Ano:
Mês:
article

Gás para Todos estimula aumento da demanda por GLP em 2025, diz EPE

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) estima crescimento da demanda por gás natural liquefeito (GLP) nos próximos meses de 2024 e no ano de 2025, puxada pelo programa Gás para Todos, uma ampliação do auxílio gás, e pelo crescimento econômico do país. Para 2024, a EPE projeta que a demanda por GLP vai ficar em 7,6 milhões de toneladas, alta de 1,9% em relação ao ano anterior. Já em 2025 o consumo deve chegar a 7,7 milhões de toneladas, crescimento de 1% na comparação anual, segundo dados do boletim bimestral de combustíveis da estatal. O programa Gás para Todos, que enfrenta problemas para caber no orçamento de 2025, pretende ampliar para mais de 20 milhões de famílias o acesso a botijões. A principal mudança em relação ao auxílio que já existe está na distribuição do benefício, hoje pago em dinheiro. Com a ampliação do programa, os beneficiários terão direito a retirar os botijões diretamente. Entre janeiro e agosto deste ano, as vendas de GLP aumentaram 2%, em relação ao mesmo período em 2023. Segundo a EPE, parte do crescimento é explicada pela redução de 3,4% nos preços médios de revenda na comparação anual e pelas maiores transferências para programas sociais. A diretora de estudos de petróleo, gás natural e biocombustíveis da EPE, Heloísa Borges, explicou que o cenário também considera aumento do Produto Interno Bruto (PIB), assim como a renda da população e redução na taxa de desemprego. eldquo;Estamos fazendo um esforço para tentar reduzir o consumo de lenha e migrar para energéticos mais limpos. Isso tende a impulsionar mais o GLPerdquo;, disse durante o Fórum Permanente do GLP, organizado pelo Sindigás, nesta quinta-feira (24/10). No cenário de longo prazo projetado pela EPE, Borges afirma que a demanda por derivados de petróleo permanece resiliente. No caso do GLP, isso está relacionado à possibilidade de outros usos, substituindo não só a lenha, como o diesel e o óleo combustível. eldquo;Isso se dará muito em função do preço. Ainda que seja retirada a restrição, só vai acontecer se o GLP for capaz de concorrer em preço com outros energéticoserdquo;, destacou a diretora da EPE. Caso seja bem sucedida a migração da lenha para o gás de cozinha em residências e ocorram alterações nas restrições de uso, a EPE estima que haverá espaço para aumento da infraestrutura para atender a essa nova demanda. Demanda por outros combustíveis A edição de outubro do documento da EPE com as perspectivas para o mercado brasileiro de combustíveis no curto prazo prevê um incremento de 5,9 bilhões de litros à demanda nacional de combustíveis líquidos. O consumo por combustíveis do ciclo otto (gasolina C e etanol hidratado) vem crescendo desde 2022. A expectativa é fechar este ano com 60,6 bilhões de litros de gasolina equivalente (lge). Para 2025, a previsão é de continuidade do crescimento da demanda, com 62,2 bilhões de litros. A demanda por diesel e biodiesel também cresceu. No caso do diesel S-10, o aumento foi de 7,4% em 2024, em relação a 2023. A estimativa é de um aumento de mais 5% no ano que vem. Para o combustível renovável, o crescimento neste ano foi de 22,3%, em relação ao ano passado, com acréscimo projetado de 10% para 2025, na comparação com 2024. O aumento da demanda do biodiesel foi influenciado pela alteração dos percentuais mínimos de mistura, de 12% para 14% neste ano. A demanda por combustível de aviação (QAV) também deve se manter alta, devido ao aumento de renda. A EPE projeta recordes do número de passageiros e da atividade do setor aéreo para 2025, ultrapassando os volumes de 2014/2015. Apesar disso, a demanda pelo combustível não renovará os números da máxima histórica, devido a ganhos de eficiência operacional e à substituição da frota por aeronaves mais modernas.

article

EPE publica a edição de outubro de 2024 das Perspectivas para o Mercado Brasileiro de Combustíveis

