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CMA vai debater exploração de petróleo na foz do rio Amazonas

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) realiza nesta quinta-feira (11), às 9h, audiência pública para debater as potencialidades econômicas das reservas de petróleo e gás na chamada margem equatorial brasileira, e sobre os desafios para a garantia de condições ambientais seguras para a exploração desses recursos. A iniciativa do debate é de senador Beto Faro (PT-PA). A chamada margem equatorial abrange uma área com mais de 2,2 mil quilômetros de litoral que vai do Rio Grande do Norte ao Oiapoque, no Amapá. A área tem sido objeto de controvérsias, tendo em vista a intenção do Brasil em explorar as prováveis reservas volumosas de petróleo da região. Alega-se que tal atividade poderá resultar em prováveis tragédias ambientais, o que afetaria diretamente o território amazônico. Por outro lado, os mais de 11 bilhões de barris em reservas provadas em regiões das Guianas e Suriname alimentam as avaliações promissoras da margem equatorial, ressalta o requerimento da audiência pública (REQ 65/2023 - CMA). Beto Faro destaca ainda que a exploração da margem equatorial é a principal aposta da Petrobras após o sucesso da exploração do pré-sal, nos planos tecnológico, econômico e ambiental. Ainda que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) tenha negado, por inconsistências na documentação, o pedido da Petrobras de licença ambiental para perfurar o poço pioneiro Morpho, localizado a 175 km da costa, a autarquia não descarta essa possibilidade, caso observadas plenamente as exigências ambientais, ressalta o senador. eldquo;Assim, havendo conformidade a padrões rígidos de proteção ambiental, na pesquisa e na eventual exploração e, considerando o cenário no qual não se vislumbra uma base técnica da economia capaz de romper, no curto/médio prazos, com a sua dependência sistêmica aos combustíveis fósseis, seria razoável para um país com as carências do Brasil abrir mão da exploração dessa riqueza que a natureza parece nos oferecer? Enfim, trata-se de um debate imprescindível para a tomada de decisão sobre o tema pelo governo brasileiro. Trazer esse debate para uma audiência pública desta comissão poderá ser de utilidade nesse processoerdquo;, conclui Beto Faro. Participantes O debate contará com a participação, já confirmada, da gerente-geral de Licenciamento e Meio Ambiente da Petrobras, Daniele Lomba Zaneti Puelker; do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar; do coordenador-geral de Licenciamento de Empreendimentos Marinhos e Costeiros do Ibama, Itagyba Alvarenga Neto; do diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Falcão Mendes; do secretário de Planejamento do Amapá, Lucas Abrahão Rosa Cezário de Almeida; e do secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro Ó de Almeida. A comissão ainda aguarda a confirmação do representante da Casa Civil da Presidência da República.

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Petróleo fecha em queda, após Israel reduzir número de tropas no sul de Gaza

Os preços do petróleo recuaram nesta segunda-feira, 8, com as tensões no Oriente Médio mais moderadas após as notícias de que Israel diminuiu suas tropas terrestres no sul da Faixa de Gaza. O movimento acontece depois de uma forte ascensão no preço dos barris de petróleo na semana passada. O WTI para maio fechou em queda de 0,55% (US$ 0,48), a US$ 86,43 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para junho caiu 0,87% (US$ 0,79), a US$ 90,38 o barril, na Intercontinental Exchange. eldquo;O petróleo cai à medida que Israel diminui as tropas terrestres no sul de Gaza, embora o Hamas diga que o acordo de trégua permanece num impasseerdquo;, comentou a Spartan Capital em relatório. Recentemente, os EUA redobraram sua pressão para que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não dê sequência em seu plano de uma incursão terrestre na região de Rafah, no sul de Gaza. A pressão norte-americana para mais ajuda humanitária e para que Israel garanta a proteção de civis de Gaza pode estar surtindo algum efeito, embora Netanyahu tenha comentado nesta segunda que já marcou uma data para a invasão israelense a Rafah. Israel também chegou a atacar nos últimos dias outros alvos entre inimigos, como do grupo libanês Hezbollah. Ao mesmo tempo, há diálogos por uma potencial trégua em Gaza em andamento. Sem reviravoltas no cenário geopolítico, os contratos encontraram espaço para algum ajuste, depois dos ganhos recentes. Apesar da queda nos preços nesta segunda, Louis Navellier, da gestora Navellier, destaca a probabilidade de novas altas do petróleo, com os preços, inclusive, superando os US$ 100 por barril. Também nesta segunda, analistas do Morgan Stanley aumentam sua previsão para o Brent no terceiro trimestre de US$ 90 para US$ 94, citando o risco geopolítico que adiciona US$ 4 à estimativa. (Estadão Conteúdo)

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Defasagem da gasolina chega a 18%, em meio à disputa pelo comando da Petrobras

