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União arrecada R$ 17 bilhões em leilão de petróleo com disputa entre Petrobras e chineses

A Petrobras foi a maior compradora dos barris de petróleo leiloados pela União nesta quarta-feira (31) na sede da B3, em São Paulo. A empresa adquiriu 14,5 milhões dos 37,5 milhões de barris da produção estimada de dois campos de partilha do governo federal em 2025. Ao todo, a União arrecadou R$ 17 bilhões com a venda, R$ 2 bilhões a mais do que a previsão inicial. Os demais barris foram adquiridos pelos chineses participantes do leilão: a Petrochina e a Cnooc, todas ligadas ao governo da China. Presente no evento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender a extração de petróleo, inclusive em campos hoje em processo de licenciamento, como é o caso dos projetos na Foz do Amazonas. "Se não produzirmos petróleo, outro país venderá para nós. A cadeia de fornecimento de bens e serviços e a siderurgia, a cadeia do aço, estão deixando de produzir aqui e estão indo para a Guiana; não é isso que queremos", disse. "O atraso na produção da margem equatorial está deixando de criar um ciclo virtuoso para o país." Esse foi o maior leilão do tipo já realizado pela PPSA (Pré-Sal Petróleo SA), estatal responsável por gerir os contratos de partilha de produção de petróleo e gás natural entre empresas e o governo federal. Os barris vendidos são referentes à estimativa de produção de 2025 dos campos de Mero e Búzios, na Bacia de Santos, os dois maiores campos da União. Eles são operados pela Petrobras, a União tem direito a 41,65% da produção no primeiro, após descontos dos custos, e a 23,24% no segundo. Dos quatro lotes de vendidos, três são de Mero (dois deles com quantidades estimadas de 12 milhões de barris e um de 11 milhões de barris) e um de Búzios (com quantidade estimada de 2,5 milhões de barris). A Petrobras arrematou os barris do primeiro lote do campo de Mero e do único lote negociado no campo de Búzios. A disputa mais acirrada do leilão aconteceu pelo segundo lote do campo de Mero, de 12 milhões de barris. Inicialmente, a estatal brasileira havia oferecido um desconto de US$ 1,85 por barril (em referência à cotação do petróleo Brent), mas a Petrochina endash;a maior petrolífera do mundo em valor de mercadoendash; cobriu sucessivamente as ofertas da concorrente e conseguiu arrematar o lote com desconto de US$ 1,35. Situação semelhante aconteceu entre a Petrobras e a também chinesa Cnooc na arrecadação do segundo lote do campo de Mero. Na ocasião, o desconto de US$ 1,85 oferecido pela Petrobras foi coberto pela Cnooc, que fechou com desconto de US$ 1,59 por barril. Na disputa pelos 2,5 milhões de barris do campo de Búzios, a Petrobras precisou diminuir o desconto inicial de US$ 2,50 por barril para US$ 1,85 após disputa com a brasileira PRIO. Além das ganhadoras, outras quatro empresas participaram do leilão: a portuguesa Galp, a brasileira PRIO, a francesa TotalEnergies e a Refinaria de Mataripe, maior refinaria privada brasileira. A americana ExxonMobil e a norueguesa Equinor desistiram de participar. Já a anglo-holandesa Shell não divulgou ofertas para nenhum lote. Como a quantidade de barris leiloados nesta quarta é atrelada à estimativa de produção dos campos no ano que vem, não necessariamente os vencedores do certame receberão a quantidade exata adquirida. A entrega, na prática, será referente à produção real de 2025. Ainda assim, o valor arrecadado pela União não vai variar, uma vez que os riscos de volatilidade da produção ficarão com o comprador (em caso de produção maior, o saldo também é do comprador). O embarque dos barris acontecerá sempre dois meses após o registro da produção. Ou seja, a produção de janeiro será entregue ao comprador em março, a de fevereiro em abril e assim por diante. O transporte será custeado pelo vencedor endash;o que, em parte, explica o interesse da Petrobras por todos os lotes oferecidos. Os valores serão depositados na conta única do Tesouro Nacional, entre 30 e 45 dias após o embarque. Ou seja, a expectativa é que até abril de 2026 o governo já tenha recebido os R$ 17 bilhões, o que vai gerar um alívio nas contas públicas. Ao todo, a União tem 23 contratos de partilha da produção, a maior parte deles ainda sem operação. Em alguns, a produção é pequena e, por isso, a PPSA realiza vendas no mercado de curto prazo. No último leilão, em 2021, a Petrobras arrecadou 57 milhões de barris, mas com um prazo de três anos. A PPSA planeja um novo leilão no início de 2025 para vender a produção de 2026 e negocia com o MME (Ministério de Minas e Energia) um calendário de ofertas do petróleo da União para garantir previsibilidade aos compradores.

