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ANP agiliza aumento obrigatório de octanagem da gasolina

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP aprovou a realização de consulta pública, por cinco dias, e audiência pública para tratar da elevação do percentual da mistura de etanol anidro à gasolina, de 27% para 30%. A redução do prazo, geralmente de 45 dias, foi motivada pela urgência da medida, pois a nova composição da gasolina C entrará em vigor a partir de 1º de agosto. Seguindo recomendação da Superintendência de Biocombustíveis e de Qualidade de Produtos (SBQ), a relatora Symone Araújo incluiu a elevação da octanagem da gasolina C, de 93 para 94. Também definiu critérios para garantir a qualidade da gasolina A (sem a mistura de biocombustível), que deverá ter uma massa mínima de 688,9 kg/m³. Foi aprovada a dispensa da análise de impacto regulatório, por se tratar de ato normativo destinado a disciplinar direitos e obrigações de norma superior, no caso, a Lei do Combustível do Futuro. O governo federal decidiu, em junho, elevar a mistura obrigatória do etanol anidro para 30% e do biodiesel para 15%. O Conselhos Nacional de Polícia Energética (CNPE), presidido pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), atendeu aos pedidos do agronegócio. As duas políticas haviam sido adiadas no início de 2025, diante da pressão inflacionária sobre os combustíveis e alimentos. Contou para o adiamento do B15 a pressão do mercado de distribuição em meio a uma escalada nas fraudes do setor. Governo projeta queda no preço Com a entrada em vigor do E30, o governo prevê uma queda de até R$ 0,11 por litro. O impacto, contudo, dependerá do comportamento das margens ao longo da cadeia, especialmente na distribuição e revenda. Segundo cálculos do Ministério de Minas e Energia (MME), o salto de E27 para E30 poderá reduzir o consumo de gasolina A em até 1,36 bilhão de litros por ano e transformar o Brasil em exportador líquido do derivado. Em maio, o ministro Alexandre Silveira (PSD) enviou novos ofícios pedindo investigação ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) por entender que há distorções no mercado de distribuição e varejo. A presidente da estatal, Magda Chambriard, defende que sem uma distribuidora emdash; privatizada no governo de Jair Bolsonaro emdash; a companhia perdeu a capacidade de influenciar os preços na ponta. O aumento da mistura será sustentado por uma expansão da oferta de etanol, especialmente de milho, mais sustentável no Brasil que em outros países. A produção nacional utiliza menos insumos fósseisl e se beneficia da safrinha emdash; maior produção por uso do solo. Há um pipeline de investimentos estimado em R$ 10 bilhões, com geração de 17 mil empregos diretos e indiretos. A esperança é por aumento da competitividade e da pressão para queda de preços no mercado interno.

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ANP aprova mudança que eleva arrecadação de governos com royalties do petróleo

A diretoria da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis) aprovou nesta quinta-feira (24) revisão do cálculo do preço de referência que define os royalties cobrados sobre a produção de petróleo brasileira. A medida eleva a arrecadação de governos federal, estaduais e prefeituras de estados produtores, principalmente na região do pré-sal. O MME (Ministério de Minas e Energia) estima receita adicional de R$ 5 bilhões entre 2025 e 2026. O debate sobre o preço de referência se arrasta na agência desde 2022, ainda no governo Jair Bolsonaro (PL), sob o argumento de que o petróleo do pré-sal tem características que o tornam mais valorizado por empresas que buscam reduzir emissões. Com menor teor de enxofre, o petróleo do pré-sal passou a ser buscado por empresas que produzem, por exemplo, combustível de navegação adequado às regras mais rígidas de emissões implantadas pela IMO (sigla para Organização Marítima Internacional) em 2020. Nesta quinta, a ANP decidiu que a fórmula de cálculo para precificar o petróleo de cada campo brasileiro passará a considerar também o óleo combustível com 0,5% de enxofre, que atende às especificações da IMO. Como resultado, o preço final deve subir, elevando também o valor arrecadado com royalties e participações especiais cobradas sobre campos de elevada produtividade. A nova fórmula passa a vigorar em setembro. A proposta da ANP era criticada pelas petroleiras, que terão aumento de custos com o pagamento de royalties. Elas reclamam que a revisão só estava prevista para 2026 e que primeira minuta da ANP previa carência de 180 dias para início da vigência. Na outra ponta, refinarias privadas brasileiras pedem uma revisão mais ampla, que considere não só o baixo teor de enxofre, mas outras características físico-químicas do petróleo brasileiro, como acidez e teores de nitrogênio. Em respeito a decreto do governo federal, a ANP manterá a fórmula antiga, que considera óleo combustível com 3,5% de enxofre, para o cálculo de royalties de campos de menor porte operados por pequenas petroleiras. Em nota, a agência disse que o objetivo da revisão do preço de referência foi "aprimorar a regulação, de modo a torná-la mais aderente ao cenário dos preços praticados no mercado internacional". Nesta semana, a agência também aprovou outra medida do pacote fiscal apresentado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ajudar a compensar o recuo com o aumento do IOF. Foi a renegociação de contrato de concessão do campo de Jubarte, no pré-sal da Bacia de Campos, que ampliou a fatia da União na produção. Com essa medida, o MME espera arrecadação adicional de R$ 2 bilhões. Ao todo, o pacote previa R$ 35 bilhões extras entre 2025 e 2026.

