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Governo avalia que inflação afetou popularidade de Lula e crise do Pix acelerou queda

Integrantes do governo atribuem a queda de popularidade do presidente Lula (PT) à alta de preços ao consumidor, especialmente dos alimentos. O custo de combustíveis e da conta de luz também pesou na desaprovação do governo. Desde junho, pesquisas internas apontavam para o aumento de insatisfação do brasileiro com o custo de vida, de acordo com relatos no Palácio do Planalto. À época, a percepção de que os preços estavam altos e continuavam subindo atingia a maior parte dos entrevistados de diferentes faixas salariais. Segundo integrantes do governo, no fim do ano passado 80% dos entrevistados admitiam ter deixado de comprar produtos ou de pagar contas em decorrência do aumento dos preços. Pesquisa da Quaest, divulgado nesta segunda-feira (27), mostra que a avaliação negativa do governo Lula atingiu 37%, maior patamar desde o início de seu terceiro mandato. O índice cresceu seis pontos no intervalo de um mês e meio. É a primeira vez que a avaliação negativa supera a positiva. A gestão é considerada positiva por 31% dos entrevistados e avaliada como regular por 28%. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder. Em novembro de 2024, a alta de preços foi pauta de uma reunião entre o presidente Lula, ministros e representantes da Abras (Associação Brasileira de Supermercados). Na semana retrasada, na primeira reunião ministerial de 2025, Lula cobrou da equipe medidas para redução do preço dos alimentos, questionando seus ministros especificamente sobre o preço da carne. Nos próximos dias, o governo lançará campanha publicitária para afirmar que "ninguém mexe com o Pix" e que o Pix "é nosso". A previsão era de que a propaganda fosse levada ao ar já no sábado (25). A Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência) encomendou às agências campanha com o mote "é meu, é seu, é do Brasil", na tentativa de minimizar os estragos da divulgação de novas regras da Receita Federal e da disseminação de fake news sobre tributação da ferramenta de pagamento. A intenção da campanha é restabelecer a confiança na operação, reforçando que o Pix já é uma conquista dos brasileiros. A publicidade terá foco em empreendedores e autônomos, segmento apontado como mais sensível à falsa informação de que a ferramenta seria tributada. A peça será lançada poucas semanas depois de o governo ter sido obrigado a revogar uma norma que ampliava a fiscalização da Receita sobre transações de pessoas físicas via Pix que somarem ao menos R$ 5.000 por mês. O recuo ocorreu após uma onda de críticas à medida nas redes sociais, entre elas a notícia falsa de que o Pix seria taxado. No último dia 17, a Secom avisou às agências encarregadas da publicidade do governo sobre a encomenda da nova campanha de esclarecimento. Na mesma noite, definiu como conceito reforçar que o Pix é uma ação de Estado. Na avaliação de aliados do presidente Lula, o diálogo com o segmento de autônomos e informais já era desafiador e foi ainda mais afetado pela disseminação de fake news sobre tributação das operações. Antes de assumir a Secom neste mês, o ministro Sidônio Palmeira tinha encomendado às agências encarregadas da comunicação do governo uma campanha de esclarecimento sobre as novas regras de monitoramento de transações da Receita.

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Petrobras conversa 'com 5 ou 6 empresas' de etanol, mas quer ser 'noiva disputada', diz Magda

