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Combustíveis ficarão mais caros a partir de 1º de fevereiro... Leia mais no texto original: (https:

O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis sofrerá um reajuste em 1º de fevereiro. A alíquota da gasolina e do etanol aumentará em R$ 0,10 por litro, passando para R$ 1,47. O diesel e o biodiesel terão um acréscimo de R$ 0,06 por litro, para R$ 1,12. A elevação será aplicada em todos os Estados do Brasil e ocorre em um momento de intensas discussões sobre a política de preços da Petrobras. O Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal) explicou o reajuste como uma medida para garantir um sistema fiscal equilibrado, alinhado às flutuações do mercado e promovendo uma tributação mais justa. A alta nos preços dos combustíveis gera um efeito cascata na economia, influenciando vários setores e impulsionando a inflação geral. A gasolina, em especial, teve alta de 9,71% e foi o subitem que mais teve peso no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O etanol subiu 17,58%. DEFASAGEM O aumento ocorre em meio à pressão do mercado sobre a Petrobras por ajustes. Segundo o relatório de 6ª feira (24.jan.2025) da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a diferença entre o preço praticado pela estatal e o valor no mercado internacional chega a 9% para a gasolina e 18% para o diesel. Eis a íntegra (PDF endash; 760 kB). A defasagem prejudica a Petrobras a longo prazo, reduzindo sua capacidade de investir, aumentando a dependência de importações de combustíveis e atrasando a transição para fontes de energia alternativas. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Petróleo fecha perto da estabilidade com possível queda nos preços no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam perto da estabilidade nesta sexta-feira (24), encerrando uma semana marcada por quedas nas cotações da commodity. O grande destaque para o mercado segue o governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vem reforçando os apelos por uma queda nos preços da matéria-prima. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para março fechou em queda de 0,05% (US$ 0,04), a US$ 74,66 o barril, enquanto o Brent para abril, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), recuou 0,01% (US$ 0,01), a 77,55 o barril. Na semana, houve queda de 3,54% e 2,50%, respectivamente. eldquo;O mercado petrolífero respondeu à primeira semana de Trump no cargo com descidas de preços: o preço do barril de Brent caiu novamente visivelmente abaixo da marca dos US$80. Trump provavelmente gostaria de atribuir isto aos incentivos à produção que anunciou para os produtores de gás e petróleo nos EUA. No entanto, estas eram geralmente esperadas e só terão efeito a longo prazo num ambiente de preços correspondenteerdquo;, avalia o Commerzbank. eldquo;Pelo contrário, a descida dos preços deve-se provavelmente ao alívio que uma grande ronda de implementações tarifárias não se concretizou até agoraerdquo;, avalia. Hoje, Trump voltou a afirmar que deseja que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reduza os preços da commodity. O republicano argumentou que a queda nas cotações é fundamental para acabar com a eldquo;tragédiaerdquo; do conflito entre Rússia e Ucrânia. eldquo;É uma guerra maluca, que nunca teria acontecido se eu fosse presidente à época da invasãoerdquo;, disse. Trump defendeu que a Opep deve parar de eldquo;fazer tanto dinheiroerdquo; e cortar os preços do ativo energético. eldquo;Se o petróleo estiver tão alto, aquela guerra não acabará tão facilmenteerdquo;, afirmou. O ministro da Economia e Planejamento da Arábia Saudita, Faisal Alibrahim, ao ser questionado sobre o pedido de Trump, ressaltou que a Arábia Saudita precisa manter o suprimento de petróleo em escala global e em acordo com os países-membros Opep. O ministro pontuou que isso significa manter os cortes de produção determinados pelo cartel, ao menos por enquanto. O número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu 6 na semana, a 472, de acordo com informações da Baker Hughes, empresa que presta serviços ao setor.

