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Relator cogita ajuda a motorista de aplicativo; pacote pode ir a R$ 50 bi

O deputado Danilo Forte (União Brasil-ce), relator na Câmara da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que turbina benefícios, pensa em fazer mudanças no texto aprovado pelo Senado. Em entrevista ao Estadão/broadcast, ele diz que vai negociar a inclusão, na eldquo;PEC Kamikazeerdquo;, de um auxílio-gasolina a motoristas de aplicativo, como o Uber. Além disso, Forte encomendou estudos jurídicos para determinar se há mesmo necessidade de decretar estado de emergência. Ele acredita que pode haver brecha no teto de gastos endash; a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior endash; para conceder os benefícios sem ter de acionar o estado de emergência. A seguir, os principais trechos da entrevista: Por que aprovar a PEC neste momento? Há milhões de pessoas passando necessidade. Do ano passado para cá, as coisas se agravaram, porque tem a inflação e a carestia. O que era ruim ficou pior. Quem paga a conta são os mais pobres, os assalariados. A União teve um aumento de arrecadação neste ano, no primeiro semestre. Esse dinheiro não volta para o povo, vai para o pagamento de juros, amortização da dívida, redução do déficit fiscal. Não é porque tem uma lei impeditiva que a gente vai deixar as pessoas morrerem de fome. Há possibilidade de entrarem novos benefícios? A gente tem de resolver como vai ficar a questão do Uber, porque a finalidade do serviço é a mesma. Tem de ver se tem algum instrumento de controle para que a gente possa trabalhar isso. Na terça (hoje) de manhã, a gente vai fazer uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-al), e com líderes da oposição. Ao meio-dia, com os líderes da base. Eu acho que ninguém vai ter coragem de ir ao microfone para se opor a um projeto que leva benefícios para as pessoas mais carentes. O sr. vai manter o estado de emergência na PEC? A gente precisa discutir a natureza jurídica do estado de emergência, porque tem um falso discurso de que traz uma repercussão ruim para o Brasil, mas o mundo todo está tomando medidas emergenciais. Estou vendo isso com o jurídico. Lembro muito bem que, quando fui presidente da comissão especial da lei do teto, a gente deixou um espaço para, em caso de crise financeira ou calamidade, tomar medidas com relação a se sobrepor ao teto. Ainda não sei se isso é suficiente para dar segurança para que a área econômica do governo libere os recursos necessários. O estado de emergência pode cair, então? Se a gente tiver condição jurídica de garantir que a liberação será feita sem a necessidade da decretação do estado de emergência, eu não tenho dificuldade nenhuma de suprimir isso. Se entrar na PEC o auxíliouber, em quanto ficaria o custo das medidas (hoje calculado em R$ 41,25 bi)? Ainda não há esse cálculo, mas quando foi feita a discussão sobre a construção dessa costura emergencial, e a gente estava formatando a PEC 15 e a PEC 16, participei de uma reunião com o relator, (senador) Fernando Bezerra Coelho (MDBPE), e o ministro Paulo Guedes tinha sinalizado que poderia chegar a R$ 50 bilhões. Ainda tem mais de R$ 8 bilhões que podem ser anexados. Esse pacote de medidas, a três meses da eleição, não é eleitoreiro? Estamos discutindo isso desde o ano passado. Eu já defendia o auxílio emergencial de R$ 600. O meu projeto da redução dos impostos, dei entrada em março. O debate da crise econômica, a gente faz desde o começo da pandemia. Ninguém conserta o passado. A situação não é fácil, temos de resolver o futuro. A obrigação de planejamento é do Poder Executivo, não do Legislativo, estamos cumprindo a nossa parte. ebull;

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Positiva, redução do ICMS dos combustíveis tem efeito limitado, dizem analistas