A demanda brasileira de combustíveis líquidos continuará crescendo em 2024. Estima-se um crescimento de 3,3%, ou 5,0 bilhões de litros, para 2024, e de 1,7%, ou 2,7 bilhões de litros, para 2025, depois de três anos consecutivos crescendo mais de 3% ao ano, o que representa um incremento anual médio de 5,9 bilhões de litros. O crescimento da economia, resultados positivos da indústria, recorde de pessoas trabalhando, políticas de transferência de renda e programas governamentais, com destaque para o Novo PAC, deverão contribuir para o crescimento do consumo ao longo de 2024 e 2025. O consumo dos combustíveis do ciclo Otto continua em patamares elevados, com a participação do etanol (anidro e hidratado) no patamar de 45% desde o início do ano. A demanda de etanol hidratado vem crescendo devido a uma maior disponibilidade no mercado (produção + estoques), o que leva a uma relação de preços mais favorável quando comparado com a gasolina C. No setor de aviação, desde abril de 2024, o consumo de QAV tem se mantido acima dos níveis registrados no pré-pandemia, em 2019. O consumo de GLP continua apresentando crescimento, incentivado, em parte, pela redução dos preços em comparação com o ano anterior. Clique aqui e acesse o conteúdo completo da edição de outubro de 2024.

article

Lucro da Vibra pode passar de R$ 3 bilhões em 2025, estima banco

A equipe de analistas do Goldman Sachs avalia que a Vibra Energia (VBBR3) deve alcançar um lucro líquido de R$ 3,07 bilhões em 2025, considerando apenas a participação de 50% na Comerc Energia. A avaliação não leva em conta as sinergias potenciais de R$ 1,4 bilhão que a Vibra esperar gerar com o negócio, nem a consolidação total da subsidiária, que é esperada para acontecer somente no próximo ano. A expectativa é que o negócio renda uma taxa interna de retorno entre 3% e 5%, dependendo dos preços futuros de energia e dos investimentos necessários para revitalização da capacidade instalada dos painéis solares. Contudo, considerando as sinergias esperadas, o retorno potencial seria de 4% a 6%. Na avaliação de Bruno Amorim, Guilherme Costa Martins e Guilherme Bosso, a Comerc pode alcançar o ponto de equilíbrio entre 2026 e 2027. Para o ano que vem a empresa ainda deve registrar prejuízo líquido de R$ 210 milhões. O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) da companhia para 2025 é estimado em R$ 1,2 bilhão.

article

EPE passa a estimar queda na demanda por etanol hidratado em 2025

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) passou a prever uma queda no consumo de etanol hidratado em 2025, em meio às incertezas quanto aos impactos de longo prazo do clima seco e dos incêndios nos canaviais neste ano. Em projeção bimestral divulgada nesta quarta-feira (23/10) a empresa prevê queda de 2%, para 20,8 bilhões de litros. Em agosto, a expectativa era de aumento do consumo em 2025 em 0,9%. Apesar do sinal negativo, o volume esperado ainda é historicamente elevado, principalmente considerando-se o forte crescimento da demanda estimado para este ano em relação ao ano passado. A EPE prevê agora que o consumo de etanol hidratado encerrará este ano com crescimento de 17,4%, para 21,3 bilhões. Somente entre janeiro e agosto, as vendas de etanol hidratado no mercado interno registraram crescimento de 30% em comparação com o mesmo período de 2023. No acumulado dos últimos 12 meses, a demanda está registrando crescimento de 28,2%. Os baixos preços do biocombustível em relação à gasolina em boa parte do país vem favorecendo a migração dos motoristas de carro flex para o consumo do renovável. O aumento do consumo resultou em uma estabilização dos estoques, que começaram a safra mais cheios que o normal. Segundo a EPE, o volume armazenado aproximou-se dos níveis de 2023 no mês de agosto. A EPE também estimou que a demanda total por etanol, somando-se a do anidro (aditivo da gasolina) deve continuar crescendo em 2025, ainda que em ritmo menor. A expectativa da empresa é de um aumento de 8,5% na demanda total neste ano, para 33,6 bilhões de litros, e de um incremento de 0,2% no próximo ano, para 33,7 bilhões de litros. Neste ano, o etanol (anidro e hidratado) vem ocupando uma participação de 45% no consumo de combustíveis do ciclo Otto. Para este ano, a EPE estima um aumento de 2,5% no consumo do ciclo Otto, e para 2025, a expectativa é de um avanço de 2,6%. Essas projeções amparam-se no aumento da renda média da população, segundo a EPE.

article

Cerco do governo a agências reguladoras traz risco a investimentos, diz associação do setor

