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Petrobras tenta retomar fábricas de fertilizantes arrendadas pela Unigel

A Petrobras quer reassumir as fábricas de fertilizantes nitrogenados de Laranjeiras (SE) e Camaçari (BA), arrendadas em 2020 pela Unigel, apurou o Valor. O movimento está em linha com a estratégia da estatal de retomar a produção desses insumos no país, depois de ter encerrado as operações em diferentes unidades consideradas deficitárias. Esbarra, contudo, nos interesses e em contratos firmados com a petroquímica, que investiu ao menos R$ 500 milhões para reativar as eldquo;Fafenserdquo;. Em reestruturação financeira, a Unigel iniciou uma arbitragem contra a Petrobras para rever os termos de um contrato de fornecimento de gás natural, usado como matéria-prima nas fábricas de fertilizantes. Na modalidade eldquo;take or payerdquo; (que prevê pagamento mínimo mesmo sem o consumo acordado), o contrato tem prazo de dez anos e está avaliado em US$ 1 bilhão. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Defasagem se mantém no preço dos combustíveis

Apesar do recuo recente do dólar nos últimos dias e do alívio nas cotações do petróleo tipo Brent na sexta-feira passada, os preços dos combustíveis da Petrobras no mercado doméstico continuam descolados da paridade de importação, de acordo com analistas ouvidos pelo Valor. A estatal não reajusta os preços da gasolina e do diesel desde o fim de 2023. Nos cálculos da StoneX, a gasolina da Petrobras está 19,8%, ou R$ 0,56 por litro, abaixo do preço de paridade de importação (PPI), e o diesel, 10,5%, ou R$ 0,37 por litro. eldquo;Considerando estritamente os números de defasagem, é bastante razoável esperar um movimento de alta de preços por parte da empresaerdquo;, diz o analista da consultoria, Thiago Vetter. eldquo;Neste início de julho os preços do complexo de energia estão em alta. Os contratos de diesel e gasolina na Nymex [bolsa de commodities de Nova York] têm aumentos de 7,1% e 5,5% respectivamente. Isso, somado a um câmbio que tem sofrido altas contínuas nos meses de junho e julho, impacta de forma muito substancial os preços de paridade de importação dos combustíveiserdquo;, disse Vetter. Para ler esta notícia, clique aqui.

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O que tem aumentado a conta de luz da dona Maria são exatamente as fontes renováveis

* Adriano Pires - Esta história de jabutis em Projetos de Leis que tramitam ou já tramitaram no Congresso Nacional, sempre acusados por eldquo;especialistaserdquo; que vão elevar a conta do consumidor, é no mínimo controversa. Os vilões, ou melhor, os jabutis, são sempre as térmicas a gás natural e carvão que iriam aumentar a conta dos consumidores, e os mocinhos, as fontes renováveis, que, ao contrário, reduziriam a conta de luz O curioso, e ao mesmo tempo surpreendente, é que o que tem aumentado a conta de luz dos consumidores, em especial os cativos, ou seja, da dona Maria e do seu José, são exatamente as fontes renováveis solar e a eólica. Como assim? Quando falamos do verdadeiro custo das renováveis para o sistema, é forte a presença de isenções fiscais e benefícios no segmento. O uso indiscriminado de mecanismos de incentivo ao investimento em renováveis acaba por criar uma percepção equivocada de que estas fontes representam uma alternativa mais barata do que realmente são. Assim, muitas vezes, os custos indiretos, uma espécie de custo invisível, associados à sua integração no Setor Elétrico Brasileiro (SEB), ficam mascarados por medidas como a redução da taxa de uso do sistema ou da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), a dedução do Imposto de Renda (IR) e outras, que levam a assimetrias no mercado. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), enquanto em 2018 os subsídios no setor somavam R$ 18,9 bilhões e representaram, em média, 5,5% da tarifa de consumidores residenciais, em 2023 este volume saltou para R$ 37,4 bilhões, representando em média 13,2% da tarifa residencial. Do total de 2023, cerca de R$ 17,2 bilhões foram referentes a subsídios a fontes renováveis. As propostas do Congresso para implantação de térmicas a gás natural visa eldquo;blindarerdquo; a sociedade como um todo de problemas de atendimento energético, e uma potencial eldquo;oneração excessivaerdquo;, decorrente destas situações, como em 2021 com a crise hídrica, pela qual os consumidores estão pagando até hoje. As soluções propostas estão em linha com o eldquo;mercado de capacidadeerdquo;, que é aceito no contexto internacional como a solução correta para este novo ambiente de transição energética com segurança. Se existissem térmicas a gás na base em operação desde 2020, teríamos uma situação muito mais equilibrada do que se passou em 2021 para o consumidor. O Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) teria sido bem mais reduzido junto com um despacho fora da ordem de mérito nulo, e atingiríamos um nível dos reservatórios bem mais confortável ao longo do caminho. O resultado seria uma redução líquida de custo para os agentes de mercado da ordem de R$ 23 bilhões. * Diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE)

