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Empresas mudam estratégia de logística e usam tecnologia para reduzir custo do diesel

O preço do diesel, que chega a representar 60% dos custos de frete, está levando empresas a revisarem suas estratégias de logística para minimizar os impactos no caixa. Do agrupamento de rotas de entrega à melhor ocupação dos caminhões, passando pelo monitoramento dos veículos, muitas companhias vêm lançando mão de planejamento e tecnologia para enfrentar o aumento do combustível. A Nestlé reforçou o investimento em ferramentas de gestão de transporte. Por meio de algoritmos que otimizam os percursos e o carregamento dos veículos, consegue aumentar em 3%, em média, a ocupação dos caminhões, o que representa 12 mil viagens a menos por ano. A roteirização também foi a solução adotada pela Plena Alimentos, do segmento de proteína bovina, para realizar cerca de 600 entregas diárias em 20 caminhões na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Por meio de um software da empresa de tecnologia Lincros, é possível concentrar as entregas em determinados dias e rotas de distribuição, dentro da grade de horário que os clientes podem receber. emdash; Nossa estratégia é concentrar o atendimento, estabelecer dias padronizados por rotas emdash; afirma o gerente de logística da Plena, Anderson Alves Gomes. Na Dimensional Engenharia, o custo com combustível corresponde a 35% da logística. A empresa começou a fazer o monitoramento para verificar a emissão de carbono e viu no sistema de acompanhamento um aliado para reduzir também o consumo de diesel da frota de 300 veículos. A economia varia em torno de 5% ao mês. Vinicius Benevides, diretor operacional, explica que se trata de uma telemetria, que envia informações on-line, mostrando, por exemplo, se o veículo está andando ou parado ou se o motorista acelerou muito, o que impacta o consumo de combustível. A rede de farmácias Pague Menos emdash; que hoje compromete 40% dos custos de frete com o diesel emdash; está negociando soluções com as transportadoras. emdash; As transportadoras pediram um reajuste, que ainda está em negociação. Enquanto não finalizamos, aquelas que têm frota dedicada à Pague Menos pediram para transportar outras mercadorias, para ocupar o espaço vago nas carretasemdash; conta Raíssa Lemine, coordenadora de Frete do grupo. Manutenção em dia Segundo ela, a Lersquo;auto Cargo, uma das contratadas da rede, adotou ainda treinamento de motoristas para direção econômica, incentivo com bonificação para quem bater meta de rendimento, instalação de sondas para detecção de perdas e desvios e negociação com os postos, entre outras medidas. A Cargosoft Serviços Logísticos, que também atende a Pague Menos, além de premiar motoristas e limitar a velocidade a 80km/h, conta com seis bases com tanque próprio para abastecer. Anderson Benetti, da Senior Sistemas, de gestão de pessoas e softwares para logística, lembra que a manutenção pode representar de 15% a 18% de redução de custo de combustível por mês em um caminhão. E destaca a importância de monitorar os veículos: emdash; É possível receber dados como acelerações e freadas desnecessárias, além de excesso de peso no veículo. No caso da Cargoblue emdash; que tem 40 caminhões e presta serviço para o e-commerce emdash;, o combustível corresponde a 60% da despesa com frete. Uma das soluções para reduzir os gastos foi usar o aplicativo Gasola, que faz negociação direta com os postos e oferece descontos no litro do combustível. De acordo com o dono Rodolfo Gonzalez, a economia é em torno de 5% ao mês, o que significa cerca de 14 mil quilômetros: emdash; Dá para atravessar o país umas três vezes. São três fretes de Fortaleza a Porto Alegre. Outras fontes Além das alternativas para reduzir o consumo de diesel, as empresas também estão atentas a outras fontes de combustível. Na Nestlé, desde 2021, mais de 1,7 mil veículos passaram a ser abastecidos somente com etanol. E desde 2020 entraram na frota veículos elétricos ou movidos a GNV ou biocombustíveis de fontes renováveis, como o biometano. emdash; Temos a meta de, até o fim de 2022, ter mais de cem veículos desse tipo transportando nossos produtos emdash; diz Marcelo Nascimento, VP de Supply Chain da Nestlé no Brasil. A distribuidora de combustíveis Vibra (ex-BR Distribuidora) começou em julho a operação de entrega de gasolina, etanol e diesel com um caminhão convertido para GNV. Cálculos preliminares da companhia apontam que a economia financeira com a operação chega a 10%, na comparação com um veículo tradicional. emdash; Discutimos a possibilidade (de conversão) com as cerca de 50 transportadoras contratadas e os feedbacks têm sido bem positivos. Na próxima semana já teremos mais um caminhão a gás entrando em operação emdash; afirma Aurélio Souza, diretor de planejamento logístico da Vibra. A transportadora Jomed, que atua com rotas entre São Paulo, Curitiba e Rio, comprou nove caminhões 100% a gás há dois anos, o que representa 5% da frota da transportadora. Cada veículo carrega oito cilindros com 25 metros cúbicos de capacidade, o que pode garantir que um caminhão com 20 toneladas de carga, por exemplo, percorra até 550 km. A economia, na comparação com um caminhão a diesel pode chegar a 17%, no caso do GNV, e até 20%, se o veículo for a biometano. A transportadora Rodofly converteu dez caminhões de sua frota de 160 veículos para o GNV, numa parceria com a 4 Rodas GNV. emdash; O diesel está nas alturas. Pelos cálculos que fazemos, é vantagem usar o gás natural tanto para carro pequeno quanto para caminhões emdash; comenta o dono da 4 Rodas GNV, Deivid Araújo.

