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Volkswagen começa a alugar caminhão

A Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) e a Volkswagen Financial Services (VWFS) lançaram na quinta-feira (25) um programa de assinaturas para locação de caminhões, chamado VW Truck Rental. O serviço, primeiro a ser oferecido por uma montadora do segmento no país, é destinado a empresas e também caminhoneiros autônomos e vai disputar espaço no mercado de aluguel de veículos com grupos como a Vamos, da Simpar, e a Ouro Verde, da Brookfield. No total, são seis modelos de caminhões disponíveis no programa de assinaturas, que foi iniciado em um estágio piloto com 100 unidades. Os valores partem de R$ 3.679 por mês no modelo VW Delivery Express e a comercialização é feita on-line e pelas 150 lojas da rede de concessionários autorizados da Volks. eldquo;Com a pandemia, muitas empresas encontraram dificuldades para crédito, optando pela locação de veículos. O VW Truck Rental busca reduzir os custos operacionais dos transportadores, e ainda facilitar a gestão da frota e a contratação do serviçoerdquo;, disse Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus. O negócio também pretende atender o caminhoneiro autônomo, que tem peso importante no setor de transporte de carga e opera com frota mais velha. Até 31 de julho deste ano, o Brasil tinha 887.271 cadastrados como Transportador Autônomo de Cargas (TAC). A frota correspondente à categoria TAC é de 950.965 veículos, 36,5% do total de 2,6 milhões de veículos com capacidade de transporte de cargas do país. A idade média da frota TAC é de 21,44 anos, ante 14,46 anos na frota geral. Os números são da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A pandemia ajudou a mudar a visão do brasileiro acerca da propriedade de ativos. Antes, empresas, e até consumidores, optavam por ter os bens, como carros e caminhões. Em tempos de juros e inflação em alta, o dinheiro em caixa nunca foi tão valorizado emdash; por isso, serviços de assinatura e terceirização ganharam espaço. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Gás natural é aposta de campanha em eleições estaduais

