Ano:
Mês:
article

Reservatórios das hidrelétricas podem ficar só pela metade em abril

O Operador Nacional do Sistema (ONS) ligou o sinal de alerta para este ano. Depois do pior janeiro de chuvas da série histórica endash; com menor incidência do que o esperado endash; e recordes de demanda de energia, por causa do calor acima da média, o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi, estima que os reservatórios das hidrelétricas devem chegar pela metade ao período eldquo;secoerdquo;, normalmente a partir de abril. O cenário é bem diferente do que ocorreu em 2023, quando a armazenagem de água nos reservatórios em abril estava em quase 90% do total. Desde o final de 2023, algumas usinas térmicas já estão sendo acionadas para atender os horários de maior consumo, disse Ciocchi ao Estadão/Broadcast. Se as projeções se confirmarem, o País poderá ter em 2024 um custo maior com energia elétrica devido ao maior uso das usinas térmicas. eldquo;No ano passado partimos de um ponto bem melhor, de uma situação bem mais confortável, mas a estação chuvosa (de outubro a abril) está sendo muito ruim. Janeiro foi o pior janeiro em termos de energia natural afluente de toda a série histórica. Em 2021 se falou que era a pior situação em 91 anos, e esse janeiro foi piorerdquo;, informou Ciocchi. As previsões para fevereiro e março também são ruins. Apesar de as hidrelétricas ainda registrarem bons níveis de armazenagem de água, em torno de 60%, na média, eldquo;o que é bastante razoávelerdquo;, segundo o executivo, o consumo vem aumentando. Em novembro, ultrapassou pela primeira vez os 100 mil megawatts (MW), subindo para 101 mil MW em fevereiro. Segundo Ciocchi, estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que o crescimento é contínuo, e que o consumo de energia está aumentando mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do País. eldquo;Ainda temos fevereiro e março para a estação chuvosa e nada indica que vai ser muito bom. Já temos de ir alertando, como fizemos no CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) para que a situação não se complique de uma hora para outra. Nos horários de maior consumo, que são os horários de ponta, estamos chamando (acionando) as térmicas. Apesar de ter um armazenamento de energia bom, as térmicas têm de ser acionadas para dar atendimento à carga nos horários de pontaerdquo;, explicou o executivo. BANDEIRAS. No momento, a geração das usinas térmicas tem ficado em torno dos 5 mil e 6 mil MW, uma carga ainda tímida, e que não é suficiente para modificar as bandeiras que balizam o valor das contas de energia elétrica do brasileiro. Em 2023, a bandeira administrada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ficou verde endash; sem acréscimo de tarifa endash; o ano todo, já que a geração das usinas hidrelétricas tem menor custo do que as térmicas. eldquo;A termoelétrica não é a vilã, ela justamente aparece para salvar a ponta (pico, momento de maior consumo) erdquo;, defendeu. Com apenas um leilão de reserva de capacidade previsto para o segundo semestre deste ano, depois de não ter realizado nenhum no ano passado, a expansão do setor elétrico brasileiro tem sido bastante intensa, no que Ciocchi classifica como as eldquo;novas renováveiserdquo; endash; as fontes eólica e solar. No ano passado, com as hidrelétricas, as duas fontes chegaram a 92,4% de toda a carga de energia elétrica disponibilizada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O problema, ressaltou, é a velocidade das conexões dessa geração intermitente das eldquo;novas renováveiserdquo; nas linhas de transmissão. eldquo;Principalmente para micro e minigeração solar distribuída, tem havido muita demanda por conexão, que nem sempre pode ser atendida, pois o planejamento da nossa infraestrutura é sempre baseado no atendimento à demanda, e, para a demanda, o dimensionamento (do Sistema Interligado Nacional) está adequado. Mas a oferta tem crescido mais do que a demanda e causa essa discussão toda, muita gente querendo ser conectadoerdquo;, disse o executivo. O mesmo raciocínio vale para que as dezenas de projetos de eólicas offshore endash; instaladas em alto-mar endash;, que aguardam licença do Ibama, comecem a sair do papel. Segundo Ciocchi, se esses projetos tiverem como destinação a produção de hidrogênio, opção que vem sendo considerada, a energia não chegará ao Sistema Interligado Nacional e não vai afetar a operação. eldquo;Mas, se uma parte disso, para viabilizar o projeto, tem de entrar no sistema elétrico, aí você tem de pensar em outra coisa, porque essa energia hoje não está sendo demandadaerdquo;, afirmou. ebull;