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Conselho da Petrobras rejeita dois indicados por Bolsonaro e cogita assumir política de preços

O Conselho de Administração da Petrobras seguiu a recomendação do Comitê de Elegibilidade (Celeg) da estatal e rejeitou os nomes do secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Castro, e do procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano de Alencar, para integrar o colegiado. A decisão foi tomada em votação unânime dos conselheiros nesta segunda-feira, informou a estatal. Ambos foram indicados pelo presidente Jair Bolsonaro para o próprio conselho, mas o comitê indicou possível conflito de interesse. O outros sete candidatos preenchem os requisitos e não têm vedações para concorrer às vagas, na avaliação do comitê, que tem papel apenas consultivo. No dia 19 de agosto, a Petrobras realizará a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para a eleição dos novos indicados ao conselho de administração da companhia, que tem 11 cadeiras no total. Atualmente, a União tem seis delas. A convocação para a AGE deve ser feita pelo atual conselho até amanhã, porque precisa ocorrer com uma antecedência mínima de 30 dias. Além de examinar o nome dos indicados, o conselho da Petrobras está discutindo se deve assumir o controle da política de preços de combustíveis da estatal em um movimento que poderia protegê-la melhor da influência política, afirmaram pessoas familiarizadas com o assunto à agência Bloomberg. A política de preços da Petrobras atualmente é determinada pela diretoria executiva. Por enquanto, os preços dos combustíveis da petrolífera estão atrelados aos níveis internacionais. Mas há uma preocupação crescente entre os acionistas de que a Petrobras comece a arcar com o custo de manter preços menores que os praticados no mercado internacional no ano em que Bolsonaro concorre à reeleição. A proposta de transferir ao conselho a competência para estabelecer as diretrizes para o reajuste dos preços dos combustíveis pode ser votada em uma reunião do conselho em 27 de julho, de acordo com as fontes. As negociações são preliminares e os detalhes ainda estão em discussão. Não está claro se a mudança teria que ser aprovada pelos acionistas da petrolífera, que votarão em um novo conselho de administração no próximo mês, disseram as pessoas. A diretoria seguiria sendo responsável por decidir quando aplicar altas ou cortes de preços, mas levando em conta a estratégia ditada pelos conselheiros. A Petrobras não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Bloomberg. Novo conselho em apenas 4 meses A eleição de novos membros do conselho, que ocorrerá apenas quatro meses após a entrada dos atuais membros. Quarenta dias após a posse dos conselheiros e a escolha de José Mauro Coelho para presidente a estatal, Bolsonaro determinou a demissão dele e a renovação do colegiado, do qual o presidente da estatal é integrante. Como renunciou antes da assembleia de acionistas, Coelho foi substituído por Caio Paes de Andrade, ex-secretário do Ministério da Economia, indicado por Bolsonaro. Para a assembleia, o governo, que é o acionista majoritário da estatal, propôs oito candidatos para o conselho de 11 membros. Dois já têm assentos: Márcio Weber e Ruy Schneider. Três outros membros atuais do conselho não poderão ser substituídos na reunião de agosto.