A redução das alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os preços dos combustíveis, anunciada pela maioria dos Estados brasileiros, é considerada como positiva para a economia, especialmente por abrir espaço para menos sonegação fiscal, já que uma alíquota menor desestimula atividades ligadas à evasão de impostos. A análise é de especialistas ouvidos pelo Valor. Mas os técnicos avaliam que a iniciativa é paliativa e há incógnitas sobre a efetividade da medida. Isso porque ainda não acabou a guerra entre Ucrânia e Rússia, país que é grande produtor de petróleo e um dos principais fornecedores mundiais dessa commodity, cuja cotação tem operado em patamar elevado como resultado de incertezas sobre oferta no mercado global, dizem especialistas A Rússia opera hoje com restrições comerciais devido ao conflito, o que pode suscitar volatilidades nos preços de derivados de petróleo, em nível global. Para o economista Mauro Osório, diretor da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a menor alíquota do imposto é paliativa e retira recursos da saúde e da educação. Além disso, a decisão demonstra que a solução para os preços dos combustíveis não é definitiva, como deveria. Da mesma forma, o país está dependente da compra de fertilizantes no exterior por não ter uma produção interna, o que se repete novamente no segmento dos combustíveis, especialmente no de óleo diesel, que requer importação para completar a produção nacional a fim de atender à demanda. eldquo;A redução do ICMS indica que o país precisa de uma solução estrutural, como a internalização da cadeia produtivaerdquo;, afirmou Osório. No Rio, a estimativa do governador fluminense é de que a menor alíquota de ICMS deve corresponder a uma queda de preço, nas bombas, de R$ 1,18 por litro. Em São Paulo, o imposto menor possibilitaria uma redução de até R$ 0,48 no litro da gasolina. eldquo;Onde há postos bandeira branca [sem exclusividade com distribuidora] e distribuidoras regionais, haverá sempre muita competição nos preços finaiserdquo;, disse um especialista ao Valor na condição de anonimato. O ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e atual presidente da Enauta (ex- Queiroz Galvão Exploração e Produção), Décio Oddone, disse acreditar que a redução das alíquotas de ICMS vá se refletir, sim, em queda de preço na bomba, ao consumidor. Ele reconheceu, porém, que parte dessa redução pode se perder ao longo da cadeia de suprimento, uma vez que pode haver alguns agentes, entre postos e distribuidoras, aproveitando as variações de preços para recompor margens de lucro. eldquo;Como os preços são livres, isso é possível, mas a solução para reduzir esse risco é a concorrênciaerdquo;, observou. Oddone vê como positiva a redução das alíquotas de ICMS pelos Estados: eldquo;Acho positivo o estabelecimento de um ICMS fixo por litro em alíquota menor porque simplifica a cobrança e tira [parte da] volatilidade do preço.erdquo; Outro aspecto importante, ao se uniformizarem as alíquotas do imposto entre os Estados, é que se desestimula a sonegação, destacou. eldquo;Quando tem alíquotas diferentes entre os Estados, há estímulos à sonegaçãoerdquo;, apontou. Essa é a mesma avaliação do Instituto Combustível Legal (ICL). Para a entidade, é importante a busca de soluções estruturais que impliquem na redução da sonegação de impostos e inadimplência, ações que ultrapassam em perdas da ordem de R$ 14 bilhões por ano. Considerando uma queda média de 10% nos preços dos combustíveis no país, o instituto espera que ocorra falta de interesse na irregularidade tributária com combustíveis, migrando para outras áreas onde há mais oportunidades de ganhar dinheiro ilegal, de acordo com o diretor-executivo do ICL, Carlo Faccio. eldquo;A simplificação tributária é uma das linhas que ajudam a reduzir a sonegação tributária. Quanto maior é o tributo, maior é o interesse para buscar alternativas para não se recolher esse tributoerdquo;, afirmou Faccio. Ele reconhece que parte da atividade criminosa pode migrar para a adulteração dos combustíveis, já que essa atividade implica na adição de produtos muito mais baratos. A decisão de reduzir as alíquotas de imposto sobre combustíveis foi delineada em um cenário onde o governo e Petrobras continuam embate em relação à política de preços da companhia. Como a petroleira tem efetuado reajustes de preços, nas refinarias, com base em prover paridade com o praticado no mercado internacional - conforme prevê sua política sobre o tema -, o preço nos postos vem subido de forma expressiva, esse ano. A redução de imposto sobre preço dos combustíveis foi uma das soluções propostas por governo federal e por Estados que anunciaram redução de alíquota de ICMS sobre o produto, para tentar reduzir o preço nos postos. Ontem o site G1 mostrou que, no Rio, havia postos vendendo a gasolina R$ 0,70 por litro mais barata. Na semana passada, o governador do Rio, Claudio Castro (PL), afirmou que, se a Petrobras voltar a aumentar preços de derivados, o governo do Estado vai taxar a petroleira. Caso isso ocorra, explicou o deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PSD), essa taxação extra viria do Repetro, regime especial para a indústria do petróleo que estabelece, no Rio, uma alíquota de 3% para operações de importação de plataformas e de eldquo;subseaerdquo; (estrutura subaquática para trazer o petróleo dos poços às plataformas). Além disso, segundo o deputado, o governador pode revogar o decreto, retornando às alíquotas antigas. No Brasil, a lei complementar que permite a redução da alíquota entrou em vigor recentemente como forma de tentar baixar os preços. A nova lei dá tratamento de produto essencial para combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte público, limitando as alíquotas entre 17% e 18%. Com a ação, os governos estaduais, bem como o governo federal, esperam redução significativa dos preços dos combustíveis nas bombas. São Paulo reduziu a alíquota de ICMS de 25% para 18%, com perda de R$ 4 bilhões na arrecadação. Santa Catarina também taxava os combustíveis em 25%, passando agora a contar com alíquota de 17%, mesmo patamar adotado pelo Espírito Santo. Outros Estados já anunciaram reduções, como Goiás e Minas Gerais. No domingo, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), disse que o Estado vai cumprir as regras da lei complementar, depois de ter criticado a proposta, considerando-a eldquo;ineficazerdquo; e que não deve impactar de forma positiva para os consumidores, ao mesmo tempo que os Estados perderão recursos para investimentos em áreas como saúde e educação. Para o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, a resposta de queda da carga tributária à alta dos preços dos combustíveis foi correta. Em postagem em seu perfil no LinkedIn, no domingo à noite, o ministro disse que menos tributos reduzem o eldquo;peso mortoerdquo; dos impostos e aumentam a eficiência econômica. eldquo;O preço dos combustíveis cai, o preço da energia cai e o consumidor fica com mais dinheiro no bolsoerdquo;, afirmou Sachsida. A previsão é de perda de arrecadação pelo governo capixaba é de R$ 1,14 bilhão. No Rio de Janeiro, um dos Estados que já aderiram à alíquota de 18% para a gasolina, a queda deve representar uma perda de arrecadação de R$ 3,9 bilhões neste ano, segundo estima o governador Claudio Castro. Segundo especialista que falou em anonimato, o argumento da renúncia fiscal não é 100% verdadeiro, porque nenhum Estado elaborou no ano passado o orçamento de 2022 considerando as atuais cotações do petróleo. Para ler esta notícia, clique aqui.