article

Reservatórios das hidrelétricas podem ficar só pela metade em abril

O Operador Nacional do Sistema (ONS) ligou o sinal de alerta para este ano. Depois do pior janeiro de chuvas da série histórica endash; com menor incidência do que o esperado endash; e recordes de demanda de energia, por causa do calor acima da média, o diretor-geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi, estima que os reservatórios das hidrelétricas devem chegar pela metade ao período eldquo;secoerdquo;, normalmente a partir de abril. O cenário é bem diferente do que ocorreu em 2023, quando a armazenagem de água nos reservatórios em abril estava em quase 90% do total. Desde o final de 2023, algumas usinas térmicas já estão sendo acionadas para atender os horários de maior consumo, disse Ciocchi ao Estadão/Broadcast. Se as projeções se confirmarem, o País poderá ter em 2024 um custo maior com energia elétrica devido ao maior uso das usinas térmicas. eldquo;No ano passado partimos de um ponto bem melhor, de uma situação bem mais confortável, mas a estação chuvosa (de outubro a abril) está sendo muito ruim. Janeiro foi o pior janeiro em termos de energia natural afluente de toda a série histórica. Em 2021 se falou que era a pior situação em 91 anos, e esse janeiro foi piorerdquo;, informou Ciocchi. As previsões para fevereiro e março também são ruins. Apesar de as hidrelétricas ainda registrarem bons níveis de armazenagem de água, em torno de 60%, na média, eldquo;o que é bastante razoávelerdquo;, segundo o executivo, o consumo vem aumentando. Em novembro, ultrapassou pela primeira vez os 100 mil megawatts (MW), subindo para 101 mil MW em fevereiro. Segundo Ciocchi, estudos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que o crescimento é contínuo, e que o consumo de energia está aumentando mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do País. eldquo;Ainda temos fevereiro e março para a estação chuvosa e nada indica que vai ser muito bom. Já temos de ir alertando, como fizemos no CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) para que a situação não se complique de uma hora para outra. Nos horários de maior consumo, que são os horários de ponta, estamos chamando (acionando) as térmicas. Apesar de ter um armazenamento de energia bom, as térmicas têm de ser acionadas para dar atendimento à carga nos horários de pontaerdquo;, explicou o executivo. BANDEIRAS. No momento, a geração das usinas térmicas tem ficado em torno dos 5 mil e 6 mil MW, uma carga ainda tímida, e que não é suficiente para modificar as bandeiras que balizam o valor das contas de energia elétrica do brasileiro. Em 2023, a bandeira administrada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ficou verde endash; sem acréscimo de tarifa endash; o ano todo, já que a geração das usinas hidrelétricas tem menor custo do que as térmicas. eldquo;A termoelétrica não é a vilã, ela justamente aparece para salvar a ponta (pico, momento de maior consumo) erdquo;, defendeu. Com apenas um leilão de reserva de capacidade previsto para o segundo semestre deste ano, depois de não ter realizado nenhum no ano passado, a expansão do setor elétrico brasileiro tem sido bastante intensa, no que Ciocchi classifica como as eldquo;novas renováveiserdquo; endash; as fontes eólica e solar. No ano passado, com as hidrelétricas, as duas fontes chegaram a 92,4% de toda a carga de energia elétrica disponibilizada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O problema, ressaltou, é a velocidade das conexões dessa geração intermitente das eldquo;novas renováveiserdquo; nas linhas de transmissão. eldquo;Principalmente para micro e minigeração solar distribuída, tem havido muita demanda por conexão, que nem sempre pode ser atendida, pois o planejamento da nossa infraestrutura é sempre baseado no atendimento à demanda, e, para a demanda, o dimensionamento (do Sistema Interligado Nacional) está adequado. Mas a oferta tem crescido mais do que a demanda e causa essa discussão toda, muita gente querendo ser conectadoerdquo;, disse o executivo. O mesmo raciocínio vale para que as dezenas de projetos de eólicas offshore endash; instaladas em alto-mar endash;, que aguardam licença do Ibama, comecem a sair do papel. Segundo Ciocchi, se esses projetos tiverem como destinação a produção de hidrogênio, opção que vem sendo considerada, a energia não chegará ao Sistema Interligado Nacional e não vai afetar a operação. eldquo;Mas, se uma parte disso, para viabilizar o projeto, tem de entrar no sistema elétrico, aí você tem de pensar em outra coisa, porque essa energia hoje não está sendo demandadaerdquo;, afirmou. ebull;

