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Copom deve elevar Selic em 0,5 ponto na reunião desta quarta

Pressionado pelo preço dos alimentos e de energia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decide nesta quarta-feira (7) em quanto elevará a taxa básica de juros, a Selic. Apesar da resistência da inflação, a perspectiva de desaceleração econômica global deve favorecer que essa seja a última alta antes de uma pausa no ciclo de aperto monetário. Se o aumento for confirmado, será a sexta elevação consecutiva da Selic. Segundo a edição mais recente do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve subir 0,5 ponto percentual nesta reunião, de 14,25% para 14,75% ao ano. No comunicado da última reunião, em março, o Copom confirmou que elevaria os juros básicos em eldquo;menor magnitudeerdquo; na reunião de março, após três altas seguidas de 1 ponto percentual. O comunicado não informou o que aconteceria depois da reunião de maio. Apenas afirmou que a economia brasileira continua aquecida e que existem incertezas internacionais provocadas pela política comercial norte-americana. Nesta quarta-feira, ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e três de 1 ponto percentual. Inflação Na ata da reunião mais recente, o Copom sugeriu eldquo;parcimôniaerdquo; sobre uma eventual desaceleração da economia e informou que a eldquo;desancoragemerdquo; das expectativas de inflação exigem juros altos por mais tempo. Segundo o BC, existem sinais de moderação do crescimento econômico, mas o cenário de inflação de curto prazo segue adverso. Segundo o último boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, considerado a inflação oficial do país) em 2025 está em 5,53%, contra 5,65% há quatro semanas. Isso representa inflação acima do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa do intervalo de tolerância de 1,5 ponto. Taxa Selic A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto endash; comprando e vendendo títulos públicos federais endash; para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica. O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic. Meta contínua Pelo novo sistema de meta contínua em vigor a partir deste mês, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior, 4,5%. Nesse modelo, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em maio de 2025, a inflação desde junho de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em junho, o procedimento se repete, com apuração a partir de julho de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano. No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de março pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2025 em 5,1%, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no fim de junho.

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Etanol/Cepea: Volume negociado cresce no 1º mês da temporada 25/26

Abril, o primeiro mês oficial da safra 2025/26 na região Centro-Sul, foi marcado por movimentos mais fortes de negócios envolvendo o etanol hidratado. Levantamento do Cepea mostra que, de março para abril, o volume de hidratado comercializado por usinas do estado de São Paulo cresceu 23,6%. Já quanto aos preços, cálculos realizados pelo Cepea mostram que, nas semanas cheias de abril de 2025, a média do Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 2,7253/litro, recuo de 2,12% na comparação com o período anterior. No caso do etanol anidro, considerando-se somente do mercado spot, a média foi de R$ 3,1163/litro, queda de 2,33% no mesmo comparativo.

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Gasolina brasileira: excelente na origem, mas pode chegar adulterada

A gasolina brasileira é frequentemente alvo de críticas por parte dos motoristas, que enfrentam problemas como bicos injetores entupidos e motores com funcionamento irregular. No entanto, Boris Feldman, especialista automotivo, esclarece um ponto crucial: a gasolina nacional é considerada uma das melhores do mundo, mas apenas quando sai da refinaria. Feldman explica que a qualidade do combustível pode ser comprometida durante o longo trajeto até chegar ao tanque do veículo. eldquo;A gasolina brasileira é a melhor do mundo quando sai da refinaria. Mas aí ela percorre uma longa trajetória até chegar no seu tanqueerdquo;, afirma o especialista. O caminho da gasolina e os riscos de adulteração O percurso do combustível envolve três etapas principais: a distribuidora, o transporte por caminhão e o posto de combustível. Em cada uma dessas fases, há riscos de adulteração: Na distribuidora, pode ocorrer o aumento da quantidade de etanol na gasolina ou até mesmo a adição de metanol, um álcool tóxico e corrosivo proibido para esse fim. Durante o transporte, se o caminhão não for devidamente lacrado, existe a possibilidade de manipulação do combustível, como a retirada de gasolina e adição de etanol ou água. Nos postos de combustíveis, infelizmente, há casos de quadrilhas que dominam alguns estabelecimentos, podendo comprometer ainda mais a qualidade do produto. Feldman ressalta a importância de estar ciente desses riscos: eldquo;Não ponha a mão no fogo porque quando ela chega no tanque do seu automóvel ela pode estar em excelentes condições, mas pode estar adulterada porque teve alguma desonestidade no caminho entre a refinaria e o tanque do seu automóveleldquo;. Diante desse cenário, é fundamental que os consumidores estejam atentos e procurem abastecer em postos de confiança, preferencialmente de bandeiras conhecidas, que costumam ter controles mais rigorosos sobre a qualidade do combustível comercializado.

