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Falta de chips deve continuar em 2023

O presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, disse ontem que a falta de componentes elétricos no ano que vem continuará a ser um problema para a produção de caminhões da empresa. Segundo Cortes, embora a cadeia produtiva de chips esteja se recuperando, no ano que vem passa a valer a nova regra Euro 6 (na denominação internacional, que aqui se equivale ao Proconve P8), que tem o objetivo de reduzir emissões dos veículos a diesel. eldquo;A nova regra exige uma quantidade maior de semicondutores e uma geração mais atualizada, que é mais difícil de se encontrar hojeerdquo;, disse Cortes ontem, durante o lançamento um serviço de aluguel de caminhões por assinatura do grupo. Os componentes para atender ao padrão Euro 5 - em vigor hoje -- são mais abundantes no mercado. Enquanto isso, o padrão Euro 6 é o mesmo usado na Europa. A regra passa a vigorar em janeiro. Ou seja, depois do dia 31 de dezembro apenas veículos novos dentro da nova regulamentação podem ser vendidos. Em janeiro de 2022 ocorreu uma mudança semelhante, mas abrangendo o segmento de veículos leves, o que provocou a saída de linha de vários modelos no mercado doméstico, uma vez que eles não podiam mais ser comercializados por não atender o novo arcabouço regulatório. Paralelamente, a indústria automobilística vem sofrendo com o desabastecimento de chips causada pela desorganização das cadeias produtivas nas fases mais agudas da pandemia de covid-19. O setor também acabou concorrendo pelo insumo com os fabricantes de computadores, notebooks e celulares, que viram a demanda subir a partir das medidas de isolamento social. O problema provocou falta de carros zero-quilômetro no mercado e aumento de preços dos seminovos. Fabricantes de veículos têm dito que a produção este ano seria maior, se o abastecimento de chips estivesse normalizado. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Corrigir a tabela do IR é viável?

Com foco na classe média, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), líderes da corrida pelo Palácio do Planalto, prometeram correções da tabela do Imposto de Renda (IR) que, se levadas a cabo, podem retirar até R$ 226,8 bilhões dos cofres públicos em 2023. Hoje, é isento quem recebe até R$ 1,9 mil por mês endash; valor não corrigido desde 2015. Como mostrou o Estadão, se a tabela não for corrigida, quem recebe até 1,5 salário mínimo passará a pagar o imposto em 2023. Levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) mostra que a proposta de Lula de isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais resultaria em renúncia de R$ 199,8 bilhões e deixaria 17,2 milhões de pessoas livres do tributo endash; ante o total de 7,86 milhões que não pagam atualmente. Já a reiterada promessa de Bolsonaro de liberar do IR quem ganha até 5 salários mínimos endash; feita na campanha de 2018, e não cumprida endash; teria impacto ainda maior: representaria corte de R$ 226,8 bilhões na arrecadação e isentaria 18,5 milhões de brasileiros. Os candidatos à Presidência miram o eldquo;andar de cimaerdquo; para custear o alto impacto de corrigir a tabela do IR e citam, principalmente, a taxação de lucros e dividendos recebidos por pessoas físicas como uma das alternativas. Atualizadas pela última vez em 2015, as faixas de renda que servem como base para a cobrança do IR foram sendo defasadas pela inflação. Com isso, brasileiros com renda cada vez menor têm caído nas garras do Leão endash; em 2023, quem ganhar 1,5 salário mínimo (R$ 1.941) terá de pagar o tributo se não houver correção. Por conta da defasagem acumulada nestes sete anos, conforme dados da Unafisco, o governo arrecadou a mais R$ 163 bilhões. No plano de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro não indicou qual seria a fonte de recursos para financiar a correção da tabela do IR isentando quem ganha até cinco salários mínimos, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, vincula a correção à aprovação da reforma tributária endash; já aprovada na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado, que prevê a taxação de lucros e dividendos. Concentração de renda A mesma promessa de isenção foi feita por Bolsonaro na campanha de 2018. O presidente do Unafisco, Mauro Silva, diz que ele poderia ter cumprido pelo menos parte do prometido e repassado a inflação a cada ano de governo. eldquo;Estamos vendo uma máquina concentradora de renda. A classe média, quase pobre, está sendo instada a pagar, enquanto a classe rica que recebe lucros e dividendos não pagaerdquo;, disse. Para o próximo governo, Silva sugere que a correção seja gradativa e combinada com medidas que melhorem a distributividade da tributação, como a redução de benefícios fiscais. eldquo;Isso tudo não precisa de mudança constitucional, são ajustes por leis ordináriaserdquo;, afirmou. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, a correção da tabela do IR para quem ganha até cinco salários mínimos prometida por Bolsonaro não deve ser contemplada no Orçamento de 2023, que tem de ser enviado para o Congresso Nacional até o fim deste mês (quarta-feira). A equipe econômica cogita enviar para o Legislativo uma mensagem com o impacto da medida, mas deixando a decisão para a área política, após as eleições. Proposta de Lula O ex-presidente Lula também defendeu a taxação de lucros e dividendos em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais, no dia 17, quando propôs isentar de IR quem ganha até R$ 5 mil. eldquo;Se tudo se reajusta neste País, por que a tabela do Imposto de Renda não pode ser reajustada para aqueles que vivem de salário?erdquo;, questionou. Ciro Gomes (PDT) também propôs corrigir a tabela do IR e aumentar o limite de isenção, mas ainda não definiu os valores a serem adotados. O coordenador do programa econômico de Ciro, Nelson Marconi, disse que o candidato pretende criar uma faixa com alíquota mais alta, de 35%, para quem ganha mais. Hoje, há quatro faixas de acordo com a remuneração, com a alíquota máxima (de 27,5%) para quem ganha a partir de R$ 4.664,68. Já a candidata Simone Tebet (MDB) não menciona, em seu plano de governo, a correção da tabela do IR. Questionada pela reportagem, a campanha da senadora não respondeu até a conclusão desta edição. /COLABORARAM IZAEL PEREIRA e DÉBORA ÁLVARES