As conversas entre a Petrobras e grandes produtores de etanol estão concentradas entre eldquo;cinco e seis empresaserdquo;, disse ao Estadão/Broadcast a CEO da estatal, Magda Chambriard. Em novembro passado, a executiva havia surpreendido o mercado ao anunciar a volta da companhia ao setor com o qual namorou na década de 1970. Cinco décadas depois, diz Magda, a estatal quer ser eldquo;uma noiva cobiçadaerdquo; e não vê sentido em abandonar um combustível que concorre com a gasolina, um produto cujas vendas tendem a cair com a transição energética. eldquo;Nem só de eólica e solar vive o homemerdquo;, diz. eldquo;A gente tem no DNA a molécula.erdquo; eldquo;Passamos os piores momentos do etanol, quando o etanol precisava de subsídio, precisava de a Petrobras bancar, precisava de tudo. No momento em que o etanol é o principal competidor da gasolina, eu saio do etanol e deixo o etanol de graça para terceiros?erdquo;, pergunta. Magda quer garantir a relevância da estatal como produtora de energia nas próximas décadas, e para isso traz, desde o primeiro dia na empresa, a ideia de investir no biocombustível, hoje com uma mistura de 27% na gasolina, fatia que tende a crescer nos próximos anos. Segundo ela, a estatal atualmente é responsável por 31% de toda a energia primária (energia presente na natureza e que ainda não foi transformada ou convertida) no País. Daqui a 25 anos, prevê, a estatal estará dando a mesma contribuição, porém com 23% de energia fóssil e 8% de renovável. eldquo;Se o Brasil vai crescer cerca de 55%, 60% nas próximas duas décadas e meia, e se a gente persistir do mesmo tamanho, nós vamos perder a importância relativa. Então, qual é a nossa importância hoje?erdquo;, perguntou-se Magda ao chegar à companhia. eldquo;Vamos ter de gerar 60% a mais de energia.erdquo; Empresas e matérias-primas Segundo a CEO da Petrobras, as conversas com os possíveis parceiros para a produção de etanol estão em andamento, mas não há prazo para o casamento. eldquo;A gente quer ser uma noiva disputadaerdquo;, afirma, e por grandes produtores, eldquo;porque não dá para Petrobras casar com barraquinha de sorveteerdquo;, brincou. Ela não cita nomes envolvidos na negociação, apenas se limita a dizer que não será uma estatal. eldquo;Não vamos botar nada para dentro e também não criaremos uma nova empresa estatalerdquo;, detalha, indicando que a companhia não quer ser majoritária em uma eventual joint venture (um investimento compartilhado com outra empresa). No início do ano, o Estadaão/Broadcast noticiou que estariam na mesa produtores como Inpasa, FS Bio, Tereos Brasil, São Martinho e outros. Questionada, Magda também não fechou as portas a empresas ligadas a petroleiras. Estão, por exemplo, neste caso a Raízen, joint venture de Shell e Cosan, e a BP Bioenergy. Sobre a matéria-prima, a presidente da Petrobras disse não haver preferência por milho ou cana-de-açúcar. eldquo;Sou ecléticaerdquo;, brincou. Ainda assim, executivos da estatal já reconheceram que os resíduos do milho poderiam ser aproveitados em outros processos industriais da estatal. Biodiesel Além do etanol, os planos de Magda envolvem a expansão da produção de biodiesel e dos combustíveis coprocessados, como o Diesel Renovável (Diesel R), um dos xodós da executiva. eldquo;A gente foi saída do biodiesel, restando apenas um pouquinho na PBio (Petrobras Biocombustíveis), mas dissemos o seguinte: temos de retornar para o etanol, para o biodiesel, e endereçar o coprocessado, e até evoluir para o SAF (querosene de aviação sustentável na sigla em inglês)erdquo;, diz. A executiva quer fazer crescer a produção de biodiesel por meio do fortalecimento da PBio, empresa que estava no processo de desinvestimento no governo Bolsonaro e foi retirada dessa situação no ano passado. eldquo;Nesse quinquênio a gente tem de fazer biodiesel, tem de fazer etanolerdquo;, ressalta. Refinarias Mas, além dos biocombustíveis, a empresa vem investindo na modernização e na ampliação das atuais refinarias e no Complexo de Energias Boaventura (ex-Comperj, ex-Gaslub). De acordo com Magda, mesmo sem construir uma nova unidade, a Petrobras vai entregar nos próximos anos o equivalente a uma nova refinaria para o País. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o País precisa de mais uma refinaria. Segundo Magda, isso não foi um recado para a estatal. No Plano Estratégico 2025-2029, já está prevista a entrega de praticamente outra refinaria. eldquo;Pois é, nós vamos entregar isso, ampliando as outras. Esse é o ponto. Não tem plano de fazer outra refinariaerdquo;, afirma Magda. O investimento em refino no quinquênio será de US$ 15,2 bilhões. Somente na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, serão adicionados mais 175 mil barris por dia (mbpd), com modernização e a construção de mais um trem de refino de 130 mbpd. Somadas as ampliações e modernizações das demais unidades da estatal, serão mais 120 mbpd. Somadas, a previsão é de em 2029 a capacidade de refino da Petrobras suba a 2,1 milhões de barris por dia (bpd), dos atuais 1,8 milhão de bpd. eldquo;É quase uma refinaria de grande porteerdquo;, explica.

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A boca do jacaré entre preço da Petrobras e preço na bomba aumenta. E o governo com isso?