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99 terá categoria exclusiva para veículos elétricos e híbridos no aplicativo

O aplicativo de transportes 99 anunciou nesta quarta-feira (31) que terá uma categoria exclusiva para viagens com carros híbridos e elétricos a partir de setembro em algumas regiões da cidade de São Paulo, com planos de expandir o serviço para outros municípios do país a partir do próximo ano. "Não apenas ampliamos nosso portfólio, como passamos a oferecer alta tecnologia nas viagens para passageiros e motoristas parceiros, reforçando a 99 como número um no país neste segmento", afirmou o diretor sênior de inovação na 99, Thiago Hipolito. A 99e-Pro marca os dois anos de avanços em iniciativas realizadas pela Aliança pela Mobilidade Sustentável, grupo de empresas fundado e liderado pela 99, que inclui companhias como a distribuidora de combustíveis Raízen, a locadora de veículos Movida e a montadora chinesa BYD. Na capital paulista, o serviço estará disponível em bairros como Perdizes, Higienópolis, Sumaré, Pinheiros, Jardins, Itaim Bibi, Vila Olímpia, Vila Mariana, Brooklin e Campo Belo, incluindo o aeroporto de Congonhas. Para incentivar motoristas parceiros a experimentarem a 99e-Pro, a companhia, que faz parte do grupo chinês DiDi, oferecerá 10% de taxa de serviço garantida durante seis meses, além de descontos em carregamento e preferência de corridas em bairros selecionados. A empresa diz ter atualmente quase 6.000 veículos elétricos registrados na plataforma. A previsão da companhia é chegar a 20 mil até o final de 2025. (Reuters)

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Conselho da Petrobras destitui presidente de comitê interno de auditoria

O conselho de administração da Petrobras destituiu o conselheiro independente Francisco Petros da presidência do Comitê de Auditoria Estatutária, que assessora o colegiado que decide a estratégia da estatal, e alterou regras de seu regimento interno. Representante de acionistas minoritários no conselho, Petros é uma das vozes não alinhadas à maioria governista no grupo e se opôs a propostas que geraram polêmica nos últimos meses, como a retenção dos dividendos extraordinários, por exemplo. Foi também um dos únicos a votar pela necessidade de convocação de assembleia de acionistas para a nomeação de Magda Chambriard à presidência da companhia, proposta derrotada pela maioria governista. O mandato de Petros terminaria em abril de 2025, mas foi encerrado antecipadamente em reunião do conselho de administração na última sexta-feira (26). A decisão foi publicada inicialmente nesta quarta (31) pela agência EPBR e confirmada pela Folha. Petros foi substituído na vaga por Jerônimo Antunes, também representante de acionistas minoritários no conselho de administração da estatal, eleito na última assembleia de acionistas, em abril. O comitê de auditoria estatutário trata de controles internos da empresa e é responsável por analisar denúncias, avaliar demonstrações financeiras e assessorar assembleias de acionistas, entre outras funções. A última reunião, no dia 22 de julho, por exemplo, teve como pauta acompanhamento de apuração de denúncias e sucessão na Ouvidoria-Geral da companhia. Foi o último encontro presidido por Petros. Além de Antunes, o colegiado é formado hoje por Fabio Veras de Souza, Eugênio Tiago Chagas Cordeiro e Teixeira e por Newton de Araújo Lopes. O MME (Ministério de Minas e Energia) disse que não vai comentar o assunto. A Petrobras ainda não respondeu ao pedido de esclarecimentos. Conselheiros próximos ao governo defendem que Antunes tem grande experiência na função, tendo atuado como presidente de comitês semelhantes em outras grandes empresas como Eletrobras e a distribuidora de combustíveis Vibra. Na reunião de sexta, o conselho de administração da Petrobras aprovou alteração no regimento interno do comitê, mudando restrições para sua composição: antes, era prevista maioria de membros independentes do conselho de administração; agora, maioria de membros externos ao conselho. Aliados do governo dizem que a mudança tem o objetivo de adequar o regimento às regras da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). A resolução sobre o tema, porém, diz que a maioria dos membros do comitê deve ser "independente", mas sem especificar se são membros externos. Procurado pela reportagem, Petros não respondeu ao pedido de entrevista.

