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Petróleo atinge mínima em um mês com esperança de um cessar-fogo em Gaza

Os preços do petróleo caíram mais de US$ 2 nesta sexta-feira, atingindo seu nível mais baixo desde meados de junho, com os investidores de olho em um possível cessar-fogo em Gaza, enquanto um dólar fortalecido fez com que os valores caíssem ainda mais. Os preços do petróleo bruto Brent caíram 2,9% para 82,63 dólares por barril. Os futuros do petróleo bruto U.S. West Texas Intermediate caíram 3,3% para 80,13 dólares. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que um cessar-fogo há muito procurado entre Israel e o grupo militante palestino Hamas está à vista. eldquo;Acredito que estamos dentro da linha de 10 jardas e nos dirigindo em direção à linha do gol para chegar a um acordo que produza um cessar-fogo, leve os reféns para casa e nos coloque em um caminho melhor para tentar construir uma paz e estabilidade duradouraserdquo;, disse Blinken, usando uma analogia com o futebol americano. A guerra em Gaza fez com que os investidores incluíssem um prêmio de risco ao negociar petróleo, já que as tensões ameaçam os suprimentos globais. Se houver um cessar-fogo, os rebeldes houthi, apoiados pelo Irã, poderão aliviar seus ataques a embarcações comerciais no Mar Vermelho, já que o grupo declarou os ataques em apoio ao Hamas. eldquo;A geopolítica está começando a se acalmar um pouco, de modo que isso deve funcionar a nosso favor, após a notícia desse cessar-fogoerdquo;, disse Tim Snyder, economista-chefe da Matador Economics. A mais alta corte da Organização das Nações Unidas afirmou que a ocupação israelense dos territórios palestinos e seus assentamentos são ilegais e isso deve acabar o mais rápido possível, aumentando ainda mais as esperanças de um fim para o conflito. O índice do dólar dos EUA subiu após dados mais fortes do que o esperado sobre o mercado de trabalho e a indústria dos EUA nesta semana, pressionando os preços do petróleo, disse Phil Flynn, analista do Price Futures Group. Uma moeda norte-americana mais forte diminui a demanda por petróleo denominada em dólares por parte dos compradores que possuem outras moedas. As autoridades chinesas reconheceram que a lista abrangente de metas econômicas enfatizada novamente no final de uma reunião do Partido Comunista nesta semana continha eldquo;muitas contradições complexaserdquo;, apontando para um caminho acidentado para a implementação de políticas. A economia da China cresceu 4,7% no segundo trimestre, mais lentamente do que o esperado, segundo dados oficiais, o que gerou preocupações sobre sua demanda por petróleo. Nesta sexta-feira, dois grandes navios petroleiros estavam em chamas após colidirem perto de Cingapura. Cingapura é o maior centro de comércio de petróleo da Ásia e o maior porto de abastecimento de combustível do mundo. Suas águas circundantes são vias navegáveis vitais para o comércio entre a Ásia, a Europa e o Oriente Médio e estão entre as rotas marítimas globais mais movimentadas. (Reuters)

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Novas obrigações da ANP para os agentes econômicos que comercializam óleo diesel

A ANP publicou em 02/05/2024 a Resolução 968 que entrará em vigor em 31/07/2024 e traz novas especificações do diesel e obrigações para o seu controle de qualidade Esta Resolução estabelece as novas especificações para todos os tipos de diesel comercializados, bem como as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos agentes econômicos que comercializam e movimentam esse combustível em território nacional. Houve alterações de limites de parâmetros das especificações dos diesel S10 e S500, a exemplo da estabilidade à oxidação, do ponto de entupimento à frio, índice de acidez e do teor de água. Contudo, o que mais nos chama a atenção é quanto ao ASPECTO, cujos parâmetros conforme estipula a nova resolução são agora: homogêneo, límpido e isento de material particulado enquanto na Res. ANP 50/13 era límpido e isento de impurezas. Ressalte-se