME (Ministério de Minas e Energia) um calendário de ofertas do petróleo da União para garantir previsibilidade aos compradores.

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99 terá categoria exclusiva para veículos elétricos e híbridos no aplicativo

O aplicativo de transportes 99 anunciou nesta quarta-feira (31) que terá uma categoria exclusiva para viagens com carros híbridos e elétricos a partir de setembro em algumas regiões da cidade de São Paulo, com planos de expandir o serviço para outros municípios do país a partir do próximo ano. "Não apenas ampliamos nosso portfólio, como passamos a oferecer alta tecnologia nas viagens para passageiros e motoristas parceiros, reforçando a 99 como número um no país neste segmento", afirmou o diretor sênior de inovação na 99, Thiago Hipolito. A 99e-Pro marca os dois anos de avanços em iniciativas realizadas pela Aliança pela Mobilidade Sustentável, grupo de empresas fundado e liderado pela 99, que inclui companhias como a distribuidora de combustíveis Raízen, a locadora de veículos Movida e a montadora chinesa BYD. Na capital paulista, o serviço estará disponível em bairros como Perdizes, Higienópolis, Sumaré, Pinheiros, Jardins, Itaim Bibi, Vila Olímpia, Vila Mariana, Brooklin e Campo Belo, incluindo o aeroporto de Congonhas. Para incentivar motoristas parceiros a experimentarem a 99e-Pro, a companhia, que faz parte do grupo chinês DiDi, oferecerá 10% de taxa de serviço garantida durante seis meses, além de descontos em carregamento e preferência de corridas em bairros selecionados. A empresa diz ter atualmente quase 6.000 veículos elétricos registrados na plataforma. A previsão da companhia é chegar a 20 mil até o final de 2025. (Reuters)

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Conselho da Petrobras destitui presidente de comitê interno de auditoria

O conselho de administração da Petrobras destituiu o conselheiro independente Francisco Petros da presidência do Comitê de Auditoria Estatutária, que assessora o colegiado que decide a estratégia da estatal, e alterou regras de seu regimento interno. Representante de acionistas minoritários no conselho, Petros é uma das vozes não alinhadas à maioria governista no grupo e se opôs a propostas que geraram polêmica nos últimos meses, como a retenção dos dividendos extraordinários, por exemplo. Foi também um dos únicos a votar pela necessidade de convocação de assembleia de acionistas para a nomeação de Magda Chambriard à presidência da companhia, proposta derrotada pela maioria governista. O mandato de Petros terminaria em abril de 2025, mas foi encerrado antecipadamente em reunião do conselho de administração na última sexta-feira (26). A decisão foi publicada inicialmente nesta quarta (31) pela agência EPBR e confirmada pela Folha. Petros foi substituído na vaga por Jerônimo Antunes, também representante de acionistas minoritários no conselho de administração da estatal, eleito na última assembleia de acionistas, em abril. O comitê de auditoria estatutário trata de controles internos da empresa e é responsável por analisar denúncias, avaliar demonstrações financeiras e assessorar assembleias de acionistas, entre outras funções. A última reunião, no dia 22 de julho, por exemplo, teve como pauta acompanhamento de apuração de denúncias e sucessão na Ouvidoria-Geral da companhia. Foi o último encontro presidido por Petros. Além de Antunes, o colegiado é formado hoje por Fabio Veras de Souza, Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira e por Newton de Araújo Lopes. O MME (Ministério de Minas e Energia) disse que não vai comentar o assunto. A Petrobras ainda não respondeu ao pedido de esclarecimentos. Conselheiros próximos ao governo defendem que Antunes tem grande experiência na função, tendo atuado como presidente de comitês semelhantes em outras grandes empresas como Eletrobras e a distribuidora de combustíveis Vibra. Na reunião de sexta, o conselho de administração da Petrobras aprovou alteração no regimento interno do comitê, mudando restrições para sua composição: antes, era prevista maioria de membros independentes do conselho de administração; agora, maioria de membros externos ao conselho. Aliados do governo dizem que a mudança tem o objetivo de adequar o regimento às regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A resolução sobre o tema, porém, diz que a maioria dos membros do comitê deve ser "independente", mas sem especificar se são membros externos. Procurado pela reportagem, Petros não respondeu ao pedido de entrevista.

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