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Das três refinarias privatizadas por Bolsonaro, nenhuma opera em plena carga

Acredite. Das três refinarias privatizadas no governo Jair Bolsonaro, em nome de uma maior concorrência no mercado de combustíveis, nenhuma opera em plena carga. A maior delas, a baiana Mataripe, chegou a operar, em alguns períodos, com metade da capacidade instalada. E tem cobrado, em média, gasolina e diesel cerca de 8% mais caros do que os da Petrobras. No gás de cozinha, os preços são até 40% maiores. As outras duas, em Manaus e no Rio Grande do Norte, não refinam uma gota de petróleo. A planta amazonense foi vendida em novembro de 2022, com capacidade para refinar 46 mil barris de petróleo por dia. Hoje, funciona apenas para tancagem. Já a refinaria potiguar Clara Camarão, vendida em junho de 2023, está parada.

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Diesel coprocessado está fora do relatório do Combustível do Futuro

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) apresentou na 4ª feira (14.ago.2024) o relatório do projeto de lei 528 de 2020, conhecido como Combustível do Futuro. O parecer deve ser votado na próxima 3ª feira (20.ago) pela Comissão de Infraestrutura do Senado. O parecer não traz nenhuma grande mudança. Uma das principais discussões sobre o texto, o diesel coprocessado da Petrobras, ficou de fora do relatório. O produto fabricado pela estatal a partir de óleos vegetais que são processados juntamente do diesel fóssil nas refinarias não foi enquadrado no mandato criado para mistura de biodiesel. Aprovado pela Câmara dos Deputados em 13 de março deste ano, o Combustível do Futuro estava com a tramitação parada no Senado aguardando o relatório. Apoiado pelo agro, pelo governo e, em grande parte, pelo setor de energia, o principal ponto de divergência no texto era a inclusão ou não do coprocessado. O produto, criado pela Petrobras, é feito a partir do processamento de matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse conteúdo renovável é processado conjuntamente com o derivado de petróleo. A estatal e o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) queriam que o coprocessado pudesse contar nos novos mandatos de mistura mínima criados pela lei. Ana Mandelli, diretora executiva de Downstream do IBP, afirma que o relatório foi conservador, no sentido de manter o texto da Câmara, e que o país perderá uma oportunidade de ter mais uma opção para descarbonização da matriz de transportes saindo direto das refinarias. eldquo;Nós perdemos a oportunidade enquanto país ter uma outra rota de descarbonização importante, que incentiva e estimula a reutilização de uma infraestrutura que já existe e faz o produto mineral para fazer um produto de baixo teor de carbono. Como somos um dos maiores parques de refino do mundo, deveríamos aproveitar essa rota que tem um custo-benefício muito bomerdquo;, diz. Outro tópico questionado que foi mantido é a mistura de biometano ao gás natural. Pelo texto, será criado um mandato de biometano no gás natural comercializado, que começará em 1% em 2026 e chegará a 10% em 2030. A evolução da implantação a cada ano será fixada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). Para ler esta notícia, clique aqui.

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Etanol perde terreno, mas segue valendo mais a pena que gasolina no Brasil

O preço médio da gasolina melhorou em comparação com o etanol em um novo levantamento da empresa de logística e gestão de frotas Ticket Log, em pesquisa fornecida com exclusividade ao UOL Carros. Em 15 estados brasileiros o etanol é mais competitivo, enquanto que em 12 a gasolina vence. O Amapá, onde até a última quinzena o etanol era mais vantajoso, neste momento tem para o consumidor a gasolina como o melhor combustível. "Apesar de aumentar 2,16% na primeira quinzena de agosto ante o acumulado de julho, fechando à média de R$ 4,25, o etanol, quando comparado à gasolina, continua ganhando em competitividade, com mais estados tendo-o como economicamente mais vantajoso para abastecimento, mesmo cenário registrado no mês anterior", disse Douglas Pina, Diretor-Geral de Mobilidade da Edenred Brasil. "Como reflexo do último reajuste anunciado pela Petrobras no início de julho, a gasolina também ficou mais cara para os motoristas brasileiros neste início de agosto. O combustível foi encontrado à média de R$ 6,29 nos postos de abastecimento do País, após um aumento de 1,62%. O cenário de alta foi registrado em todas as regiões e na maioria dos Estados". Para ler esta notícia, clique aqui.