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IPCA-15 desacelera a 0,11%, mas fica acima das projeções em janeiro com pressão de alimentos

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) desacelerou a 0,11% em janeiro, após marcar 0,34% em dezembro, apontam dados divulgados sexta (24) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa de 0,11% é a menor para meses de janeiro na série histórica desde o início do Plano Real emdash;a moeda passou a circular em julho de 1994. Ainda assim, o resultado ficou bem acima da mediana das projeções do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg esperavam leve deflação (queda) de 0,02%. O intervalo das previsões ia de recuo de 0,10% a avanço de 0,50%. Havia perspectiva de uma deflação incomum para o período devido ao alívio pontual nas contas de luz com o desconto do bônus de Itaipu. A medida atrasou e, desta vez, só entrou em vigor em janeiro. Os alimentos, no entanto, voltaram a pressionar o IPCA-15. A carestia da comida preocupa o governo Lula (PT), que tenta encontrar medidas para frear os preços. Economistas, porém, afirmam que as ações poderiam ter alcance limitado. Ou seja, não atacariam as principais causas da situação emdash;incerteza fiscal, alta do dólar e impacto do clima nas safras. Com o resultado de janeiro, o IPCA-15 desacelerou a 4,50% no acumulado de 12 meses. É justamente o teto da meta perseguida pelo BC (Banco Central) para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2025. O IPCA-15 registrava avanço de 4,71% nos 12 meses até dezembro. Alimentos ainda pressionam Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados no índice, 8 tiveram alta de preços no início de 2025. O grupo alimentação e bebidas até desacelerou, ao passar de 1,47% em dezembro para 1,06% em janeiro. Mesmo assim, apresentou a maior variação e o principal impacto no IPCA-15 (0,23 ponto percentual). Dentro de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio registrou variação de 1,10% em janeiro. Contribuíram para esse resultado os aumentos do tomate (17,12%) e do café moído (7,07%). Do lado das quedas, destacam-se a batata-inglesa (-14,16%) e o leite longa vida (-2,81%). Conta de luz tem alívio pontual Por outro lado, o grupo habitação mostrou deflação de 3,43%, ajudando a conter o IPCA-15 de janeiro. Nesse segmento, a energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto para a baixa. A conta de luz recuou 15,46% em janeiro. O IBGE associou o resultado ao bônus de Itaipu, que tem efeito pontual nos dados. O bônus é relativo ao saldo positivo da comercialização de energia da usina hidrelétrica. A medida já provocou alívio na inflação em outros momentos da série. Desta vez, porém, o processo chegou a uma conclusão com atraso, e o desconto só entrou em vigor em janeiro. Em 2023, por exemplo, o bônus foi creditado nas faturas de julho. Outro destaque do IPCA-15 de janeiro foi o grupo de transportes, que subiu 1,01%. Nesse segmento, a passagem aérea aumentou 10,25%. Também houve alta nos preços do etanol (1,56%), do óleo diesel (1,10%), do gás veicular (1,04%) e da gasolina (0,53%). Ainda em transportes, a tarifa de ônibus urbano avançou 0,46%. Claudia Moreno, economista do C6 Bank, diz que a composição do IPCA-15 veio pior do que a esperada. O C6 projetava deflação de 0,05% para o índice. A expectativa era de uma queda nas passagens aéreas, e não de uma alta, além de uma redução mais intensa da energia elétrica em janeiro. Isso, segundo Claudia, ajuda a explicar a surpresa do resultado geral. "O IPCA-15 de janeiro arrefeceu em relação ao dado de dezembro em função do bônus de Itaipu, trazendo alívio momentâneo ao índice. Apesar dessa desaceleração bem-vinda, o qualitativo de hoje [sexta] foi bem ruim", avalia a gestora Kínitro Capital. IPCA e IPCA-15 Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil. Na mediana, as previsões do mercado apontam alta de 5,08% para o IPCA ao final de 2025, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada pelo BC na segunda (20). A estimativa subiu pela 14ª semana consecutiva. A mudança de patamar das projeções sinaliza mais dificuldades para o BC conseguir manter o IPCA dentro do intervalo da meta de inflação, dizem analistas. O aumento das estimativas refletiu fatores como a escalada do dólar nos últimos meses e a pressão sobre os preços gerada pelo aquecimento da atividade econômica em meio a impulsos fiscais. O centro da meta em 2025 é 3% no acumulado de 12 meses. O intervalo de tolerância varia de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). Os números são os mesmos de 2024, mas o BC passa a perseguir o alvo de maneira contínua neste ano, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro). No novo modelo, a meta será considerada descumprida quando a variação acumulada pelo IPCA permanecer por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%). O índice oficial fechou 2024 em 4,83%, estourando o teto. O Copom (Comitê de Política Monetária), ligado ao BC, volta a se reunir na próxima semana para definir a taxa básica de juros, a Selic. Com a alta das estimativas de inflação, o comitê passou a subir a taxa, que está em 12,25% ao ano. André Valério, economista sênior do banco Inter, diz que os dados do IPCA-15 não trazem nenhum alívio para o Copom. Apesar disso, ele não vê o resultado impactando a decisão do comitê, que já indicou uma nova alta de 1 ponto percentual na Selic. "Assim, as atenções estarão voltadas ao teor do comunicado, especialmente se haverá alguma menção sobre o que o comitê pretende fazer após a reunião de março", afirma André. O aumento da Selic busca esfriar a demanda por bens e serviços, que pressiona os preços. O efeito colateral esperado é a desaceleração da economia, já que a elevação dos juros encarece o crédito, dificultando o consumo e os investimentos produtivos. A coleta de preços do IPCA é feita pelo IBGE ao longo do mês de referência da pesquisa. Por isso, o dado de janeiro ainda não está fechado. Será divulgado em 11 de fevereiro. Já a coleta do IPCA-15 está centrada na segunda metade do mês anterior e na primeira metade do mês de referência. No caso do índice relativo a janeiro, o trabalho ocorreu de 13 de dezembro a 14 de janeiro.

