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Confiança de empresários cai 1,8% em relação a julho, mostra CNC

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) de agosto, divulgado hoje (25) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou 124 pontos, mostrando queda de 1,8% em relação a julho, na comparação com ajuste sazonal. De acordo com a CNC, essa foi a primeira redução no otimismo dos varejistas brasileiros desde março. Na comparação com agosto do ano passado, entretanto, o nível de confiança dos comerciantes subiu 7,8%. Falando à Agência Brasil, a economista da CNC, Izis Ferreira, esclareceu que essa elevação do otimismo na comparação anual revela o efeito da retomada do fluxo de pessoas nas ruas e no comércio. eldquo;O segundo semestre do ano passado teve uma melhora significativa na atividade do comércio. Mas a base ainda era muito baixa em relação ao segundo semestre de 2020erdquo;. O efeito positivo da retomada do varejo, que começou no segundo semestre do ano passado, veio se consolidando ao longo do ano. eldquo;Não teve piora no cenário de pandemia, não teve necessidade de novas restrições, a cobertura vacinal foi aumentando e, aí, o comércio foi sentindo esse benefício, digamos assim, da retomada, do fluxo de pessoas nas ruas, buscando estarem mais nos espaços comerciais e isso refletiu na comparação anualerdquo;. Riscos e incertezas Na passagem de julho para agosto deste ano, entretanto, ocorreu uma moderação na confiança dos varejistas causada pelo aumento dos riscos e das incertezas, tanto no Brasil como no exterior. eldquo;O comércio sente muito isso se traduzir de várias formaserdquo;, comentou. A pesquisa da CNC aponta que a avaliação das condições atuais quanto às expectativas para os próximos meses recuaram 2,3% e 2,4%, respectivamente, em agosto. Também as perspectivas dos comerciantes para o desempenho da economia no curto prazo tiveram a maior diminuição entre os nove itens avaliados (-3,1%). Os varejistas apostam ainda em retração de 2,8% para o desempenho atual do comércio, acompanhando o declínio das vendas apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em junho (-2,3%). Dos 10 segmentos avaliados no varejo ampliado, nove tiveram retração, exceto as vendas de farmácias e perfumarias, em evoluíram 1,3%. Perspectivas A economista da CNC destacou também que o setor do comércio sofre os efeitos do calendário eleitoral em curso. eldquo;Historicamente, todo ano de eleições gerais tem uma moderação na confiança, que vai se acentuando conforme o processo eleitoral vai acontecendoerdquo;. Analisando os meses de agosto de anos recentes em que houve eleições gerais, verifica-se que dois a três meses antes da votação, o índice de confiança e as expectativas caem. Em agosto deste ano, porém, as expectativas do que o comerciante espera para os seis meses à frente foram maiores, somando 153 pontos, contra 144,9 pontos em agosto de 2018 e 142,4 pontos em agosto de 2014. eldquo;O nível de expectativas para o desempenho do comércio está um pouco acima desses meses de agosto de anos em que houve eleições gerais porque o governo tomou algumas medidas que, na verdade, já estão dando sustentação na renda das famíliaserdquo;, explicou Izis Ferreira. Inflação e endividamento A economista da CNC indicou que isso terá um impacto positivo no comércio, mas ele será menor devido ao cenário atual de inflação alta, principalmente para as famílias de renda média e baixa, e em itens que mais pesam no orçamento, como: alimentação e despesas com saúde e habitação. Esses itens e despesas ainda estão com níveis de preços muito elevados. eldquo;A gente não está vendo os preços dos alimentos caírem de forma tão rápida quanto a inflação geralerdquo;. Segundo Izis, a redução da inflação geral é explicada pela queda dos preços dos combustíveis. eldquo;Isso quer dizer que é uma inflação que ainda está desafiando o consumidor de renda média e baixa. Por mais que ele esteja sendo irrigado por recursos do Auxílio Brasil, ou por mais que outros recursos tenham ajudado na renda dessas famílias, como a própria liberação extraordinária do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a gente ainda tem esse desafio e tem um consumidor muito endividado, com mais de um tipo de dívida. Assim fica mais difícil para ele aumentar o seu consumo diante de um cenário de inflação e endividamento elevadoserdquo;. De acordo com Izis Ferreira, o impacto das medidas de elevação da renda vai ser moderado diante da conjuntura, que ainda vai desafiar os consumidores nas questões de inflação e do endividamento. Com isso, o comerciante também moderou ou reduziu sua intenção de investir. Ela acredita que esse cenário deverá se manter nos próximos dois meses, com o varejista sendo mais cauteloso, segurando um pouco a decisão de investimento e de contratação de pessoal. Por outro lado, ressaltou que no final do ano, uma vez superado o calendário eleitoral e influenciado por eventos como a Black Friday, a Copa do Mundo e o Natal, as expectativas comerciais podem ser revistas. Regiões Em todas as regiões brasileiras, as expectativas para o desempenho do comércio mostraram redução em agosto. Isso aconteceu pela última vez entre março e abril de 2021, quando o país atravessava a segunda onda de covid-19. A ICEC de agosto revela que embora as expectativas dos comerciantes da Região Norte apresentem o nível mais elevado (165,8 pontos), o indicador obteve a maior queda na comparação regional (-3,3%). A redução das expectativas dos lojistas do Norte para os próximos meses foi observada mesmo sendo essa a região onde se registraram os maiores valores médios pagos pelo Auxílio Brasil, comparativamente às demais regiões, segundo dados do Ministério da Cidadania, da ordem de R$ 445. A segunda maior queda das perspectivas para o comércio foi registrada entre os empresários da Região Sudeste (-3%), apesar de a região englobar três dos cinco estados com maior número de famílias beneficiadas pelo atual programa de transferência de renda (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais).

