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Silveira pede paz e acena a Prates após fritura do presidente da Petrobras

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (9) ter carinho, respeito e admiração pelo presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, após ter reconhecido à Folha haver um conflito "salutar" entre a atuação dos dois. Desde o início da crise, a empresa oscilou bilhões de reais em valor de mercado, aumentando a insegurança dos investidores. O ministro afirmou que a possibilidade de Prates deixar seu cargo é especulação, e pediu que a estatal tenha paz para crescer. "Que a Petrobras tenha um pouco de paz para continuar ganhando valor de mercado, aumentando seu potencial para poder gerar emprego renda", afirmou. A saída de Prates do comando da Petrobras é ventilada há meses, mas foi intensificada principalmente após entrevista de Silveira à Folha. O titular da pasta reconheceu haver conflito entre seu papel e o do presidente da Petrobras emdash;embora tenha acrescentado que vê a divergência como salutar, não pessoalemdash;, disse não abrir mão de sua autoridade nas discussões, evitou avaliar o trabalho do presidente da empresa e culpou o executivo pelo ruído no caso dos dividendos. "Fiz minha manifestação espontânea sobre minhas posições", disse nesta terça, sobre a entrevista à Folha. "De lá para cá, foram todas especulações. Cargo de presidente da Petrobras é do [guarda-chuva] presidente da República. Tenho o mais profundo respeito e e admiração pelo trabalho que desenvolveu como parlamentar o Jean Paul [Prates], profundo carinho e respeito pelo ser humano que ele é", concluiu. Os dois foram colegas no Senado. A declaração aconteceu após evento no qual o presidente Lula (PT) assinou uma medida provisória para antecipar recursos da privatização da Eletrobras com objetivo de reduzir a conta de luz. A medida também atendeu, de última hora, alterações pedidas pelo Congresso para manter os investimentos de fundos regionais, mas manter a proteção ao Amapá, estado que seria mais atingido pelo reajuste da tarifa. A iniciativa, porém, ainda pode levar o consumidor a arcar com custo ainda maior no futuro. Após as declarações de Silveira à Folha, a coluna Mônica Bergamo noticiou que Prates pediu audiência com Lula para conversar sobre o bombardeio disparado contra ele. O presidente da estatal, que já não estava com a melhor imagem dentro do governo, ficou ainda mais desgastado com o movimento. Segundo aliados, Lula já teria demonstrado incômodo com Prates em ao menos um episódio anterior e mencionado em conversas no mês passado uma potencial troca de Prates por Mercadante. O presidente teria ficado contrariado com tuítes disparados por Prates na rede social X (antigo Twitter), em meados de março, declarando que a orientação para reter os dividendos extraordinários da Petrobras partiu do governo Lula emdash;o que aumentou a polêmica em torno dos dividendos.

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Sob pressão, presidente da Petrobras dá última cartada para exploração no Amazonas

Sob pressão pelo cargo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, tenta convencer a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) a interferir junto ao Ibama pela liberação da licença ambiental de um bloco no litoral do Amapá, na foz do rio Amazonas. A petroleira decidiu deslocar a sonda de perfuração a ser utilizada na área para o Sudeste endash;provavelmente São Pauloendash; para evitar que os gastos diários com o aluguel do equipamento sejam em vão. O custo diário é de R$ 1 milhão, segundo pessoas que participam das discussões no governo. Segundo os relatos, não será possível retornar com a sonda para o bloco no Amapá, caso a licença ambiental seja aprovada posteriormente. Marina Silva foi cobrada por Prates sobre esse impasse no fim de março. A conversa ocorreu durante o almoço oferecido pelo governo ao presidente da França, Emmanuel Macron. A ministra se mostrou solícita, mas, segundo assessores do Planalto, sua inércia é avaliada como um engajamento contra a exploração de petróleo na região amazônica. No almoço, Prates reclamou ainda que o Ibama insiste em exigir um amplo estudo prévio, conhecido AAAS (Avaliação Ambiental de Área Sedimentar) para a concessão da licença. No entanto, esse bloco já tinha sido concedido antes de passar para a Petrobras. Ou seja: essa exigência já tinha sido superada. Nesta terça (9), a Petrobras informou que encontrou uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas na bacia Potiguar, na margem equatorial brasileira. Como noticiou a Folha, é a segunda descoberta feita em 2024 na região, o que serve de argumento para Prates nesse embate. IBAMA TEM AUTONOMIA, DIZ MEIO AMBIENTE Consultado, o ministério de Meio Ambiente disse que a AAAS é um instrumento de análise estratégica, necessário para a região, mas que os resultados não incidem sobre blocos já outorgados. "A área em questão seguiu rito normal de licenciamento, que não exige AAAS", disse a pasta. "O processo de licenciamento ambiental em curso é competência do Ibama, que atua de forma independente." Em janeiro, o Ibama se manifestou em um relatório. Nele, afirmou que os licenciamentos para produção de óleo e gás se dão quando a descoberta já é uma realidade, sendo muitas vezes tratados como e#39;fato consumadoe#39;, no que tange à percepção da sociedade civil sobre a possibilidade de instalação da indústria do petróleo.