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Volume de diesel importado cresceu mais de 30% em abril e pressionou Petrobras

O volume de diesel importado no mês de abril pode chegar a 1,6 milhão de metros cúbicos (m³), alta de 33% na comparação com igual mês de 2024 e de 23% ante março. Esse pico na importação começou a irrigar mercados dominados pela Petrobras, que baixou seu preço em 4,6% nesta segunda-feira (5) para fazer frente. Os dados de importação são preliminares, compilados pela consultoria de preços Argus a partir da base da Vortexa, que acompanha o tráfego de cargas marítimas. Os números oficiais serão divulgados pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) nos próximos dias. Segundo a Argus, a movimentação de diesel para o Brasil em abril chegou à casa dos 1,9 milhão de metros cúbicos, mas foi em parte redirecionada para outros portos quando se percebeu que a demanda nacional não acomodaria esse volume. O diesel trazido para o Brasil no último mês veio sobretudo da Rússia (70%), com forte desconto ante o produto americano, que responde por quase todo o restante importado e já estava mais barato que o diesel Petrobras. Mesmo com a redução no preço da Petrobras, diz o especialista da Argus, Amance Boutin, o diesel russo segue R$ 0,20 por litro mais barato que o nacional na média. Isso, na prática, deixa espaço técnico para novas reduções de preço por parte da estatal. Números da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) apontam um sobrepreço remanescente de R$ 0,17 por litro ou 5% para o diesel da Petrobras ante a referência internacional do Golfo do México (EUA). O diesel importado entra principalmente pelo porto de Paranaguá (PR), mas também por Itaqui (MA), Santos (SP) e Suape (PE). O Brasil importa entre 20% e 30% do diesel que consome. Gasolina Sem modificações no preço, também segundo a Abicom, a gasolina da Petrobras segue R$ 0,25 ou 8% por litro mais cara que aquela produzida nos EUA. Mas não teve aumento relevante no volume importado endash; o país importa até 5% do que consome. Entre os fatores que pesam para essa estabilidade na demanda, diz Boutin, está a concorrência do álcool hidratado nas bombas, que tem preços mais atrativos em função do volume de moagem da cana-de-açúcar, com a safra a pleno vapor, e da redução de impostos federais.

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Petrobras cogita adotar preços diferenciados para gás de cozinha com aumento de uso industrial

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que a companhia voltou a estudar a possibilidade de ter preços diferenciados para o gás de cozinha (GLP) por conta do aumento do uso para fins industriais. Por ora, a estatal está tentando combater essa ampliação com leilões, segundo ela. eldquo;As distribuidoras estão aumentando esse mercado, alegando o uso doméstico, mas expandiram o uso industrial. A parte do uso industrial nós não vamos deixar crescer. Vamos fazer leilãoerdquo;, disse a executiva, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, na Offshore Technology Conference (OTC), que acontece em Houston, no Texas. eldquo;Nada mais justo do que o preço do leilãoerdquo;, disse. No passado, a Petrobras chegou a ter dois preços, um industrial e um doméstico, e, agora, essa discussão voltou, segundo Magda. A executiva afirmou que, se a estatal não conseguir resolver a questão com leilões, pode arbitrar um preço industrial. eldquo;E aí, arbitrando, a gente já começa a ter outro tipo de problema que nós também já enfrentamos no ano passado. Então, por enquanto, estamos enfrentando esse aumento de uso de GLP industrial com leilãoerdquo;, disse. Ela se queixou ainda da diferença dos preços do gás de cozinha na refinaria e o valor que chega ao consumidor. Mas ponderou que, com a venda a Liquigás, perdeu-se o instrumento de controle. A venda da participação da Petrobras na distribuidora ocorreu em 2020, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, para o consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa e Nacional Gás. eldquo;A gente está vendendo GLP na refinaria da ordem de R$ 35,00, R$ 36,00 o volume de 13 quilos. Tem locais do Brasil que [o valor] chega [na ponta] a R$ 170,00. Então, é uma margem gigantesca e que muitas vezes supera a margem do pré-salerdquo;, avaliou a presidente da Petrobras.

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SP será o primeiro Estado a substituir o diesel, começando pelo Agro, diz Tarcísio

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o Estado está na dianteira da transição energética e será o primeiro do Brasil a substituir o uso do diesel, começando pelo setor agropecuário. A declaração foi dada à imprensa após participar da cerimônia de abertura de evento promovido pelo Sistema CNA/Senar, em parceria com o Estadão e o Broadcast, em São Paulo. eldquo;São Paulo está na direção certa. Entendeu que a transição energética nasce aqui. A gente tem uma fortaleza que é a cana-de-açúcarerdquo;, afirmou Tarcísio, destacando que o Estado abriga o desenvolvimento do primeiro trator do mundo movido a etanol. Segundo ele, a biomassa da cana é uma das principais apostas para um modelo de energia limpa, com múltiplas aplicações. eldquo;São Paulo já socorreu o Brasil na década de 70 com o Proálcool, no momento das crises do petróleo, e vai socorrer de novo. Vai proporcionar, vai fazer com que o Brasil tenha um papel de liderança nessa questão da transição energéticaerdquo;, disse o governador. Além do etanol, ele destacou o biometano, o biogás, o combustível sustentável de aviação e o hidrogênio como vetores estratégicos. eldquo;É por isso que a descarbonização vai acontecer prioritariamente aqui. E eu digo, sem medo de errar, que São Paulo vai ser o primeiro Estado do Brasil a substituir o diesel, começando pelo agroerdquo;, garantiu. Segundo Tarcísio, as lavouras do Estado já demonstram essa transição, com caminhões e máquinas agrícolas movidos a etanol e biometano. eldquo;Em muito pouco tempo, as colhedoras de cana todas vão ser movidas a etanol. Então, o agro de São Paulo já está dando esse passoerdquo;, afirmou.

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