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Texto da reforma inibe setor de serviços, diz FecomercioSP

Apesar de reconhecer avanços pontuais no relatório apresentado na semana passada pelo grupo de trabalho (GT) da Câmara para regulamentação da reforma tributária, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ainda não está totalmente satisfeita. A entidade atesta que a reforma eldquo;segue prejudicando o setor de serviçoserdquo;. eldquo;Dispositivos de transferência de crédito e de não cumulatividade causarão impactos negativos às empresas; alíquota zero para produtos de higiene feminina e ajustes parciais no elsquo;split paymentersquo; (mecanismo que separa automaticamente o valor do imposto) são positivoserdquo;, disse, em nota distribuída na sexta-feira. Na semana passada, a entidade encaminhou aos membros do GT nove propostas de ajustes. Dentre as sugestões, as principais propõem aprimoramentos do dispositivo que regula a não cumulatividade, que dispõe sobre as alíquotas de IBS/CBS, da lista de alimentos da cesta básica e da transferência de crédito da empresa do Simples Nacional. Nesse caso, a proposta da federação diz respeito ao dispositivo que limita a transferência de crédito do novo IBS/CBS por empresas optantes do regime, que, no cotidiano do País, são pequenas e médias (PMEs). eldquo;O texto não teve mudanças e, da maneira como está, limita essa operação apenas a valores correspondentes a tributos pagos. É um contrassenso tanto em relação ao que está na Constituição, que fala de tributos cobrados, quanto ao sistema atual, que permite a transferência integral de crédito de PIS/Cofins. A proposição da FecomercioSP é que o projeto seja alterado em plenário para permitir a transferência de crédito da CBS em um porcentual equivalente à alíquota aplicável, além de manter a regra atual sobre contribuições que serão extintas (PIS/Cofins)erdquo;, defende a instituição. ebull;

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Reforma tributária divide esferas de julgamento e gera preocupação

A reforma tributária em debate no Congresso Nacional cria dois tributos eldquo;gêmeoserdquo;: a CBS, de competência federal, e o IBS, gerido por Estados e municípios. Ambos são Impostos sobre Valor Agregado (IVAs) incidentes sobre o consumo de bens e serviços. Apesar dessa estrutura espelhada, as disputas entre os contribuintes e o Estado serão decididas por órgãos distintos endash; o que gera preocupação sobre decisões discrepantes. O temor apontado por especialistas é de que, para uma mesma estrutura de imposto, haja duas sentenças diferentes, ampliando a complexidade para o contribuinte. eldquo;A crítica é procedente. Sou o primeiro a dizer que, idealmente, no plano técnico endash; e o meu juízo é puramente técnico, quem decide politicamente tem as suas razões endash;, (a unificação das disputas tributárias) seria uma solução viável e muito boaerdquo;, afirma Manoel Procópio, diretor de Programa da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária (Sert) do Ministério da Fazenda. Pelo projeto de lei complementar enviado pelo Executivo ao Congresso, Estados e municípios terão uma estrutura própria de contencioso administrativo, que ficará no âmbito do Comitê Gestor, órgão responsável pelas decisões referentes ao IBS. Já o governo federal manterá as análises nas delegacias de julgamento e no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), como ocorre atualmente. Unificar esses atos exigiria um alinhamento entre Receita Federal e entes federados. eldquo;Se for um contencioso único, a gente entende que não há outra forma que não seja via Comitê Gestorerdquo;, afirma Rodrigo Spada, presidente da Associação Nacional de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite). eldquo;Ele é o único órgão constitucionalmente previsto para fazer o julgamento do IBS e da CBS, ao contrário do Carferdquo;, afirma. DEFESA. Na visão de Spada, os dois contenciosos estão adequados à realidade do IVA dual, que têm suas competências divididas. Por esse motivo, ele defende a manutenção desse trecho da lei. eldquo;Foi a escolha política do legislador ainda durante a elaboração da PEC (a Proposta de Emenda à Constituição, promulgada no fim de 2023).erdquo; Mesmo avaliando que a solução não foi tecnicamente a ideal, Procópio, da Fazenda, pondera que a existência de dois órgãos julgadores já significará um avanço em relação ao cenário atual. eldquo;Hoje, o contencioso administrativo de Belo Horizonte não tem nada a ver com o de Sete Lagoas, que não tem relação com o de Uberaba ou o de Juiz de Fora. Isso dando o exemplo apenas de Minas Gerais, mas o mesmo vale para todo o Paíserdquo;, diz o diretor da Sert, que atua como auditor fiscal há 30 anos. eldquo;Pela primeira vez, Estados e municípios terão legislação e estrutura únicas de julgamento. É um avanço absurdoerdquo;, afirma. ebull;

