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Gasolina passa a ter 30% de etanol nesta sexta (1º), sem previsão de queda nos preços

Começa a valer nesta sexta-feira (1º) a nova mistura de etanol na gasolina para 30%, sem perspectiva de corte nos preços como estimado pelo governo ao anunciar a medida, no fim de junho. Segundo especialistas, o impacto será imperceptível. A Leggio Consultoria, por exemplo, vê expectativa de redução de apenas 0,2% a 0,3% no preço, dependendo do estado. O governo falava em até R$ 0,11 por litro, ou 1,8%, em relação ao valor médio verificado no país na semana passada, de R$ 6,20 por litro. Distribuidoras de combustíveis ouvidas pela Folha também calculam um corte menor, em torno de R$ 0,02 por litro. É o mesmo patamar estimado por entidades ligadas a proprietários de postos em nota distribuída nesta quinta-feira (31). "Não tem motivo para o produto ficar mais barato", diz Marcus De#39;Elia, sócio da Leggio. Ele explica que o etanol anidro, que é misturado à gasolina vendida nos postos, é mais caro e não tem o mesmo benefício tributário do que o etanol hidratado, vendido diretamente ao consumidor. "O preço do etanol hidratado na bomba é significativamente menor que o preço da gasolina na bomba. Mas essa diferença não ocorre com o anidro, que é de 11% a 14% mais caro que o hidratado", afirma ele. De acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, o litro do etanol hidratado era vendido nas usinas paulistas por R$ 2,54 por litro na semana passada, enquanto o anidro saía a R$ 2,91 por litro. Está mais caro do que a gasolina nas refinarias da Petrobras, que custa R$ 2,85 por litro desde o início de junho, quando a companhia promoveu a última mudança de preços. O aumento da mistura de etanol na gasolina, de 27% para 30%, foi anunciado pelo governo em meio a preocupações com o efeito da instabilidade no Oriente Médio para o preço dos combustíveis, que acabou não se concretizando. "Teremos nova redução na bomba. Isso traz impacto real na vida das pessoas", prometeu na época o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. "Quem trabalha por conta própria, como taxistas e motoristas de aplicativo, poderá economizar R$ 1.800 por ano." Os dados foram questionados imediatamente pelo setor. "É completamente irreal", afirmou o Paranapetro, que representa os donos de postos do Paraná. Na ocasião, o governo anunciou também o aumento da mistura de biodiesel no diesel, que passará de 14% para 15% nesta sexta. A medida já deveria ter entrado em vigor, mas foi suspensa em fevereiro em meio a denúncias de fraudes e diante da preocupação de impactos nos preços dos alimentos. Nesse caso, o mercado espera leve aumento no preço do diesel nas bombas, em torno de R$ 0,03 por litro. A Fecombustíveis espera aumento de R$ 0,02 por litro. A entidade destacou que os preços dos biocombustíveis estão sujeitos a oscilações de acordo com fatores climáticos que afetam a safra ou do período de queda da produção, na entressafra, que podem também impactar os preços nas bombas. O aumento da participação de biocombustíveis tem potencial para reduzir importações de diesel e gasolina. No primeiro caso, o impacto é pequeno perto do volume importado, que equivale a cerca de 25% do consumo nacional. No segundo, o impacto relativo sobre as importações é maior, já que o aumento da mistura é mais relevante. O país importa cerca de 4% do consumo interno de gasolina, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

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Isenção do petróleo no tarifaço dos EUA é recebida com alívio no mercado