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Petrobras anuncia segunda descoberta de petróleo na margem equatorial

A Petrobras informou nesta terça-feira (9) que encontrou uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas na bacia Potiguar, na margem equatorial brasileira. É a segunda descoberta feita em 2024 na região, alvo de embate entre as áreas energética e ambiental do governo. Foi a primeira vez que a estatal encontrou na região reservatórios semelhantes aos das descobertas gigantes da Guiana e do Suriname, o que deve reforçar a pressão pela liberação de licenças ambientais na área. Batizado de Anhangá, o poço responsável pela segunda descoberta foi perfurado perto da divisa entre o Rio Grande do Norte e o Ceará, a 190 quilômetros de Fortaleza. Fica a 24 quilômetros da primeira descoberta, chamada Pitu Oeste. A descoberta é inédita na região por ter sido feita em um tipo de reservatório chamado turbidítico. "É isso que estamos esperando na margem equatorial", disse o geólogo Pedro Zalán, que fez carreira na estatal. Para ele, o resultado reforça indícios de que reservas gigantes como as dos países vizinhos podem ser encontradas em bacias como Barreirinhas e Foz do Amazonas, para as quais a Petrobras já ouviu negativas do Ibama (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis). A estatal ressaltou em nota que as descobertas ainda demandam avaliações para a comprovação de sua viabilidade econômica. E voltou a defender a busca por petróleo na região, alvo de críticas também de organizações ambientalistas diante dos compromissos de redução do uso de combustíveis fósseis. "As atividades exploratórias na margem equatorial representam mais um passo no compromisso da Petrobras em buscar a reposição de reservas e o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias que assegurem o atendimento à demanda global de energia durante a transição energética", disse. No texto, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que a empresa possui um histórico de quase 3.000 poços perfurados em águas profundas ou ultraprofundas, sem impacto ao meio ambiente, o que a habilita "a abrir novas fronteiras e lidar com total segurança suas operações na margem equatorial". A licença ambiental para os dois poços na bacia Potiguar foi emitida pelo Ibama no fim de 2023, levando a Petrobras a rever seu planejamento e enviar para a região a sonda de perfuração que seria usada no bloco 59 da bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Amapá. A empresa, porém, mantém a esperança de rever a posição do Ibama com relação a esse bloco, considerado pelo setor de petróleo um teste importante para avaliar se o Brasil tem potencial para encontrar na região reservas gigantes como as encontradas em países vizinhos. "O sucesso exploratório na Guiana e no Suriname corroboram a importância de a Petrobras continuar sua campanha nas bacias da margem equatorial brasileira, conforme previsto no seu Plano Estratégico 2024-2028", afirmou a Petrobras no comunicado divulgado nesta terça. O plano prevê US$ 3,1 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões) para a exploração da margem equatorial, com a previsão de 16 poços na região. O texto distribuído pela empresa reforça o argumento de que o Brasil precisa de novas reservas para não se tornar importador de petróleo. "Daí a importância da diversificação energética, garantindo tanto a oferta de petróleo, como também investimentos em novas energias de baixo carbono", diz. A descoberta é anunciada em meio à fritura do presidente da estatal, Jean Paul Prates, que vive um embate com os ministérios de Minas e Energia e da Casa Civil. Na semana passada, rumores sobre sua demissão ganharam força após entrevista do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à Folha. Embora tenha sondado o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante para presidir a estatal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.

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Programa de Mobilidade Verde tem 23 empresas habilitadas; veja quais são