A recente ofensiva do governo contra agências reguladoras gera instabilidade política e põe em risco o investimento estrangeiro no país, disse à Folha nesta quarta-feira (23) o presidente da Abar (Agência Brasileira de Agências Reguladoras), Vinícius Benevides. Ele afirma que o setor está aberto ao diálogo, mas questiona críticas e propostas de alteração no funcionamento das agências feitas recentemente pelo governo, principalmente diante de cortes no orçamento e falta de indicações para diretorias das autarquias. "O desempenho de uma agência reguladora é medido por diversos fatores. Você pode ter um desempenho pior, usando uma analogia do futebol, porque não vai jogar com 11, mas com 7 jogadores", afirma, referindo-se ao déficit de pessoal e a vagas abertas nas diretorias nas agências. As críticas do governo se intensificaram após o apagão que afetou 3,1 milhões de clientes na Grande São Paulo, após temporal no último dia 11. Foi o segundo evento de grande magnitude em um período de cerca de um ano, colocando novamente a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) na mira. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou de não conhecer os diretores da agências, indicados no governo anterior, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, propôs mandatos coincidentes com os do Executivo emdash;hoje, o governo troca 20% dos diretores das agências a cada ano. Paulo Pedrosa, presidente da Abrace (Associação Brasileira de Consumidores de Energia), afirma que preservar o mandato é importante para manter a distinção entre um órgão de Estado, que é a agência, e o governo. "Governo e Estado conceitualmente podem não ter exatamente a mesma visão. Se em algum momento um diretor de agência deve ser avaliado, ele precisa ser avaliado em relação às políticas de Estado de longo prazo a que a agência se submete", afirma. Nesta terça (22), a Folha publicou proposta em gestação no governo para aumentar o controle sobre os órgãos reguladores, que incluiria mecanismo para permitir a troca de diretores por desempenho e a criação de um órgão para supervisionar as agências. Benevides, da Abar, diz que os mandatos não coincidentes são fundamentais para manter a autonomia da regulação no país e questiona demora no governo em indicar nomes para substituir diretores cujos mandatos já venceram. "Estamos terminando a metade do governo e até agora nenhum nome foi para o Congresso", afirma. O histórico diz que, após negociações com líderes do parlamento, a aprovação dos nomes é rápida, o que já teria garantido presença de indicados de Lula nas agências. Natasha Salinas, professora de direito da regulação na FGV (Fundação Getulio Vargas) Direito Rio, afirma que a independência e o mandato dos diretores já se mostrou importante em diferentes momentos, como o da pandemia endash;quando o governo de Jair Bolsonaro (PL) se mostrava contra a vacinação e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) tinha posicionamento oposto ao do Executivo. "Mexer na autonomia do diretor é cortina de fumaça. A impressão é que se tem que apontar algum culpado. E aí é fácil culpar a parte mais fraca", diz. O presidente da Abar questiona ainda a proposta de criação e um supervisor emdash;que, segundo interlocutores do governo, se inspiraria no modelo dos Estados Unidos. Diz que lá, esse órgão fiscaliza apenas agências que não têm autonomia determinada pelo Congresso. Para essas, assim como no Brasil, a supervisão é feita pelo Parlamento. Diferentemente dos Estados Unidos, prossegue, as agências do Brasil não têm prerrogativa de pedir orçamento ao Congresso, dependendo de definição do Executivo. Este ano, houve um corte médio de 20% no orçamento das autarquias, ressalta. "Elas geram por ano R$ 138 bilhões por caixa do Tesouro e precisam de R$ 5 bilhões para operar", afirma. "Então o que acontece? Você não vai tomar o café, almoçar e jantar. Vai só tomar o café", compara. Benevides alega ainda que os prazos para tomadas de decisões são naturalmente longos no processo de regulação, pois dependem de tomadas de subsídios e consulta à sociedade. "Leva-se um tempo de 12 até 18 meses para você construir um regulamento. E aí eu vejo, às vezes, que se pede até 15 dias." Ele defende que as críticas geradas após os apagões de São Paulo são fruto de desinformação, já que as condições climáticas extremas e não eram previstas quando os contratos de concessão foram assinados, no fim dos anos 1990. "Estamos lidando com um fenômeno novo, queiramos ou não, com seca na região Norte, chuva intensa na região Sul e ventos e chuvas intensas na região Sudeste", diz. "Tem que ser feito um ajuste daqueles contratos de concessão para que essas situações atípicas possam ser contornadas." Procurada pela reportagem, a AGU (Advocacia Geral da União), que está responsável pela proposta de mudanças nas agências, preferiu não comentar o assunto. Saiba mais sobre as agências Autarquias abrangidas pela lei geral das agências reguladoras, de 2000: Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) ANA (Agência Nacional de Águas) Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) Ancine (Agência Nacional do Cinema) Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) ANM (Agência Nacional de Mineração)

