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Com hidrogênio verde mais barato, América Latina pode suprir mais de 30% do mercado global

A América Latina tem potencial para liderar o fornecimento global de hidrogênio renovável, capturando 25% a 33% da demanda, até 2030, projeta relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, em inglês), em parceria com a Accenture, publicado na última semana. Abundantes recursos renováveis como solar, eólica e hidrelétrica, portos estratégicos e apoio político desenham um cenário em que a região estaria apta a fornecer commodities de baixo carbono competitivas e rivalizar com com grandes players como a Austrália (22%endash;31%) e a África (9%endash;14%). A estimativa é que o custo nivelado de hidrogênio renovável/verde da região deverá ser particularmente baixo para a produção no sul da Argentina e Chile, noroeste do Brasil e norte da Colômbia e Venezuela já no final da década. Europa e Ásia deverão ser as principais compradoras. eldquo;Essas condições favoráveis e#8203;e#8203;endash; de alta capacidade de energia renovável e baixo custo de produção de hidrogênio limpo endash; podem posicionar a região como um potencial exportador líquido para mercados globais, tanto no médio quanto no longo prazoerdquo;, diz o relatório (.pdf). O estudo identificou 11 potenciais hubs de hidrogênio limpo na América Latina, em países como Chile, Brasil e Panamá. Concorrentes como Estados Unidos e Austrália anunciaram 10 e sete, respectivamente. Diferentes estratégias Embora a análise enxergue a região como provável exportadora líquida de hidrogênio limpo no longo prazo, os países da região têm diferentes estratégias e ambições para desenvolver essa nova economia, com três caminhos: Cita o potencial de exportadores líquidos (Chile e Argentina), descarbonizadores locais (Brasil, Colômbia e México) e atores focados, como Panamá e Uruguai, concentrados no desenvolvimento de hubs de combustíveis verdes para o transporte marítimo. Brasil, Colômbia e México, que enxergam diversas possibilidades de aplicação do hidrogênio, são indicados pelo WEF como futuros descarbonizadores locais. Isso significa usar o energético como insumo na indústria para fornecer aço, fertilizantes, cimento, combustíveis e outros produtos com baixa intensidade de carbono endash; fortalecendo suas cadeias produtivas e exportando bens com maior valor agregado, em um estágio mais adiante. O relatório observa que as estratégias publicadas até o momento endash; como o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) do Brasil endash; ainda não definiram projeções claras de demanda para mercados internacionais e os projetos confirmados buscam aumentar a capacidade de produção para atender à demanda local futura. Situada entre dois oceanos e com um suprimento de água seis vezes superior à média mundial, a ambição da Colômbia é chegar a 2050 com 40% do hidrogênio consumido pelo setor industrial de origem renovável. Para isso, o país está oferecendo benefícios fiscais associados às reduções de emissões. Já o México, embora ainda não tenha uma estratégia nacional para desenvolver uma economia de hidrogênio, tem nove projetos em diferentes fases de desenvolvimento para eletrólise e produção de amônia verde. A Associação Mexicana do Hidrogênio prevê que até 2030 a maior parte da demanda virá de setores como vidro, cimento e produtos químicos, enquanto até 2050 o setor de transportes assumirá a liderança no consumo. Custos competitivos De acordo com o WEF, o custo nivelado do hidrogênio na América Latina varia de US$ 3,70 a US$ 5,90 por kg, atualmente, já abaixo da média global de US$ 3,80 a US$ 8,50 por kg. Até 2030, países como Argentina e Chile pretendem ter custos de produção tão baixos quanto US$ 1,20 a US$ 1,50 por kg, o que pode torná-los os produtores mais econômicos do mundo. No caso do Brasil, o relatório aponta que o preço médio hoje fica entre US$ 2,87-3,56 o kg/H2 renovável, podendo chegar a cerca de US$ 1,90 kg/H2 em 2030 e US$ 1,20 em 2050, e capturar 10% do mercado global. Brasil pode privilegiar baixa emissão Depois de aprovar o marco regulatório do hidrogênio de baixo carbono ampliando o teto de emissões para 7 kgCO2/kgH2, o Congresso Nacional agora pode limitar a concessão de incentivos fiscais de acordo com a intensidade de carbono. Isto é, quanto menor a emissão de CO2 do projeto, maior poderá ser o benefício fiscal. Na semana passada, ao aprovar o PL 3.027/2024, com regras para concessão de R$ 18,3 bilhões dentro do Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (PHBC), a Câmara dos Deputados decidiu incluir um dispositivo estabelecendo que o percentual de crédito poderá ser inversamente proporcional à intensidade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à produção do hidrogênio. O texto aprovado é um substitutivo elaborado pelo deputado Arnaldo Jardim (Cidadania/SP), que busca corrigir o capítulo dos créditos fiscais vetado pela presidência da República durante a sanção do marco, mas por outros motivos. Relembre A nova redação aguarda apreciação no Senado.