que para continuar garantindo a qualidade do produto que revende, se resguardando de uma eventual penalidade por comercialização de diesel fora das especificações, é imprescindível que o revendedor monitore o combustível dentro de seus tanques de armazenamento, além da efetiva análise antes do recebimento do produto nos parâmetros que estão ao seu alcance, quais sejam: Aspecto, Cor e massa específica a 20ºC, além de coletar e reter as 3 últimas amostras testemunha. Além da especificação quanto à nova referência para o ASPECTO do diesel, outro ponto extremamente relevante na norma e que merece total atenção dos agentes regulados, inclusive no intuito de garantir o referido monitoramento da qualidade do diesel dentro dos tanques de armazenamento, é a criação por parte da ANP, de novas obrigações voltadas aos agentes econômicos da Distribuição, TRR e revenda de combustíveis, denominadas: eldquo;Boas Práticas de Manuseio, Transporte e Armazenamento de óleos Dieselerdquo;. Tais práticas antes já sugeridas desde a redução do teor de enxofre e da implementação do biodiesel na mistura diesel/biodiesel e que não geravam multas, agora serão OBRIGATÓRIAS e suas inobservâncias, gerarão multas a partir de 31/07/2024. Assim, para que não pairassem dúvidas ao revendedor sobre os procedimentos obrigatórios contidos na nova resolução, a Fecombustíveis submeteu à ANP desde 22/05/2024, através do ofício de nº 021/2024, um modelo de planilha cujo retorno do órgão se deu em 16/07/2024 nos seguintes termos: eldquo;Em resposta à consulta encaminhada no ofício em epígrafe, avaliamos que o modelo de planilha (sei nº 4038631) proposto por esta Federação pode ser utilizado para fins de comprovação da obrigação de drenagem semanal dos tanques de Óleo Diesel, conforme previsto no artigo 21 da Resolução ANP nº 968/2024. Cumpre ressaltar que, para os revendedores que optarem pela drenagem quinzenal prevista no § 1º, será necessário manter também o registro da medição diária do nível de água nos tanques, adicionalmente ao registro das drenagens. Lembramos ainda que, em caso de identificação de presença de água livre, deverá ser realizada imediatamente a drenagem do fundo do tanque. Se a drenagem não for suficiente para eliminar a água livre, as partículas sólidas e impurezas, o agente regulado deverá efetuar a limpeza dos tanques. Os registros precisam conter claramente a identificação do posto (razão social e CNPJ) e do tanque drenado/monitorado, as datas dos procedimentos, as avaliações dos produtos (se continham água ou impurezas), as quantidades drenadas e a anotação de possíveis medidas adicionais adotadas, como a realização de limpezas de tanque. O funcionário responsável pela realização dos procedimentos deverá assinar os registros, que precisam estar à disposição da ANP sempre que solicitados, pelo prazo de um ano, contado a partir da data do registro.erdquo; Desta feita, no que concerne às obrigações impostas aos revendedores, concluímos pela resposta da ANP o que já havíamos divulgado anteriormente, quando da publicação da norma: Drenagem semanal do fundo do tanque: deve ser registrada em um documento/planilha contendo obrigatoriamente: razão social e CNPJ da empresa, tipo de diesel, número do tanque, funcionário responsável pela drenagem e volume drenado, caso exista o que drenar, ou Drenagem quinzenal do fundo do tanque: esta opção é facultada apenas ao revendedor de combustíveis (TRR e Distribuidoras não têm essa opção), que poderá realizar a drenagem em um prazo maior. Contudo, nesse caso, também terá que realizar e anotar o monitoramento diário de água de seus tanques de diesel, o que implicaria em mais um registro adicional para a execução e guarda. A ANP ainda é clara ao afirmar que, coletando uma amostra do fundo de tanque do diesel, caso o posto perceba material particulado, impurezas, turbidez, deverá efetuar a drenagem para retirar tais desconformidades. Se isso não for o suficiente, terá que buscar uma empresa especializada para realizar uma limpeza mais