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Preços do petróleo saltam com temores de escalada do conflito no Oriente Médio

Os preços do petróleo subiram na quarta-feira (31), quando o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irã, levantou o espectro de uma guerra total na região mais crítica do planeta em termos de energia. Os preços do petróleo dos EUA subiram até 4% para US$ 77,58 o barril após o assassinato de Haniyeh no Irã. O rali diminuiu um pouco desde então, com o petróleo bruto dos EUA sendo negociado recentemente em alta de 3,1% para US$ 77,05 o barril. O petróleo Brent, referência mundial, subiu 2,5%, para US$ 80,55 o barril. Os movimentos mostram como o mercado de energia está se preparando para uma potencial escalada de violência no Oriente Médio e o perigo de que um conflito possa prejudicar os fluxos de petróleo. eldquo;Não há petróleo em Israel ou no Líbano. Mas há muito petróleo no benfeitor do Hamas e do Hezbollah: o Irãerdquo;, disse Robert Yawger, vice-presidente de futuros de energia da Mizuho Securities, na quarta-feira. eldquo;Se a situação sair do controle e houver uma batalha maior, há de 2 a 3 milhões de barris de petróleo iraniano subitamente em risco. Essa é a grande questão.erdquo; A reação automática no mercado de energia é digna de nota, mas dificilmente um pânico. Os preços do petróleo permanecem baixos no mês. Yawger observou que um dos motivos pelos quais os preços do petróleo recuaram recentemente é que havia alguma esperança de um cessar-fogo em Gaza. eldquo;Isso obviamente vai complicar esse esforço. O principal negociador do lado do Hamas agora está mortoerdquo;, ele disse. Os preços do gás nos EUA, que se movem com atraso em relação ao petróleo, caíram um centavo para uma média de US$ 3,49 o galão na quarta-feira, de acordo com a AAA . Isso não mudou em relação ao mês passado e 27 centavos mais barato do que neste ponto no ano passado.

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Congelamento de R$ 15 bi pelo governo atinge MME e agências

O bloqueio e contingenciamento de despesas feitos pelo governo federal para para o cumprimento da meta fiscal de 2024 atinge os órgãos do setor de energia. Somados, o Ministério de Minas e Energia (MME) e as agências nacionais de Energia Elétrica (Aneel) e do Petróleo (ANP) terão cerca de R$ 35 milhões congelados. As agências reguladoras vêm sofrendo com reiterados cortes orçamentários ao longo dos últimos anos. No caso da ANP, o diretor-geral Rodolfo Sabia, chegou a dizer em reunião de diretoria, em junho, que o orçamento de 2024 representa um terço do nominal referente a 2013 e apenas 18% do valor real corrigido pela inflação. Na agência setorial do petróleo e combustíveis, os bloqueios somam R$ 11,4 milhões. Por falta de verba, a ANP anunciou redução da abrangência da pesquisa de preços em 43% em postos e revendedores, além de uma presença menor no número de municípios, que caiu de 459 para 358. A Aneel também enfrenta situação de aperto orçamentário. Recentemente, remanejou recursos de fiscalização para o monitoramento de linhas de transmissão. O novo corte do governo impôs uma contenção de R$ 6,8 milhões. Os cortes nas agências chegam num momento delicado, no qual servidores de toda a regulação federal pressionam o governo por aumentos salariais. Os servidores têm uma pauta unificada, de valorização da carreira, equiparação do chamado Ciclo de Gestão endash; os salários iniciais de nível superior passariam de R$ 16.413,35 para R$ 20.924,80. Servidores preparam paralisação A rodada de negociações entre servidores das agências reguladoras e o governo federal, realizada na segunda-feira (29/7), não agradou o movimento. Sem o avanço nas tratativas, a categoria mantém a previsão de paralisação por 48 horas a partir desta quarta (31). O Sindicato dos Servidores das Agências Reguladoras (Sinagências) pretende apresentar uma contraproposta. Novas assembleias ainda são necessárias para discutir os reajustes, que passariam de 21,4% para 23% no caso dos cargos de carreira; e 13,4% para 14,4% para o Plano Especial de Cargos (PEC). A paralisação eleva a pressão sobre o governo. Com a nova rodada, os servidores se aproximam do ponto de decisão: se vão em frente com as ameaças de uma greve geral, paralisando os serviços das agências. Nas áreas de petróleo e energia elétrica, a mobilização já tem afetado a instrução de processos e autorizações. A entrada em operação de novas plataformas, por exemplo, depende do aval de áreas técnicas da ANP. Tem efeito direto na produção de petróleo.