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Confiança do consumidor avança em agosto e tem maior valor em dois anos, diz FGV

A confiança dos consumidores brasileiros teve nova alta em agosto, devido à melhora nas expectativas para os próximos meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (25), embora tenha alertado para possível instabilidade política à frente. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve a terceira alta consecutiva neste mês, de 4,1 pontos, chegando a 83,6 pontos, mostraram os dados. Esse resultado partiu principalmente do avanço de seis pontos do Índice de Expectativas (IE), para 92,6 pontos, maior patamar desde fevereiro de 2020, embora o Índice de Situação Atual (ISA) também tenha subido, em 1,4 ponto, para 71,7 pontos, maior resultado desde novembro de 2020. eldquo;Existe uma visão mais favorável sobre o ambiente econômico no curto prazo, que pode estar sendo influenciada pela melhora do mercado de trabalho e desaceleração da inflaçãoerdquo;, disse em nota Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens. eldquo;Isso contribui para o aumento do ímpeto de compras, que ocorre de forma mais intensa para as classes de renda mais alta.erdquo; Apesar da melhora do ICC em agosto, eldquo;o cenário político ainda pode gerar turbulências nesse ambiente nos próximos meseserdquo;, alertou a especialista. A corrida eleitoral ao Planalto começou oficialmente neste mês.

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Petróleo fecha em alta, impulsionado por receios sobre o acordo nuclear com o Irã