aprofundada e detalhada, registrando todo o ocorrido. Importa destacar, que todos os documentos, sejam: 1) as drenagens dos fundos dos tanques, 2) as avaliações dos produtos e 3) eventuais limpezas de tanques, devem ser objeto de registro assinado por funcionário responsável pela realização desses procedimentos e mantidos à disposição da ANP pelo prazo de 1(um) ano, contado a partir da data do registro. Ressalte-se que, desde 2007, a coleta das amostras testemunha para todos os produtos comercializados não é mais obrigatória. Entretanto, a única forma do posto se resguardar de eventual responsabilização por desconformidade e/ou adulteração, é coletando e armazenando corretamente as 3 últimas amostras dos combustíveis que recebe da distribuidora, TRR ou do fornecedor de etanol. Eventualmente se alguma desconformidade detectável for encontrada pela fiscalização e o posto recebeu o produto sem analisá-lo antes do descarregamento, faltando assim com seu dever de zelo e cuidado, responderá EXCLUSIVAMENTE pela irregularidade, nos termos do artigo 3º, §2º da Res. ANP 898/22. Ainda, em decorrência dos aumentos progressivos do teor de biodiesel presente na mistura diesel/biodiesel, muitos revendedores são autuados por essa desconformidade não detectável no ato de recebimento do produto, dentre outros parâmetros cujas análises não estão ao seu alcance, a exemplo do teor de enxofre, índice de acidez. Por essa razão, é indispensável que se coletem e mantenham as amostras testemunha bem como realizem as análises prévias dos índices possíveis, antes do efetivo descarregamento e recebimento do combustível, além é claro, do monitoramento dos tanques de armazenamento de seus produtos, agora nos moldes estabelecidos pelo artigo 21 dessa nova Res. ANP 968/24. Obviamente que se na análise prévia de qualquer tipo de produto que comercializa for detectada qualquer desconformidade, nos termos do artigo 3º parágrafo 6º da Res. ANP 898/22, o revendedor fica obrigado a recusar o recebimento do combustível, devendo comunicar o fato ao Centro de Relações com o Consumidor, através do telefone 0800-970-0267, no prazo máximo de vinte e quatro horas, considerando-se somente os dias úteis, e informando: o tipo de combustível; a data da ocorrência, o número e a data de emissão da nota fiscal e o CNPJ do emitente da nota fiscal. Desta feita, a análise a ser efetuada antes do recebimento não só do diesel, mas de todos os tipos de combustíveis, resguardará a empresa, caso encontre uma eventual irregularidade detectável. Tratando-se de uma desconformidade não detectável na análise prévia do produto e se o revendedor coletou corretamente as 3 últimas amostras testemunha para prova pericial laboratorial do combustível eventualmente reprovado, restará comprovada a origem da irregularidade, que poderá ser oriunda dos fornecedores (Distribuidora, TRR ou fornecedor de etanol), que arcarão exclusivamente com a responsabilidade pela infração perante a ANP e deverão indenizar o revendedor pelos prejuízos que lhe foram causados. Destaque-se também a alteração dos prazos para autuação por não conformidade, apenas quanto às mudanças do teor de biodiesel nos óleos diesel B S10 e B S500. No caso da distribuição o prazo passa para 30 dias na Região Norte e 15 dias nas demais regiões do país. Já no caso da revenda, para 60 dias na Região Norte e 30 dias nas demais regiões; Vale lembrar que a nova resolução prevê que a ANP, após ouvir produtores e importadores, entre outros agentes econômicos, elaborará em até 6 meses da data de publicação dessa nova norma, plano e cronograma para substituição do S500 e S1800 pelo S10, em face da determinação de descontinuidade destes. Segundo a ANP, tal processo, visa dar seguimento à substituição de óleo diesel de alto teor de enxofre por similar de baixo teor, o que já fora iniciado desde janeiro de 2013 e objetiva estender a todo país, os benefícios da utilização desse produto, tanto para a motorização veicular bem como para o meio ambiente, para a saúde humana e para a proteção de