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Vibra tem prejuízo de R$ 61 milhões no 3º trimestre, com impacto de desoneração dos combustíveis

A Vibra (VBBR3) registrou prejuízo líquido de R$ 61 milhões no terceiro trimestre de 2022, conforme resultados apresentados pela companhia na noite desta quinta-feira (10). Assim, a distribuidora de combustíveis reverteu lucro de R$ 598 milhões, obtido no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 926 milhões, queda de 21,9% em relação à cifra do terceiro trimestre de 2021. A receita líquida ajustada da companhia, por sua vez, cresceu 44,9% no mesmo intervalo de tempo, para R$ 52,006 bilhões, mesmo com uma ligeira queda anual de 0,2% no volume de vendas. Já na comparação trimestral, o volume apresentou um aumento de 11,8%, principalmente pelas maiores vendas de diesel (+11,0%), de ciclo Otto (+14,2%), de coque (+25,9%), óleo combustível (+6,0%) e combustível de aviação (+11,5%). A Vibra encerrou o terceiro trimestre de 2022 com 8.324 postos na rede, 51 a mais do que no segundo trimestre e 197 adicionados na comparação com 3T21. A empresa afirma que o trimestre foi marcado por uma eldquo;abrupta e nunca experimentadaerdquo; redução de tributos sobre os preços dos combustíveis, em especial o da gasolina, seguida por uma forte redução dos preços dessas commodities no mercado internacional ao longo do trimestre, sob forte volatilidade o efeito da guerra na Ucrânia. De acordo com a Vibra, essa situação culminou eldquo;na maior desvalorização dos estoques de produtos já percebida pelo setorerdquo;, repercutindo de maneira direta no resultado trimestral da companhia. eldquo;A exemplo do que já mostramos nos trimestres anteriores, conseguimos ajustar rapidamente nossa atuação e demos foco em ações que nos permitiram compensar, ainda que parcialmente, essa perda histórica no inventário de produtos, mantendo a nossa trajetória de resultados consistenteserdquo;, diz o comunicado da administração.

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Moraes determina que polícias desobstruam vias fechadas por bolsonaristas no DF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou que a Polícia Federal, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) e a Polícia Militar no Distrito Federal desobstruam vias bloqueadas por manifestantes bolsonaristas em protestos antidemocráticos. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (9) e divulgada nesta quinta-feira (10), diante das notícias de que 115 caminhões estariam se deslocando para Brasília para reforçar os atos. Os bloqueios em rodovias federais no restante do país já foram liberados, segundo a PRF. De acordo com o texto assinado por Moraes, as medidas para os desbloqueios devem ser aplicadas pelas polícias imediatamente, no âmbito de suas atribuições e a critério das autoridades responsáveis. O ministro destaca que a decisão vale para as vias públicas que, "ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido", com o resguardo da ordem no entorno. Também ressalta a segurança dos pedestres, motoristas e passageiros, além "dos próprios participantes do movimento ilegal que porventura venham a se posicionar em locais inapropriados nas vias públicas do Distrito Federal e no entorno de prédios públicos". Ele acrescenta que policiais devem impedir a ocupação de acostamentos, a obstrução ou a imposição de dificuldade ao acesso a vias e prédios públicos. Ainda segundo a decisão, caso policiais identifiquem os responsáveis pelos caminhões utilizados nos bloqueios, eles devem remeter estas informações imediatamente à Justiça para que possa ser aplicada uma multa de R$ 100 mil. "Intime-se com urgência, inclusive por meios eletrônicos, o Diretor Geral da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, o Governador e o Procurador-Geral do Distrito Federal, bem como o Comandante da Polícia Militar do Distrito Federal", afirma. Como a Folha publicou nesta quarta-feira (9), empresários de diferentes estados bancaram o envio de caminhões para engrossar o protesto antidemocrático em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, onde apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) pedem a intervenção das Forças Armadas contra o resultado das eleições. Mais de 70 caminhões com a bandeira do Brasil chegaram à capital federal entre domingo (6) e segunda-feira (7). Motoristas relataram à reportagem que 23 deles saíram juntos de Água Boa, no Mato Grosso, numa ação organizada por empresários do município. Nesta terça, procuradores-gerais de Justiça dos Ministérios Públicos de São Paulo, Santa Catarina e Espírito Santo informaram ao ministro Alexandre de Moraes que os atos antidemocráticos em curso são chefiados e organizados por empresários. Segundo eles, os integrantes fazem parte de "uma grande organização criminosa com funções predefinidas" e atuação interestadual. Um dos objetivos do Ministério Público é mapear o fluxo financeiro que está bancando os bloqueios nas estradas e rodovias.