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IBP vê coprocessado como sobrevida ao refino e lamenta exclusão de rota do Combustível do Futuro

O relatório do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB/PB) para o Combustível do Futuro (PL 528/2020) manteve a decisão da Câmara dos Deputados de não incluir o coprocessado entre as opções consideradas elegíveis para o mandato de diesel verde. A decisão atende à demanda dos produtores de biodiesel, que se posicionaram contra a inclusão na nova legislação. O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) entende que com o não reconhecimento da parcela renovável do coprocessamento de óleo vegetal na produção de diesel, o futuro das refinarias de petróleo fica comprometido. eldquo;Fico feliz que o relatório tenha reforçado a importância da descarbonização e de novos biocombustíveis, mas esperávamos que o coprocessamento fosse incluído, já que é uma maneira eficaz de descarbonizar e também de estender a vida útil das refinarias de petróleoerdquo;, comentou Ana Mandelli, diretora-executiva interina do IBP, à agência epbr. eldquo;Na medida que eu vou estimulando também esse mercado [do coprocessado], as refinarias podem ir se adaptando ao longo do tempo e sendo utilizadas por muito mais tempo, promovendo efetivamente esse novo mercado de baixo carbonoerdquo;, completa. A principal interessada na inclusão do coprocessado é a Petrobras, com o seu chamado Diesel R, resultado do coprocessamento de óleo vegetal em refinarias de petróleo. Um processo que a estatal defende como uma aliança estratégica entre a indústria de petróleo e o agronegócio. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu na última quinta (15/8) que o Diesel R tem potencial para fortalecer a integração entre esses setores, uma vez que a companhia adquire óleo vegetal de produtores nacionais para sua produção. A exclusão do Diesel R do mandato de diesel verde gera um impacto significativo para a Petrobras, que buscava assegurar sua participação de biocombustíveis no mercado de diesel, estimado em mais de 60 bilhões de litros por ano no Brasil. A inclusão do coprocessado na legislação daria à estatal a segurança jurídica necessária para continuar investindo nesse mercado. O PL do Combustível do Futuro segue agora para discussão na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado, em sessão marcada para terça (20/9). Se alterado, retorna à Câmara dos Deputados.

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A revenda de gás pelas distribuidoras e o que fazer com suas receitas

