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Setor de energia e recursos naturais prevê reduzir em 28% suas próprias emissões de CO2

Vitrine do processo de transição energética, o setor de energia vê a própria descarbonização como prioridade máxima. Pesquisa realizada pela consultoria Bain e Company com mil executivos globais do setor de energia e recursos naturais mostrou que 88% deles disseram ser fundamental para suas organizações reduzir as emissões dos escopos 1 (que envolve a própria operação da companhia) e 2 (com fontes de energia usadas, como elétrica). Os dirigentes pertencem aos quadros de 125 das principais organizações do setor, sendo 20 brasileiras, que foram alvo do levantamento e atuam nas áreas de óleo e gás, utilities (energia elétrica e saneamento) e energias renováveis, mineração, agronegócio e químicos. Na visão dos executivos, as empresas que dirigem conseguirão reduzir as emissões de CO² em 28% até 2030. Ao mesmo tempo, 96% esperam que o setor siga avançando em direção ao net zero (zerar as emissões) até 2030, mas os dirigentes acreditam que o mundo só conseguirá alcançar net zero (fim das emissões de GEE) em 2057. Os dados do levantamento estão compilados no segundo relatório anual de Energia e Recursos Naturais da companhia. Como parte do estudo, a Bain também analisou a alocação de recursos das 125 companhias e verificou que, em vários segmentos, elas têm destinado 23% de seu capital para novos empreendimentos, principalmente para atender à transição energética. Esse percentual era de 16% em 2020. A consultoria também apurou para onde esse dinheiro está indo. De acordo com o levantamento, as concessionárias de serviços públicos têm investido na geração de energia renovável e na exploração de novos negócios em serviços e sistemas distribuídos, enquanto companhias de petróleo e gás estão se concentram em energias renováveis, captura de carbono, hidrogênio e combustíveis de baixo carbono. Ao mesmo tempo, as companhias de produtos químicos se voltam para ações em circularidade e produtos de base biológica, enquanto as mineradoras investem em recursos necessários à descarbonização como lítio, cobalto, níquel, cobre e atém quartzo de alta pureza, segundo Carlos Libera, sócio e responsável pelo setor automotive da Bain. Por fim, o agronegócio direciona investimentos em proteínas alternativas e plataformas digitais para apoiar a rastreabilidade da cadeia de suprimentos de alimentos. -Essas novas áreas são direcionadas para eventualmente proporcionar a substituição do core business da empresa - afirma Libera. De acordo com ele, a pesquisa ainda mostra que as companhias estão agindo independentemente da legislação, mas também aponta que, em algumas regiões, como nas Américas, a insegurança jurídica retarda sim as ações dos executivos. Eólica offshore A jornada rumo à descarbonização ganhou um novo impulso com a guerra entre Rússia e Ucrânia, segundo Marcos Ganut, sócio-diretor e líder da área de Infraestrutura e Investimentos de Capital da consultoria Alvarez e Marsal. Nessa busca, ele destaca os esforços para a produção de hidrogênio verde e as discussões envolvendo geração eólica em alto mar, ou offshore. Para ele, o principal obstáculo hoje para a instalação de um parque eólico no oceano é o custo. -Ativos como usinas eólicas e solares, e mesmo de térmicas a gás, têm uma complexidade construtiva menor, um licenciamento ambiental menor do que geração eólica offshore e, consequentemente, um tamanho de cheque menor - afirma, acrescentando:. -Porque, no fim das contas, o que vamos assistir aqui é a uma competição por dinheiro, pois ainda existem ativos de potencial elevado [em terra] que podem atrair capital mais barato para essa construção. O que pode fazer a diferença nesse cálculo é o hidrogênio verde, pois o Brasil pode se tornar um exportador do produto. Neste caso, a eólica offshore passaria a ser fundamental, segundo o consultor. Ele lembra que a geração de energia para suprir uma planta de hidrogênio verde não precisa estar conectada a uma linha de transmissão e que esse tipo de negócio precisa ser instalado em locais onde há o maior potencial de geração de energia, água e espaço para fazer a transformação da água em hidrogênio. Há necessidade de elevada quantidade de eletricidade para fazer a eletrólise, operação que separa a molécula de água em oxigênio e hidrogênio, e a geração offshore tem maior capacidade de geração. A localização de uma planta próxima ao mar também facilitaria a exportação de hidrogênio verde pela rota marítima, tornando-se logisticamente interessante. Aquecimento solar A transformação energética, no entanto, não é exclusiva do mundo corporativo, mas também passa pelas residências, ainda que em uma escala muito menor. De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Térmica (Abrasol), com o acréscimo de 1,81 milhões de metros quadrados de coletores solares para aquecimento instalados em 2021, o Brasil atingiu a marca de 21 milhões m² em funcionamento, representando um crescimento de 28% sobre o ano anterior. No mundo, o aumento foi de 3%. Segundo a entidade, o setor emprega 42 mil pessoas no país. O presidente da Abrasol, Luiz Antonio dos Santos Pinto, diz que o segmento residencial responde por 76% do mercado, enquanto comércio, hotéis e restaurantes representam 20% e a indústria, apenas 4%. No mundo, o Brasil ocupa a quinta colocação, em termos de m² instalados, superado por Alemanha, Turquia, China e Índia. Mas fica em 31º lugar quando se considera a relação entre o total instalado e a população. Atualmente, somente 5% a 6% dos domicílios brasileiros têm aquecedor solar instalado, de acordo com a Abrasol. - Os chuveiros elétricos respondem por 7% de toda energia elétrica consumida no país -, diz Pinto. Os números dão uma ideia do potencial de crescimento do setor, que faturou entre R$ 600 milhões a R$ 700 milhões no ano passado e, no entanto, está com 55% de sua capacidade ociosa. - O programa Minha Casa Minha Vida (sic) [atual Casa Verde e Amarela] diminuiu muito [os novos projetos] - diz, referindo-se ao impacto causado na contratação de aquecedores, pois os imóveis do programa eram entregues com o equipamento. E cobra uma política de estímulo ao setor, lembrando que o crescimento de 28% do Brasil em 2021, só foi superado pelos 83% de aumento da Itália, que contou com estímulo governamental, por meio de financiamento para a aquisição dos equipamentos.