Em meio à polêmica da troca de comando na Petrobras, a estatal terá de lidar com a pressão sobre os preços dos combustíveis. A defasagem da gasolina no Brasil em relação ao praticado no mercado internacional chegou a 18% nesta segunda-feira, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). No caso do diesel, a disparidade está em 13%. A defasagem reflete a escalada do preço da commodity, especialmente a partir da segunda quinzena de março. O preço do barril do petróleo Brent, referência no mercado internacional, ultrapassou a barreira dos US$ 90 na semana passada, chegando ao mais alto patamar desde outubro de 2023. Na manhã desta segunda-feira, ele recuava 0,76% por volta de 9h, mas ainda estava acima de US$ 90. Projeções do JPMorgan indicam que o barril poderá alcançar a marca de US$ 100 até agosto ou setembro. A disparada no preço deve pressionar a Petrobras por reajustes, num momento em que a companhia está no alvo de disputa entre diferentes alas do governo e o futuro de seu presidente, Jean Paul Prates, é incerto. No fim de semana, era esperado um encontro entre o presidente Lula e alguns de seus ministros, entre eles Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) para tratar da polêmica envolvendo a Petrobras. Mas a reunião não aconteceu. É possível que seja feita nesta segunda-feira. O salto do preço do petróleo na semana passada é atribuído a tensões militares entre Israel e o Irã. Mas especialistas dizem que há outros fatores que impulsionam os preços da commodity para cima. O México reduziu suas exportações de petróleo, contribuindo para a redução da oferta global do produto. Sanções americanas à Rússia - devido à guerra na Ucrânia - também contibuem para diminuição da disponibilidade da commodity, e ataques dos rebeldes houthis a petroleiros no Mar Vermelho vêm atrasando os embarques de petróleo. Mesmo diante desse cenário, os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados mantêm o corte de produção de 2,2 milhões de barris por dia. No início de março, eles renovaram o compromisso com a redução da oferta para todo o período do segundo trimestre.

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StoneX: Importações de diesel A desaceleram em março

De acordo com os dados divulgados pelo MDIC, o volume de diesel A importado pelo Brasil em março/24 foi de 1,25 milhão de m³, marcando redução de 26,4% frente ao observado em março/23. No acumulado anual, as internalizações totalizaram 3,18 milhões de m³, operando em uma baixa de 9% frente ao mesmo período de 2023. Apesar de iniciar o ano de maneira aquecida endash; com as importações do combustível alcançando 1,06 milhão de m³, uma alta de 41,5% frente ao observado no início de 2023 endash; nos últimos dois meses o mercado brasileiro vem sendo marcado por uma diminuição das compras externas do diesel puro. Tal situação ocorre em meio a uma produção forte de diesel pelas refinarias no primeiro bimestre do ano endash; acumulando avanços de 9,7% frente ao mesmo período do ano passado, totalizando 7,66 milhões de m³ endash;, como também a mudança da mistura do biodiesel no diesel comercializado nos postos de combustíveis, do B12 ao B14, a partir de março/24, que contribuiu para uma redução do consumo de diesel puro e, por consequência, das internalizações do produto. Conforme projeções da StoneX, ao longo de 2024, as importações brasileiras de diesel devem alcançar 14,1 milhões de m³, marcando queda de 2,8% frente ao observado em 2023, em meio a um cenário de expansão da oferta doméstica e diminuição da mistura de diesel A no diesel B comercializado. Rússia mantém participação majoritária nas importações A Rússia se manteve como principal fornecedora ao Brasil, respondendo por 57,66% do total. Ainda assim, a participação do diesel russo operou pelo terceiro mês seguido em queda, após atingir seu pico em dezembro/23 (86,6%), com outros vendedores endash; como Emirados Árabes Unidos (EAU) e Kuwait endash; passando a se destacar nessa frente e tomando parte do share da Rússia e dos EUA. Inclusive, conforme dados divulgados pelo MDIC, os EUA vêm perdendo de maneira significativa a sua participação nas compras brasileiras. Enquanto, no primeiro trimestre de 2023 (1T23), os americanos foram responsáveis por um terço das vendas de diesel ao Brasil, no mesmo período de 2024 (1T24), o indicador operou próximo a 10%, conforme a dificuldade dos EUA de manter as exportações de diesel no mesmo patamar do ano passado endash; em meio a redução produtiva das refinarias causada pela passagem de ondas frias em alguns estados norte-americanos, no início do ano endash; como também um maior direcionamento dos volumes exportados à União Europeia (UE). Nesse sentido, a Rússia acabou adquirindo share mais expressivo do mercado, indo de 13,1% no 1T23 para 65,2% no 1T24, garantido principalmente pela atratividade financeira do produto ofertado por Moscou frente as outras referências internacionais, como reflexo da busca pela Rússia por novos compradores após o início das sanções aos derivados russos pela UE, em fevereiro/23. Importações de gasolina recuam Assim como o diesel, as importações de gasolina também apresentaram uma queda, considerando o acumulado do primeiro trimestre de 2024. De acordo com o MDIC, entre janeiro e março, as compras externas de gasolina ficaram em 894,5 mil m³ - volume 20,3% abaixo no comparativo com o primeiro trimestre de 2023 (1.122 mil m³). Assim, apesar de iniciar o ano em alta (com as importações em janeiro atingindo 432 mil m³ - 129% acima de jan/23), o indicador mostrou um recuo nos meses seguintes, evidenciando a menor demanda brasileira pelo combustível no mercado internacional. Essa queda das importações pode refletir alguns fatores. Entre eles, destacase a menor demanda doméstica pelo derivado no primeiro trimestre frente a maior competitividade do etanol hidratado. De acordo com a ANP, as vendas da gasolina C ficaram em 6,9 milhões de m³ nos primeiros dois meses do ano endash; uma queda de 7,6% no comparativo com o mesmo período em 2023. A demanda por etanol hidratado, por sua vez, situou-se em 3,4 milhões de m³ entre janeiro e fevereiro endash; volume quase 59% maior do que no ano passado. Entende-se, portanto, que a paridade mais competitiva para o biocombustível (abaixo de 70%) nas principais praças demandantes de combustíveis leves no período considerado afetou a demanda pela gasolina, cenário que deve se estende nos próximos meses. Conforme projeções da StoneX, ao longo de 2024, esse cenário de menor competitividade do fóssil deve permitir uma contração de 4% no consumo da gasolina C ao longo de 2024. Além de uma demanda menos aquecido do mercado interno, vale destacar a forte produção das refinarias nacionais, com a oferta acumulada de gasolina A entre janeiro e fevereiro expandindo 6,3% no comparativo com 2023 (4,69 milhões de m³) e devendo se manter elevada nos próximos meses. Por fim, também é importante assinalar a maior defasagem dos preços internacionais para aquele praticado pela Petrobras desde meados de fevereiro, que também torna menos atrativa a importação de gasolina. As exportações, entretanto, avançam Balança comercial de gasolina no primeiro trimestre Mercado de Energia Importações anuais acumuladas endash; milhões m³ Para a gasolina, também se destaca o forte aumento das exportações nos primeiros meses de 2024, com o indicador acumulado entre janeiro e março ficando em 395 mil m³ endash; contrastando com o número registrado nesse mesmo período em 2023 (6,6 mil m³). Esse resultado no primeiro trimestre estende o movimento que se observa desde o final de 2023, com a menor demanda no mercado interno favorecendo ainda mais a exportação do combustível. Entre os principais destinos, destacam-se os Estados Unidos (78%), China (12%) e Chile (7%). No entanto, vale ressaltar que o avanço das exportações nos últimos meses não implica na autossuficiência do país em gasolina, com o Brasil ainda dependente do mercado externo para atender a demanda doméstica, e as importações representando cerca de 14% da oferta do combustível em 2023. (StoneX)