interesses do consumidor. Entendo que para os agentes econômicos, uma nova obrigação passível de multa é motivo de grande preocupação. Entretanto, as práticas sugeridas pela ANP há muito e que agora serão exigidas a partir de 31/07/2024, visam resguardar não só o consumidor e o mercado de combustíveis, mas o próprio revendedor, que evitará uma eventual contaminação do diesel em seu tanque de armazenamento. Lembro ainda, que tais obrigações não são voltadas apenas para a revenda, mas para Distribuidoras e TRR´s. Por fim, sugerimos que o revendedor opte pela drenagem semanal para que não tenha que adicionalmente criar outro documento com o monitoramento diário de água nos tanques de diesel, obrigação para quem quer fizer a drenagem quinzenalmente. A planilha semanal ora sugerida pela Fecombustíveis, segundo manifestação da própria ANP, atenderá aos anseios da fiscalização, desde que fique à disposição do fiscal no posto, por 1 ano. Importa destacar, que a prevenção para o revendedor é sua maior arma para que este não venha a sofrer com penalidades extremamente significativas e que possam gerar além de pesadas multas, cujo valor mínimo é de R$20.000,00, outras penas cumulativas mais severas tais como: suspensão de atividade e até mesmo a revogação de sua autorização para funcionamento junto à ANP. Por: Simone Marçoni Rodrigues Cruz Decatendash; Consultora da Fecombustíveis e sócia fundadora da Aspetro Assessoria Jurídica. (www.aspetro.adv.br) Confira o ofício 21/2024, enviado pela Fecombustíveis à ANP, com solicitações de esclarecimentos em relação à Resolução 968/2024, com a sugestão do modelo da planilha. Clique aqui. Confira o ofício 43/2024, que traz a resposta da ANP à Fecombustíveis com a aprovação do modelo da planilha. Clique aqui. Confira o modelo da planilha aprovada pela ANP. Clique aqui.

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ANTT atualiza tabelas dos pisos mínimos de frete

Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou, no Diário Oficial da União da última sexta-feira (12/7), a atualização dos valores dos pisos mínimos de frete do transporte rodoviário de cargas. O reajuste se deu por meio de revisão ordinária, considerando-se o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado no período de dezembro de 2023 a maio de 2024, no percentual de 2,84%, e aplicação do valor do diesel S10 de R$ 5,94 por litro, referente aos valores divulgados pela Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) para o período de 23/06 a 29/06 de 2024. Os valores foram atualizados considerando as distâncias e as especificidades das cargas definidas no art. 3º da Lei nº 13.703/2018 e dispensou elaboração de Análise de Impacto Regulatório e de realização de Processo de Participação e Controle Social, por se tratar de aplicação de determinação legal. Os reajustes médios tabela frete foram os seguintes, de acordo com o tipo de operação: Tabela A - transporte rodoviário de carga lotação: 1,59%; Tabela B - operações em que haja a contratação apenas do veículo automotor de cargas: 1,58%; Tabela C - transporte rodoviário de carga lotação de alto desempenho 1,46%; Tabela D - operações em que haja a contratação apenas do veículo automotor de cargas de alto desempenho: 1,28%. Para conferir os valores dispostos nas tabelas na íntegra, clique aqui. A ANTT reforça a importância de as empresas de transporte respeitarem os valores mínimos do frete, garantindo melhores condições de trabalho para os motoristas e um serviço de qualidade para toda a população. Histórico Pela legislação, a Agência tem de reajustar a tabela do frete a cada seis meses ou quando a variação do preço do diesel for igual ou superior a 5%, quando é acionado o mecanismo de gatilho. A Lei nº 13.703/2018, que institui a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas (PNPM-TRC), determina que compete à ANTT publicar norma com os pisos mínimos referentes ao quilômetro rodado na realização de fretes, por eixo carregado, consideradas as distâncias e as especificidades das cargas.