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Refinarias privatizadas reduziram produção interna de gás de cozinha e diesel

As refinarias de Mataripe, na Bahia (antiga Landulpho Alves endash; Rlam), e da Amazônia, em Manaus (antes refinaria Isaac Sabbá - Reman), reduziram a produção interna de importantes derivados de petróleo desde que foram privatizadas, informa a Federação única dos Petroleiros (FUP). Como consequência, o Brasil mantém elevadas as compras externas desses produtos para garantir o abastecimento doméstico. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no primeiro trimestre de 2024, as importações já representaram, em média, 23,4% do total de gás de cozinha comercializado no país e 20,2% de óleo diesel. Ao reduzir a produção, as refinarias privadas não ajudam a diminuir a dependência do produto trazido de fora. A participação dos derivados importados no mercado brasileiro, em 2023, foi de 17% no gás de cozinha e de 25% no diesel. De acordo com a ANP, entre 2013 e 2018, a Rlam produzia em média 17,2 mil barris de gás de cozinha por dia. Depois do teaser de venda e de efetivamente privatizada (em fevereiro de 2021), a refinaria baiana reduziu sua produção média diária, entre 2018 e junho de 2024, para 13 mil barris de gás de cozinha, ou seja, um recuo de 24,5%. No óleo diesel processado pela Rlam também houve queda importante. Entre 2013 e 2018, a produção média era de 86,4 mil barris/dia. Mas de 2019 a junho de 2024, o volume médio caiu para 76 mil barris diários, com declínio de 12%. O mesmo comportamento é observado na refinaria de Manaus. As estatísticas da ANP mostram que a produção média diária da Reman caiu de 1,3 mil barris de gás de cozinha, entre 2013 e 2019, para apenas 340 barris/dia, entre 2020 e junho de 2024, com queda significativa de 73%. Para o óleo diesel, a diminuição foi de 33%, com a produção da unidade passando de 11,6 mil barris, entre 2013 e 2019, para 7,7 mil barris, no período de 2020 a junho de 2024. De acordo com o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, os números mostram a falta de comprometimento das refinarias privadas como o abastecimento nacional. eldquo;Infelizmente, com a privatização destas duas refinarias, houve redução na produção de derivados de petróleo e, consequentemente, aumento na necessidade de o país importar gás de cozinha e diesel para abastecer o mercado doméstico. Por trás dessa queda de produção está a falta de compromisso das refinarias privadas com o abastecimento nacionalerdquo;, explica. O economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cloviomar Cararine, explica que eldquo;o óleo diesel e o GLP são produtos de baixa rentabilidade. As refinarias privatizadas precisam concorrer com a Petrobrás, que produz o próprio petróleo e, por isso, tem vantagens competitivas. As unidades privadas ou compram petróleo da Petrobrás ou importam e, assim, estão presas aos preços internacionaiserdquo;. Na última sexta-feira (26), a Petrobras avançou no processo de recompra da refinaria de Mataripe, que foi vendida o fundo soberano de Abu Dhabi Mubadala por 1,65 bilhão de dólares.

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