As perspectivas de abertura do mercado e de interiorização do gás contagiam as campanhas eleitorais nos estados. Candidatos a governadores apostam no insumo endash; presente em diversos planos de governo endash; como motor do desenvolvimento econômico. No Maranhão e Piauí, o acesso ao gás virou promessa eleitoral. Os dois estados são carentes de infraestrutura, mas estão contemplados no primeiro leilão de contratação das termelétricas compulsórias, previstas na lei de privatização da Eletrobras. Se bem-sucedida, a licitação pode viabilizar a chegada de gás à Teresina (PI) e Bacabeira (MA), na Região Metropolitana de São Luís. No Piauí, Rafael Fonteles (PT), segundo colocado nas pesquisas de intenção de votos, atrás de Silvio Mendes (União Brasil), promete garantir a chegada de gás natural ao Parque Industrial da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba. Com isso, espera atrair mais empresas (indústria de calçados, por exemplo) para o polo. Mendes não trata de gás natural em seu programa. A distribuidora Gaspisa (PI) é controlada pelo estado em sociedade com a Termogás. Junto com a Gasmar, pede o aumento do preço-teto do leilão, de R$ 450/MWh para R$ 600/MWh [Valor], o que aumenta a viabilidade de projetos termelétricos a GNL, cujos preços internacionais estão estressados. Se bem-sucedidos, esses projetos permitirão a chegada de gás às concessões da Gaspisa e Gasmar. Consumidores, por sua vez, pressionam pelo cancelamento do leilão. Um dos fundadores da OAS, Suarez é dono de negócios em distribuição que podem se beneficiar com a interiorização do gás. Outras empresas, como Eneva, Global Participações, Shell e New Fortress também tentam aproveitar oportunidades abertas pela contratação compulsória de termelétricas. Tratamos na estreia da gas week: Uma nova chance para o gasoduto Meio-Norte. No Maranhão, é assunto do plano de governo dos dois principais candidatos ao governo estadual: Carlos Brandão (PSB) promete instituir um programa para abastecimento de GNV. Já Weverton Rocha (PDT) quer eldquo;corrigir o notório desequilíbrio entre produção, oferta e demandaerdquo; a partir da importação de gás natural liquefeito (GNL). Rocha acredita que a commodity viabilizará o desenvolvimento de um mercado local de gás natural, com reflexos na geração de emprego e renda e tributos. O Maranhão é um importante produtor de gás, mas no complexo termelétrico da Eneva, na Bacia do Parnaíba. A empresa assinou este ano os primeiros contratos com clientes industriais endash; Vale (São Luís) e Suzano (Imperatriz), a partir de 2024. A Gasmar, distribuidora local controlada pelo estado, em sociedade com a Termogás (do empresário Carlos Suarez), acredita que a entrega de gás da Eneva para a Vale funcionará como âncora para o desenvolvimento do mercado de gás da capital. Mas ainda não tem um plano definido para expansão da rede No Amazonas, promessa de gás para fertilizantes No Amazonas, que também vive a expectativa de contratação de térmicas no leilão de setembro, o gás entrou nos planos de governo de dois dos principais candidatos locais. Amazonino Mendes (Cidadania) promete investir no eldquo;fomento das potencialidades regionais e novas atividades industriais com ênfase no petróleo e gáserdquo;, enquanto Eduardo Braga (MDB) defende um uso eldquo;mais nobreerdquo; para o gás. Ele destaca que a utilização do insumo na eldquo;na indústria gás química introduzirá o estado no mercado nacional e internacional de fertilizantes sem derrubar uma única árvoreerdquo;. Uma outra alternativa em análise é liquefazer o gás e desenvolver uma rede de abastecimento de GNL em pequena escala, para suprimento da demanda ociosa da região Norte por meio de um sistema hidroviário. Na busca pelo consumidor de gás No Rio Grande do Norte, a atual governadora Fátima Bezerra (PT), favorita à reeleição, se compromete a estimular projetos que viabilizem a ampliação do processamento de gás no estado endash; que abriga a UPGN de Guamaré. O ativo está sendo vendido pela Petrobras para a 3R Petroleum. Tem capacidade instalada de 5,7 milhões de m³/dia, mas parte da infraestrutura está hibernada. Guamaré é uma infraestrutura essencial para os novos agentes do mercado endash; sobretudo PetroReconcavo e 3R, principais compradoras dos campos maduros da Petrobras na região. O novo dinamismo do setor de óleo e gás potiguar é tema de propostas dos dois principais oponentes de Fátima Bezerra: Capitão Styvenson (Podemos) promete uma política para descarbonizar a indústria de óleo e gás. Já Fabio Dantas (Solidariedade) quer usar a distribuidora local, a Potigás, como geradora de empregos na construção civil, a partir da expansão da rede Em Sergipe, as perspectivas de industrialização a partir do gás compõem o quadro de propostas de desenvolvimento econômico do estado. Fábio Mitidieri (PSD) promete uma política para estimular a instalação de indústrias que fazem uso intensivo de gás, eldquo;assegurando as condições e o apoio na infraestrutura, logística e segurança jurídicaerdquo;. Mira um complexo portuário-industrial no Porto de Sergipe, com indústrias gás-intensivas como cerâmicas e vidrarias. Na agenda, está a geração de energia termelétrica; e o incentivo a renovação da frota estadual, para veículos elétricos ou GNV. Já Alessandro Vieira (PSDB) quer apoiar o início da produção de óleo e gás no offshore de Sergipe e criar um polo de formação profissional em petróleo, gás e energias renováveis, a partir da integração entre empresas e instituições de ensino. Sergipe vive a expectativa de desenvolvimento das descobertas de óleo e gás da Petrobras na costa e da interligação do terminal de regaseificação de Barra dos Coqueiros endash; comprado pela Eneva. O atual governo de Belivaldo Chagas (PSD), aliás, apresentou à ANP uma proposta para criação de uma tarifa diferenciada para o transporte de gás natural de curta distância (short haul), para reduzir os custos para indústrias interessadas em se instalar no estado. Usar o gás como propulsor da industrialização está também nos planos do candidato ao governo do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSB), que aposta no Polo GasLub (ex-Comperj), em Itaboraí, num novo polo industrial. Freixo vê no Rota 3 (gasoduto de escoamento que se conectará à UPGN de Itaboraí) uma eldquo;grande oportunidade para revitalizar a área do Comperj e ali instalar um condomínio de indústrias que tenham o gás natural como insumoerdquo;. Também defende a instalação do Rota 4, via Itaguaí, para atrair empresas e empregos na Baixada Fluminense. Claudio Castro (PL) não entregou seu programa até o fechamento desta edição.