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Testar biodiesel puro ou o aumento da mistura? Para as montadoras, os dois

As experiências que algumas empresas brasileiras vêm fazendo, de utilizar biodiesel puro (B100) em caminhões, com apoio das fabricantes, não excluem a necessidade de testes para aumentar a mistura no diesel fóssil. A avaliação é de executivos de montadores de veículos. A mistura atual de biodiesel está em 14% e há autorização para aumento para 15%, que entrará em vigor em março de 2025. "A mistura não é como o B100. Você faz um veículo para o B100. Já a mistura, você não sabe onde vai dar", afirmou Marco Garcia, consultor técnico de pesquisa e desenvolvimento (Peamp;D) da Scania, em evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) em São Paulo. A Scania forneceu caminhões para a Amaggi testar o B100. Segundo Garcia, as avaliações começaram ainda em 2008, em Curitiba. Na época, foram detectados problemas como vazamentos de combustível. Os veículos que estão com a Amaggi rodaram 25 mil horas "sem apresentar problemas", relatou Mariluce Silva, supervisora de qualidade da empresa agrícola. "Nós podemos até garantir no Brasil inteiro a rastreabilidade [do biodiesel], as condições de operação, os equipamentos prontos pra rodar. Tendo isso, podemos até produzir só veículos B100. Mas temos capacidade de abastecer esses veículos com B100?", questionou Marcelo Pinto, gerente de produto do Grupo Volvo. A empresa está fornecendo agora caminhões "flex", que funcionam tanto com o diesel C, com 14% de mistura de biodiesel, como com B100. A Volvo acaba de fechar uma venda desses caminhões para o Grupo Potencial. Segundo os especialistas, o uso do B100 depende das boas práticas de quem produz, distribui e consome. É também o que defendem as empresas que estão realizando os testes com B100. "O que fizemos de diferente foram as boas práticas", disse Silva, da Amaggi. "Todo dia fazemos drenagem de fundo de tanque, prevenção preditiva ou preventiva", acrescentou. O Grupo Potencial, que tem entre seus negócios a produção de biodiesel, iniciou os testes com B100 realizando adaptações nos caminhões da Scania. "Está rodando com 55 mil quilômetros sem problema algum, sem perda de potência. Melhorou até a autonomia do caminhão", relatou Carlos hammerschmidt, vice-presidente do Grupo Potencial. Ambientes controlados Especialistas no setor de combustíveis avaliam que o uso do biodiesel puro (B100) nos motores tem potencial para ocorrer em "ambientes controlados". Para Sandro Paes Barreto, gerente de comercialização da Petrobras, é preciso um ambiente controlado para ver efeitos", com "controle principal na estocagem". Durante evento promovido pela Abiove, ele defendeu que o controle da qualidade do biodiesel pelos próprios produtores pode garantir que o produto não prejudique os motores usados. "É diferente de um consumidor abastecer [com B100] em um posto que ele não conhece", observa. Além do Gupo Potencial e da Amaggi, que atuam na cadeia do biodiesel, outras empresas estão testando o B100, como 3tentos, também do setor de grãos, e a JBS.