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Reforma Tributária: com Imposto Seletivo, tributos sobre carros elétricos podem chegar a 34%

Com a Reforma Tributária, a carga de impostos sobre boa parte dos produtos industriais deve cair a 26,5% (alíquota padrão estimada pelo governo), mas em relação aos automóveis ainda há dúvidas. A cobrança do chamado Imposto Seletivo (tributo usado para reduzir o consumo de itens nocivos à saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas, e ao meio ambiente) sobre veículos, e agora incluindo os elétricos, terá impacto no total de tributos cobrados e no preço dos carros. A expectativa das montadoras é que os carros a combustão fiquem fora da cobrança, assim como os elétrcios, já que isso contrária a lógica de descarbonização. Especialistas estimam que a carga tributária sobre os elétricos se mantenha em 30% ou possa até subir para 34%. Mas as montadoras pedem ao governo a antecipação do imposto de 35% sobre veículos elétricos importados (o que aconteceria apenas em 2026) e isso também pode pesar no total de impostos. emdash; Se a cobrança do Imposto Seletivo for efetivada sobre os elétricos, a carga tributária e o preço sobem, e o consumidor será penalizado porque vai ter de pagar mais caro por novas tecnologias, que atualmente já são acessíveis por valores menores emdash; diz Antonio Jorge Martins, coordenador de cursos automotivos da Fundação Getulio Vargas. Para o especialista em mercado automotivo, Milad Kalume, os impostos atualmente incidem em cascata na cadeia de produção dos automóveis. Há compensação de créditos pelas empresas e, no preço final do veículo, não se sabe exatamente quanto do valor corresponde ao imposto. Entre os carros mais vendidos no Brasil, no mês passado, os brasileiros compraram o VW Polo (a combustão) e o híbrido Toyota Corola Cross, ambos fabricados no país. No caso do Polo Track, o veículo de entrada da montadora que custa R$ 87.990, o valor do imposto equivaleria a quase 25% do preço, cerca de R$ 21,9 mil, segundo alíquotas divulgadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Cobrança antecipada Entre os importados, o Ford Territory a combustão e o elétrico Dolphin, da chinesa BYD, lideraram as preferências. No caso dos elétricos, em média, a carga de impostos chega a 30%. De acordo com a Anfavea, a carga atual dos automóveis a combustão é formada pelo IPI, PIS/Cofins e ICMS e varia de 24,7% a 32,3%, dependendo da potência do motor. Para os elétricos, segundo analistas de mercado, a média fica em 30%. Também há incidência de IPI, PIS/Cofins, ICMS e, em julho, o Imposto de Importação passou de 10% para 18% emdash; e sobe até 35% a partir de julho de 2026. A Anfavea pede ao governo a antecipação dos 35% para este ano alegando que as importações têm crescido (alta de 11% no semestre), o que afeta a produção nacional. Já as exportações estão em queda de mais de 28% este ano. A antecipação da aplicação da alíquota é para proteger os investimentos da indústria nacional estimados em R$ 130 bilhões até 2030, diz a Anfavea. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) ainda não tem o cálculo de como ficarão os impostos sobre estes veículos após a Reforma Tributária entrar em vigor, considerando a antecipação do Imposto de Importação e cobrança de Imposto Seletivo. No mercado, estima-se que a carga tributária para os veículos elétricos fique entre os atuais 30% e pode subir até 34%, dependendo da alíquota do Seletivo. Fim do imposto em cascata Para o professor Antônio Jorge Martins, da FGV, a dúvida sobre a carga tributária dos veículos, após a reforma, também inclui a possibilidade de a alíquota de 35% para elétricos importados. Para ele, é uma sinalização ruim.

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