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Lula admite corrupção na Petrobras, e Bolsonaro critica ação contra empresários

No décimo dia oficial de campanha eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está à frete na corrida pelo Palácio do Planalto, de acordo com o agregador de pesquisas CNN/Locomotiva, foi entrevistado no Jornal Nacional, da TV Globo, e admitiu que houve casos de corrupção na Petrobras, mas criticou o modelo de investigação usado pela Operação Lava Jato para apurar as irregularidades na estatal. eldquo;Você não pode dizer que não houve corrupção, se as pessoas confessaram. O que é mais grave é que as pessoas confessaram e por conta de as pessoas confessarem, ficaram ricos por conta de confessar. Ou seja, foi uma espécie de uma delação premiada, você não só ganhava liberdade por falar o que queria ao Ministério Público, como ganhava metade do que você roubou. Ou seja, o roubo foi oficializado pelo Ministério Público, o que eu acho uma insanidadeerdquo;, disse. O candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), em sua live semanal, voltou a criticar a ação da Polícia Federal contra empresários que o apoiam e afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes eldquo;se baseou em matérias de jornalerdquo;. eldquo;Temos essa ação da Polícia Federal, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, em cima de empresários. Pelo que tudo indica até o momento, baseado em uma matéria de jornal, foi quebrado o sigilo de todos eles. Depois, foi feita a apreensão dos celulares, bloqueio de bens. A gente espera que o ministro Alexandre de Moraes apresente a fundamentação o mais rápido possívelerdquo;, comentou. Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista na parte da manhã para a Jovem Pan. Ele comparou os candidatos Lula e Bolsonaro e afirmou que eles possuem eldquo;o mesmo tipo de gestãoerdquo; na economia. eldquo;Lula e Bolsonaro são pessoas diferentes. Mas, a rigor, eles representam o mesmo tipo de gestão, economia e gestão política. Ambos são pessoas muito ruins do ponto de vista da gestão econômica, ambos concederam centralidade à fisiologia e à corrupçãoerdquo;, disse Ciro. Já Simone Tebet (MDB) esteve no Rio de Janeiro participando da sabatina realizada pela rádio CBN e pelos jornais pelos jornais O Globo e Valor Econômico. Na entrevista, ela defendeu o teto de gastos. eldquo;Eu estou dentro do Congresso há sete anos e garanto para vocês que, se não fosse o teto que ainda existe, e ele está furado, mas se não fosse o teto, o orçamento secreto não seria só de R$ 17 bilhões, ele seria muito maiserdquo;, disse. Debate As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro. O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.

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ANP não conseguirá receber contratos de biodiesel no 5º bimestre no prazo

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou um aviso que desobriga, até segunda ordem, os agentes do setor a encaminharem as informações de contratação de biodiesel para o 5º bimestre. Se esses dados, a fiscalização do setor inicia o próximo bimestre completamente no escuro. Pelas regras do novo sistema de comercialização de biodiesel que entrou em vigor esse ano em substituição dos leilões públicos, as usinas e distribuidoras teriam até essa quinta-feira (25) para informar à ANP os volumes de biodiesel contratados. No aviso, não foi estipulado nenhum prazo para o encaminhamento das informações e nem informada alguma alternativa para o envio dos dados. Segundo as metas de contração para o 5B, as distribuidoras teriam que contratar pelo menos 867,1 milhares de m³ enquanto as usinas estariam obrigadas a vender 794,2 mil m³. Fora do ar O motivo do adiamento é a indisponibilidade dos sistemas digitais das ANP que estão fora do ar desde o último dia 04 de agosto depois que a ANP sofreu o que alega ser uma elsquo;tentativaersquo; de ataque cibernético. Passadas mais de três semanas, as plataformas da agência continuam inacessíveis.