O governo federal publicou nesta terça (9/4) a habilitação de 23 empresas do setor automotivo no programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover). Outros 18 pedidos permanecem em análise técnica pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). No final de março, o MDIC assinou a portaria com regras para a indústria usufruir dos cerca de R$ 19,5 bilhões em incentivos à eficiência e descarbonização. Estimativas preliminares da Anfavea (associação da indústria automotiva) apontam que o setor vai investir em torno de R$ 60-70 bilhões em pesquisa e desenvolvimento pelos próximos cinco anos para cumprir as exigências do Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação). Podem se habilitar no programa empresas que produzam ou tenham projeto de desenvolvimento no Brasil. A maioria das autorizações iniciais são para fabricantes de veículos e autopeças que já produzem no país. Habilitadas De acordo com o MDIC, as empresas já habilitadas são: Toyota, Horse, Renault, Peugeot-Citroen, Volks, Sodecia, GM, Mercedes-Benz, Nissan, Honda, Weg Drive eamp; Controls, Marcopolo, FCA Fiat Chrysler, Weg equipamentos elétricos, FTP, Eaton, On-Highway, Volks Truck eamp; Bus, Bosch, Faurecia, FMM, Schulz e Ford (centro de pesquisa). Das que permanecem sob análise, 11 são para projetos de desenvolvimento, incluindo novas plantas, novos modelos e relocalização de fábricas; e três são para serviços de pesquisa de empresas que não fazem carros nem componentes, mas têm centros de Peamp;D e laboratórios no país. As outras quatro são empresas com fábricas já em funcionamento. Uma vez habilitadas, as empresas podem apresentar seus projetos e requisitar os créditos proporcionais aos investimentos endash; que variam de R$ 0,50 a R$ 3,20 por real investido acima de um patamar mínimo. Quanto maior o conteúdo nacional de inovação presente nas etapas produtivas, maior o crédito. A busca por mercados externos também resulta em incentivos adicionais. Caso não realize os investimentos previstos, a empresa é desabilitada e tem de devolver os recursos recebidos. Aguardando o Congresso Embora já esteja valendo, o Mover ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional. Editada no final de 2023, a Medida Provisória que criou o programa foi prorrogada por mais 60 dias endash; até 31 de maio. O próprio governo entendeu que a MP não era o caminho adequado e enviou, no fim de março, um projeto de lei (PL 914/2024 ) endash; com texto idêntico ao da MP endash; em regime de urgência, para apreciação da Câmara de Deputados até a primeira semana de maio.

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Etanol registra aumento de preço na primeira semana de abril

Na primeira semana de abril, o preço médio do etanol registrou um aumento de R 0,09 nos postos, para R 3,75/litro emdash; o equivalente a um incremento de 2,3% em relação ao preço médio da última semana de março (R 3,66/litro). O dado é do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, desenvolvido em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe). A tendência de alta nos preços do etanol nos postos foi bastante abrangente em termos geográficos. Entre as unidades da Federação, os maiores avanços em temos percentuais ocorreram: no Rio Grande do Norte (+15%), Distrito Federal (+9,7%), Goiás (+3,8%), Minas Gerais (+3,1%), Alagoas (+2,5%), São Paulo (+2,3%) e Mato Grosso do Sul (+2,3%). Comparativamente, no caso das capitais, os destaques foram Natal (+13,7%), Brasília (+9,7%), Cuiabá (+3,3%), Belo Horizonte (+3,0%), Campo Grande (+3,0%), Aracaju (+2,6%) e Maceió (+2,5%). Entre os possíveis fatores que colaboram para explicar a tendência recente de valorização do etanol nos postos, incluem-se a manutenção da demanda aquecida e o período de safra de cana-de-açúcar, que ainda não teve início em grande parte das usinas sediadas na região Centro-Sul. Ainda de acordo com o levantamento semanal, os preços médios da gasolina comum (R 5,85/litro) e do diesel S-10 (R 6,01/litro) registraram variações discretas no período (de R 0,02 e R 0,01/litro, respectivamente). Segundo informações publicadas pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis Abicom), na segunda-feira, 8, o preço da gasolina comercializada nos principais polos estava 18% (ou R 0,61/litro) abaixo das cotações do PPI (Preço de Paridade Internacional), o que representa uma diferença de R 0,61 por litro. No caso do óleo diesel, a Abicom indica uma defasagem média comparativamente menor, de 13%, o que corresponde a uma diferença média de R 0,52/litro nos preços praticados no Brasil e no mercado internacional.

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Preços do petróleo caem com atenção voltada para negociações de cessar-fogo em Gaza

Os preços do petróleo fecharam em queda pelo segundo dia consecutivo nesta terça-feira, enquanto as negociações para um cessar-fogo em Gaza continuavam, embora as perdas tenham sido limitadas a cerca de um dólar por barril, já que mediadores do Egito e Catar encontraram resistência em sua busca por uma solução para encerrar a guerra. As negociações no Cairo, que também contaram com a presença de William Burns, diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, não conseguiram até agora alcançar progresso. O Hamas disse que a proposta de Israel para cessar-fogo não atendeu a nenhuma das demandas das facções militantes palestinas, mas que estudaria mais a oferta e entregaria sua resposta aos mediadores. Os futuros do Brent fecharam em queda de 0,96 dólar, ou 1,1%, a 89,42 dólares o barril, enquanto os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA encerraram em queda de 1,20 dólar, ou 1,4% a 85,23 dólares. Na segunda-feira, o Brent registrou sua primeira queda em cinco sessões e o WTI a primeira em sete, à medida que uma nova rodada de negociações para um cessar-fogo entre Israel e o Hamas no Cairo levantava esperanças de um avanço. "Sem um fim para o conflito, há um risco elevado de que outros países, especialmente o Irã, terceiro maior produtor da Opep, possam ser arrastados para a guerra", disse Fiona Cincotta, analista sênior de mercado financeiro do City Index. (Reuters)

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