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Inadimplência chega ao maior nível desde julho de 2020

A taxa de inadimplência do mercado, considerando os recursos livres, chegou em 3,53% em abril deste ano, o maior nível desde julho de 2020, quando estava em 3,57%. As estatísticas foram divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira. Pesquisa divulgada este mês aponta que a quantidade de brasileiros com dívidas atrasadas nunca foi tão alta. Os dados estão defasados por conta da greve dos servidores do Banco Central, que paralisou as divulgações recorrentes, como o relatório Focus e as notas do setor externo e crédito. A greve foi encerrada no início deste mês. A trajetória de alta na inadimplência está ocorrendo mês após mês desde julho do ano passado, depois de atingir uma mínima histórica durante a pandemia com as medidas do BC e dos bancos de extensão e renegociação de pagamentos. Apesar dessa trajetória, a inadimplência continua abaixo do patamar de 4% registrado antes da pandemia. A elevação foi mais forte entre as pessoas físicas, de 4,4% para 5% de dezembro a abril, mas também subiu para empresas, de 1,5% para 1,7% no mesmo período. Elevação dos juros Parte da explicação é pela alta nos juros médios cobrados no mercado. Em abril , a taxa média no sistema financeiro chegou a 38,1% ao ano, alta de 4,3 pontos percentuais (p.p) no ano. Para pessoas físicas, a alta aconteceu em um patamar maior. A taxa média estava em 45% ao ano em dezembro do ano passado e chegou a 50,3% em abril. Já o crédito para empresas subiu de 19,7% ao ano para 22,4% no mesmo período. As taxas cobradas no mercado sofrem impacto direto da trajetória de alta na taxa básica de juros, a Selic, que vem subindo desde março de 2021 em uma tentativa do BC de controlar a inflação. A Selic é utilizada como base para cálculo de outras taxas no mercado e subiu de 2% para 13,25% ao ano, com expectativa de no mínimo mais uma alta na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. Cheque especial mais caro Acompanhando a alta nos juros médios, a modalidade mais cara disponível no mercado, do cartão de crédito rotativo, também subiu no ano. Em dezembro, estava em 347,4% ao ano e subiu para 364% em abril. A procura por esse tipo de crédito, no entanto, aumentou 59,4% nos primeiros quatro meses deste ano contra o mesmo período do ano passado. Como exemplo, em abril foram concedidos R$ 26,9 bilhões no cartão de crédito rotativo. Em abril de 2021, o número foi de R$ 17 bilhões. No caso do cheque especial, que tem um limite estabelecido pelo Banco Central, os juros também subiram. De 127,9% ao ano no final do ano passado para 132,7% em abril. A modalidade de capital de giro para empresas, muito procurada por dar mais liberdade para os gastos do empréstimo, também ficou mais cara. De 20,7% em dezembro para 22,5% em abril. Concessões resilientes Apesar da alta de juros e inadimplência, as concessões de crédito não diminuíram o ritmo neste ano. Segundo as estatísticas do BC, a alta no ano foi de 29,2% em comparação com o mesmo período do ano passado. Só em abril foram concedidos R$ 421,1 bilhões em crédito, sendo R$ 222,7 bilhões para pessoas físicas e R$ 198,4 bilhões para empresas.