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Brasil escapa da mira de Trump em primeiras ações de comércio, mas brechas preocupam

O Brasil não esteve na mira de Donald Trump em suas primeiras declarações e medidas sobre a política de comércio exterior dos Estados Unidos, mas membros do governo Lula (PT) destacam que as ações anunciadas pelo republicano são genéricas e abrem brechas que podem ser usadas para atingir o país no futuro. Em seus primeiros dias de volta à Casa Branca, Trump assinou uma ordem executiva intitulada America First Trade Policy (Política Comercial América em Primeiro Lugar) e fez uma série de ameaças de impor tarifas contra parceiros comerciais dos americanos. Os alvos preferenciais de Trump foram México, Canadá emdash;com quem os EUA mantêm um acordo de livre-comércioemdash;, União Europeia, Rússia e China. No caso dos chineses, Trump adotou um tom errático. Ele chegou a ameaçar impor tarifas de até 60% sobre produtos do país asiático. Recentemente, falou em uma alíquota de 10% e, nas últimas horas, admitiu a possibilidade de um acordo comercial com Pequim. Apesar do alívio de não ver o Brasil citado entre os primeiros alvos de Trump, integrantes do governo Lula alertam que o decreto do republicano é vago e discricionário o suficiente para, em tese, ser usado contra qualquer sócio comercial dos EUA. A ordem determina que as autoridades americanas trabalhem para identificar "qualquer prática de comércio injusta de outros países e recomendem ações apropriadas para reparar essas práticas". Em outro trecho, o decreto estabelece que a Secretaria do Tesouro deverá avaliar políticas e práticas cambiais de outros países. "O secretário do Tesouro deverá recomendar medidas apropriadas para combater a manipulação ou desalinhamento da moeda que impeça ajustes eficazes na balança de pagamentos ou que forneça aos parceiros comerciais uma vantagem competitiva injusta no comércio internacional, e deverá identificar quaisquer países que ele acredita que deveriam ser designados como manipuladores de moeda", diz o texto. Há alguns precedentes que preocupam, mas são poucos se comparados às queixas que Trump tem disparado contra outros países. Em seu primeiro mandato, Trump acusou o Brasil, então governado por Jair Bolsonaro, de desvalorizar artificialmente o real. À época, a queixa foi usada como justificativa para o republicano anunciar uma sobretaxa sobre o aço brasileiro. Já depois de ser eleito para o novo mandato, durante uma coletiva de imprensa em Mar-a-Lago, Trump afirmou que países como Índia e Brasil cobram muito em tarifas para produtos importados dos EUA. "Se eles querem cobrar, tudo bem, mas vamos cobrar a mesma coisa", disse. Segundo interlocutores do governo, o fato de o Brasil ter acumulado historicamente déficits em seu comércio com os EUA é uma das razões que mantêm o país fora do radar de Trump, ao menos por ora. Para esses interlocutores, a principal ameaça no curto e médio prazo recai sobre os setores de aço e alumínio, como ocorreu no passado. Em 2024, a corrente de comércio (soma de exportações e importações) entre Brasil e EUA foi de US$ 80,91 bilhões, alta de 8,1% em relação ao ano anterior. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, mas seguem como principal destino para as vendas de produtos com maior valor agregado. No acumulado de janeiro a dezembro, as exportações para os EUA cresceram 9,2% e atingiram US$ 40,33 bilhões, já as importações tiveram avanço de 6,9%, totalizando US$ 40,58 bilhões. Os principais produtos exportados pelo Brasil para os EUA são petróleo bruto, produtos semi-acabados de ferro e aço; e aeronaves. Entre os importados, os principais itens comprados são motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis de petróleo e aeronaves. Apesar de estar no radar a eventual taxação a produtos brasileiros importados pelos EUA, um integrante do governo brasileiro considera que as projeções preliminares feitas por instituições financeiras não têm respaldo em elementos concretos e são uma mera simulação de dados. Em