A exclusão de petróleo e combustíveis das tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros foi recebida com alívio no mercado. Na quarta-feira (30/7), a Casa Branca divulgou a ordem executiva que confirmou a tarifa e a lista de isenções, que deixou quase 700 produtos de fora das taxas. Veja a lista completa. Por mais que especialistas do setor viessem indicando que o petróleo brasileiro conseguiria outros destinos caso fosse taxado pelos EUA, havia receio sobretudo em relação a eventuais retaliações nesse segmento por parte do Brasil emdash; que, por sua vez, poderiam afetar as importações do diesel produzido nas refinarias norte-americanas e encarecer o produto para o consumidor brasileiro. As isenções, entretanto, não incluem alguns produtos da agroindústria, como biocombustíveis. Trump acaba prejudicando, assim, São Paulo e demais estados exportadores de commodities agrícolas. Para o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a decisão foi eldquo;um reconhecimento da especificidade do mercado de petróleo e seus derivados e da sua importância estratégica no comércio bilateralerdquo;. A entidade lembrou que há um fluxo relevante não apenas de exportações de petróleo brasileiro, que somaram US$ 2,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, mas também de importações de derivados essenciais para o mercado nacional. eldquo;A manutenção da competitividade do setor junto ao mercado norte-americano contribui para preservar os fluxos comerciais e os investimentos, mitigando impactos imediatoserdquo;, disse o IBP em nota. Já a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lembrou que a indústria de petróleo e gás responde por cerca de 60% das exportações do estado do Rio de Janeiro para os EUA, sendo o principal item na pauta exportadora e representando 40 mil empregos diretos no estado. A Firjan também ressaltou preocupação com as tarifas aplicadas sobre produtos de aço e alumínio, insumos também usados na indústria de energia. Vale ressaltar que, além da ampla lista de isenções, as principais razões mencionadas por Trump para justificar o tarifaço na ordem divulgada pela Casa Branca estão ligadas a medidas da Justiça brasileira na regulação das redes sociais e nos processos que investigam o ex-presidente Jair Bolsonaro emdash; o que evidencia, assim, o caráter político das taxas. Foi, inclusive, o tom evidenciado pelo presidente Lula (PT) na nota divulgada à imprensa na noite de ontem, em que afirma ser eldquo;inaceitável a interferência do governo norte-americano na Justiça brasileiraerdquo;. eldquo;O governo brasileiro considera injustificável o uso de argumentos políticos para validar as medidas comerciais anunciadas pelo governo norte-americano contra as exportações brasileiraserdquo;, afirmou o presidente do Brasil. Nem todos podem respirar aliviadosehellip;. Ficou de fora da lista de isenções o etanol, alvo de reclamações de Trump nas relações comerciais com o Brasil praticamente desde o início do atual mandato. Assim, o produto está sujeito às tarifas que passam a valer em 6 de agosto. O acesso ao mercado brasileiro de etanol está entre os principais alvos da investigação aberta pelos Estados Unidos em 15 de julho, para apurar práticas que supostamente prejudicam o comércio internacional norte-americano. Atualmente, o Brasil cobra 18% de tarifa sobre o etanol importado, enquanto os EUA aplicam 2,5% sobre o etanol brasileiro. Assim, as cotas tarifárias devem ser agora alvo da negociação entre os países. Ainda sobre tarifas A senadora Tereza Cristina (PP), integrante da comitiva de senadores que está em Washington (EUA) para debater as tarifas, afirmou na quarta-feira (30/7), que os parlamentares americanos ouvidos pelo grupo manifestaram preocupação com as compras de petróleo e fertilizantes russos feitas pelo Brasil. eldquo;É um assunto sensívelerdquo;, disse a senadora.

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IBP sinaliza riscos da dependência brasileira do diesel russo

Mesmo com os produtores de petróleo do Brasil tendo conquistado algum alívio depois que o presidente americano Donald Trump isentou a commodity de tarifas, novas preocupações surgem em relação à dependência do diesel russo. É o que diz Roberto Ardenghy, chefe do grupo de lobby industrial do país, o IBP, que representa empresas como a Chevron e Petrobras. A ansiedade surge após Trump anunciar que imporia uma tarifa sobre as exportações da Índia e uma multa por suas compras de energia da Rússia, o mais recente de uma série de comentários em que expressou sua indignação com a falta de cessar-fogo na Ucrânia. A medida está levando outras nações com laços com a energia russa a avaliar suas cadeias de suprimentos. "Isso é bastante preocupante", disse Ardenghy em entrevista. O Brasil importa diesel para atender cerca de um terço de suas necessidades. A Rússia foi responsável por 60% das importações nacionais do combustível no primeiro semestre do ano emdash;substituindo os EUA como principal fornecedor depois que as sanções relacionadas à Ucrânia remodelaram os fluxos comerciais globais. Com os estoques globais de diesel apertados, encontrar alternativas pode ser difícil, disse Felipe Perez, da Seamp;P Global. Isso é especialmente verdadeiro com a Índia, outro fornecedor em potencial, já penalizada. (Bloomberg)

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Governo faz descontingenciamento e libera mais recursos para agências reguladoras