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Relator tenta inserir nova benesse na PEC Eleitoral e estuda retirar estado de emergência

O deputado Danilo Forte (União-CE), relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) Eleitoral, estuda incluir um auxílio para motoristas de aplicativo e retirar a menção a estado de emergência do texto. Para formalizar as mudanças, ele aguarda pareceres técnicos sobre a segurança jurídica da proposta e impacto fiscal da nova medida, enquanto negocia eventuais ajustes no texto e cronograma de votação com os deputados. Forte está retornando a Brasília nesta segunda-feira porque vai participar de uma reunião de líderes convocada pela presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o texto. Na terça-feira pela manhã, eles se reúnem com representantes da oposição para concluir as conversas. A PEC Eleitoral, que amplia e cria benefícios sociais a três meses das eleições, foi aprovada no Senado na última semana. O texto dá condições para aumentar o valor pago no Auxílio Brasil, que passará de R$ 400 para R$ 600, amplia o vale-gás e cria um auxílio para caminhoneiros. O custo total das medidas é de R$ 41,2 bilhões. O texto também prevê decretação de estado de emergência no Brasil, medida que vem sendo criticada por especialistas. Esse é um dos três pontos que Forte diz estar avaliando com mais atenção. Como o texto foi acoplado à PEC do Biocombustível, também relatada pelo deputado, para acelerar a tramitação da proposta, ele destaca que avalia como viabilizar o biodiesel no país, qual é a necessidade de manter o dispositivo sobre estado de emergência no texto e o impacto fiscal de medidas como o auxílio para motoristas de aplicativo. Deputados também discutem medidas para preservar os recursos para educação, que serão afetados pela diminuição de arrecadação com a redução de alíquotas de tributos estaduais. emdash; Quero que o texto tenha segurança jurídica e segurança para aprovação emdash; afirmou Forte ao GLOBO. O deputado aguarda um parecer de sua assessoria jurídica sobre a questão do estado de emergência: emdash; Estamos analisando como regular o estado de emergência e podemos retirar as excepcionalidades, se tiver embasamento jurídico para dar conforto e segurança (para os gastos previstos na PEC). Em relação à inclusão de uma ajuda de custo para motoristas de aplicativos, como o Uber, nos mesmos moldes do auxílio para taxistas, o deputado aguarda um retorno da equipe econômica sobre o impacto fiscal da medida. Votação indefinida O deputado trabalha com um cronograma de votação que só se encerra na semana que vem. Após as reuniões de líderes, nesta segunda e terça, ele deve apresentar o relatório na quarta-feira pela manhã. O texto será votado na Comissão Especial na quarta-feira à tarde. A partir daí, a PEC já pode ser analisada no plenário da Câmara. Forte defende que essa votação ocorra na próxima semana, logo no início, para dar tempo do Senado avaliar mudanças e finalizar a votação antes do dia 15 de julho. Já o governo quer que a votação do texto seja concluída na Câmara ainda nesta semana. Para acelerar a tramitação do texto na Câmara, a PEC Eleitoral vai ser analisada juntamente com a PEC dos Biocombustíveis, que visa manter a competitividade do etanol. Essa proposta já passou pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e agora está sendo analisada na Comissão Especial, com votação prevista para esta semana. A Câmara dos Deputados retomou a realização de sessões nas segundas e sextas-feiras para agilizar a contagem de prazos de projetos relevantes. Além da PEC dos biocombustíveis, e agora a PEC Eleitoral, também serviria para acelerar a tramitação da PEC do piso nacional da enfermagem. Esse tipo de proposta só pode ser analisada passado o prazo mínimo de dez sessões para a apresentação de emendas. Por isso, até o final de julho estão permitidos o registro de presença e votação remota. Nesta segunda-feira, por exemplo, a sessão plenária foi aberta e encerrada em questão de minuto, sem a análise de nenhuma proposta.

