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Silveira diz que "côrte do gás" loteou o Brasil e leva a preços abusivos

O Ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira (PSD) reagiu às pressões que vem sofrendo de grupos empresariais do setor de gás natural por conta das recentes medidas adotadas pelo governo e que foram encaradas como favorecimento à Âmbar Energia, empresa do grupo Jeamp;F, de propriedade dos irmãos Batista. O governo Lula tem sido duramente criticado por retomar a política de eldquo;campeões nacionaiserdquo;, favorecendo grandes grupos empresariais, em detrimento de políticas que permitam a participação de players menores no mercado. Silveira se defendeu, afirmando que é preciso ter isonomia e tratar todos por igual. Durante discurso na Sergipe Oil eamp; Gas nesta quarta (24/4), o ministro fez críticas indiretas a empresas do setor, apontando eldquo;loteamentoerdquo; e prática de eldquo;preços abusivoserdquo;. A agência epbr apurou que parte dessas críticas eram direcionadas ao empresário Carlos Suarez, um dos mais influentes do setor no país e apelidado de eldquo;Rei do Gáserdquo;. eldquo;Infelizmente, uma côrte do gás loteou o Brasil como se as regiões fossem capitanias hereditárias. Criaram ilhas do gás, com preços abusivos, que levaram o setor a uma espiral da morteerdquo;, afirmou. Questionado se as críticas eram direcionadas aos grupos Jeamp;F ou Termogas endash; e às emendas em projetos que podem direcionar leilões para projetos de um ou outro endash; Silveira afirmou que o alvo são todos, sem exceção. A Termogas, ligada a Suarez, possui participação em distribuidoras e projetos de gás natural em vários estados. Ministro critica elsquo;excessoersquo; de subsídios Sobre as interferências e tentativas de minar o MME, Silveira voltou a criticar subsídios que pesem sobre a conta de energia e resultem em ônus para o consumidor. eldquo;Quem decide, sempre, a orientação que será seguida rigorosamente pelo Ministério de Minas e Energia é quem ganhou as eleições legitimamente nas ruas, que é o presidente Lulaerdquo;, reforçou. Afirmou, ainda, que o incentivo a fontes de energia devem buscar recursos do Orçamento Geral da União (OGU), não mais da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). eldquo;Se quiser incentivar essas fontes [de energia], que busquem no OGU ou em outras fontes, que discutam com a Fazenda junto com o Ministério de Minas e Energia. Nós não admitiremos a balbúrdia que virou de enfiar tudo quanto é tipo de política de incentivo endash; algumas nem têm a ver com o setor elétrico endash; na conta de energia do consumidorerdquo; Em abril, Lula editou a Medida Provisória 1212 para atender pleito de estados do Nordeste com a extensão de subsídios para fontes renováveis nas despesas com linhas de transmissão. A elaboração do texto ficou a cargo do MME e gerou uma enxurrada de pedidos para enquadramento na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A MP foi alvo de críticas pela Frente Nacional de Consumidores de Energia, que avaliou como eldquo;incoerente e prejudicial a proposição de regras que aumentam os encargos sobre a tarifa e antecipam recursos futuros, criando uma despesa adicional que recairá sobre os consumidores nos próximos anoserdquo;. Avanço da Âmbar no mercado de energia As negociações de compra e venda de térmicas atraiu a atenção do setor e marcou o avanço do grupo Jeamp;F no mercado de energia. O portfólio da Âmbar foi encorpado com aquisições de usinas no Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. A empresa também tenta assumir as operações da Amazonas Energia, no Norte do país. O acordo fechado com a Âmbar Energia para as térmicas emergenciais foi questionado pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). A reação de Silveira foi devolver a decisão à corte, cobrando que o caso seja julgado pelos ministros do órgão de controle. Poucos dias após submeter uma proposta não-vinculante para a compra do parque termelétrico, o governo Lula editou Medida Provisória 1232 viabilizando a flexibilização de regras de concessão da distribuidora. A oposição reagiu à medida e começou a articular uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso. O deputado João Carlos Bacelar (PL/BA) lidera as articulações e fala em nítida intenção de favorecimento às empresas, com a edição da MP 1232. Silveira compareceu a audiência da Comissão de Minas e Energia pouco após a publicação da MP e afirmou que o ministério não participou de negociações entre a Amazonas Energia e a Âmbar, e que o conteúdo da MP vem sendo discutido há mais de um ano. O ministro disse esperar que um sucessor da Amazonas Energia assuma o serviço, pois as outras duas alternativas seriam a intervenção ou a caducidade. Ele citou flexibilizações regulatórias para atrair interessados na sucessão dos serviços. Disse, ainda, ter vetado o atual concessionário da flexibilidade porque eldquo;provou não ter condições de prestar o serviçoerdquo;.