No rastro da crise do Pix, da indigesta inflação dos alimentos e da pesquisa Quaest mostrando que, pela primeira vez, o índice de aprovação da gestão Lula é menor do que o de desaprovação, vem aí... o ácido e imprevisível debate sobre preço dos combustíveis. É mais um terreno pantanoso e difícil de atravessar para qualquer governo, ainda mais quando as coisas já não andam uma maravilha. Falar em aumento do custo da comida na mesa, da inflação em geral e dos consequentes juros em alta, é falar também, automaticamente, do preço dos combustíveis, que têm um peso enorme na composição de preços finais e na inflação. E mais: na popularidade dos governantes. O presidente Lula se reuniu já nesta segunda-feira com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para ter uma visão panorâmica do problema e tentar um equilíbrio entre política e economia, que é sempre difícil, particularmente no Lula 3. No meu bairro, em Brasília, a gasolina comum estava em R$ 5,85 e pulou para R$ 6,39. Na Bahia de Rui Costa, o gás de cozinha, que sai da Petrobras a R$ 36,00, chega ao consumidor a R$ 108,00. Nos dois casos, é um peso imenso para os consumidores, sejam pessoas físicas, particularmente das classes B e C, sejam produtores rurais, fábricas, empresas de ônibus, lojistas. eldquo;É um problema graveerdquo;, diz Costa, lembrando que a Petrobras só decretou um aumento de combustíveis em 2024, no primeiro semestre, e frentistas, luz, água, IPTU... não tiveram um aumento tão avassalador que justifique disparada de preço na bomba. eldquo;A Petrobras não era monopolista no varejo, mas servia como parâmetro, referência, e hoje?erdquo;, diz ele. E continua: eldquo;Se a boca de jacaré entre preço da Petrobras e preço da bomba aumenta, é porque o setor amplia a margem de lucroerdquo;. É mais um fio da navalha para o governo, que perdeu a guerra para as fake news do Pix, está se enrolando com preços de alimentos e vive espremido entre mercado e PT. O mundo veio abaixo com o escorregão de Costa sobre eldquo;conjunto de intervençõeserdquo; para alimentos. O que acontecerá se houver algum tipo de intervenção na política de preços da Petrobras? Aumentar preços gera gritaria, mas segurar artificialmente remete à era Dilma Rousseff. Sim, vai ter de ter aumento de combustíveis, assim como o governo tem de dar um jeito de conter a inflação de alimentos. Mas como conciliar os interesses da sociedade, produtores, mercado, PT, Centrão? Com explicações pragmáticas e realistas? Nas redes e na oposição, o que menos interessa é pragmatismo e realidade. Ganha quem tem mais seguidores e manipula mais rápido e melhor... a versão. (Opinião por Eliane Cantanhêde)

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Petrobras é cobrada sobre defasagem, e Lula deve encarar crise dos combustíveis depois de alimentos