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Vibra anuncia venda de combustível menos poluente feito com diesel R5 da Petrobras

A Vibra Energia anunciou a venda de um diesel menos poluente, produzido a partir do coprocessamento de óleos vegetais com diesel fóssil em refinaria da Petrobras, e vê demanda crescente para o produto, em meio a buscas do mercado para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Para comercializar o combustível --o primeiro a ser lançado com a marca da Vibra, após a mudança de nome da ex-BR Distribuidora--, a companhia conta com a produção do chamado diesel R5 da Petrobras, que deixa a refinaria com 95% de diesel mineral e 5% de diesel renovável. A Vibra realiza ainda a adição obrigatória de 10% de biodiesel éster, conforme estabelece a legislação atual, comercializando um produto com maior teor renovável. "Esse combustível entra no nosso portfólio para atender cientes com forte agenda ESG", disse à Reuters o analista de produtos, especialista em qualidade de produtos B2B da Vibra, Julio Cesar Laurentino Alves. Como é um combustível novo, o diesel coprocessado ainda demanda de regulamentação das autoridades no Brasil, o que está em curso. Dessa forma, a Vibra vem obtendo autorizações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para cada uma das vendas realizadas. O novo produto --que recebeu o nome de Vibra Diesel Renovável-- tem composição química semelhante à do diesel derivado do petróleo e, por esse motivo, não são necessárias adaptações em estruturas de abastecimento e motores, explicou. Alves pontuou que o combustível é um pouco mais caro que o diesel já vendido nos postos, mas evitou entrar em detalhes. "Estamos começando agora. A principio, clientes que têm demanda ESG aceitam pagar a diferença". Por enquanto, a oferta do novo produto da Vibra ainda está limitada, uma vez que o Diesel R5 é produzido apenas na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), da Petrobras, em Araucária, no Paraná, e o transporte para outros locais poderia tornar o produto inviável comercialmente, de acordo com Alves. A expectativa da Vibra é que a Petrobras passe a produzir o Diesel R5 em outros locais, como no Sudeste. "Temos clientes com bastante interesse que estão na região de São Paulo", ressaltou Alves. REGULAMENTAÇÃO A Petrobras concluiu em setembro, após a realização de testes, a primeira venda do Diesel R5 para avaliar a receptividade do mercado, com um volume de 1.500 m³, dos quais a Vibra comprou 900 m³. A Repar tem atualmente capacidade de coprocessamento de 114 mil toneladas/ano de matéria-prima renovável. Procurada, a Petrobras afirmou que está planejando a produção de novos lotes e que o primeiro trata-se de um importante passo para a venda regular e de maiores volumes do produto. "Uma novidade no lote comercializado foi a emissão de declarações para as distribuidoras que adquiriram o produto, indicando a redução da emissão de gases de efeito estufa, calculada de acordo com o volume adquirido pelas distribuidoras", afirmou a empresa por email. Segundo a petroleira, o consumo de Diesel R5 reduz potencialmente a emissão de uma tonelada de CO2 equivalente a cada 9,5 mil litros, aproximadamente, comparando-se com o diesel 100% fóssil. A Petrobras pleiteia junto ao governo que seu Diesel R5 seja incluído nos mandatos de mistura obrigatória ao diesel fóssil vendido nos postos. Assim, além de poder emitir créditos de carbono com base nos percentuais de conteúdo renovável, a petroleira poderia reduzir sua pegada de carbono.