article

Morre o empresário Abilio Diniz, aos 87 anos

O empresário Abilio Diniz morreu neste domingo em São Paulo, aos 87 anos de idade. Conhecido por ter transformado o Grupo Pão de Açúcar na maior rede varejista do país, Diniz estava internado no hospital Albert Einstein, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. A história do varejo brasileiro e do empresário Abilio dos Santos Diniz estão entrelaçadas. Tanto que há alguns anos o jornal britânico Financial Times escreveu que Diniz era um e#39;heroie#39; para os consumidores brasileiros dada sua perseverança à frente do negócio fundado por seu pai, o português Valentim dos Santos Diniz. A rede de supermercados Pão de Açúcar, que nasceu em 1948 como uma doceria, ganhou este nome pelo amor que o imigrante criou pelo Pão de Açúcar assim que chegou de navio ao Rio de Janeiro, em 1929, e avistou a beleza da paisagem. A doceria transformou-se num império e Diniz num dos mais icônicos empreendedores brasileiros. Críticos apontavam seu temperamento forte e a obsessão pelo poder como seus principais defeitos. Mas, no mercado, essas duas características sempre foram vistas como essenciais para seu sucesso no varejo nacional. Dono de uma fortuna estimada em US$ 2,4 bilhões pela revista Forbes, ele ocupava em agosto de 2023, a posição 1.272 no ranking global de pessoas mais ricas do mundo. Entre os brasileiros, Diniz não era só o "pop star" do varejo admirado por sua riqueza e obstinação pelo trabalho: ele ganhou notoriedade como um homem apaixonado por esportes emdash; e torcedor fervoroso do São Paulo Futebol Clube, cidadão religioso e que buscava sempre uma vida saudável. Escreveu livros contando sobre suas crises pessoais e profissionais e, mais recentemente, tornou-se apresentador de televisão num programa de entrevistas. Era ativo em redes sociais, com mais de 845 mil seguidores no Instagram e 1,3 milhão no Facebook, onde mostrava fotos do cotidiano com a família, suas viagens de férias, além de postar alguns de seus pensamentos pessoais sobre a vida e os negócios. Era esse outro lado de Abilio Diniz, além da faceta de empresário de sucesso, que também atraia a curiosidade das pessoas. A mesma obstinação pelos negócios e pelos esportes, Diniz manteve pela religião. Como sua mãe, a também portuguesa, Floripes Diniz, o empresário era católico fervoroso. Há alguns anos, ele chegou a fazer uma palestra no altar da igreja de Santa Rita de Cássia, no bairro de Mirandópolis, em São Paulo, onde frequentava as missas. O convite para ouvir o empresário na igreja chegou aos fiéis pelo Facebook: "Encontro de fé e cidadania com Abilio Diniz". Com seu temperamento forte, Diniz encarou ao logo de sua trajetória profissional algumas brigas homéricas. A primeira delas foi com sua própria família, nos anos 1990. O pai Valentim decidiu dar parte das ações da empresa para seus filhos: Abilio, Alcides, Arnaldo, Vera, Sônia e Lucília. As ações foram divididas de acordo com a participação do trabalho de cada um na empresa. Abilio Diniz, o primogênito e mais ativo no Pão de Açúcar, recebeu a maior parte. Enquanto cada um dos filhos recebeu 8% endash; e as filhas apenas 2% endash; Abilio ficou 16% da companhia. A decisão do pai abriu uma disputa entre os irmãos pelo comando da companhia e o Pão de Açúcar por pouco não quebrou. Até mesmo a mãe Floripes abriu um processo contra o marido e o primogênito. Só em 1994, um acordo foi assinado garantindo a ele o controle da companhia. Lucília, a irmã caçula, foi a única a permanecer no grupo trabalhando com o irmão mais velho. Já sob sua liderança, em 1995, o Pão de Açúcar fez sua oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo, obtendo