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Gilmar Mendes, do STF, cria comissão para que estados e União discutam solução para ICMS

O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira a criação de uma comissão especial que discuta uma solução que concilie interesses da União e dos estados no impasse a respeito da alíquota do ICMS que incide sobre combustíveis. O começo dos trabalhos do grupo será no dia 2 de agosto e o prazo inicial previsto para seu encerramento é 4 de novembro deste ano, portanto após as eleições. A decisão do ministro foi dada no âmbito de uma ação em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) pede a suspensão de leis estaduais que fixam essas alíquotas, sob o argumento de que essas normas são inconstitucionais. A comissão será formada por até cinco representantes dos estados e do Distrito Federal e cinco da União. O relator também determinou que a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) designe servidor com poderes para disponibilizar elementos para as discussões, como informações sobre a receita tributária de ICMS de cada ente subnacional, em cada um dos 12 meses anteriores a junho de 2022 e dos meses seguintes. Na decisão em que determinou a criação da comissão especial, o ministro do STF destacou que a comparação entre as alegações da União e dos estados revela eldquo;nítida divergência interpretativaerdquo; quanto aos números apresentados e à situação real dos entes subnacionais, em relação ao incremento da arrecadação e ao fluxo de ativos financeiros. Para Gilmar, nesses casos, deve ser adotado um modelo judicial aberto e dialógico eldquo;com a utilização de ferramentas processuais adequadas para o enfrentamento das questões fáticas imbrincadas trazidas pelos interessadoserdquo;.

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Combustíveis: Pressão do governo para reduzir preço esbarra em turbulência no mercado internacional

Menos de três semanas depois de Caio Paes de Andrade assumir a presidência da Petrobras, a estatal já sente a pressão do governo para reduzir o preço dos combustíveis. A decisão de reduzir ou aumentar o preço dos combustíveis é da Petrobras, por meio de sua diretoria. Mas as conversas entre a diretoria, o conselho da empresa e o governo são comuns. Há um mês, por exemplo, o governo tentou segurar um reajuste iminente, mas não conseguiu. A queda acentuada no preço do barril de petróleo emdash; que estava em US$ 115 no fim de junho e passou a ser cotado na faixa de US$ 100 nos últimos dias emdash; é o maior fator de pressão. Mas o dólar tem subido: passou de R$ 5,237 no fim de junho para R$ 5,404 ontem. Os dois parâmetros são usados pela Petrobras para decidir sobre reajustes de preços na refinaria. A associação de importadores de combustíveis (Abicom) estima que a gasolina poderia cair até R$ 0,31 por litro para voltar à paridade internacional. De acordo com a entidade, os preços internos da gasolina estão, em média, 8% maiores que lá fora. O preço do diesel está equiparado. Por outro lado, técnicos da empresa afirmam que a Petrobras só toma decisões após haver diferença consolidada de dias entre os mercados interno e externo. Segundo uma fonte da empresa, ainda não há condições para isso. O ideal seria esperar algumas semanas para verificar se, de fato, há uma mudança de patamar. Segundo Gustavo Oliveira de Sá e Benevides, fundador da GSB Consulting, não há muito espaço para a redução dos preços no Brasil: emdash; A tendência é os preços aumentarem de novo. Durante o verão no Hemisfério Norte, países começam a fazer estoque para o inverno. emdash; A crise na Europa vai causar um repique nos preços. Isto é uma opinião consensual entre as maiores tradings do mundo. Os preços estão em um momento de alta volatilidade, mas a tendência é que se mantenham altos em função das repercussões da guerra e do momento do mercado emdash; disse Benevides. Marcus Dersquo;Elia, sócio da Leggio Consultoria, diz que só há espaço para redução do preço da gasolina se o petróleo se mantiver na faixa de US$ 100 nos próximos meses: emdash; No diesel não há margem para redução. Tudo isso considerando a manutenção do preço de paridade de importação (PPI), que é extremamente importante para evitar o risco de desabastecimento de combustíveis. De outro lado, semana passada, o banco UBS divulgou relatório no qual afirma que a Petrobras poderá, em breve, reduzir preços se a tendência de queda do barril continuar. Na bomba, preço em queda Nos postos, segundo a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os preços da gasolina e do diesel caíram pela terceira semana seguida. Na gasolina, o valor médio foi de R$ 6,07, queda de 6,47% em relação à semana anterior. A Petrobras aumentou o preço dos combustíveis há cerca de um mês, desencadeando reação de Brasília, capitaneada por Bolsonaro e pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O principal efeito foi a saída emdash; já prevista, mas que acabou acelerada emdash; de José Mauro Coelho da presidência da empresa. Ele foi o terceiro presidente da Petrobras no governo Bolsonaro que saiu por causa da alta de preços. Após o anúncio de demissão, ficou mais de um mês no posto até renunciar, em 20 de junho. Em seu lugar, entrou Caio Paes de Andrade, ex-secretário do ministro da Economia, Paulo Guedes. Desde o início do ano, a Petrobras aumentou três vezes o preço dos combustíveis. Paes de Andrade chegou com a missão de segurar e reduzir os preços. Desde que ele assumiu a presidência, a estatal tem firmado laços cada vez mais estreitos com o Ministério da Economia. Segundo fontes, o executivo passaria a contar com o auxílio de um comitê informal organizado pela pasta. A estratégia seria tomar decisões em conjunto, não sozinho. Alguns temas discutidos no âmbito desse grupo incluiriam a queda no preço dos combustíveis e a mudança na diretoria. Procurada, a Petrobras diz que a informação sobre a criação de um comitê não procede e que as decisões seguem sendo tomadas pela diretoria executiva (que inclui o presidente) e pelo conselho da estatal, de acordo com procedimentos de governança da Petrobras. A demora em mudar toda a diretoria seria um fator de insatisfação para Bolsonaro, segundo fontes. Paes de Andrade teria sido avisado de que deve trocar todos os integrantes. O processo de tomada de decisão sobre a queda dos preços de combustíveis, por exemplo, começa, tecnicamente, com debates entre o presidente, os diretores da área financeira e de comercialização. O reajuste do mês passado gerou pressões como a ameaça de criação de uma CPI para investigar diretores e aumento de tributos de petroleiras. Deputados chegaram a ameaçar mudar a Lei das Estatais para facilitar a indicação para cargos. A pressão arrefeceu, mas não acabou. Integrantes do governo e do Congresso cobram mudanças na política interna e na organização da estatal. Os preços dos combustíveis são uma dor de cabeça para a campanha de Bolsonaro. Ele conseguiu aprovar no Congresso, e já está em vigor, um teto (de 17% ou 18%) para o ICMS (imposto estadual) cobrado sobre os combustíveis, energia elétrica e transporte público. Também zerou o PIS/Cofins, que é federal, sobre a gasolina e o diesel.