Nem bem conseguiu colocar em marcha um plano para a inflação dos alimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem que lidar agora com uma nova crise, a do reajuste dos combustíveis. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que se reuniu com Lula nesta segunda-feira, 27, tem encontro marcado com representantes dos sócios privados da empresa na quarta e tratará da defasagem nos preços da gasolina e do diesel. Cálculos usados nas discussões internas da Petrobras, com base nos preços praticados no fim do ano passado, dão conta de que deveria ser aplicado um reajuste na gasolina de 13% e de 11% no caso do diesel. Na semana passada, segundo estimativas do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), com a queda do dólar e do petróleo, a gasolina estava 7,5% mais barata no Brasil do que no exterior e o diesel, 15%. O equilíbrio é importante para empresas que concorrem com a Petrobras no refino e venda de combustível no mercado interno e que têm seus negócios impactados pela fixação dos preços no Brasil. Em entrevista ao Estadão/Broadcast na semana passada, Magda disse, no entanto, que a taxa de câmbio - um dos componentes para a fixação dos preços - está muito volátil e que prefere não fazer movimentos antes que haja uma estabilidade na cotação do dólar. Ocorre que a reunião do Conselho de Administração marcada para esta quarta-feira, 29, é para tratar de preços praticados no trimestre encerrado em dezembro. Por isso, segundo relatos, ela deverá ser interpelada sobre o assunto por representantes de investidores privados, que desejam saber se a Petrobras vai praticar preços de mercado ou se reconhecerá que está contendo aumentos a pedido do presidente Lula. Nenhuma das duas respostas tendem a deixar Lula em situação confortável. Ou os preços subirão ou o presidente será novamente acusado de intervir na companhia. Desde o antecessor de Magda na Petrobras, Jean Paul Prates, a companhia não segue pari passu as cotações internacionais do petróleo e do câmbio. Prates introduziu na fórmula variações de custos locais de produção, o que ele classificou como de eldquo;abrasileiramentoerdquo; na fórmula de preços da Petrobras. Sob Magda, o último reajuste ocorreu em julho e alcançou só a gasolina - o diesel ficou estável. O aumento nas refinarias da Petrobras foi de 7,12%, mas como a composição da gasolina nas bombas leva etanol, que subiu 17,58% no ano passado, o resultado é que a gasolina ficou 9,71% mais cara em 2024. O diesel ficou praticamente estável (alta de 0,66%). Apesar da atenção sobre o tema, auxiliares de Lula afirmam que Magda esteve em Brasília com o presidente, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira para discutir o plano de investimentos da Petrobras. A executiva deixou o Palácio sem falar com a imprensa. Procurada, a Petrobras não comentou. O economista Adriano Pires, do Cbie, afirma que a atual condução da política de preços se assemelha à praticada no governo Dilma Rousseff (PT), quando o então presidente José Sergio Gabrielli defendia que era preciso esperar por uma estabilidade ou que o câmbio atingisse um novo patamar para, só assim, mexer com os preços dos combustíveis. eldquo;Acontece que o mercado de petróleo e o câmbio funcionam com alta volatilidade, é uma justificativa meio nonsense dizer que se espera uma estabilidadeerdquo;, diz ele. Pires diz não acreditar que a Petrobras faça reajuste neste momento, após a sinalização feita por Magda em entrevista ao Estadão, lamentando os efeitos que isso provoca em concorrentes privados. eldquo;Não existe uma política de mercado meia-boca, ou é de mercado ou não éerdquo;, critica. eldquo;Colocaram tantas variáveis na política de preços que virou uma caixa preta. É possível extrair argumentos tanto para seguir quanto para não seguir as oscilações de mercadoerdquo;, afirma.

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Novo biocombustível da Be8 atrai grandes empresas

O novo biocombustível da Be8, companhia líder na venda de biodiesel no país, tem despertado o apetite de grandes consumidores. Patenteado como BeVant, o produto, um bidestilado do biodiesel, tem baixa pegada de carbono e pode substituir o diesel fóssil sem nenhuma adaptação nos motores a combustão. No intervalo de poucos dias, cinco novos clientes acertaram contratos para testar o produto em suas operações. A Be8 acertou as vendas com Gerdau, Ambipar, Centro Tecnológico Randon (CTR), Aeroporto de Congonhas e Grupo Abreu, que controla a maior frota de ônibus da cidade de São Paulo. Com esses acordos, a empresa já está colocando no mercado entre 2 milhões e 3 milhões de litros do renovável. A empresa não revela os preços, mas indica que o valor do BeVant no mercado deve ficar entre 8% e 15% acima do preço do diesel e do biodiesel, a depender da logística, segundo Erasmo Carlos Batistella, dono e presidente da Be8. As vendas vão começar a cobrir os gastos da Be8 para construir a linha de produção. A companhia projeta alcançar o breakeven (equivalência entre custo e receita) dessa operação em 2026. O apelo do BeVant Os novos consumidores farão os testes ao longo deste ano. Para esses clientes, a adoção do BeVant é uma espécie de eldquo;via expressaerdquo; de descarbonização, já que se trata de um produto já disponível emdash; diferentemente do diesel verde (HVO), biocombustível que ainda não tem produção na América Latina. O BeVant emite 50% menos carbono equivalente do que o diesel na chamada análise do ciclo de vida (ACV), intervalo que vai da produção do combustível à queima nos motores. Se consideradas as emissões só na combustão, o BeVant tem pegada de carbono 90% menor, diz Camilo Adas, diretor de transição energética da Be8. No ano de operação comercial do BeVant, a Be8 espera garantir a venda de toda a capacidade produtiva da planta de Passo Fundo (RS). A unidade consegue produzir 50 milhões de litros por ano. eldquo;Nós esperamos fechar a venda de toda essa unidade e já fazer contratos futuroserdquo;, afirmou Batistella. Quando a comercialização prévia alcançar a capacidade instalada, a Be8 pretende já investir em ampliação industrial. Segundo ele, a empresa tem buscado clientes no Brasil e no exterior. Como a Be8 tem a patente do BeVant já identifica mais demanda potencial, o empresário abriu conversas para acelerar o aumento da produção via parcerias. eldquo;Espero que até o fim de 2025, ou no mais tardar em 2026, possamos anunciar algumas parceriaserdquo;, afirmou. A Be8 oficializou parte dos acordos de fornecimento na Casa Brasil, espaço organizado por empresas brasileiras em paralelo ao Fórum Econômico Mundial, em Davos. A Gerdau, uma das patrocinadoras do espaço fará os testes iniciais em sua unidade de mineração em Minas Gerais. eldquo;Temos expectativa de obter o melhor resultado possível, mas nosso foco agora está em evoluir nessa parceriaerdquo;, disse Pedro Torres, diretor global de Comunicação, Marca e Relações Institucionais da Gerdau. Desenvolvimento de veículos Um dos acordos mais importantes é com o CTR. Localizado em Farroupilha (RS), o centro atrai dezenas de montadoras e fabricantes da indústria automotiva para testes de desenvolvimento de produto. Com o acordo com a Be8, a empresa terá uma bomba dedicada à oferta de BeVant em seu posto de combustíveis, que poderá abastecer todos os veículos e implementos que utilizam o espaço. eldquo;A maior parte dos nossos parceiros são grandes empresas que têm compromissos de redução de emissões. A oferta de BeVant passa a ser um diferencial, porque se [a empresa] vier ao CTR, terá um biocombustível de última geração para adotar em sua estratégia e seus processos de desenvolvimento de produtoerdquo;, diz Cesar Ferreira, diretor de tecnologia e inovação da Randoncorp, dona do CTR. Com isso, o local pode funcionar como um eldquo;efeito multiplicadorerdquo;, já que diversas empresas do ramo automotivo terão contato com a tecnologia e poderão testá-la em seus veículos. Nos testes que a Be8 fez durante o desenvolvimento do produto, o BeVant apresentou um desempenho próximo ao do diesel fóssil, com um consumo 1% a 2% maior. O Grupo Abreu, de São Paulo, ainda está calculando quantos de seus mais de 2 mil ônibus testarão o BeVant. eldquo;Estamos avaliando com as equipes técnica e comercial a melhor estratégia e a melhor logísticaerdquo;, disse Roberto Pereira de Abreu, presidente do grupo. A companhia já usou o diesel com 20% de biodiesel em sua frota e hoje tem ônibus elétricos.