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Quase metade dos reajustes salariais em julho ficou abaixo da inflação

Quase a metade (48,1%) dos reajustes salariais negociados em julho ficou abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O reajuste médio no mês ficou em 11,9%. O percentual, na média, é igual à inflação acumulada nos últimos 12 meses, que em julho somou 11,9%. O piso mediano, por sua vez, ficou em R$ 1.523, valor 25,7% acima do salário mínimo. Os números constam no boletim Salariômetro - Mercado de Trabalho e Negociações Coletivas, divulgado mensalmente pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O estudo mostra também que em 33,2% das negociações, o percentual de reajuste ficou acima da inflação, volume quase duas vezes maior do que o verificado nos últimos 12 meses (17%). No período analisado, 289 instrumentos, sejam eles acordos ou convenções, foram assinados com reajuste. No ano, as negociações somam 10.706 e, nos últimos 12 meses, 16.703. A Fipe destaca ainda que dois terços dos reajustes de 2022 ficaram na distância de um ponto percentual acima ou abaixo do INPC. Na análise por setor, a indústria de joalheria teve reajuste real mediano de 0,93%, considerando o período de janeiro a julho. O pior resultado é para trabalhadores de empresas jornalísticas, que tiveram reajuste médio real negativo, com -4,19%, ou seja, não recuperaram a inflação. A Fipe traz na divulgação uma prévia de agosto, indicando que 70,3% das negociações terão reajustes menores que o INPC; 1,7% serão iguais e 20% maiores que a inflação. A entidade alerta que os resultados da prévia estão sujeitos a flutuações e podem alterar com a inclusão de mais instrumentos. Até o fechamento, apenas 60 haviam sido tabulados. Metodologia O acompanhamento das negociações coletivas é feito por meio de acordos e convenções registradas no Mediador do Ministério da Economia, do governo federal. A Fipe coleta os dados e informações disponíveis no sistema, tabula e organiza os valores observados para 40 resultados da negociação coletiva, reunidos em acordos e convenções e também por atividade econômica e setores econômicos. A entidade lembra que os valores médios e as medianas dos resultados coletados não são ponderados pela quantidade de trabalhadores cobertos em cada segmento, pois essa informação não consta nas informações depositadas no Mediador.