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Distribuidoras têm 12 liminares vigentes contra RenovaBio

Atualmente, há 12 liminares vigentes apresentadas por distribuidoras de combustíveis que as desobrigam de cumprir com suas metas de compras de Créditos de Descarbonização (CBios) para este ano, em troca de um depósito de um valor estipulado por elas próprias em juízo. O número foi divulgado nesta quinta (18/7), por Pietro Mendes, secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), em evento da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), em São Paulo. "O impacto global [dessas 12 liminares] para o RenovaBio é pequeno", avaliou o secretário. "Não vemos o programa tão em risco como é colocado", acrescentou. Segundo ele, a consultoria jurídica do MME "tem atuado para derrubar todas as liminares". Há algumas semanas, havia mais de 20 liminares vigentes. O movimento das distribuidoras, em geral de empresas de pequeno a médio porte, chegou a pressionar a participação de mercado das grandes distribuidoras em alguns mercados regionais. Isso levou a Vibra e a Ipiranga a cogitarem também entrar na Justiça para se desobrigarem a comprar CBios. Além das liminares individuais, o governo também enfrenta uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) que questiona o fundamento do programa RenovaBio, de obrigar as distribuidoras a comprar CBios. Para Mendes, por trás das contestações das distribuidoras está o preço do CBio. "Elas reclamam de volatiliade de preços. Mas quem atua no mercado de combustível atua com volatilidade", disse. Uma das demandas das distribuidoras é de que as partes obrigadas sejam as refinarias, que são as produtoras efetivas do combustível fóssil. O problema, lembrou o secretário, é que o mercado de refino no Brasil é concentrado na Petrobras. "Se o preço do CBio vai te levar à falência, a alternativa é comercializar mais etanol hidratado, ou partir para mercados de B100", defendeu o secretário. Punição Como muitas distribuidoras conseguiram se proteger de punições pelo não cumprimento das metas do RenovaBio através das liminares, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) passou a buscar uma alternativa de penalização. A agência procurou as distribuidoras que foram multadas pelo não cumprimento, que não pagaram e que foram depois inscritas no cadastro de devedores do governo, o Cadin. E, pela regra na ANP, uma distribuidora não pode ser autorizada a operar enquanto estiver inscrita no Cadin. "Estamos buscando a revogação [da autorização de operação dessas distribuidoras] por esta razão. Não era o natural do processo todo. Mas estamos buscando uma alterantiva dentro do que a lei permitee#39;, disse Fábio Vinhado, superintendente adjunto de biocombustíveis e qualidade da ANP. Mesmo assim, já há judicialização nessa frente, disse. "Mesmo neste sistema de abrir processo para revogação já tem liminar também", afirmou. Ele não informou, porém, quantas existem contra esses processos. Segundo Vinhado, a ANP está revendo a regulamentação 758 do programa para rever as formas de penalização dos agentes que não cumprem com suas obrigações no RenovaBio. Crime ambiental Segundo o secretário, o MME está discutindo a possibilidade de tipificar o não cumprimento das metas do RenovaBio como crime ambiental. "Fizemos um primeiro esforço, mas seria difícil com a lei penal vigente já enquadrar como crime ambiental. Temos que criar essa tipificação", afirmou.

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Sob pressão para atingir meta fiscal, Haddad anuncia contenção de 15 bi

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ontem o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas para tentar atingir a meta fiscal deste ano. O anúncio estava previsto para a segundafeira, mas foi antecipado por causa da alta do dólar de 1,9%, provocada por incerteza em relação ao quadro fiscal. Haverá bloqueio de R$ 11,2 bilhões em razão do aumento de despesas obrigatórias. Os restantes R$ 3,8 bilhões serão contingenciados por causa da frustração de receitas decorrente de pendências no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF), como a falta de definição da compensação pela desoneração da folha de pagamento de empresas. Apesar de terem avaliado o anúncio como positivo, especialistas em contas públicas ouvidos pelo Estadão consideram que será necessária uma nova contenção de despesas para que ao menos o piso da meta fiscal deste ano seja cumprido. Para este ano, a meta é de déficit zero, com margem de tolerância para mais ou para menos