evento em São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta sexta (24) que o governo brasileiro não tem controle sobre eventos externos, como a política dos Estados Unidos. No entanto, o também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços defendeu a solidez da economia brasileira. "Tem coisas que não dependem de nós, por exemplo, reflexos da política externa, o que vai acontecer nos Estados Unidos, quais as medidas vão ser tomadas. Agora, o Brasil é um país com pressupostos econômicos sólidos. Nós temos um crescimento forte da economia", disse. Outra frente observada com atenção pelo governo brasileiro é a ameaça de Trump a países que aplicam impostos "extraterritoriais" sobre multinacionais dos EUA. Logo após ser empossado, o republicano retirou o apoio ao pacto fiscal global acordado na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A decisão vai na contramão de medida implementada no Brasil, como parte do "pilar 2" do acordo da OCDE. Em 30 de dezembro, o presidente Lula sancionou a lei que estabelece uma tributação mínima efetiva de 15% sobre os lucros de multinacionais. A mudança entrou em vigor em 1º de janeiro, mas, como a apuração é anual, o primeiro pagamento será feito apenas em 2026. No Brasil, técnicos do governo acompanham as primeiras movimentações de Trump, mas a ordem é aguardar. Há uma avaliação nos bastidores de que a retaliação de Trump pode se referir ao "pilar 1" do acordo da OCDE, que consiste em tributar a matriz de uma multinacional no Brasil. O assunto é controverso nos EUA por recair sobre as big techs e, antes mesmo da posse de Trump, já enfrentava resistências no congresso americano.

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'Não estou com uma espada na cabeça', diz Magda ao negar pressão para congelar preços na Petrobras

eldquo;Não estamos congelando nada.erdquo; Dessa forma categórica, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defende o atual preço dos combustíveis praticados nas refinarias da estatal. O momento, afirma, está contaminado por uma volatilidade dentro e fora do Brasil, com especulações sobre pacote fiscal e incertezas sobre a chegada de Donald Trump a presidência dos EUA. Uma instabilidade que, segundo ela, já está arrefecendo. Ao Estadão/Broadcast, a executiva nega que sofra ingerência política para mexer nos preços: eldquo;Eu não estou com uma espada na cabeçaerdquo;. Sobre a licença para perfurar na Margem Equatorial, Magda lembra que o Brasil responde por apenas 1% das emissões mundiais de gases do efeito estufa. eldquo;Eu estou lá na elsquo;rabeirinha da cruzersquo;. Os americanos estão no elsquo;drill, baby, drillersquo; (perfure, bebê, perfure, em tradução livre). A China precisa de energia loucamente. A Índia está crescendo dizendo que vai comprar petróleo. Então, a minha Margem Equatorial que está desequilibrando essa balança?erdquo;, argumenta. Veja a seguir os principais trechos da entrevista: Há represamento de preços de combustíveis pela Petrobras? Os meses de janeiro e fevereiro são época de férias, em que os caminhões param, e as vendas caem. A gente vende menos combustível sempre. E, para tudo que fazemos com preço, a gente acompanha o mercado e evita a volatilidade de olho em market share. Janeiro e fevereiro são uma época em que estamos de olho nisso. A venda começa a aumentar de novo, provavelmente, em março. Então, a verdade é a seguinte: não estamos congelando nada. Estamos absolutamente dentro da nossa estratégia, a qual não posso contar. Se dissesse, estaria lesando o meu acionista. Então em março há mais espaço para mexer nos preços? Não. Não diga isso. Eu disse apenas que em março as vendas aumentam. Existe uma pressão para aumentar preços? Eu olho isso (preços) de 15 em 15 dias, ao longo de todo o ano. Inclusive, mostramos a efetividade disso periodicamente para o conselho e administração. O conselho não está reclamando. Fala-se muito em queixas de investidores privados... Olha, tenho 16 grandes bancos investidores da Petrobras, nacionais e estrangeiros. Treze deles têm