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Pagamentos com cartões movimentam R$ 827 bilhões no 3º trimestre, diz Abecs

As compras realizadas com cartões de crédito, débito e pré-pagos cresceram 20% no terceiro trimestre, somando R$ 827 bilhões no período, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (10) pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Segundo os dados da entidade, desde o início do ano até setembro os brasileiros realizaram R$ 2,42 trilhões em pagamentos, o que representa um crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2021. Na comparação entre as modalidades, o destaque foi o uso do cartão de crédito, que cresceu 25,6%, registrando R$ 527,6 bilhões em pagamentos no terceiro trimestre. O segundo maior volume no período foi o do cartão de débito, que movimentou R$ 240,5 bilhões e cresceu 1,2%. Já o cartão pré-pago somou R$ 59 bilhões, com crescimento de 84,7%. eldquo;Um dos pontos que levam ao aumento no uso do cartão de crédito é que muitos consumidores estão em processo de bancarização, tendo acesso à crédito, com vantagens como o parcelado sem juros e os benefícios, como cash back, seguros, programas de fidelidade, o que faz com que as pessoas acabem priorizando o cartão de créditoerdquo;, explicou o presidente da Abecs, Rogério Panca. A projeção da Abecs para este ano é de movimentação de R$ 3,2 trilhões. eldquo;As datas comerciais do quarto trimestre como o Dia das Crianças, Black Friday e o Natal ajudam a movimentar os volumes transacionados com cartõeserdquo;, disse o executivo. Quantidade de transações Em quantidade de transações, os brasileiros registraram uma média de 110 milhões de pagamentos com cartões por dia durante o terceiro trimestre. Ao todo, foram 10 bilhões de transações, o que representou um crescimento de 21% em comparação com o mesmo período do ano passado. O cartão de crédito foi a modalidade mais usada, com 4,6 bilhões, alta de 19,5%, seguido pelo cartão de débito, com 3,8 bilhões, alta de 7,4%, e pelo cartão pré-pago, com 1,5 bilhão, com alta de 91,8%. No acumulado de janeiro a setembro, foram 28,6 bilhões de pagamentos com cartões de crédito, débito e pré-pagos, o que representa um crescimento de 31,3% em comparação com o mesmo período do ano passado. Uso no exterior Nos meses de julho, agosto e setembro, os gastos de brasileiros no exterior continuaram a crescer de maneira importante, com avanço de 120% em comparação com o terceiro trimestre de 2021, e movimentaram US$ 2,5 bilhões (R$ 13,32 bilhões). Os locais onde os brasileiros mais realizaram pagamentos com cartões foram a Europa, com R$ 6,1 bilhões (158%), e os Estados Unidos, com R$ 5,2 bilhões (103%), que, juntos, representaram 85% de todos os gastos com cartões no exterior. Em seguida estão os países das Américas sem considerar os EUA, com R$ 1,4 bilhão (96,7%), a Ásia, com R$ 461,4 milhões (46%), a Oceania, com R$ 96,7 milhões (156%), e a África, com R$ 60,5 milhões (85,3%). Pagamento por aproximação O pagamento por aproximação, com uso da tecnologia NFC (Near Field Communication), é hoje a inovação que mais cresce entre os meios de pagamento, com alta 162% no terceiro trimestre, movimentando R$ 150,6 bilhões, disse a entidade. No período, foram mais de 3 bilhões de pagamentos por aproximação. Em setembro, quase 40% de todas as compras presenciais com cartões foram feitas por aproximação. O mais usado nessa função foi o cartão de crédito, com R$ 83,5 bilhões (160,5%), seguido pelo cartão de débito, com R$ 40,2 bilhões (138,2%), e pelo cartão pré-pago, com R$ 26,8 bilhões (214%). Outro destaque foi o crescimento do uso dos cartões na internet, em aplicativos e outros tipos de compras não presenciais, que manteve o ritmo no terceiro trimestre. Esse tipo de transação movimentou R$ 175,8 bilhões no período, alta de 20%, segundo a Abecs, reflexo da mudança dos hábitos de consumo dos brasileiros.