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ANP lança curso para frentistas sobre testes realizados nos combustíveis

A ANP lançou, em 4/4, um curso destinado a frentistas de postos de combustíveis, em parceria com entidades representativas desses trabalhadores e dos donos de postos. O lançamento ocorreu no Escritório Central da ANP, no Rio de Janeiro. No evento, o Diretor da ANP Fernando Moura destacou a importância do trabalho em parceria entre órgão regulador e agentes regulados. eldquo;A regulação a várias mãos é a mais acertada. Entendendo o que acontece de fato com o mercado, quais são os desafios, conseguimos internalizar isso para fazer uma regulação mais próxima da realidade possível. Só trabalhando em conjunto teremos um mercado mais seguro tanto para os trabalhadores quanto para o consumidor. Por isso, a área de fiscalização da ANP realiza esse trabalho educativoerdquo;, afirmou. O objetivo do curso é capacitar e auxiliar no aperfeiçoamento dos frentistas com relação à realização dos testes de qualidade e quantidade dos combustíveis. Além de servirem para os postos acompanharem a conformidade dos produtos vendidos, esses testes também podem ser exigidos pelos consumidores ao abastecerem. O treinamento é realizado em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro (Sindcomb); o Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ); a Federação Nacional dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo (Fenepospetro); e o Sindicado da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios (Sindirepa). O curso será ministrado por meio de vídeos, nos quais servidores da ANP demonstram como fazer esses testes e aferições. Os vídeos serão disponibilizados nos sites do Sindcomb e do Sinpospetro-RJ. Após terminarem o curso, os frentistas poderão emitir um certificado de conclusão.

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Além dos dividendos, Prates e Silveira duelam por ´combustível do futuro´

Em processo de fritura na Petrobras, Jean Paul Prates incomodou recentemente integrantes poderosos do governo, incluindo seu algoz, Alexandre Silveira, por causa da tramitação do projeto de lei do Combustível do Futuro no Senado (na Câmara, ele já foi aprovado). Prates quer inserir o Diesel R, um produto exclusivo da estatal no projeto, que trata dos percentuais máximos de biodiesel e etanol que podem ser misturados à gasolina e de iniciativas para estimular o uso de combustíveis de baixo carbono no país. Silveira era contra a inclusão do produto no texto. Prates, no entanto, articulou à revelia do ministro para que a relatoria do projeto fosse entregue ao senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), seu aliado e presidente da Frente Parlamentar de Recursos Naturais e Energia, fundada por Prates.

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