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Revolução verde: Combustíveis sintéticos no centro das atenções

Recentemente, Ursula Von der Leyen, em seu discurso após ser confirmada pela segunda vez como Presidente da Comissão Europeia, abriu uma nova página no debate sobre o futuro dos combustíveis. Com o determinismo expresso na decisão de cessar a venda de veículos de combustão convencional até 2035, a Europa se debruça sobre o potencial dos combustíveis sintéticos e da eletricidade, remarcando a necessidade de uma visão agnóstica quanto às soluções tecnológicas adotadas. Essa mudança de era representa não apenas uma medida ambiental, mas também um imenso desafio logístico e comercial frente à atual infraestrutura e aos modelos de negócios automobilísticos. A decisão destaca uma corrida intensa em busca de novas tecnologias onde os combustíveis sintéticos, também conhecidos como efuels, ocupam um papel crucial. Definidos como uma esperança verde, eles são elogiados por sua possibilidade de contribuição para uma neutralidade carbono eficaz quando combinados com CO2 capturado e hidrogênio verde. O que são combustíveis sintéticos? Os efuels surgem como uma resposta inovadora para a limitação de emissões dos veículos de combustão interna, sem necessidade de alterações profundas no motor. Seu processo de produção envolve a captura de dióxido de carbono e a utilização de hidrogênio verde, obtido pela eletrólise da água, alimentada por fontes renováveis, como eólicas e solares. Essa abordagem não apenas reduz o impacto ambiental, como também emprega CO2 que, de outro modo, contribuiria para o aquecimento global. Desafios na produção e adoção dos combustíveis sintéticos Apesar dos vários benefícios, a produção de combustíveis sintéticos ainda enfrenta desafios significativos, particularmente no que se refere à escalabilidade e custos. Atualmente, apenas uma quantidade pequena desses combustíveis é produzida em instalações piloto ao redor do mundo. Por exemplo, a Zero Petroleum, sediada no Reino Unido, é uma das poucas que comercializa efuels, principalmente para uso em edições de colecionador e veículos experimentais. Onde os combustíveis sintéticos podem realmente decolar? Requisitos de Energia: A adoção de efuels é vista com bons olhos principalmente nos setores de transporte aéreo e marítimo, onde a eletrificação é desafiadora devido aos requisitos de energia. Investimentos e iniciativas Globais: Porsche: Empresas globais como a Porsche têm investido pesadamente em instalações que produzem efuels. Um exemplo notável é a planta Haru Oni no Chile. Haru Oni Plant: Esta planta é reconhecida pelo seu uso pioneiro de energia eólica para produzir eMetanol, um componente primário de efuels. Iniciativas na Alemanha e Espanha: Além do Chile, iniciativas significativas estão sendo realizadas na Alemanha e na Espanha. Objetivo: Visam a uma futura massa crítica para a produção desses combustíveis a preços mais acessíveis. A combinação dessas iniciativas promete uma revolução no mercado de combustíveis, principalmente nos setores onde a eletrificação ainda enfrenta grandes desafios. O investimento contínuo e a expansão dessas tecnologias são essenciais para tornar os efuels uma solução viável e sustentável a longo prazo. Visão de futuro para os combustíveis sintéticos O mercado de efuels ainda está em sua infância, mas o potencial de crescimento é enorme. Observando-se a necessidade urgente de soluções para descarbonização, empresas e governos investem cada vez mais em tecnologias que permitem a produção acessível de hidrogênio verde e captura de CO2. O quadro em 2024 é apenas o início de um longo processo que marcará a transição energética nos próximos anos. A Europa, em particular, continua sendo um terreno fértil para a inovação e certamente veremos avanços significativos nesta década. Portanto, os combustíveis sintéticos não estão apenas moldando o futuro dos transportes, mas também reformulando as políticas energéticas globais com uma visão sustentável, buscando um impacto real na redução de emissões e na promoção de uma economia verde.