Os contratos futuros do petróleo fecharam em alta, em uma nova máxima de mais de três semanas, em meio às incertezas relacionadas ao acordo nuclear que está sendo negociado entre os EUA, Europa e Irã. O contrato do petróleo Brent para outubro - a referência global - fechou em alta de 0,99%, a US$ 101,22 por barril, enquanto o do WTI americano para o mesmo mês subiu 1,22%, a US$ 94,89 por barril. O índice dólar DXY, que normalmente tem correlação negativa com o petróleo, opera em leve alta de 0,05%, a 108,681 pontos. Os preços do petróleo operavam em queda no começo da tarde, mas passaram a subir após relatos da agência de notícias Al-Arabiya de que os EUA teriam rejeitado todas as condições adicionais exigidas pelo Irã durante as negociações do acordo nuclear. O acordo nuclear poderia liberar a entrada de petróleo iraniano nos mercados internacionais da commodity, o que poderia aumentar a oferta global em 1 milhão de barris diários ou mais, o que derrubaria os preços da commodity. Por este motivo, o nervosismo em torno das negociações para o acordo acaba impulsionando os preços do petróleo. Os contratos futuros do petróleo operavam em queda durante a manhã, mas reverteram as perdas após a divulgação dos dados semanais de estoques nos EUA. Os estoques americanos de petróleo caíram 3,28 milhões de barris na semana passada, de acordo com dados do Departamento de Energia dos EUA (DoE, na sigla em inglês). A queda foi bem maior do que a expectativa de consenso - o que em princípio seria positivo para os preços -, mas foi bem menor do que a queda de 5,6 milhões de barris indicada pelo Instituto Americano de Petróleo (API, na sigla em inglês), e foi acompanhada também de uma queda de 914 mil barris diários na demanda americana por gasolina.

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Exportação de petróleo dos EUA dispara com a guerra

Os EUA baterão seu recorde de venda de petróleo em 2023 à medida que o produto ganha cada vez mais participação de mercado na Europa, ante sucessivos cortes de fornecimento do gás da Rússia. Em um mundo que vive umas das piores crises energéticas da história, os EUA estão se tornando um dos principais exportadores petróleo para países que terão de ampliar o consumo do combustível. Washington deve permanecer nessa posição nos próximos meses, pois a capacidade da Opep+ [a Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mais dez países, incluindo a Rússia] de aumentar a sua produção da é limitada e a União Europeia vai cortar a maior parte das compras de petróleo russo em dezembro. Os EUA conquistaram fatia de mercado em toda a Europa. os novos clientes provavelmente manterão os volumes de compra nos próximos dois anos, já que outros produtores, incluindo os do Mar do Norte e da África Ocidental, não conseguem aumentar sua produção, disse Conor McFadden, chefe do setor de petróleo so grupo Trafigura na Europa, à Bloomberg. Embora o fim das liberações de exploração das reservas de petróleo americanas neste segundo semestre deva desacelerar as exportações, é improvável que a tendência seja afetada no longo prazo, de acordo com uma pesquisa com analistas do setor.As empresas que extraem petróleo nos EUA vêm ampliando a produção, mesmo que a taxas moderadas, e a capacidade de refino do país não deve aumentar, deixando mais petróleo para exportação. As exportações semanais ultrapassaram 4 milhões de barris por dia durante semanas consecutivas pela primeira vez desde que a proibição de exportação de petróleo foi encerrada, no final de 2015, segundo os dados da Administração de Informações sobre Energia dos EUA divulgados ontem. Para ler esta notícia, clique aqui.

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GLP mais caro que o importado entra na mira do STF

O longo histórico de disparidade entre os preços domésticos e internacionais do GLP foi um dos motivos que levou André Mendonça a exigir uma ação da ANP e do Cade sobre as práticas comerciais da Petrobras. emdash; O ministro já havia decidido antes, monocraticamente, pela redução da base de cálculo do ICMS dos combustíveis até o fim de 2022, atendendo aos pedidos do presidente Jair Bolsonaro (PL). Agora, Mendonça também coloca um alvo no PPI e na Petrobras, questionando a eldquo;função socialerdquo; da companhia. emdash; Na decisão dessa segunda (22/8), ele dá especial atenção aos preços do GLP emdash; que tem sido vendido, nos últimos cinco anos, acima da paridade internacional. emdash; Cita a ANP, que em 2020 constatou que eldquo;as reduções de preço de GLP ocorridas no mercado internacional não têm sido integralmente repassadas para o mercado brasileiroerdquo;, para questionar também o papel da agência na regulação do mercado. Procurada, a Petrobras não se manifestou até o fechamento desta edição.

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