article

Presidentes de agências reguladoras veem movimento do governo com preocupação

Os estudos do governo para alterar a legislação das agências reguladoras geram preocupação entre presidentes dessas autarquias e são vistos como uma forma de pressão de membros do Executivo sobre as atividades desses órgãos. Apesar disso, há a interpretação de que dificilmente as mudanças ventiladas ganhariam respaldo do Congresso. Conforme mostrou a Folha, o governo estuda propor uma alteração na lei geral das agências para criar uma avaliação de desempenho que poderia, no limite, gerar a demissão dos dirigentes. O movimento é observado depois das críticas do governo feitas principalmente à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). De acordo com um presidente de agência ouvido pela Folha em condição de anonimato, a preocupação é que casos específicos de insatisfação com o desempenho observado em uma agência acabem gerando uma revisão geral e indesejada de regras em todas elas. Para ele, discutir os efeitos dessa mudança depende muito de como vai ser definida a avaliação de desempenho a ser criado. Ainda em sua visão, a criação da avaliação de desempenho para diretores de agências suscita a dúvida de por que não poderia ser criada também a verificação para ministros e desembargadores, por exemplo. Outro presidente afirma que o movimento é uma forma de o governo tentar pressionar as agências, mas com poucas chances de avançar. Isso porque as ideias exigiriam mudanças na legislação e até discussões sobre a constitucionalidade das propostas. Ele e outros diretores ouvidos pela reportagem também ponderam que a lei das agências já define situações sobre perda do mandato dos diretores, como renúncia e condenação judicial transitada em julgado ou condenação em processo administrativo disciplinar. Também podem levar à queda de um diretor infrações previstas em trecho específico do texto, como exercer atividade político-partidária, estar em situação de conflito de interesses e outras situações. Um ex-diretor que renunciou recentemente ao cargo em uma agência reguladora afirma, por outro lado, que a avaliação de desempenho dos diretores pode ser uma boa ideia já que, em sua visão, muitos estão constantemente em viagens e pouco produzem. Para ele, no entanto, mudar o tempo de mandato dos diretores para coincidir com o do presidente da República endash;ideia defendida pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia)endash; mata a autonomia das agências e vai na direção contrária ao que seria desejado. A medida, diz esse ex-diretor, levaria os órgãos a ficarem totalmente alinhados com o governo da ocasião e não mexeria no que considera o ponto principal: investir no corpo técnico dos órgãos. Um ex-presidente de agência diz que o governo não encara o real problema, que seria a seleção dos diretores endash;hoje pautada por critérios políticos e para atender acordos com o Congresso, na leitura desse ex-integrante. Em reunião de articulação política neste mês, Lula externou descontentamento com as agências, que avalia estarem aparelhadas por bolsonaristas ou muito influenciadas por empresários do setor. Diante disso, o chefe do Executivo determinou que fosse estudada uma revisão da Lei Geral das Agências, coordenada pela AGU (Advocacia-Geral da União). A primeira reunião do grupo de trabalho ocorreu nos últimos dias. As premissas das mudanças serão ampliação da transparência das decisões, melhoria da prestação de contas e controle social, aperfeiçoamento dos mecanismos de avaliação, aperfeiçoamento dos instrumentos para prevenir conflitos de interesse e reforço da autonomia para evitar interferência política. Em relação aos mandatos dos diretores, a ideia não seria encurtar o tempo, que hoje é de cinco anos, mas adotar critérios para avaliar o desempenho. Nesse caso, poderia ser criado um órgão supervisor que fizesse esse controle e pudesse, no limite, demitir um diretor, caso ele esteja em desacordo com as metas estabelecidas. Procurada pela reportagem, a AGU (Advocacia Geral da União), que está responsável pela proposta de mudanças nas agências, preferiu não comentar o assunto.

Como posso te ajudar?