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Petróleo fecha em alta após surpresa sobre nível dos estoques nos EUA

O petróleo voltou a subir nesta quarta-feira (24), depois de quatro sessões de queda. A alta de hoje acompanhou o enfraquecimento do dólar e a queda nos estoques da commodity nos EUA, que recuaram além do esperado. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro fechou em alta de 0,82% (US$ 0,63), a US$ 77,59 o barril, enquanto o Brent para outubro endash; que passou a ser o contrato mais líquido hoje -, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou em alta de 0,94% (US$ 0,75), a US$ 80,82 o barril. Hoje, os estoques de petróleo bruto nos EUA caíram em mais de 3,7 milhões, acima da previsão. O recuo acompanhou a leitura da American Petroleum Institute (API), divulgada ontem, que também apontou para uma queda nos estoques para além do esperado. Também no pregão de hoje, o dólar pausou sua escalada recente, enquanto investidores se posicionam para a leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre. Segundo a analista de mercados do City Index, Razan Hilal, as expectativas para o dado estão elevadas, visto que a última leitura de PIB da China trouxe uma reação expressiva nos mercados de commodities. eldquo;Os números do PIB têm o potencial de influenciar o potencial de demanda por petróleo além da temporada de verão nos EUA, juntamente com o ritmo da data de corte da taxa de juroserdquo;, afirma ela. Enquanto isso, a Oanda alerta que questões geopolíticas continuam fazendo preço no petróleo, mas mesmo assim os preços chegaram a um suporte crítico após o recuo recente. Para o médio prazo, a instituição indica uma leve pressão ascendente sobre preços, causadas pelo fim do verão na Europa e nos EUA, que deverá trazer um déficit de oferta no fim do terceiro trimestre. O UBS, por sua vez, afirma em relatório que a queda nas exportações do petróleo russo no último mês indica que o país pode ter feito cortes compensatórios na produção para cumprir com a meta da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Fora da Rússia, a Opep+ também reduziu sua exportação, devido ao clima excessivamente quente no Oriente Médio, avalia o banco. eldquo;Acreditamos que a redução das exportações de petróleo bruto da Opep+ deverá ajudar a restringir o mercado petrolífero e manter o preço final do Brent em 2024 em US$ 87 por barrilerdquo;, diz o banco suíço. Hoje, a Opep emitiu um comunicado em que confirma que Iraque, Rússia e Cazaquistão produziram mais que o combinado no primeiro semestre, mas pretendem compensar até setembro de 2025.

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Polícia Federal faz operações contra esquema de corrupção na Agência Nacional do Petróleo

Um esquema de corrupção na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é alvo de buscas em diversas operações paralelas da Polícia Federal (PF) contra venda de combustível adulterado, na manhã desta terça-feira (23). Servidores públicos e funcionários terceirizados de diversos órgãos foram afastados. Na operação Ética no Tanque, deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal, agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, contra alvos nos municípios de São Paulo e Aracaju (SE). A Justiça também determinou afastamento de dois funcionários terceirizados que prestavam serviços para a ANP na capital paulista. Já na operação Barão de Itararé, PF e Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco-SP) miraram auditor fiscal da Receita de SP envolvido em corrupção para favorecer organizações criminosas especializadas na venda de combustíveis adulterados. Alvo de mandado de busca e apreensão, o servidor foi afastado das funções públicas. A Justiça ainda determinou bloqueio de até R$ 75 mil de contas bancárias de outros dois investigados por corrupção ativa. Em outra operação, Metassuborno, PF e Gaeco-SP focaram em braço do esquema no Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) do estado de São Paulo. Agentes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e São Bernardo do Campo (SP). Combustível adulterado As forças-tarefas de hoje são desmembramentos da operação Boyle, deflagrada pela PF em 8 de fevereiro. À época, a ação identificou três organizações criminosas especializadas em adulteração de combustível usando, entre outros meios, metanol. "Substância altamente inflamável e tóxica, cujo uso como combustível é vedado pela legislação brasileira", apontou a PF, em nota.