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ANP aprova consulta pública que vai discutir edital de chamada para o Gasbol

A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou hoje a realização de consulta pública para receber contribuições de agentes econômicos e demais interessados sobre o edital de chamada pública para a contratação de capacidade de transporte de gás natural no Gasoduto Bolívia-Brasil (gasoduto de transporte da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil). O objetivo do edital é a identificação de potenciais carregadores emdash; agentes econômicos autorizados pela ANP a contratar o serviço de transporte dutoviário de gás natural emdash; e a contratação de capacidade de transporte firme, com garantia de movimentação até o volume contratado, no gasoduto para o período de 2023 a 2027. eldquo;Devido à transição para um novo modelo de reserva de capacidade de transporte no Brasil e de tarifação dessa capacidade, é fundamental a participação dos agentes na discussão das cláusulas e documentos utilizados no processo de chamada pública, uma vez que eles apresentam as tarifas de referência aplicáveis ao serviço de transporte firme objeto da contrataçãoerdquo;, diz a nota divulgada pela ANP. Após a análise das contribuições recebidas durante a consulta pública, haverá a aprovação da minuta de edital e, como anexo, das minutas dos contratos de transporte pela diretoria da ANP. Também deverão ser aprovadas a Receita Máxima Permitida da TBG e as tarifas de referência aplicáveis ao serviço de transporte firme a ser contratado por meio da chamada pública, uma vez que estes valores fazem parte do edital, em cumprimento ao estipulado na Nova Lei do Gás. A Chamada Pública será conduzida de maneira indireta pela Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Para ler esta notícia, clique aqui.

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Falta de chips deve continuar em 2023

O presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes, disse ontem que a falta de componentes elétricos no ano que vem continuará a ser um problema para a produção de caminhões da empresa. Segundo Cortes, embora a cadeia produtiva de chips esteja se recuperando, no ano que vem passa a valer a nova regra Euro 6 (na denominação internacional, que aqui se equivale ao Proconve P8), que tem o objetivo de reduzir emissões dos veículos a diesel. eldquo;A nova regra exige uma quantidade maior de semicondutores e uma geração mais atualizada, que é mais difícil de se encontrar hojeerdquo;, disse Cortes ontem, durante o lançamento um serviço de aluguel de caminhões por assinatura do grupo. Os componentes para atender ao padrão Euro 5 - em vigor hoje -- são mais abundantes no mercado. Enquanto isso, o padrão Euro 6 é o mesmo usado na Europa. A regra passa a vigorar em janeiro. Ou seja, depois do dia 31 de dezembro apenas veículos novos dentro da nova regulamentação podem ser vendidos. Em janeiro de 2022 ocorreu uma mudança semelhante, mas abrangendo o segmento de veículos leves, o que provocou a saída de linha de vários modelos no mercado doméstico, uma vez que eles não podiam mais ser comercializados por não atender o novo arcabouço regulatório. Paralelamente, a indústria automobilística vem sofrendo com o desabastecimento de chips causada pela desorganização das cadeias produtivas nas fases mais agudas da pandemia de covid-19. O setor também acabou concorrendo pelo insumo com os fabricantes de computadores, notebooks e celulares, que viram a demanda subir a partir das medidas de isolamento social. O problema provocou falta de carros zero-quilômetro no mercado e aumento de preços dos seminovos. Fabricantes de veículos têm dito que a produção este ano seria maior, se o abastecimento de chips estivesse normalizado. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Corrigir a tabela do IR é viável?