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Estoque de diesel do Brasil é menor do que o dito pelo governo, segundo consultoria

Os dados de estoque de diesel apresentados pelo governo são tecnicamente falhos e minimizam os reais riscos de desabastecimento no mercado doméstico. Esta é a avaliação do sócio-diretor da Leggio Consultoria, Marcus D´Elia, que critica a forma como o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) gerenciam os riscos de escassez do combustível neste segundo semestre. De acordo com a consultoria, a cobertura de estoque atual do país é de 15 dias, e não 50 dias como o informado pelo Ministério de Minas e Energia. Dersquo;Elia explica que os critérios utilizados pelo governo, no cálculo, são distorcidos, porque consideram apenas a relação entre os volumes estocados e a média de importação do derivado. eldquo;Ao considerar apenas os riscos de importação, o governo trabalha com um número [de demanda] significativamente menor e, efetivamente, estabelece uma cobertura de estoque maior. Mas tecnicamente não é o correto. No fundo, quando falamos de estoque, ele deveria cobrir qualquer interferência de movimentação de produto, não só importação. É mais uma questão de como interpretar o risco, e não se temos efetivamente ou não estoques. Os estoques estão lá, mas a retórica [das autoridades] está ruimerdquo;, afirma o consultor. O outro lado O MME reforçou que o Brasil possui, efetivamente, estoques operacionais equivalentes a 50 dias de necessidade de importação e que os dados se baseiam na consolidação de projeções de demanda, produção, importação e estoques dos agentes e entidades do setor. O Ministério destacou, ainda, que coordena o Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis, que visa a gerenciar as questões inerentes ao suprimento nacional e monitorar eldquo;a conjuntura energética corrente, em face da situação geopolítica mundial, com impacto nos fluxos e nas cotações das principais commodities energéticaserdquo;. Estoques, por si, não resolvem o problema Segundo Dersquo;Elia, a gestão dos riscos deveria ir além do monitoramento de estoques, em si. Na avaliação do consultor, o mais importante, hoje, seria mapear os pontos de maior risco, identificar alternativas de suprimento e planejar rotas para movimentar produto até os locais mais vulneráveis. De acordo com a Leggio Consultoria o risco de desabastecimento de diesel existe endash; mas, se faltar combustível, provavelmente será em locais específicos mais vulneráveis, em regiões mais distantes dos centros de produção e dos estoques, que estão concentrados no Sudeste. Para Dersquo;Elia, falta um planejamento público de como manter o suprimento em todas as regiões em caso de ruptura. eldquo;O direcionamento é ruim. Primeiro, [o governo] quer mostrar que tem um estoque grande e, segundo, que ele resolve o problema. E não é nenhum dos doisehellip; Não é que haja um risco iminente de interrupção generalizada, mas a forma como a informação está sendo passada dá a entender que estamos muito mais robustos em termos de estoque do que temos. E estamos muito preocupados com a questão do estoque em sierdquo;, comenta. eldquo;Deveríamos é estar preocupados em traçar um plano de contingência para levar produto a lugares onde possa faltar. Estoque não garante suprimento, é só o primeiro passo. Estudar o risco de ruptura e a capacidade de resiliência das cadeias logísticas é fundamental para se preparar para eventos imprevistos, como o atraso de uma embarcação em algum ponto do país ou um acidente em um terminal, entre outroserdquo;, complementa. ANP quer ampliar estoques, mas empresas são contra A diretoria da agência reguladora vota, nesta terça-feira (26/7) a minuta de resolução que trata dos procedimentos de formação de estoques nas hipóteses de sobreaviso no abastecimento; e uma outra sobre formação de estoques de óleo diesel A S10 nessas situações. Petrobras e líderes do mercado de distribuição de combustíveis (Vibra, Raízen e Ipiranga) são contra a proposta. As empresas veem risco de aumento dos preços do derivado, com a medida.