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Petróleo cai 2,5% com negociações de cessar-fogo em Gaza e economia chinesa fraca

Os preços do petróleo caíram mais de US$ 2 o barril nesta segunda-feira (19), com a perspectiva de negociações de paz bem-sucedidas no Oriente Médio reduzindo os riscos de fornecimento, enquanto a fraqueza econômica da China, principal importadora de petróleo, ameaçava conter a demanda. Os futuros do petróleo Brent fecharam a US$ 77,66 o barril, com queda de US$ 2,02, ou 2,5%. Os futuros do petróleo West Texas Intermediate dos Estados Unidos fecharam a US$ 74,37 o barril, com queda de US$ 2,28, ou 3%. eldquo;Este mercado está sob pressão devido às expectativas de que eles continuarão a insistir nas negociações de cessar-fogoerdquo;, disse Bob Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho em Nova York. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse nesta segunda-feira que a mais recente iniciativa diplomática de Washington para chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza foi eldquo;provavelmente a melhor, talvez a última oportunidadeerdquo; e implorou a todas as partes interessadas que finalizassem o acordo. O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que ele eldquo;reiterou o compromisso de Israel com a mais recente proposta norte-americana referente à libertação de nossos reféns, levando em consideração as necessidades de segurança de Israelerdquo;. eldquo;Grande parte das vendas da semana passada no complexo energético representou uma redução no prêmio de risco do Oriente Médioerdquo;, disse Jim Ritterbusch, da Ritterbusch and Associates na Flórida. Os problemas econômicos da China também pressionaram os preços do petróleo, com dados da semana passada mostrando que os preços de novas casas caíram no ritmo mais rápido em nove anos. As refinarias chinesas cortaram drasticamente as taxas de processamento de petróleo no mês passado em resposta à fraca demanda por combustível. (Reuters)

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Fiscalização do mercado de combustíveis: ANP assina acordo de cooperação com Ibama

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) assinou, no dia 7 de agosto, acordo de cooperação técnica e operacional com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O acordo tem vigência de 60 meses, a partir da assinatura, podendo ser prorrogado. Entre os objetivos, estão a promoção de: atividades de fiscalização conjuntas ou isoladas pelos agentes do Ibama, em nome da ANP, no sentido da educação e orientação dos agentes econômicos do setor de combustíveis, bem como da prevenção e repressão de condutas violadoras da legislação, incluindo infrações ambientais relacionadas a essas atividades; implantação de sistemas de intercâmbio de informações para tornar mais eficientes e eficazes a regulação e fiscalização dessas empresas e prevenir e combater a ocorrência de irregularidades relacionadas ao abastecimento nacional de combustíveis e ao meio ambiente; e atividades de georreferenciamento, para atualizar e contextualizar espacialmente o cadastro de agentes econômicos regulados e auxiliar na prevenção e repressão de infrações ambientais; entre outras. A parceria considera a conjunção de interesses entre a ANP e o Ibama, especialmente no tocante à fiscalização, no setor de combustíveis, de atividades potencialmente poluidoras, em defesa da ordem econômica, proteção dos direitos do consumidor, da garantia do abastecimento nacional de combustíveis, e preservação do meio ambiente. O acordo prevê ainda o fornecimento, pela ANP, de treinamento e informações para o desenvolvimento da atividade de fiscalização, bem como material para a coleta de amostras de combustíveis e laboratório para análises desses produtos, além de apoio mútuo para atividades de monitoramento de agentes econômicos, inteligência e de capacitação de servidores de ambos os órgãos. Os processos administrativos serão julgados preservando a competência de cada órgão. No combate às irregularidades no mercado de combustíveis, a ANP atua de forma individual ou em cooperação com outros órgãos do poder público, por meio de celebração de acordos de cooperação técnica e operacional, ações conjuntas e de forças-tarefa. Os acordos e parcerias firmados pela ANP com outros órgãos públicos permitem ampliar o escopo da atuação da Agência na fiscalização do mercado de combustíveis, buscando garantir os direitos dos consumidores. A Agência mantém acordos com Institutos de Pesos e Medidas, Procons, Secretarias de Fazenda e o Ministério Público em diversas unidades da Federação. A relação de órgãos está disponível na página Convênios e Acordos de Cooperação Técnica.