US$ 112,1 milhões. Foi o primeiro lançamento de ações de uma empresa varejista do ramo de alimentos na antiga Bovespa (hoje B3). Dois anos depois, a empresa levantou US$ 172,5 milhões na Bolsa de Nova York. Foi nos anos 90, que começou a se desenhar a principal batalha do empresário no mundo dos negócios. Em 1999, Diniz articulou um acordo com o grupo francês Casino, um dos gigantes do varejo global, que adquiriu 25% do capital do Pão de Açúcar. Em 2005, o sócio minoritário francês aumentou sua participação para 50% para que o Pão de Açúcar reduzisse suas dívidas. Mas com uma condição: que o comando fosse passado aos franceses em 2012. Em 2011, o mercado começou a especular que Diniz vinha se aproximando do Carrefour, principal rival do Casino, e tentava uma fusão. Diniz abriu uma disputa com o Casino, mas os franceses conseguiram barrar a união do Pão de Açúcar e do Carrefour, usando o contrato assinado pelo empresário brasileiro. Em agosto de 2012, o Casino assumiu o controle do Pão de Açúcar. No ano seguinte, após um acordo, Abilio deixou a empresa, que passou a ser chamada de GPA. Ele classificou a assinatura do contrato com o Casino como o maior erro de sua vida no mundo dos negócios. Amigos e pessoas próximas ao empresário eram unânimes em afirmar que um episódio mudou profundamente sua vida, tornando-o mais apegado ainda à espiritualidade e à família. Em dezembro de 1989, o dono do Pão de Açúcar foi vítima de um sequestro, no Jardim Europa, em São Paulo, quando estava a caminho do trabalho. Os dez sequestradores, incluindo chilenos, brasileiros e canadenses, pertenciam ao grupo MIR (Movimiento de Izquierda Revolucionaria). Eles pediram US$ 30 milhões para libertá-lo. Durante seis dias, Diniz ficou num minúsculo cativeiro ouvindo música country. A polícia descobriu o esconderijo e conseguiu libertá-lo sem que o resgate fosse pago. Entre 1979 e 1989, Abilio foi membro do Conselho Monetário Nacional a convite do economista Mario Henrique Simonsen. Avaliava, porém, ter sido uma espécie de década perdida para ele por não ter conseguido fazer muito pelo Brasil e ter se dedicado pouco a sua empresa. Daquela época, guardava uma lição: empresário não deve se meter em política. Por isso, em entrevistas, evitava fazer críticas pesadas ao governo emdash; seja de que linha fosse. Para ele, era importante que a população sempre mantivesse a esperança na prosperidade do país. Mas nunca negou ser fã de carteirinha de Lula. Abilio Diniz nasceu em 28 de dezembro de 1936, em São Paulo. Casou-se pela primeira vez em 1960, com Auriluce, com quem teve os filhos Ana Maria, João Paulo, Pedro Paulo e Adriana. O segundo matrimônio, com Geyze Marchesi, veio em 2004. Da união, nasceram Rafaela e Miguel. Um dos mais duros golpes na vida pessoal do empresário foi a morte, em 2022, de seu filho João Paulo, aos 58 anos, vítima de enfarto. Diniz queria ser professor, mas adiou o sonho após a proposta feita pelo pai para tocar o negócio da família. Formado em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas, recentemente o empresário montou um curso sobre liderança e gestão, onde lecionou presencialmente. Sempre que era perguntado sobre o legado que queria deixar para a sociedade, dizia que nunca se preocupava com isso. Sua principal preocupação em vida, afirmava, era ser uma pessoa feliz, que faz o bem e compartilha o conhecimento. Abílio Diniz será velado nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, das 11h às 15h no Salão Nobre do Estádio do Morumbi, do São Paulo Futebol Clube, seu time de coração. O velório será aberto ao público. O enterro será reservado apenas aos familiares.