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ANP flexibiliza proposta que amplia estoque obrigatório de diesel

O diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Fernando Moura, apresentou nesta terça-feira (26/7) pedido de vistas sobre a minuta de resolução proposta pelo órgão regulador, para aumentar temporariamente o volume obrigatório de estoques de diesel S10 no país. O item ainda não tem data confirmada para voltar à pauta da diretoria colegiada. Após críticas das empresas afetadas pela medida, a agência recuou em alguns pontos da proposta original. Com as mudanças, a ANP espera atingir um estoque da ordem de 1,54 bilhão de litros emdash; 6,6% a menos que os 1,65 bilhão de litros almejados inicialmente. A essência da proposta, contudo, se mantém. O que mudou na proposta Os maiores refinadores do país (Petrobras e Acelen) e os líderes do mercado de distribuição de combustíveis (Vibra, Raízen e Ipiranga) emdash; os cinco agentes afetados pela medida emdash; são contra a proposta. As companhias alegam que a manutenção de estoques traz custos financeiros e veem risco de aumento dos preços do derivado, com a medida. A ANP decidiu mudar alguns pontos da proposta original. Em resumo: as empresas terão que comprovar o equivalente a nove dias de estoques, na média, quinzenalmente, e não mais semanalmente; a contabilização dos estoques passa a incorporar não só os estoques próprios mantidos nas refinarias, bases e terminais em território nacional, mas também aqueles a caminho do país, em navios de traders; o trader poderá armazenar diesel em base de distribuição, a partir de acordo de cessão de espaço homologada pela ANP. Como votaram os diretores da ANP Ao pedir vistas, Moura alegou que ainda não é possível avaliar com clareza eldquo;os benefícios e sacrifícioserdquo; que a medida trará. Para ler esta notícia na íntegra, clique aqui.

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IBP vê melhora na oferta de diesel, mas alerta para pequeno déficit no fim do ano

O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural) prevê um cenário melhor de oferta de diesel S-10 A (puro) no Brasil, mas com pequeno déficit no final do ano, segundo boletim divulgado nesta terça-feira (26). Segundo o instituto, a oferta no Brasil -considerando-se produção e importação- será superior à demanda neste mês de julho, em agosto e em outubro. Já para os meses de setembro, novembro e dezembro, há uma estimativa de déficits de 82, 57 e 75 milhões de litros, respectivamente. Esses volumes, no entanto, podem ser supridos pelos estoques do país, segundo o IBP. As previsões atuais para novembro e dezembro são bem melhores que as do boletim anterior, de 12 de julho, que estimava déficits de 261 e 243 milhões de litros de diesel S-10 no país. Para setembro, no entanto, o déficit previsto era menor, de 69 milhões de litros. Por outro lado, para outubro houve a reversão de um déficit de 99 milhões de litros para um superávit de 88 milhões de litros, em função do aumento da oferta pelo lado da importação. O instituto destacou que, além dos importadores, as projeções de produção refletem "o esforço das refinarias para melhoria da oferta". Números divulgados nesta terça-feira pela reguladora ANP mostram que em junho a produção de diesel no Brasil cresceu 11,2%, tendo o S-10 avançado 20,4%. "Vale ressaltar que este cenário representa a fotografia do momento atual. Variações na demanda, produção e importação efetivamente realizadas podem levar a resultados diferentes", disse o instituto, no boletim. Considerando todo o ano de 2022, o IBP revisou o crescimento do volume de vendas de diesel B (considerando-se a soma do S-10 e do S500 e o biodiesel a eles adicionado) para baixo. Agora, prevê um aumento de 1,1% em relação a 2021 ante a um aumento de 1,3% previsto no boletim anterior. Também recuou a estimativa em relação especificamente à demanda do S-10, de um crescimento de 12,4% em relação a 2021, previsto no boletim passado, para um avanço de 12,2%. A produção de diesel nas refinarias do Brasil em junho foi de 3,671 bilhões de litros, uma alta de 11,2% em relação ao mesmo mês de 2021, segundo dados divulgados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Fonte: Reuters