UM NOVO CAPÍTULO DA ABERTURA Com um portfólio de suprimento cada vez mais diversificado e flexível, e por consequência mais complexo de gerir, as distribuidoras estaduais estão começando a testar operações de revenda de gás natural para outros agentes. Por ora, são operações pontuais que visam a repassar excedentes (para reduzir riscos de penalidades com o transportador, por exemplo) ou arbitrar em busca de preços mais vantajosos pela molécula. De acordo com dados da ANP, são ao menos dois casos concretos este ano: a Cegás comercializou com a Origem Energia; e a MTGás vendeu para a Edge excedentes de gás importado da Bolívia. Enquanto isso, mais distribuidoras vêm se habilitando para comercializar gás. A ANP já autorizou em 2024 a Copergás (PE), PBGás (PB) e, mais recentemente, a Sulgás (RS) a exercerem a atividade. O trio se junta à MTGás (MT) e Cegás (CE), além da Algás (AL), Bahiagás (BA), Compagas (PR), Sergas (SE) e SCGás (SC) endash; que já possuíam o aval. A movimentação, ainda incipiente e marginal, abre o debate sobre que tratamento regulatório dar à receita obtida com esse tipo de operação quando ela começar a escalar. As regulações estaduais têm hoje lacunas que ainda serão preenchidas para comportar a novidade. Um dos nossos esforços na gas week é, justamente, antecipar debates que o desenrolar da abertura do mercado impõe. E aí está uma discussão que ainda terá de ser amadurecida. Vamos a ela. O QUE FAZER COM AS RECEITAS DE COMERCIALIZAÇÃO? É tudo muito novo. O assunto começou, recentemente, a ser discutido dentro dos fóruns técnicos da Associação Brasileira de Agências Reguladoras (Abar), segundo fontes. É um debate mais amplo que passa também pela necessidade ou não de separação das atividades de distribuição e comercialização nas regulações. Cada estado tem liberadade para seguir seu próprio caminho. Em geral, os custos com comercialização costumam ser incorporados nas tarifas pelo uso do sistema (TUSDs). Na regulação de alguns estados, como São Paulo e Paraná, há um detalhamento maior do que pode ser reconhecido como encargos de comercialização (custos associados à gestão dos contratos de suprimento e transporte). Entram nessa rubrica, por exemplo, despesas financeiras, de recursos humanos, contabilidade, administrativas, operação e manutenção de ativos utilizados para esse fim; custos de odoração; medição; atendimentos de emergência; suspensão e religação dos serviços etc. Em outros estados, como no Ceará, o contrato de concessão é mais vago: as eldquo;despesas com comercialização e publicidadeerdquo; ajudam a compor os custos operacionais endash; e, por extensão, a margem bruta das concessionárias. Mas fato é que essas regulações foram desenhadas dentro de uma outra realidade de mercado, para cobrir os custos com a compra do gás endash; e não para incorporar as eventuais receitas com a venda de gás pelas distribuidoras. Em tese, pelo racional, uma receita adicional com a venda de gás ajudaria a reduzir o custo de comercialização, com impacto favorável na modicidade tarifária. eldquo;Mas é uma situação nova para qual não tem regulação. Por princípio, as distribuidoras são remuneradas pela margem, não com preço do gás. Essas receitas vão ter que começar a ser monitoradas, com contabilidade. O caminho pode vir a ser uma conta gráficaerdquo;, comenta o ex-diretor da Arsesp e consultor da Zenergás, Zevi Kann. Um mecanismo de transparência que hoje sequer existe em todos os estados. CONSUMIDORES PREGAM SEPARAÇÃO Para o diretor de gás natural da Abrace, Adrianno Lorenzon, será preciso debater o limite de até onde a distribuidora pode ir para atender o mercado cativo sem virar um trader. eldquo;Que tipo de risco ele pode assumir para atender mercado consumidor [com exposição a contratos spot, por exemplo]. Porque esses riscos vão ter que ser regulados e isso é um esforço regulatório enormeerdquo;, disse. Um debate subjacente a esse, segundo ele, é a questão da desverticalização. A separação das atividades de distribuição e comercialização é uma bandeira do Relivre endash; o Ranking do Mercado Livre de Gás, que reúne a visão de produtores, comercializadores (IBP e Abpip) e consumidores (Abrace) sobre as condições de abertura do mercado em cada estado. O Relivre defende que a distribuidora (ou o grupo econômico por ela integrado), para exercer a atividade de comercialização, deveria constituir pessoa jurídica distinta e com fins específicos à comercialização, com independência técnica, financeira, operacional e de gestão contábil. A comercialização é, em algumas legislações estaduais, uma das competências atribuídas à distribuidora. È uma atividade inerente à gestão de portfólio de suprimento da concessão. Na visão de comercializadores e consumidores, porém, há uma preocupação de que as distribuidoras avancem para a constituição de traders que possam, em alguma medida, inibir a concorrência na comercialização nos estados emdash; e, assim, o próprio desenvolvimento do mercado livre. AINDA FALTA LIQUIDEZ PARA MAIS As operações de revenda de gás pelas distribuidoras ainda são pontuais. A percepção entre agentes do mercado é que, hoje, o mercado brasileiro de gás ainda carece de liquidez para que essas transações consolidem um mercado secundário, de fato. Falta mais oferta de gás de terceiros e uma plataforma de comercialização endash; o tal do eldquo;huberdquo;, o