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Gasolina atinge paridade ante mercado internacional e diesel tem defasagem de 4%, diz Abicom

Após mais de 200 dias de janelas fechadas para a importação de gasolina por agentes privados, devido à defasagem dos preços internos do combustível em relação ao mercado internacional, a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) registrou na semana passada dois dias de oportunidades, sendo que na sexta-feira (16) a Petrobras chegou a ter paridade com o preço praticado no Golfo do México, abrindo com isso as janelas para os importadores. O preço que a estatal pratica nas suas refinarias vem sendo contido pela alta volatilidade do preço do petróleo e derivados no mercado internacional. Por causa de previsões menos otimistas para a demanda pela commodity, o preço do Brent registra queda de cerca de 3% no mês, e resiste a avançar além dos US$ 80 o barril. Segundo a Abicom, na sexta-feira, os polos de importação usados pela Petrobras (Itaqui, Suape, Paulínia, Araucária e Itacoatiara) registraram em média estabilidade no preço da gasolina em relação ao Golfo do México, usado como parâmetro por importadores brasileiros. O combustível sofreu reajuste de cerca de R$ 0,20 por litro nas refinarias da estatal no início de julho. Já o diesel, que não muda de preço nas refinarias da estatal desde dezembro do ano passado, registrou defasagem de 4% no fechamento de sexta-feira (16) nos polos atendidos pela Petrobras, o que abre espaço para um aumento de R$ 0,15 por litro no mercado interno pela estatal. Acelen Na Bahia, a Refinaria de Mataripe, controlada pela Acelen, braço do fundo de investimento árabe Mubadala no País, está praticando preços para a gasolina 6% acima do mercado internacional, e de 1% para o diesel. A empresa pratica reajustes semanais, porém, não alterou o preço da gasolina na última quinta-feira, 15. Já o diesel recebeu reajuste de 1,75% em relação à semana anterior. (Estadão Conteúdo)

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Das três refinarias privatizadas por Bolsonaro, nenhuma opera em plena carga

Acredite. Das três refinarias privatizadas no governo Jair Bolsonaro, em nome de uma maior concorrência no mercado de combustíveis, nenhuma opera em plena carga. A maior delas, a baiana Mataripe, chegou a operar, em alguns períodos, com metade da capacidade instalada. E tem cobrado, em média, gasolina e diesel cerca de 8% mais caros do que os da Petrobras. No gás de cozinha, os preços são até 40% maiores. As outras duas, em Manaus e no Rio Grande do Norte, não refinam uma gota de petróleo. A planta amazonense foi vendida em novembro de 2022, com capacidade para refinar 46 mil barris de petróleo por dia. Hoje, funciona apenas para tancagem. Já a refinaria potiguar Clara Camarão, vendida em junho de 2023, está parada.

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Diesel coprocessado está fora do relatório do Combustível do Futuro

O senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) apresentou na 4ª feira (14.ago.2024) o relatório do projeto de lei 528 de 2020, conhecido como Combustível do Futuro. O parecer deve ser votado na próxima 3ª feira (20.ago) pela Comissão de Infraestrutura do Senado. O parecer não traz nenhuma grande mudança. Uma das principais discussões sobre o texto, o diesel coprocessado da Petrobras, ficou de fora do relatório. O produto fabricado pela estatal a partir de óleos vegetais que são processados juntamente do diesel fóssil nas refinarias não foi enquadrado no mandato criado para mistura de biodiesel. Aprovado pela Câmara dos Deputados em 13 de março deste ano, o Combustível do Futuro estava com a tramitação parada no Senado aguardando o relatório. Apoiado pelo agro, pelo governo e, em grande parte, pelo setor de energia, o principal ponto de divergência no texto era a inclusão ou não do coprocessado. O produto, criado pela Petrobras, é feito a partir do processamento de matérias-primas de origem vegetal, como óleo de soja. Esse conteúdo renovável é processado conjuntamente com o derivado de petróleo. A estatal e o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) queriam que o coprocessado pudesse contar nos novos mandatos de mistura mínima criados pela lei. Ana Mandelli, diretora executiva de Downstream do IBP, afirma que o relatório foi conservador, no sentido de manter o texto da Câmara, e que o país perderá uma oportunidade de ter mais uma opção para descarbonização da matriz de transportes saindo direto das refinarias. eldquo;Nós perdemos a oportunidade enquanto país ter uma outra rota de descarbonização importante, que incentiva e estimula a reutilização de uma infraestrutura que já existe e faz o produto mineral para fazer um produto de baixo teor de carbono. Como somos um dos maiores parques de refino do mundo, deveríamos aproveitar essa rota que tem um custo-benefício muito bomerdquo;, diz. Outro tópico questionado que foi mantido é a mistura de biometano ao gás natural. Pelo texto, será criado um mandato de biometano no gás natural comercializado, que começará em 1% em 2026 e chegará a 10% em 2030. A evolução da implantação a cada ano será fixada pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). Para ler esta notícia, clique aqui.

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