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Raízen vende usinas de geração distribuída para Thopen e Gera por R$ 600 mi

A Raízen assinou a venda de 55 usinas de geração distribuída de energia, em negócio alinhado à estratégia de reciclagem do portfólio de ativos, visando uma melhora da estrutura de capital, e que renderá cerca de R$ 600 milhões à companhia. Na transação anunciada nesta quinta-feira, foram vendidas 44 usinas para a Thopen Energia e 11 para o Grupo Gera, somando ao todo capacidade nominal instalada de até 142 megawatt-pico (MWp). Segundo a Raízen, os valores correspondentes da venda serão recebidos à medida que as usinas forem transferidas para os compradores, com conclusão prevista até março de 2026. A alienação das usinas de energia elétrica segue outros desinvestimentos realizados pela companhia para retornar aos negócios principais, como produção de açúcar e etanol e distribuição de combustíveis, e reduzir sua dívida líquida, que encerrou a safra 2024/25 acima de R$ 30 bilhões. Com o negócio fechado nesta quinta-feira, a Raízen disse que concluiu a venda de "parcela relevante" de seus projetos de geração distribuída e encerrou a joint venture com o grupo Gera, "cumprindo seu objetivo de desenvolver projetos de geração distribuída e soluções de tecnologia relacionadas a contratação, gestão e consumo de energia elétrica". Neste mês, a companhia também anunciou a descontinuidade das operações da usina Santa Elisa, em São Paulo, por tempo indeterminado, além de contratos para venda de cana. (Reuters)

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Falta de segurança nas estradas é maior preocupação dos caminhoneiros, aponta pesquisa

A falta de segurança nas estradas é o ponto que causa mais insatisfação entre caminhoneiros no momento atual, segundo dados da quarta edição do Índice de Satisfação dos Caminhoneiros nas Estradas, promovido pela transportadora digital Freto. A avaliação dos motoristas em relação a esse ponto caiu 15% entre 2022 e 2025, da pontuação de 2,98 para 2,52 endash; as notas vão de uma escala de 0 (péssimo) a 10 (excelente). Por outro lado, houve uma melhora na percepção dos caminhoneiros em relação ao preço dos combustíveis, fator que, em 2018, incentivou uma greve de dez dias depois que a Petrobras instituiu uma política de preços de paridade de importação (PPI), que alinhava os valores dos combustíveis, fator que, em 2018, incentivou uma greve de dez dias depois que a Petrobras instituiu uma política de preços de paridade de importação (PPI), que alinhava os valores dos combustíveis às cotações internacionais do petróleo. Em 2025, a nota atribuída ao preço dos combustíveis foi de 3,56, bem acima da marca registrada na primeira edição da pesquisa, em 2022, quando o item recebeu nota 1,84. Clique aqui para continuar a leitura.

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Importação de etanol pelo Brasil pode subir mais de 5 vezes com nova mistura na gasolina