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Petróleo fecha sessão em alta, mas acumula forte queda na semana

Os contratos futuros do petróleo fecharam a sessão desta sexta-feira em alta, mas encerraram a semana em queda, em meio aos temores de recessão e de uma subsequente queda da demanda pela commodity. O contrato do petróleo Brent para setembro - a referência global da commodity - fechou a sessão em alta de 2,07%, mas recuou 5,47% na semana, a US$ 101,16 por barril. Já o contrato do WTI americano para agosto avançou 1,88% hoje, acumulando perdas de 6,87% na semana, a US$ 97,59 por barril. Os preços do petróleo têm anotado fortes perdas recentemente, conforme as perspectivas de uma recessão econômica global alimentam os temores de uma queda da demanda pela commodity. Os preços do petróleo foram prejudicados também pelos avanços do dólar, que são impulsionados por um fortalecimento da demanda por proteção, gerado pelos receios em torno da economia americana. eldquo;O petróleo caiu abaixo de US$ 100 por barril no início desta semana e continua sob pressão. O prêmio do risco induzido pelo choque geopolítico da guerra [na Ucrânia] desapareceu em grande parteerdquo;, diz o economista-chefe do banco suíço Julius Baer, Norbert Rücker, em nota. Segundo ele, os estoques de petróleo bruto e derivados cresceram acima do esperado nas últimas semanas, indicando que o aperto diminui gradualmente. eldquo;A produção doméstica se expande de forma robusta com o petróleo de xisto criando fluxo de caixa, enquanto a demanda está parada, principalmente porque os preços altos na bomba parecem prejudicar o consumoerdquo;, disse. Hoje, porém, os preços do petróleo receberam algum suporte das informações de que os Estados Unidos não estão esperando um aumento imediato na produção de petróleo da Arábia Saudita, depois da visita do presidente Joe Biden ao país. Segundo informação da agência eldquo;Reuterserdquo;, Washington espera que um aumento na produção do reino saudita ocorra apenas na próxima reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que deve ocorrer no dia 3 de agosto. A informação - dada por uma autoridade que não quis ser citada - reduziu as expectativas de que a viagem de Biden tenha sucesso imediato no aumento de produção de petróleo saudita, ajudando a impulsionar os preços do petróleo. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Bolsonaro fala em negociações avançadas para diesel mais barato da Rússia