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Petrobras: Conselho discute hoje mudança na política de preços dos combustíveis

O Conselho de Administração da Petrobras se reúne nesta quarta-feira com uma pauta polêmica envolvendo a atual política de preços dos combustíveis praticada pela estatal, que alinha os valores cobrados pelas refinarias às variações da cotação internacional do petróleo e do câmbio. Os conselheiros vão discutir uma proposta que prevê que, a partir de agora, seria o próprio Conselho de Administração da companhia o responsável por estabelecer a política de preços. Com isso, a diretoria executiva da estatal passaria a apenas executar as decisões. Hoje, quem decide sobre reajustes dos combustíveis na Petrobras é o presidente da estatal, o diretor financeiro e o diretor de logística. Os três decidem, com base na cotação do dólar e do petróleo, e informam ao Conselho de Administração. O encontro do colegiado marcado para hoje começa às 9h na sede da estatal, no Centro do Rio de Janeiro. O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, que também é um dos 11 conselheiros, não deverá participar do encontro, pois se recupera de uma cirurgia. Segundo uma fonte, o principal assunto na pauta é a proposta de uma nova regra para a política de preços, que está sendo tratada como "uma mudança estrutural para a companhia". Mas há quem classifique como "jogada eleitoral". Pressão para reduzir preço do diesel Uma outra fonte lembrou que a mudança faz parte do projeto do governo de baixar ainda mais os preços dos combustíveis às vésperas da eleição. No último dia 19 de julho, a estatal anunciou redução de 4,9% no preço da gasolina nas refinarias. O governo também já vem pressionando a estatal para reduzir o preço do diesel nas refinarias, mas a diretoria vem resistindo alegando que ainda não há espaço. Dados da Abicom, que reúne os importadores de combustíveis, apontam que o preço do diesel no Brasil vem alternando cenários de equilíbrio e de preços mais caros em relação ao cenário internacional nas duas últimas semanas. Dividendos superiores a R$ 50 bi Na quinta-feira, o Conselho volta a se reunir para tratar dos resultados da companhia no segundo trimestre -- cujo balanço será divulgado no mesmo dia com a perspectiva de novo lucro bilionário -- e deliberar sobre o pagamento de dividendos. Uma fonte disse que a empresa tem hoje fluxo de caixa para pagar dividendos superiores a R$ 50 bilhões a seus acionistas. A ideia, conforme revelou O GLOBO, é que a estatal antecipe a distribuição de dividendos para ajudar na engenharia fiscal do governo para compensar o aumento dos gastos públicos às vésperas da eleição. O mercado financeiro espera dividendos robustos de R$ 38 bilhões. Na segunda-feira, a estatal informou que não havia uma decisão tomada sobre o tema. No ano passado, a estatal, sob o comando de Joaquim Silva e Luna, aprovou o pagamento de antecipação da remuneração aos acionistas relativa ao exercício de 2021. A ideia é fazer algo semelhante esse ano. A União, por ser a maior acionista da empresa com 28,67% de todo o capital, fica com a maior parte dos dividendos. O aumento no pagamento de dividendos ocorre após pedido do governo federal e deve ser seguido por outras estatais como a Caixa e o BNDES. Troca de conselheiros Os encontros do Conselho de Administração da Petrobras desta semana serão os últimos com os atuais representantes. No dia 19 de agosto, os acionistas vão se reunir para votar a nova composição do colegiado. O governo decidiu manter as indicações do secretário-executivo da Casa Civil, Jônathas Castro, e do procurador-geral da Fazenda Nacional, Ricardo Soriano de Alencar, para integrar o colegiado, apesar de parecer contrário do Comitê de Elegibilidade (Celeg) e do atual Conselho de Administração.

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