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Petróleo fecha em alta, com desvalorização do dólar e China no radar

Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta nesta quinta-feira (10), após uma sessão marcada pela volatilidade. A commodity foi beneficiada pela desvalorização robusta do dólar, na esteira dos dados do índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos, que cravaram a expectativa de que o Federal Reserve (Fed) deve desacelerar a alta de juros. Por outro lado, o óleo foi pressionado por preocupações com a demanda chinesa. O petróleo WTI para dezembro fechou em alta de 0,74% (US$ 0,64), a US$ 86,47 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para janeiro de 2023 subiu 1,10% (US$ 1,02), a US$ 93,67 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). O Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) divulgou hoje que empréstimos de bancos do país recuaram acentuadamente em outubro em relação a setembro, de 2,47 trilhões de yuans a 615,2 bilhões de yuans, à medida que a demanda enfraquece em toda a economia por conta do aumento de casos de covid-19 e restrições mais apertadas. Neste cenário, os preços do petróleo operaram em baixa no começo da sessão. eldquo;No entanto, os comerciantes de energia foram rápidos em voltar a comprar depois que o relatório de inflação frio trouxe de volta as esperanças de que a economia dos EUA ainda pode ter um pouso suaveerdquo;, explica o economista Edward Moya, da Oanda. Ele se refere ao CPI americano, que, segundo analistas, pode convencer o Fed a arrefecer seu ritmo de aperto. eldquo;O relatório de inflação mostrou que os preços do óleo combustível subiram 19,8% antes da chegada do frio. O mercado de petróleo permanecerá muito apertado neste inverno e isso deve manter os preços do petróleo em altaerdquo;, acrescenta Moya.

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Inflação sobe 0,59%, surpreende analistas e deixa para trás 3 meses de queda