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (17) que as negociações com a Rússia para fornecimento de diesel ao Brasil por um preço "mais barato" estão bastante avançadas, em uma tentativa de o governo afastar o risco de desabastecimento e conter a alta nos preços dos combustíveis. "Agora, estamos bastante avançados na questão do fornecimento de diesel para o Brasil. O preço mais barato. Quantos por cento? Não sei. Quanto mais barato, melhor", afirmou Bolsonaro, sem dar mais detalhes sobre o acordo. A declaração foi dada a jornalistas em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Na última semana, Bolsonaro havia dito que o Brasil pode começar a receber diesel da Rússia em até 60 dias. Em junho, a Petrobras alertou que o abastecimento nacional de diesel requer "atenção especial". Os riscos decorrem, segundo a empresa, de aumento sazonal da demanda mundial no segundo semestre, menor disponibilidade de exportações russas por sanções econômicas e eventuais indisponibilidades de refinarias nos Estados Unidos e Caribe com a temporada de furacões. Na última terça-feira (12), durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o ministro Adolfo Sachsida (Minas e Energia) afirmou que o Brasil tem 50 dias de estoque de diesel sem importação. Ele também ponderou que a dificuldade de refino do petróleo no mundo tem gerado aumento dos preços do combustível. O mercado brasileiro de combustíveis vem sendo impactado pela instabilidade do preço internacional do petróleo em decorrência da Guerra da Ucrânia. Os reajustes do diesel promovidos em maio levaram a trocas no comando do MME (Ministério de Minas e Energia) e da própria estatal. Bolsonaro falou sobre a chegada de Caio Paes de Andrade, ex-secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital no Ministério da Economia, ao comando da estatal. "Trocamos o presidente da Petrobras, e ele pretende obviamente trocar o conselho e algumas diretorias. Colocar algumas pessoas mais afinadas com ele", comentou. Neste domingo, Bolsonaro sugeriu que o PPI (Preço de Paridade Internacional), que alinha os preços de combustíveis praticados pela Petrobras no mercado interno aos valores internacionais, não requer a realização de ajustes de maneira obrigatória e criticou os lucros "excessivos" da empresa. O governo aposta na redução nos preços dos combustíveis para frear a inflação e ganhar popularidade a menos de três meses das eleições. Os temas são vistos como principais obstáculos à campanha de reeleição de Bolsonaro. O atual presidente está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio do Lula da Silva (PT). De acordo com o último Datafolha, Lula soma 19 pontos de vantagem, com 47% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro. Após a sanção do projeto de lei que estabelece teto de 17% a 18% na cobrança da alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) dos combustíveis, energia, transporte e telecomunicações, Bolsonaro disse que vai começar a visitar postos a partir desta segunda-feira (18) para verificar se houve redução dos preços. "Se postos repassarem [diminuição do ICMS], teremos um dos combustíveis mais baratos do mundo. Demos um prazo por causa dos estoques, pretendo visitar postos a partir de amanhã", disse. "No mínimo, a gasolina tem que baixar R$ 0,79 [por litro] porque abri mão de imposto federal", acrescentou. O governo editou um decreto para obrigar os postos a exibir de forma clara e ostensiva os preços dos combustíveis praticados em estabelecimentos em 22 de junho, véspera da sanção da nova lei, em comparação com os valores atuais. "O objetivo final é oferecer ao cidadão comum um instrumento de transparência que o permita identificar, de maneira fácil, rápida e prática, os postos que estão comercializando combustíveis com menores preços e, portanto, decidir onde abastecer o seu veículo", diz o decreto. Em reação, partidos da oposição ingressaram, na última semana, com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para derrubar a norma. As siglas sustentam que a medida está sendo usada por Bolsonaro com fins eleitorais. Neste domingo, Bolsonaro também voltou a atacar governadores da região Nordeste. Em junho, governadores de 11 estados pediram para que o STF considere inconstitucional a lei que mudou as regras de incidência do ICMS em combustíveis. Os governadores de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Sergipe assinaram o pedido. e#8203;

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