article

Morre o empresário Abilio Diniz, aos 87 anos

O empresário Abilio Diniz morreu neste domingo em São Paulo, aos 87 anos de idade. Conhecido por ter transformado o Grupo Pão de Açúcar na maior rede varejista do país, Diniz estava internado no hospital Albert Einstein, vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. A história do varejo brasileiro e do empresário Abilio dos Santos Diniz estão entrelaçadas. Tanto que há alguns anos o jornal britânico Financial Times escreveu que Diniz era um e#39;heroie#39; para os consumidores brasileiros dada sua perseverança à frente do negócio fundado por seu pai, o português Valentim dos Santos Diniz. A rede de supermercados Pão de Açúcar, que nasceu em 1948 como uma doceria, ganhou este nome pelo amor que o imigrante criou pelo Pão de Açúcar assim que chegou de navio ao Rio de Janeiro, em 1929, e avistou a beleza da paisagem. A doceria transformou-se num império e Diniz num dos mais icônicos empreendedores brasileiros. Críticos apontavam seu temperamento forte e a obsessão pelo poder como seus principais defeitos. Mas, no mercado, essas duas características sempre foram vistas como essenciais para seu sucesso no varejo nacional. Dono de uma fortuna estimada em US$ 2,4 bilhões pela revista Forbes, ele ocupava em agosto de 2023, a posição 1.272 no ranking global de pessoas mais ricas do mundo. Entre os brasileiros, Diniz não era só o "pop star" do varejo admirado por sua riqueza e obstinação pelo trabalho: ele ganhou notoriedade como um homem apaixonado por esportes emdash; e torcedor fervoroso do São Paulo Futebol Clube, cidadão religioso e que buscava sempre uma vida saudável. Escreveu livros contando sobre suas crises pessoais e profissionais e, mais recentemente, tornou-se apresentador de televisão num programa de entrevistas. Era ativo em redes sociais, com mais de 845 mil seguidores no Instagram e 1,3 milhão no Facebook, onde mostrava fotos do cotidiano com a família, suas viagens de férias, além de postar alguns de seus pensamentos pessoais sobre a vida e os negócios. Era esse outro lado de Abilio Diniz, além da faceta de empresário de sucesso, que também atraia a curiosidade das pessoas. A mesma obstinação pelos negócios e pelos esportes, Diniz manteve pela religião. Como sua mãe, a também portuguesa, Floripes Diniz, o empresário era católico fervoroso. Há alguns anos, ele chegou a fazer uma palestra no altar da igreja de Santa Rita de Cássia, no bairro de Mirandópolis, em São Paulo, onde frequentava as missas. O convite para ouvir o empresário na igreja chegou aos fiéis pelo Facebook: "Encontro de fé e cidadania com Abilio Diniz". Com seu temperamento forte, Diniz encarou ao logo de sua trajetória profissional algumas brigas homéricas. A primeira delas foi com sua própria família, nos anos 1990. O pai Valentim decidiu dar parte das ações da empresa para seus filhos: Abilio, Alcides, Arnaldo, Vera, Sônia e Lucília. As ações foram divididas de acordo com a participação do trabalho de cada um na empresa. Abilio Diniz, o primogênito e mais ativo no Pão de Açúcar, recebeu a maior parte. Enquanto cada um dos filhos recebeu 8% endash; e as filhas apenas 2% endash; Abilio ficou 16% da companhia. A decisão do pai abriu uma disputa entre os irmãos pelo comando da companhia e o Pão de Açúcar por pouco não quebrou. Até mesmo a mãe Floripes abriu um processo contra o marido e o primogênito. Só em 1994, um acordo foi assinado garantindo a ele o controle da companhia. Lucília, a irmã caçula, foi a única a permanecer no grupo trabalhando com o irmão mais velho. Já sob sua liderança, em 1995, o Pão de Açúcar fez sua oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo, obtendo US$ 112,1 milhões. Foi o primeiro lançamento de ações de uma empresa varejista do ramo de alimentos na antiga Bovespa (hoje B3). Dois anos depois, a empresa levantou US$ 172,5 milhões na Bolsa de Nova York. Foi nos anos 90, que começou a se desenhar a principal batalha do empresário no mundo dos negócios. Em 1999, Diniz articulou um acordo com o grupo francês Casino, um dos