recomendação de compra da ação e três são neutros. Ninguém está vendedor. Vocês não estão perdendo margem em relação ao mercado internacional? Não, a gente está indo bem. O resultado da venda de derivados do ano passado foi muito bom. Este ano mal começou. Janeiro e fevereiro são meses difíceis e (na virada do ano) houve movimentos especulativos, expectativas sobre o pacote fiscal do ministro (da Fazenda, Fernando) Haddad. O dólar está para lá e para cá. Todo dia tem uma coisa diferente, uma oscilação. E, agora, se o Trump falar qualquer coisa... Pois é. Fiquei muito surpresa com essa confusão toda de preços, quando todo mundo sabia que, no dia 20, o Trump assumiria, né? E que isso seria uma questão importantíssima e que estava gerando volatilidade. O que foi a primeira coisa que dissemos? Não vamos introduzir volatilidade no nosso mercado. Mas e se essa volatilidade não acabar? Como é que fica? Ah, mas ela acaba. Especulador não especula para sempre, não. De vez em quando eles dão uma arrefecida. Veja só, o Trump promoveu o acordo de paz entre Israel e Hamas. Isso atenua as coisas. Outra: no discurso, ele abrandou a pressão sobre a Rússia, o que também mexe com a gente (setor de petróleo). O que esperar do preço do petróleo com Trump no poder, então? Ele (Trump) vai estar o tempo todo gerindo os dois extremos da balança. Primeiro, a energia não pode ser cara, e o petróleo segue sendo a principal fonte deles. E, segundo, ele não pode desempregar o pessoal dessa indústria. Então vai equilibrar esses dois pratinhos, para que o petróleo seja o mais barato possível, desde que esse pessoal (indústria) sobreviva e siga produzindo. Vamos ter um preço equilibrado, entre US$ 70 e US$ 80? Não vou dizer números, mas vamos ter de entender que estávamos num momento de volatilidade alta e temos que saber onde é que isso vai se acomodar. Qual é o pior dos mundos? É o barril aumentar e eu correr para aumentar o preço do combustível. Depois, ele diminuir e eu reduzir os preços. E, aí, você sabe que para cima todo mundo reajusta, mas, para baixo, ninguém reajusta. No Brasil há o componente da inflação, com o combustível sendo primordial na equação. Você se sente pressionada? De jeito nenhum. Eu lia jornal como todo mundo, e quando vim para a Petrobras, achei que teria uma espada na cabeça. Eu não estou com uma espada na cabeça. Não posso falar da experiência alheia. Mas fui diretora-geral da ANP no governo Dilma. Tive, talvez, o período de maior independência numa agência reguladora. Duvido que outra agência, em outro tempo qualquer, tenha tido tanta independência quanto eu tinha. Acho que eu dou sorte. A senhora, então, acha que essa volatilidade uma hora vai passar? Já está acalmando. Não dava pra fazer nada, para ter ideia nenhuma antes do dia 20 (posse de Trump). Fico vendo os analistas. Um analista fala uma coisa, um segundo fala outra coisa, diferente do terceiro. Mas ninguém citou que no dia 20 o Trump iria tomar posse. Há rumores de que o conselho se reúne no dia 29 para discutir preços. Isso não é decidido por um trio da diretoria? Sim, sou eu, (o diretor de Logística e Comercialização, Claudio) Schlosser e (o diretor Financeiro, Fernando) Melgarejo que decidimos. Isso (rumores) é conversa fiada. Eles querem dizer: eldquo;Olha, o conselho disse que ela está vilipendiando a empresaerdquo;. Não é verdade. Por que há tanta diferença na leitura sobre preços da Petrobras e outras entidades, como Abicom e consultorias? Adoro bolsa de grife. Se eu for comprar uma aqui embaixo, ela vai ser, talvez, 5% do valor (da bolsa de grife). O vendedor vai perder dinheiro? Então, cada um tem seu nicho, seu volume de vendas, capacidade de negociação, e logística. A gente tem uma logística instalada e depreciada. O que esperar do volume de vendas de combustível em 2025? Quero que o Brasil cresça, então acho que as vendas vão ser maiores em 2025. A curva de vendas de diesel às distribuidoras acompanha muito pari passu (no mesmo ritmo) a curva de crescimento da economia. Se há crescimento, vende-se diesel. É quase