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Raízen estima produção de 3,6 mi a 3,8 mi t de açúcar equivalente no 1º tri da safra

A Raízen (RAIZ4) estima produção de açúcar equivalente entre 3,6 milhões e 3,8 milhões de toneladas para o 1º trimestre da safra 2024/25, contra 3,179 milhões de toneladas no mesmo período do ciclo anterior, conforme prévia operacional. A maior produtora global de açúcar e etanol de cana também estima vendas de açúcar em 2,42 milhões de toneladas no 1º trimestre da safra 2024/25, contra 1,92 milhão de toneladas no mesmo período da safra 2023/24. As vendas de etanol da Raízen, por sua vez, estão estimadas em 1,274 bilhão de litros no mesmo período, versus 1,074 bilhão de litros um ano antes, mostrou fato relevante divulgado nesta terça-feira.

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Vibra e Vast investem R$ 300 milhões em Terminal de Líquidos no Porto do Açu

No cenário da infraestrutura portuária brasileira, um novo capítulo está sendo escrito com a recente assinatura do contrato entre a Vast Infraestrutura e a Vibra Energia. A parceria de 20 anos entre as duas gigantes do setor promete transformar o Porto do Açu, no Rio de Janeiro, em um hub estratégico para o armazenamento e movimentação de óleos básicos e derivados de petróleo. Com um investimento inicial de R$ 300 milhões, a Vast está prestes a dar início à construção do Terminal de Líquidos do Açu (TLA), um empreendimento que não apenas atenderá às necessidades imediatas da Vibra, mas também impulsionará o crescimento e a diversificação do Porto do Açu. Investimento e infraestrutura O novo terminal, planejado para começar a operar no final de 2025, será um marco na infraestrutura portuária do Rio de Janeiro. Com um parque de tancagem de até 84 mil m³, o TLA será equipado para armazenar uma ampla gama de produtos derivados do petróleo, incluindo combustíveis marítimos como VLSFO (Very Low Sulphur Fuel Oil) e diesel marítimo, além de lubrificantes e biocombustíveis. Esta estrutura permitirá um armazenamento eficiente e seguro, essencial para atender a demanda crescente da Vibra Energia e de outros futuros clientes. De acordo com Victor Bomfim, CEO da Vast, o projeto representa uma resposta direta a uma demanda crítica do Grupo Prumo. O projeto inclui dois berços operacionais com capacidade para receber navios de médio porte e plataformas de carregamento para caminhões-tanque, otimizando tanto o transporte marítimo quanto o terrestre de combustíveis e óleos. Impacto para a Vibra Energia Para a Vibra Energia, a parceria com a Vast não poderia vir em momento mais oportuno. Marcelo Bragança, vice-presidente executivo de operações, logística e sourcing da Vibra, destacou que o novo terminal permitirá à empresa substituir eldquo;boa parteerdquo; da tancagem atualmente contratada com terceiros. Esta mudança não só reduzirá custos, mas também melhorará a logística de importação e abastecimento dos óleos básicos para a fabricação de lubrificantes, especialmente para a linha Lubrax. A Vibra está se preparando para uma expansão significativa de sua fábrica de lubrificantes em Duque de Caxias, que terá sua capacidade aumentada para 500 milhões de litros anuais até setembro, um crescimento considerável em relação à capacidade atual de 300 milhões de litros. O futuro do novo Terminal de Líquidos no Porto de Açu e sua importância para as empresas O novo Terminal de Líquidos do Açu não apenas representará um avanço significativo para a Vibra e a Vast, mas também contribuirá para a melhoria da infraestrutura logística do Brasil. Com o Porto do Açu se consolidando como um ponto estratégico para a movimentação de produtos derivados de petróleo, o TLA facilitará o atendimento de novas demandas e fortalecerá a posição do Brasil no mercado global de lubrificantes e combustíveis. A parceria entre Vast e Vibra é um exemplo claro de como investimentos em infraestrutura podem gerar benefícios significativos para empresas e para o desenvolvimento econômico regional. Com um plano robusto e uma visão clara para o futuro, o novo terminal promete transformar o Porto do Açu em um polo de eficiência e inovação no setor de óleo e gás, atendendo tanto às necessidades atuais quanto futuras do mercado. À medida que o projeto avança, o impacto positivo do Terminal de Líquidos do Açu será amplamente sentido, com a expectativa de novos contratos e parcerias que continuarão a impulsionar o crescimento e a prosperidade do Porto do Açu e da economia brasileira como um todo.

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