gigantes do varejo global, que adquiriu 25% do capital do Pão de Açúcar. Em 2005, o sócio minoritário francês aumentou sua participação para 50% para que o Pão de Açúcar reduzisse suas dívidas. Mas com uma condição: que o comando fosse passado aos franceses em 2012. Em 2011, o mercado começou a especular que Diniz vinha se aproximando do Carrefour, principal rival do Casino, e tentava uma fusão. Diniz abriu uma disputa com o Casino, mas os franceses conseguiram barrar a união do Pão de Açúcar e do Carrefour, usando o contrato assinado pelo empresário brasileiro. Em agosto de 2012, o Casino assumiu o controle do Pão de Açúcar. No ano seguinte, após um acordo, Abilio deixou a empresa, que passou a ser chamada de GPA. Ele classificou a assinatura do contrato com o Casino como o maior erro de sua vida no mundo dos negócios. Amigos e pessoas próximas ao empresário eram unânimes em afirmar que um episódio mudou profundamente sua vida, tornando-o mais apegado ainda à espiritualidade e à família. Em dezembro de 1989, o dono do Pão de Açúcar foi vítima de um sequestro, no Jardim Europa, em São Paulo, quando estava a caminho do trabalho. Os dez sequestradores, incluindo chilenos, brasileiros e canadenses, pertenciam ao grupo MIR (Movimiento de Izquierda Revolucionaria). Eles pediram US$ 30 milhões para libertá-lo. Durante seis dias, Diniz ficou num minúsculo cativeiro ouvindo música country. A polícia descobriu o esconderijo e conseguiu libertá-lo sem que o resgate fosse pago. Entre 1979 e 1989, Abilio foi membro do Conselho Monetário Nacional a convite do economista Mario Henrique Simonsen. Avaliava, porém, ter sido uma espécie de década perdida para ele por não ter conseguido fazer muito pelo Brasil e ter se dedicado pouco a sua empresa. Daquela época, guardava uma lição: empresário não deve se meter em política. Por isso, em entrevistas, evitava fazer críticas pesadas ao governo emdash; seja de que linha fosse. Para ele, era importante que a população sempre mantivesse a esperança na prosperidade do país. Mas nunca negou ser fã de carteirinha de Lula. Abilio Diniz nasceu em 28 de dezembro de 1936, em São Paulo. Casou-se pela primeira vez em 1960, com Auriluce, com quem teve os filhos Ana Maria, João Paulo, Pedro Paulo e Adriana. O segundo matrimônio, com Geyze Marchesi, veio em 2004. Da união, nasceram Rafaela e Miguel. Um dos mais duros golpes na vida pessoal do empresário foi a morte, em 2022, de seu filho João Paulo, aos 58 anos, vítima de enfarto. Diniz queria ser professor, mas adiou o sonho após a proposta feita pelo pai para tocar o negócio da família. Formado em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas, recentemente o empresário montou um curso sobre liderança e gestão, onde lecionou presencialmente. Sempre que era perguntado sobre o legado que queria deixar para a sociedade, dizia que nunca se preocupava com isso. Sua principal preocupação em vida, afirmava, era ser uma pessoa feliz, que faz o bem e compartilha o conhecimento. Abílio Diniz será velado nesta segunda-feira, 19 de fevereiro, das 11h às 15h no Salão Nobre do Estádio do Morumbi, do São Paulo Futebol Clube, seu time de coração. O velório será aberto ao público. O enterro será reservado apenas aos familiares.

article

Etanol anidro cai 2,31% e hidratado recua 1,63% nesta semana nas usinas paulistas, diz Cepea

Nas usinas paulistas, o preço do etanol hidratado caiu 1,63% nesta semana, de R$ 2,1650 o litro para 2,1297/litro, em média, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). Já o valor do anidro recuou 2,31% no período, de R$ 2,4467 o litro para R$ 2,3902/litro, em média. (Estadão Conteúdo)

article

Etanol anidro cai 2,31% e hidratado recua 1,63% nesta semana nas usinas paulistas, diz Cepea

Nas usinas paulistas, o preço do etanol hidratado caiu 1,63% nesta semana, de R$ 2,1650 o litro para 2,1297/litro, em média, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq). Já o valor do anidro recuou 2,31% no período, de R$ 2,4467 o litro para R$ 2,3902/litro, em média. (Estadão Conteúdo)

Como posso te ajudar?