instantâneo. A Petrobras vai continuar distribuindo dividendos extraordinários? Sabe aquelas revistinhas do Tio Patinhas do Walt Disney? A Petrobras não está interessada em fazer um armazém de dinheiro, não está interessada em ter uma sala de preocupação de dinheiro, não está interessada em empilhar dinheiro nem em tomar banho de dinheiro. Sobrou, a gente distribui. As regras estão postas. E se ultrapassar e tiver dividendos extraordinários será distribuído também. Garantida a financiabilidade do Plano Estratégico (2025-2029), o resto ninguém vai empilhar dinheiro. Já existe alguma luz no fim do túnel para a exploração da Margem Equatorial? A gente comprou essa área em 2013. Eu licitei essa área (quando era diretora-geral da ANP). A 11ª rodada de (licitação) foi espetacular. Esses blocos (da Margem Equatorial) tiveram, juntos, metade dos bônus de assinatura de toda a rodada, e teve aval do ministério. Mas o Ibama não tem essa sensibilidade... Essa parte eu não vou comentar. Quando se olha para 2030, a gente está dizendo assim: eu estou em ramp-up (escalada), continuando a desenvolver o pré-sal. Campo de Búzios vai ter 12 plataformas. Aí vai chegar lá na frente e eu estou produzindo 900 milhões de barris por ano. Minha reserva é 11 bilhões (de barris). O que vai acontecer em 2035? O País está querendo ser importador de novo? Essa é a pergunta que tem que ser feita. O pessoal topa perder 1,5 milhão de barris? Reduzir os impostos apurados pela metade? E não ter essa contribuição na balança comercial? O governo estaria esperando a COP-30, que será realizada no Brasil, passar? A gente emite 1% das emissões mundiais, e a energia é 24% desse 1%. E petróleo é uma parte desses 24%. Então é disso que estamos falando. O primeiro emissor do planeta são os Estados Unidos, que acabaram de sair do Acordo de Paris e vão perfurar. O segundo maior poluidor do planeta é a China. Já bem distante desses, tem a Europa. Estou lá na elsquo;rabeirinha da cruzersquo;. Os americanos estão no eldquo;drill, baby, drillerdquo; (perfure, bebê, perfure, em tradução livre). A China precisa de energia loucamente. A Índia está crescendo dizendo que vai comprar petróleo. Então, a minha Margem Equatorial que está desequilibrando essa balança?

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Nova diretora substituta assume na ANP, após atraso em indicações do governo

A superintendente de Desenvolvimento e Produção, Mariana Cavadinha, assumiu interinamente uma das cinco diretorias da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O cargo vinha sendo ocupado por Bruno Caselli, mas os diretores substitutos cumprem um prazo máximo de 180 dias, encerrado nesta sexta (24/1). Cavadinha assume a diretoria 4, que está sem um titular com mandato fixo desde a saída do diretor Cláudio Jorge de Souza, em dezembro de 2023. Desde então, Luiz Henrique Bispo, Patrícia Baran e Bruno Caselli exerceram a função. Com o fim do mandato de Rodolfo Saboia como diretor-geral da ANP, o governo indicou os nomes do advogado Artur Watt, consultor jurídico da Pré-sal Petróleo (PPSA) para a diretoria-geral e de Pietro Mendes endash; atual presidente do conselho da Petrobras e secretário Nacional de Petróleo do MME endash; como novo diretor. Patrícia Baran assumiu a diretoria-geral enquanto o Senado não avalia as indicações do governo. O presidente Lula (PT) enviou os nomes no fim de 2024, reta final do ano legislativo, e espera pela aprovação em fevereiro, após o retorno dos trabalhos no Congresso. Em meio à discussão sobre uma reforma ministerial, Lula enviou 14 indicações para as diretorias de agências reguladoras em dezembro de 2024. Sem acordo para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o governo recentemente publicou a lista dos diretores substitutos para a cadeira 5. A diretoria da Aneel foi alvo de fortes críticas do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), durante os apagões em São Paulo. Na época, Silveira chamou o quadro de eldquo;bolsonaristaerdquo;.

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