O governo federal publicou na quarta-feira (30) decreto que promove um descontingenciamento orçamentário de R$ 20,7 bilhões, incluindo liberações para as agências reguladoras, que vinham sofrendo nos últimos meses com bloqueio de recursos e tendo que diminuir suas operações. Conforme comunicado do governo, para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a contenção anunciada anteriormente de R$ 38,6 milhões foi reduzida a R$ 7,9 milhões, com a liberação de R$ 30,7 milhões. Já para a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o bloqueio anterior de R$ 34,9 milhões foi reduzido a R$ 7,2 milhões, com alívio de R$ 27,7 milhões. A Agência Nacional de Mineração (ANM) teve uma liberação de R$ 22,8 milhões, com congelamento agora de R$ 5,9 milhões. Os descontingenciamentos devem aliviar em parte a situação das agências reguladoras, que já vinham se queixando de uma redução de seus orçamentos nos últimos anos. Na Aneel, o orçamento aprovado para 2025, de R$ 155,6 milhões, é 35% menor que o solicitado pelo regulador, enquanto na ANP o valor para despesas discricionárias de R$ 140,6 milhões também era considerado inferior ao demandado para o exercício. Em nota, a Aneel afirmou que a medida representa "um avanço importante para a retomada das atividades essenciais", mas disse que o cronograma é "restritivo, concentrando a maior parte das liberações para dezembro". "A diretoria colegiada da agência está avaliando a priorização das atividades que serão retomadas, com atenção voltada à prestação dos serviços à sociedade, como a ouvidoria, a fiscalização e o atendimento presencial na sede da autarquia", disse a Aneel. (Reuters)

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ANP retoma Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) em agosto

A ANP irá retomar, no mês de agosto, o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC). O PMQC havia sido suspenso em julho, devido aos cortes orçamentários sofridos pela Agência. A retomada será possível devido ao descontingenciamento de parte do orçamento das agências reguladoras federais, incluindo a ANP, por meio do Decreto nº 12.566, de 30 de julho de 2025, que trata da programação orçamentária e financeira do Poder Executivo federal para 2025. O PMQC conta com 13 laboratórios contratados pela ANP, em diferentes unidades da Federação, responsáveis pela coleta e realização de análises físico-químicas em amostras de gasolina C, óleo diesel B e etanol hidratado combustível. O Programa é uma importante ferramenta para conhecimento sobre os índices de conformidade dos combustíveis ofertados ao consumidor. Saiba mais sobre o PMQC.

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Petróleo fecha em queda com ajuste após fortes ganhos e reduz alta mensal a 5,8%

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta quinta-feira, 31, em correção após três sessões seguidas de ganhos. Investidores seguiram acompanhando as ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de sanções severas à Rússia para que Moscou acabe com a guerra da Ucrânia até a próxima semana. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para setembro recuou 1,05% (US$ 0,74), a US$ 69,26 o barril. Já o Brent para outubro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE) teve baixa de 1,06% (US$ 0,77), a US$ 71,70 o barril. No mês, o WTI e Brent subiram 5,82% e 6,83%, respectivamente. Se tarifas significativas realmente forem adicionadas aos compradores de petróleo russo, como a Índia endash; que Trump já ameaçou na quarta-feira -, a reação do mercado será eldquo;desnecessário dizer, pesadaerdquo;, afirma Neil Crosby, da Sparta Commodities. Além disso, encontrar um substituto para o óleo bruto russo no mercado global seria difícil, dados os grandes volumes, os declínios mais rápidos do que o esperado na capacidade ociosa da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e diferenças nas qualidades da commodity, analisa o Goldman Sachs, que aponta que Índia e China devem ser as nações mais prejudicadas. eldquo;Não me importo com o que a Índia faz com a Rússia. Eles podem afundar suas economias mortas juntos, tanto faz para mim. Fizemos muito poucos negócios com a Índia, suas tarifas são muito altas, entre as mais altas do mundoerdquo;, escreveu Trump nesta madrugada no Truth Social. Segundo a Reuters, as refinarias estatais indianas Indian Oil, Hindustan Petroleum, Bharat Petroleum e Mangalore Refinery Petrochemical pararam de comprar petróleo da Rússia na última semana, diante de menores descontos neste mês e com o alerta feito pelo presidente dos EUA. (Estadão Conteúdo)

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