Após três meses consecutivos de deflação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) voltou a subir em outubro, informou nesta quinta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Puxado pelos alimentos, o indicador oficial de inflação do país teve alta de 0,59% no mês passado. A taxa ficou acima das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg, que esperavam avanço de 0,49%. O novo resultado veio após quedas de 0,29% em setembro, de 0,36% em agosto e de 0,68% em julho. Em 12 meses, o IPCA acumulou alta de 6,47% até outubro, a menor desde março de 2021 (6,10%). O acumulado estava em 7,17% até setembro deste ano. Mesmo com o alívio em 12 meses, o IPCA caminha para estourar a meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central) pelo segundo ano consecutivo. O mercado financeiro projeta alta de 5,63% até dezembro, conforme a mediana do boletim Focus divulgado na segunda (7) pelo BC. O centro da meta é de 3,50% em 2022. O teto é de 5%. "A mensagem é que a inflação segue preocupando. O patamar segue alto", afirma Mirella Hirakawa, economista sênior da gestora AZ Quest. ALIMENTOS VOLTAM A SUBIR Dos 9 grupos de produtos e serviços do IPCA, 8 tiveram avanço em outubro. Os segmentos de alimentação e bebidas e de transportes, que haviam recuado 0,51% e 1,98% em setembro, voltaram a subir no mês passado. Isso ajudou a pressionar o IPCA. O grupo dos alimentos avançou 0,72%. Assim, teve a maior contribuição para o índice de outubro, de 0,16 ponto percentual. A alta foi puxada pela alimentação no domicílio (0,80%). O IBGE destacou os avanços da batata-inglesa (23,36%) e do tomate (17,63%). Também houve aumentos expressivos na cebola (9,31%) e nas frutas (3,56%). Do lado das quedas, os destaques foram para o leite longa vida (-6,32%), que já havia recuado 13,71% em setembro, e o óleo de soja (-2,85%), que marcou a quinta redução consecutiva. Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, lembrou que os alimentos vêm sendo pressionados neste ano por choques de oferta devido a efeitos do clima. "Você vê questões do campo influenciando", disse. Segundo ele, também há o peso do aumento nos custos de produção após o início da Guerra da Ucrânia. Kislanov ainda mencionou que os preços da comida costumam subir na reta final do ano. "Agora a gente começa a perceber o efeito sazonal, com aumento de chuvas, o que é bom para o leite, mas ruim para outros alimentos", apontou. Depois de alimentação e bebidas, os principais impactos dos grupos vieram de saúde e cuidados pessoais (1,16%) e transportes (0,58%). As contribuições foram de 0,15 ponto percentual e 0,12 ponto percentual, respectivamente. Os três segmentos responderam por cerca de 73% do IPCA de outubro. Nos transportes, o recuo dos combustíveis (-1,27%) foi menos intenso do que no mês anterior (-8,50%). Gasolina (-1,56%), óleo diesel (-2,19%) e gás veicular (-1,21%) seguiram em queda, enquanto o etanol registrou alta de 1,34%. Para tentar conter a inflação no ano eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou em junho o teto para cobrança de ICMS (tributo estadual) sobre combustíveis. A medida veio acompanhada pela redução dos preços praticados nas refinarias da Petrobras. Em conjunto, os dois fatores levaram os combustíveis para baixo, o que puxou a deflação do IPCA às vésperas das eleições. A trégua nas bombas dos postos, contudo, agora dá sinais de perda de ímpeto. Ainda em transportes, houve aumento expressivo nos preços das passagens aéreas de outubro (27,38%). Os bilhetes exerceram a maior contribuição individual no IPCA do mês passado (0,16 ponto percentual). ROUPAS MAIS CARAS A maior variação entre os grupos veio de vestuário. O ramo subiu 1,22% em outubro. Em 12 meses, acumula alta de 18,48%. "Isso está relacionado com a retomada da demanda, no contexto de melhora da pandemia", disse Kislanov. Custos de produção pressionados também tiveram influência na carestia das roupas, acrescentou o pesquisador. Apenas o grupo comunicação teve queda de preços em outubro. A baixa foi de 0,48%. De acordo com Mirella Hirakawa, da AZ Quest, a tendência é que o impacto da redução de ICMS, que também atingiu energia, transporte e telecomunicações, diminua até o final do ano. Assim, não há perspectiva de nova deflação em 2022, diz a analista. O banco Original vê uma tendência de pressões inflacionárias vindas de alimentação e transportes, apontou relatório dos economistas Marco Caruso e Eduardo Vilarim. Nesse sentido, a instituição sublinha que a gasolina está subindo nos postos, conforme pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A alta deve gerar reflexos na inflação de novembro. Análises preliminares do Original sugerem IPCA de 0,47% em novembro e de 0,73% em dezembro. O banco projeta alta de 6% no acumulado do ano. CENÁRIO PARA 2023 Durante a pandemia, a inflação elevada afetou produtos sensíveis ao bolso dos brasileiros mais pobres, como os alimentos. Isso serviu como munição para a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu Bolsonaro no segundo turno das eleições. Para 2023, a estimativa do boletim Focus sinaliza IPCA de 4,94%. O mercado ainda aguarda a montagem da equipe econômica de Lula para avaliar os possíveis rumos do novo governo a partir do próximo ano. Na visão de analistas, um dos principais desafios petistas será conciliar responsabilidade fiscal com pagamento de benefícios sociais prometidos durante a campanha, incluindo a manutenção do valor mínimo de R$ 600 do Auxílio Brasil, que deve ser rebatizado como Bolsa Família.

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