ponto virtual de negociação que permite padronizar operações e criar um referencial de preço para estas trocas. Era um conceito presente nas discussões do Novo Mercado de Gás, mas que ainda não avançou. Na falta de um hub, oportunidades de comercialização de volumes a curto prazo têm acontecido nas plataformas de balanceamento das transportadoras endash; espaço onde são fechados contratos flexíveis de curto prazo, para garantir o equilíbrio do sistema. Na TAG, que reúne uma diversidade maior de usuários, por exemplo, em 2023 cerca de 10% das propostas de compra e venda apresentadas na plataforma vieram de distribuidoras. Funciona assim: no modelo de entrada e saída, os usuários da rede de transporte devem manter constantemente suas injeções e retiradas equilibradas. No dia a dia, porém, eventuais diferenças entre os volumes injetados e retirados pelos carregadores podem comprometer o sistema. Cabe ao transportador, nesses casos, garantir o balanceamento, por meio de operações de compra e venda de molécula, em contratos spot. A TAG entende que esse mecanismo contribui para dar um pouco mais de liquidez aos agentes e para a revelação de preços no mercado de gás. O CASO CEGÁS A distribuidora cearense vem se aproximando de agentes do mercado em busca de opções de compra e venda no mercado de curto prazo. Faz parte da estratégia de capturar preços melhores. A Cegás tem acordos MSA com empresas como 3R, Eneva, Origem, PetroReconcavo e Shell. Esses contratos (do inglês Master Sale Agreement) definem as condições gerais de um contrato flexível e permitem aproveitar, de forma mais célere, oportunidades de mercado. Algumas delas endash; com a Origem, por exemplo endash; já foram efetivadas em operações pontuais este ano. A concessionária também tem feito negócio com outras distribuidoras estaduais, por meio de trocas de titularidade de molécula dentro da malha de gasodutos de transporte da TAG. No fim de 2023, efetuou a primeira transação do tipo entre distribuidoras, com a Sergas. A comercialização de gás é uma competência legal da Cegás, prevista na lei de criação da empresa. A empresa argumenta que o objetivo principal da atividade não é gerar receitas adicionais endash; e sim mitigar penalidades e aproveitar oportunidades de preços mais baixos no mercado de curto prazo, para efeitos de modicidade tarifária. Um exemplo para ajudar a ilustrar: a companhia tem contratos de suprimento nas modalidades firme e PUT endash; contrato flexível que dá ao produtor uma opção de venda a um determinado preço, geralmente com descontos, e, em contrapartida, o cliente tem o dever de comprar. Eventualmente, a companhia pode ter acesso a um gás de oportunidade mais barato que os volumes contratados. Então a distribuidora pode tomar esse gás flexível mais competitivo para si e revender o gás PUT para terceiros. O tratamento regulatório: A Arce, a agência reguladora estadual, na falta de regras claras sobre o que fazer com as receitas de comercialização, preferiu, num primeiro momento, não intervir diretamente. A criação de uma conta gráfica para acompanhar as flutuações às vezes diárias de preço de aquisição e venda de gás pela distribuidora local foi considerada pela agência uma opção com elevado custo regulatório para a realidade do órgão estadual. A Arce preferiu, então, segundo uma fonte, tratar o assunto via regulação da margem da Cegás. A agência entende que os ganhos da concessionária com a venda de gás não têm sido suficientes para fazer a margem da concessionária ultrapassar os limites autorizados em revisão tarifária endash; feita anualmente, por força do contrato de concessão. Isso, aliás, dificulta qualquer debate sobre o tratamento regulatório que se queira dar às receitas da comercialização que não passe pela rediscussão do contrato, onde estão as regras de composição das tarifas. Nas próximas semanas, aliás, deve começar o processo da nova revisão da margem da distribuidora. É o momento em que a agência se debruça sobre a numeralha (investimentos, despesas etc) para definir a margem da concessionária. A expectativa é que o impacto da comercialização de gás da Cegás seja, então, melhor avaliado. Por ora, a Arce entende também que a comercialização tem ocorrido para fins de otimização do fluxo de suprimento e à montante da área de concessão (sem prejuízo, portanto, para comercializadores concorrentes).

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Produção de petróleo do Brasil cai em meio ao bpd pós-greve

A produção de petróleo do Brasil continua a ser afetada após a conclusão de uma greve de trabalhadores ambientais. O Instituto Brasileiro do Petróleo e Gás (IBP) informou hoje que a produção do país diminuiu em aproximadamente 120.000 barris por dia (bpd). Essa redução contínua ocorre apesar de um acordo alcançado no início desta semana para encerrar a greve no órgão ambiental do Brasil, o Ibama, responsável pela aprovação das licenças de petróleo. O presidente do IBP, Roberto Ardenghy, afirmou que a produção de petróleo no Brasil, que é a maior economia da América Latina, deve retornar aos níveis normais dentro de duas semanas. A normalização segue um acordo assinado na segunda-feira entre o sindicato que representa os trabalhadores em greve e o governo, que concluiu a ação industrial. A Reuters contribuiu para este artigo.

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