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Petróleo fecha em queda, com sinais da Opep, negociações com Irã e Fed no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam em baixa, nesta quinta-feira (25). Declarações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sobre a oferta, as negociações entre potências e o Irã e o posicionamento do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) estiveram no radar dos investidores, em sessão volátil. O petróleo WTI para outubro fechou em queda de 2,50% (-US$ 2,37), a US$ 92,52 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro, contrato agora mais líquido, teve baixa de 1,87% (-US$ 1,88), a US$ 98,46 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Os contratos subiram no início do dia, com a chance de eventual corte na oferta no radar. O presidente da Opep, Bruno Jean-Richard Itoua, afirmou que proposta recente da Arábia Saudita de considerar reduções na oferta do cartel está eldquo;em linha com nossas visões e objetivoserdquo;. Para a Capital Economics, a declaração recente saudita sobre o tema pode ter sido apenas um meio de marcar posição. A consultoria acredita, de qualquer modo, que ela sinaliza que a Opep e aliados devem adotar eldquo;uma abordagem cautelosa na produção de petróleoerdquo;, no atual contexto. O TD Securities, por sua vez, acredita na existência de riscos de alta nos preços nos mercados de energia, em meio a relatos de que os Estados Unidos rejeitaram a proposta do Irã no potencial acordo nuclear com as potências. Caso a iniciativa fracasse, Teerã não poderia elevar suas exportações de petróleo. O banco de investimentos afirma que, caso não exista nova oferta do Irã, com o crescimento na produção de xisto desacelerando nos EUA e o potencial para maior demanda por petróleo para calefação na Europa, em meio a preocupações com o fornecimento de gás natural, existe o risco crescente de que ocorra uma déficit nos mercados de petróleo. Ao mesmo tempo, o TD ressalta a incerteza e não descarta que ainda ocorra um acordo com o Irã, o que sugere potencial limitado de ganhos. Hoje, investidores demonstravam certa cautela nos mercados globais, em jornada em geral volátil, com a expectativa por novas declarações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no Simpósio de Jackson Hole. A política monetária afeta o câmbio e também pode influir na demanda pelo óleo, no momento em que o Fed caminha para elevar mais os juros a fim de conter a inflação elevada.

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PIB deve crescer mais que o esperado em 2022, e analistas veem potencial maior