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PEC Eleitoral pode aumentar inflação e anular efeito da queda do ICMS sobre combustíveis

Os R$ 41,2 bilhões de gastos previstos com a proposta de emenda constitucional (PEC) Eleitoral, aprovada no Senado na semana passada, devem pressionar a inflação deste e do próximo ano. Além disso, devem anular o efeito no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da desoneração de impostos federais sobre combustíveis e a fixação de teto de 17% para a cobrança do ICMS sobre o produto. O índice acumula alta de 11,73% em 12 meses até maio. Algumas casas que tinham revisado para baixo as previsões de inflação em 2022 após a aprovação de um teto para o ICMS para combustíveis, energia, telecomunicações e transporte coletivo começam a refazer os cálculos depois da aprovação da PEC, que prevê mais R$ 200 no Auxílio Brasil a 18 milhões de famílias, ajuda a caminhoneiros e taxistas, além de vale-gás. A Itaú Asset Management reduziu sua projeção para o IPCA deste ano de 9% para 7,7%, mas elevou a do próximo. Para 2023, eldquo;subimos nossa projeção de 5,3% para 5,5%, dado que uma possível compensação de menores impostos neste ano deverá suplantar a inércia mais baixa proveniente de um 2022 com menor inflação em relação às projeções anterioreserdquo;, justificou. Segundo os analistas, a sinalização de aumento dos gastos, mesmo que de forma temporária, impacta a inflação de duas formas. Uma delas é o efeito sobre o câmbio, já que o aumento da percepção de risco fiscal tende a afastar investidores, o que valoriza o dólar. Na segunda-feira, a moeda americana fechou em R$ 5,3251, maior cotação desde janeiro. Esta valorização é repassada para os preços internos, principalmente de alimentos cotados em dólar, como soja e milho. Na outra ponta, há mais recursos para consumir, o que pode pressionar a demanda. Juro maior Para a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta, o efeito deflacionário advindo da redução dos impostos sobre combustíveis não deve ser suficiente para compensar a inflação que virá decorrente das medidas de estímulo. emdash;Esses recursos vão ser direcionados para pessoas que têm renda muito baixa. Ele vai virar gasto e uma vez que ele vira gasto, ele é despejado diretamente na economia. Isso se reproduz em inflação. Na CM Capital, o IPCA de 2022 foi revisado de 9,3% para 8,5% após a redução do imposto sobre os combustíveis. Porém, depois da PEC Eleitoral, voltou a elevar a previsão para 9,17%. Para 2023, foi mantida em 5%. O economista-chefe do ModalMais, Felipe Sichel, argumenta que o imposto menor já funciona como uma medida de estímulo, porque permite a realocação de custos de um determinado bem para outros. emdash; Você tem um impacto de baixar a inflação, como consequência do ICMS, mas de forma geral, está estimulando uma economia bastante aquecida, e isso é inflacionário. O ModalMais tem previsão de 7,5% para o IPCA ao fim deste ano e de 5,5% para 2023, com viés altista. Sem contar as pressões externas como chama a atenção o economista-chefe do MB Associados, Sergio Vale, como a alta do petróleo. emdash; Prefiro não ajustar para baixo (projeção de IPCA) pelos riscos grandes que podemos ter no segundo semestre e em 2023. Decididamente, estamos caminhando para ter inflação acima de 5%, descolando cada vez mais da meta do Banco Central (até 4,75% em 2023) emdash; avalia ele. O Banco Original subiu sua projeção de 5% para 5,5% para a inflação de 2023. emdash; É o Banco Central pisando no freio e a política fiscal, no acelerador emdash;disse Marcus Caruso, do Original. A Itaú Asset revisou a previsão de juros para o fim de 2023 de 9,25% para 11,25% ao ano.