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Estado de São Paulo substituiu mais de 60% da gasolina por etanol em novembro de 2024

O consumo de etanol hidratado no Estado de São Paulo alcançou 847 milhões de litros em novembro de 2024, o maior volume registrado para o mês desde 2020, aumento de 6,9% em relação a novembro de 2023, informa a consultoria Datagro. No acumulado de janeiro a novembro de 2024, o consumo somou 9,391 bilhões de litros, avanço de 27,0% na comparação com o mesmo período de 2023, sendo o segundo maior da série histórica, atrás apenas do mesmo intervalo de 2019. Em contrapartida, o consumo de gasolina C no estado recuou 12,3% no comparativo anual, totalizando 701 milhões de litros em novembro de 2024. Participação do etanol no mercado total em SP chega a 60,45% em novembro Segundo a consultoria, entre janeiro e novembro, o consumo acumulado foi de 8,361 bilhões de litros, queda de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, a participação do etanol (hidratado + anidro) no mercado total do ciclo Otto no estado de São Paulo atingiu 60,45% em novembro de 2024, o maior valor mensal no ano, comparado aos 56,9% registrados um ano antes. No acumulado de janeiro a novembro de 2024, o índice de substituição da gasolina por etanol foi de 59,1%, acima da média de 52,5% observada no mesmo período de 2023. Competitividade do biocombustível melhora A taxa de substituição de gasolina por etanol chegou a ficar abaixo dos 50% em maio de 2023, pouco antes da começar a vigorar o novo cálculo do ICMS sobre a gasolina em junho, que passou a ter uma alíquota fixa para todo o Brasil. Após a alteração no ICMS, a competitividade do etanol hidratado melhorou, com a relação de preços entre etanol e gasolina ficando consistentemente abaixo de 70%, atingindo 59,2% de paridade em janeiro de 2024. A manutenção dessa competitividade, combinada com a recuperação do consumo de etanol no estado, está levando os níveis de participação do etanol no mercado do ciclo Otto a patamares semelhantes aos observados entre 2018 e 2020, período marcado por forte competitividade do etanol e recordes de consumo.

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