O mercado vêm realizando revisões em série para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, indicando que a alta será maior que o esperado durante o primeiro semestre. E, segundo especialistas, o chamado PIB potencial do Brasil indica uma margem ainda maior de expansão. O último Boletim Focus, divulgado em 22 de agosto, traz a previsão de alta de 2,02% neste ano. No início de 2022, a projeção do mercado era de 0,28%. Considerando o primeiro trimestre, a alta foi de 1%. Segundo Juliana Trece, pesquisadora do Ibre-FGV, o chamado hiato, ou distância, entre o PIB real e o potencial calculado pelo instituto tem reduzido. Considerando o primeiro trimestre, ele foi de 1,4%. No último trimestre de 2021, chegou à menor diferença em mais de sete anos, com -0,4%. Isso indica que uma recuperação da economia brasileira em relação aos anos anteriores, quando o hiato era maior, mas também um potencial para um crescimento ainda maior no ano. Ao mesmo tempo, sinaliza uma dificuldade nos próximos anos: fazer com que o PIB potencial do Brasil cresça, revertendo condições desfavoráveis na economia atualmente. Desempenho em 2022 O chamado PIB potencial é uma medida teórica, que leva em consideração o quanto a economia cresceria em um cenário sem inflação descontrolada, com emprego em patamar que não pressiona a economia, ou seja, um ambiente sem pressões inflacionárias, afirma Juliana Inhasz, professora do Insper. Nesse sentido, os cálculos de PIB potencial do país podem variar, mas Paula Magalhães, economista-chefe da AC Pastore, diz que as estimativas variam em um intervalo de crescimento potencial entre 1% e 2% ao ano. Por isso, ela avalia que o país eldquo;tem ficado perto do PIB potencial, tanto que a inflação não acelerou em momentos que crescia ao redor de 1% desde 2016. Ela acelerou recentemente por causa de choques, mas vemos um componente de demanda também, por isso espera-se um crescimento acima do potencial, de 2%erdquo;. A economista considera que esse cenário de crescimento, maior que o esperado inicialmente pelo mercado, se apoia em uma dinâmica externa, de alta nos preços das commodities, além de um impulso fiscal a partir de medidas do governo federal, com mais gastos. Magalhães ainda vê um espaço potencial de crescimento, mas menor. Desde 2015, com a crise econômica e um quadro de recessão, o PIB real reverteu a tendência de crescimento acima do potencial, com uma diferença, ou hiato, negativo até hoje. No auge da pandemia, por exemplo, o hiato chegou a 14%, e no auge da crise de 2014, a 6%, cenário distante do atual. eldquo;O hiato está fechando rapidamente, ainda tem uma certa ociosidade, até pelo lado do mercado de trabalho, que cresce, e uma certa inflação de demanda além da de ofertaerdquo;. Ela ressalta que essa diferença menor não se deve apenas a um crescimento maior, mas também a uma tendência de estagnação do PIB potencial do Brasil nos últimos anos. Para a economista, essa aproximação eldquo;não é de agora, desde que não gere inflação é bom, está crescendo dentro do potencial, o que precisa é de políticas para crescer mais, ter mais potencial, crescer 1%, 2% é pouco para uma economia emergenteerdquo;. Trece avalia que o PIB tem eldquo;surpreendido positivamenteerdquo;, em parte devido a medidas do governo como antecipação do FGTS e o teto do ICMS, gerando uma expansão que não vinha sendo precificada pelo mercado, além de uma reação do setor de serviços com a concretização da reabertura da economia. Inhasz também vê uma surpresa positiva em 2022, que atribui, de um lado, a um carrego estatístico pela inércia da atividade em 2021, assim como pelas medidas do governo. eldquo;Não tem como crescer muito acima do potencial nesse contexto de choque de oferta, custos maiores, preços maiores, renda baixa, incerteza grandeerdquo;, observa. eldquo;O potencial é uma consequência do que é o país, não necessariamente em todos os momentos vai usar tudo que é disponível, e conseguir ficar acima ou abaixo desse potencial. O crescimento esperado fica ao redor do potencial, e nos últimos anos têm ficado sempre abaixoerdquo;, afirma Inhasz. Próximos anos Magalhães, da AC Pastore, afirma que, se de um lado as ações do governo ajudam o PIB em 2022, podem acabar prejudicando em 2023. eldquo;Como é crescimento por ações do governo, via aumento de gastos, as pessoas observam esse aumento como permanente, dando um risco de sustentabilidade das contas públicas e com demanda por juros maiores. Isso dificulta novos investimentoserdquo;, diz. Além disso, ela cita o desafio do próprio PIB potencial brasileiro não estar crescendo, o que atribui a uma falta de aumento de produtividade. Segundo a economista, o aumento poderia ocorrer por expansão da força de trabalho ou pela produtividade dela. eldquo;Não tem mais crescimento da força por causa da demografia, e a produtividade estagnou, não tem investimento em capital, educaçãoerdquo;, observa. Para ela, reformas como a tributária e a administrativa poderiam melhorar esse cenário, além da necessidade de investir em educação. Ela aponta, ainda, a eldquo;questão dos cicloserdquo;. eldquo;O Brasil não recuperou da crise que começou em 2014, não está conseguindo crescer por fatores como problemas fiscais, juros altos, investimentos baixos, renda menor, estagnação da economia, falta de dinamismoerdquo;, defende. Já Trece diz que o Brasil enfrenta problemas nos três elementos que fazem o PIB potencial crescer. O fim do chamado bônus demográfico implica em um envelhecimento e redução da força de trabalho, com uma produtividade em queda. Além disso, há um eldquo;problema históricoerdquo; de atração de investimentos, com uma capacidade baixa que prejudica o crescimento. eldquo;Vendo esses três elementos, vê que o Brasil está enfrentando dificuldades. O fator que mais ajudava, mão de obra com bônus, está chegando ao final, então vai ter problemas, é algo tradicional em qualquer paíserdquo;, afirma a pesquisadora. eldquo;O Brasil tem problemas fiscais, não tem como só ter estímulos, a robustez demanda atrair investimentos privados, até para desafogar a parte públicaerdquo;, diz. A necessidade maior, destaca, é de garantir um aumento de produtividade para compensar o envelhecimento da população, o que demanda uma visão de longo prazo e eldquo;investimentos massivoserdquo; em educação. Outra medida positiva seria reduzir a incerteza política dos últimos anos. eldquo;Estamos em uma incerteza política há 10 anos, e gera uma incerteza econômica, o que limita investimentoserdquo;. O cenário, segundo Inhasz, é piorado pelos choques recentes na atividade produtiva, que também reduziram a confiança tanto de empresários quanto de consumidores. eldquo;Para ficar mais perto desse potencial, precisa de conjunto de medidas fiscais sobre como o Brasil se posiciona nesse cenário nos próximos anos, investimento em máquinas, tecnologia, mas também reformas estruturais de base, como educação, aumento de produtividadeerdquo;, ressalta a professora. Por isso, eldquo;pode ser que haja uma aproximação com o potencial pelo lado ruim também, com investimento baixo, condição econômica desfavorável. Nesse cenário, qualquer crescimento real, como o esperado agora, nos aproxima do potencialerdquo;.

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