de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). No dia em que o dólar subiu 1,9%, puxado, entre outros fatores, por dúvidas sobre o quadro fiscal, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se antecipou e anunciou ontem o congelamento de R$ 15 bilhões em despesas para tentar atingir as metas do arcabouço neste ano. Desse valor, serão R$ 11,2 bilhões de bloqueio (pelo aumento de despesas obrigatórias) e R$ 3,8 bilhões de contingenciamento (por causa da frustração de receitas em função de pendências no Supremo Tribunal Federal e no Senado). Neste último caso, está a decisão sobre a compensação da desoneração da folha de pagamentos de empresas, que ficou para setembro. Para este ano, a meta é de déficit zero, com margem de tolerância para mais ou para menos de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). O valor anunciado pelo governo, porém, ainda ficaria aquém do necessário para atingir essa meta, de acordo com economistas de mercado ouvidos em pesquisa do Projeções Broadcast. Pela mediana das estimativas, o governo teria de fazer um ajuste de pelo menos R$ 26,4 bilhões para fechar com déficit de 0,25% (mais informações na pág. B2). eldquo;Tomamos a decisão de já incorporar uma eventual perda em função desse adiamento (na discussão sobre a desoneração da folha) para contemplar o arcabouço fiscal dentro da banda prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias)erdquo;, afirmou o ministro. No contingenciamento, o governo congela despesas quando há frustração de receitas, a fim de cumprir a meta fiscal (saldo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida). Já o bloqueio é realizado para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal. Assim, quando há aumento de gastos obrigatórios (como aposentarias, por exemplo), o governo bloqueia despesas não obrigatórias (como custeio e investimentos) para compensar. O atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido marcado por declarações contraditórias em relação ao discurso oficial da equipe econômica em defesa do ajuste fiscal. O próprio Lula já rechaçou propostas como a revisão dos pisos de gastos para Saúde e Educação e da política de valorização do salário mínimo endash; que tem impacto nas despesas previdenciárias. Na terça-feira, em entrevista à TV Record, ele afirmou que não há obrigação de cumprir a meta se eldquo;tiver coisas mais importantes para fazererdquo;. elsquo;ESPECULAÇÃOersquo;. A previsão inicial era de que o anúncio de bloqueio e contingenciamento de despesas só ocorresse na próxima segunda-feira, quando a equipe econômica vai divulgar novo relatório bimestral com o balanço das despesas e receitas do Orçamento deste ano. eldquo;Essas informações seriam prestadas no dia 22; estamos antecipando justamente para evitar especulaçõeserdquo;, disse Haddad. Foi o receio no mercado de um valor considerado muito baixo que impulsionou ontem as cotações do dólar, já pressionadas pela valorização da moeda no exterior e por incertezas em relação ao processo eleitoral nos EUA (a avaliação é de que, na hipótese de vitória do republicano Donald Trump, o país passaria a adotar, por exemplo, uma política econômica mais protecionista). Nesse cenário, o dólar fechou o dia valendo R$ 5,58, com alta de 1,9%. A valorização na semana já chega a 2,89%. Outras moedas de países emergentes também perderam força frente ao dólar. A diferença no caso do real, segundo economistas, é que o receio com o quadro fiscal tem deixado os investidores ainda mais reativos. Também houve impacto na Bolsa de Valores. O Ibovespa, principal índice de referência do mercado acionário brasileiro, terminou o dia em 127,6 mil pontos, o que representou uma queda de 1,39%. eldquo;Depois de várias semanas de lua de mel, o mercado entrou hoje (ontem) em modo de realização (de lucros) um pouco mais forte. Fatos tanto externos quanto internos pesaram na sessãoerdquo;, afirmou o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno. O anúncio de ontem foi feito após reunião dos ministros que integram a chamada Junta de Execução Orçamentária (JEO) endash; além de Haddad, compõem o colegiado os ministros da Casa Civil, Rui Costa; do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck endash; com Lula. Haddad disse que os números apresentados ao presidente são de trabalho conjunto entre Receita e Ministério do Planejamento, que fizeram análise das contas públicas nos últimos seis meses. Já Tebet reforçou que o contingenciamento poderá ser revisto, o que é uma praxe na avaliação do Orçamento.

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