Com foco na classe média, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), líderes da corrida pelo Palácio do Planalto, prometeram correções da tabela do Imposto de Renda (IR) que, se levadas a cabo, podem retirar até R$ 226,8 bilhões dos cofres públicos em 2023. Hoje, é isento quem recebe até R$ 1,9 mil por mês endash; valor não corrigido desde 2015. Como mostrou o Estadão, se a tabela não for corrigida, quem recebe até 1,5 salário mínimo passará a pagar o imposto em 2023. Levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco) mostra que a proposta de Lula de isentar quem ganha até R$ 5 mil mensais resultaria em renúncia de R$ 199,8 bilhões e deixaria 17,2 milhões de pessoas livres do tributo endash; ante o total de 7,86 milhões que não pagam atualmente. Já a reiterada promessa de Bolsonaro de liberar do IR quem ganha até 5 salários mínimos endash; feita na campanha de 2018, e não cumprida endash; teria impacto ainda maior: representaria corte de R$ 226,8 bilhões na arrecadação e isentaria 18,5 milhões de brasileiros. Os candidatos à Presidência miram o eldquo;andar de cimaerdquo; para custear o alto impacto de corrigir a tabela do IR e citam, principalmente, a taxação de lucros e dividendos recebidos por pessoas físicas como uma das alternativas. Atualizadas pela última vez em 2015, as faixas de renda que servem como base para a cobrança do IR foram sendo defasadas pela inflação. Com isso, brasileiros com renda cada vez menor têm caído nas garras do Leão endash; em 2023, quem ganhar 1,5 salário mínimo (R$ 1.941) terá de pagar o tributo se não houver correção. Por conta da defasagem acumulada nestes sete anos, conforme dados da Unafisco, o governo arrecadou a mais R$ 163 bilhões. No plano de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro não indicou qual seria a fonte de recursos para financiar a correção da tabela do IR isentando quem ganha até cinco salários mínimos, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, vincula a correção à aprovação da reforma tributária endash; já aprovada na Câmara dos Deputados e em tramitação no Senado, que prevê a taxação de lucros e dividendos. Concentração de renda A mesma promessa de isenção foi feita por Bolsonaro na campanha de 2018. O presidente do Unafisco, Mauro Silva, diz que ele poderia ter cumprido pelo menos parte do prometido e repassado a inflação a cada ano de governo. eldquo;Estamos vendo uma máquina concentradora de renda. A classe média, quase pobre, está sendo instada a pagar, enquanto a classe rica que recebe lucros e dividendos não pagaerdquo;, disse. Para o próximo governo, Silva sugere que a correção seja gradativa e combinada com medidas que melhorem a distributividade da tributação, como a redução de benefícios fiscais. eldquo;Isso tudo não precisa de mudança constitucional, são ajustes por leis ordináriaserdquo;, afirmou. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, a correção da tabela do IR para quem ganha até cinco salários mínimos prometida por Bolsonaro não deve ser contemplada no Orçamento de 2023, que tem de ser enviado para o Congresso Nacional até o fim deste mês (quarta-feira). A equipe econômica cogita enviar para o Legislativo uma mensagem com o impacto da medida, mas deixando a decisão para a área política, após as eleições. Proposta de Lula O ex-presidente Lula também defendeu a taxação de lucros e dividendos em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais, no dia 17, quando propôs isentar de IR quem ganha até R$ 5 mil. eldquo;Se tudo se reajusta neste País, por que a tabela do Imposto de Renda não pode ser reajustada para aqueles que vivem de salário?erdquo;, questionou. Ciro Gomes (PDT) também propôs corrigir a tabela do IR e aumentar o limite de isenção, mas ainda não definiu os valores a serem adotados. O coordenador do programa econômico de Ciro, Nelson Marconi, disse que o candidato pretende criar uma faixa com alíquota mais alta, de 35%, para quem ganha mais. Hoje, há quatro faixas de acordo com a remuneração, com a alíquota máxima (de 27,5%) para quem ganha a partir de R$ 4.664,68. Já a candidata Simone Tebet (MDB) não menciona, em seu plano de governo, a correção da tabela do IR. Questionada pela reportagem, a campanha da senadora não respondeu até a conclusão desta edição. /COLABORARAM IZAEL PEREIRA e DÉBORA ÁLVARES

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Confiança do consumidor avança em agosto e tem maior valor em dois anos, diz FGV

A confiança dos consumidores brasileiros teve nova alta em agosto, devido à melhora nas expectativas para os próximos meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (25), embora tenha alertado para possível instabilidade política à frente. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) teve a terceira alta consecutiva neste mês, de 4,1 pontos, chegando a 83,6 pontos, mostraram os dados. Esse resultado partiu principalmente do avanço de seis pontos do Índice de Expectativas (IE), para 92,6 pontos, maior patamar desde fevereiro de 2020, embora o Índice de Situação Atual (ISA) também tenha subido, em 1,4 ponto, para 71,7 pontos, maior resultado desde novembro de 2020. eldquo;Existe uma visão mais favorável sobre o ambiente econômico no curto prazo, que pode estar sendo influenciada pela melhora do mercado de trabalho e desaceleração da inflaçãoerdquo;, disse em nota Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das sondagens. eldquo;Isso contribui para o aumento do ímpeto de compras, que ocorre de forma mais intensa para as classes de renda mais alta.erdquo; Apesar da melhora do ICC em agosto, eldquo;o cenário político ainda pode gerar turbulências nesse ambiente nos próximos meseserdquo;, alertou a especialista. A corrida eleitoral ao Planalto começou oficialmente neste mês.

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