As importações de etanol pelo Brasil poderão crescer mais de cinco vezes entre agosto deste ano e março de 2026, ante o mesmo período anterior, com impulso do aumento da mistura do biocombustível na gasolina e uma expectativa de cenário de preços favorável para as compras externas, segundo levantamento da consultoria Argus. A expectativa é que as importações do etanol alcancem de 400 milhões a 800 milhões de litros durante o período, sendo grande parte a ser suprida pelos Estados Unidos, maior produtor de etanol do mundo e maior fornecedor externo do país, segundo a consultoria. Cenário do etanol no Brasil Entre agosto de 2024 e março de 2025, as importações de etanol pelo Brasil somaram 148,302 milhões de litros, segundo dados do governo compilados pela Argus. eldquo;Esse volume não é visto nesse fluxo (previsto) há pelo menos quatro anosehellip; E o principal motivo para essa importação seria o E30, que é o aumento da mescla de etanol anidro na gasolinaerdquo;, disse a especialista em etanol da Argus Maria Ligia Barros, à Reuters. O montante significaria uma média entre 50 milhões e 100 milhões de litros por mês durante o período. Gasolina E30 O governo decidiu ampliar a mistura de etanol anidro na gasolina vendida nos postos de combustíveis do Brasil, de 27% para 30%, a partir de 1º de agosto, em medida que teve ampla aprovação dos produtores de biocombustíveis e poderá contribuir com a autossuficiência do país em gasolina, segundo o governo. O novo mandato deverá elevar a demanda pelo etanol anidro e reduzir a oferta de etanol hidratado, o que tende a sustentar os preços do biocombustível no mercado doméstico, segundo Barros. eldquo;Esses movimentos apoiam o preço dos dois tipos de etanol domesticamente e com isso o produto aqui internamente sobe de preço. E o mercado vislumbra, então, a possibilidade de ficar vantajoso trazer o produto de foraerdquo;, afirmou. E o tarifaço? Barros ponderou, no entanto, que os cálculos foram feitos com base no atual cenário de mercado e com tarifas já em vigor. Caso o governo dos Estados Unidos mantenha a previsão de começar a taxar as importações de produtos do Brasil em 50% a partir de 1º de agosto, e supondo que o Brasil possa impor contrapartidas tarifárias, seria necessário refazer as contas. Atualmente, segundo a especialista, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre o etanol importado de países fora do Mercosul. Já os Estados Unidos cobram tarifas ao importar etanol do Brasil que somam 12,5%, incluindo uma tarifa base de 2,5% mais o adicional de 10% que o presidente norte-americano Donald Trump anunciou em abril. No primeiro semestre de 2025, o Brasil importou 25 milhões de litros de etanol por mês, em média, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), compilados pela Argus. Do montante, em média, 64,35% vieram nos EUA, 29,79% da Argentina, 5,83% do Paraguai e 0,02% da Alemanha. (Da Redação com Reuters)

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Magda é irretocável e concilia interesses de investidor e país na Petrobras, diz Silveira

O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia), afirma que a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, consegue conciliar interesses dos investidores privados da empresa aos do país. Para ele, a gestão da executiva é irretocável quanto a esse ponto. A relação do ministro com a atual direção da estatal contrasta com a observada durante a gestão anterior, liderada por Jean Paul Prates. O ministro teve embates com ele em diferentes temas, chegando a reconhecer as divergências em entrevista e dizendo que não abriria mão de sua autoridade nas discussões. Em entrevista à Folha nesta semana, o ministro diz que havia uma divergência com Prates em relação ao que o presidente Lula (PT) havia prometido em campanha endash;uma Petrobras com mais investimentos. "Eu não tinha uma relação difícil com o presidente Jean-Paul. Na verdade, havia uma discordância natural de um programa que o presidente Lula se comprometeu na campanha", afirma. "Aumentar os investimentos da Petrobras em fertilizantes, aumentar a capacidade da Petrobras, ampliar o fornecimento de gás para o Brasil". "Hoje, com a presidenta Magda, nós temos muito mais estabilidade. Ela tem um diálogo permanente", diz. "É uma pessoa que tem muita experiência e, por ser mulher, levou o tom e a autoridade própria da mulher para a direção da Petrobras, trouxe outras duas diretoras muito experientes que vêm dando muitas alegrias na área de exploração e produção da companhia". De acordo com Silveira, Magda conversou recentemente com o ministro e com o colega Rui Costa (Casa Civil), por exemplo, sobre os investimentos para aumento da produção de gás no Sergipe emdash;estado que é visto no governo como um modelo para a revisão de regras no setor. O volume de insumo a ser gerado pelo projeto é tão grande que, de acordo com especialistas, pode derrubar o preço a tal ponto que comprometeria a viabilidade de investimentos futuros da estatal. Na prática, a Petrobras vem adiando etapas ligadas ao projeto Sergipe Águas Profundas (Seap, que aumenta a produção nacional de gás) endash;mas, segundo Silveira, isso vem ocorrendo por discussões acerca de números do projeto, e não por resistência da estatal. "Não há essa maldade da Petrobras. Eu ouvi isso [que a estatal adia propositalmente o projeto], mas conheço bem a personalidade da presidenta Magda e posso afirmar que ela concilia os interesses da empresa com os interesses nacionais. Ela mantém pulso firme no interesse do investidor, tem extrema responsabilidade com a gestão. Mas ela compreende que a Petrobras é uma empresa de controle do governo, que deve servir também aos interesses do país, ao interesse do povo brasileiro", diz Silveira. "Então, quando se fala que o Seap vai atrasar mais três meses, mais quatro meses, muitas vezes não é uma decisão política, nem uma decisão apenas da gestão, é uma decisão econômica, calcada em dados, baseada em dados objetivos sobre a possibilidade de esses investimentos acontecerem. Mas com relação à intenção e, mais do que isso, ao trabalho da presidenta Magda, é irretocável".

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