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Petróleo sobe mais de 2%, com temores do lado da oferta

O petróleo fechou em alta nesta sexta-feira, à medida que preocupações renovadas com a oferta da commodity atingem o mercado. Pesquisa da Reuters mostrou que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não cumpriu, em junho, o aumento da produção de óleo prometido. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega prevista para agosto subiu 2,52% (US$ 2,67), a US$ 108,43, com alta semanal de 0,75%. Já o do Brent para o mês seguinte teve alta de 2,38% (US$ 2,60), a US$ 111,63, na Intercontinental Exchange (ICE), com avanço semanal de 2,32%. Após operarem em queda durante a madrugada, os contratos futuros de petróleo passaram a subir mais de 2%, com o mercado reagindo ao levantamento da Reuters que mostrou que Opep não cumpriu, em junho, o aumento da produção de óleo prometido, já que quedas involuntárias na Líbia e na Nigéria compensaram os aumentos de oferta da Arábia Saudita e outros grandes produtores. A Opep bombeou 28,52 milhões de barris por dia (bpd) em junho, segundo a pesquisa, uma queda de 100 mil bpd em relação ao total revisado de maio. De acordo com o economista da Oanda, Edward Moya, a crise política da Líbia está levando a uma queda acentuada nas exportações de petróleo. eldquo;Os temores de recessão estão acabando com as perspectivas de demanda de petróleo, mas com preços cerca de 17% mais baixos em relação à alta de março, o petróleo não deve cair muito, dada a atual perspectiva de ofertaerdquo;, analisa, em relatório enviado a clientes. O Commerzbank destaca ainda que o Equador enfrenta uma onda de protestos de indígenas, o que também reduz a oferta da commodity. Para o Julius Baer, a reação dos preços de petróleo ao fluxo de notícias geopolíticas sugere que o mercado ainda incorpora um alto grau de incerteza, ou seja, um prêmio de risco. eldquo;A presença de tal prêmio de risco torna-se evidente quando o fluxo de notícias políticas atinge o mercado e infla temporariamente os preçoserdquo;, comenta. eldquo;A demanda global está estagnada, principalmente devido aos altos preços dos combustíveiserdquo;, completa.

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Estados comunicam ao STF redução da base de cálculo do ICMS sobre o diesel

Os procuradores-gerais dos Estados e do Distrito Federal (DF) comunicaram ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de ontem, que já reduziram a base de cálculo do ICMS sobre o óleo diesel. O combustível passa a ser tributado de acordo com a média móvel dos últimos 60 meses - em um modelo que prevalecerá até o fim deste ano. Eles reconhecem que, por não englobar os demais combustíveis, a medida atende apenas parcialmente à liminar do ministro André Mendonça. Porém, afirmam haver uma eldquo;impossibilidade técnicaerdquo; para o cumprimento integral da cautelar e pedem mais 30 dias para que um eventual acordo com a União possa ser concretizado. Na manhã de ontem, o governo federal pediu ao ministro Gilmar Mendes, mediador da conciliação entre os entes federativos em torno do ICMS dos combustíveis, um mês para se manifestar sobre as propostas dos governadores. Como Gilmar ainda não oficializou a prorrogação, os Estados e o DF pedem que Mendonça também aguarde esse prazo. A análise da solicitação deve ser feita ainda hoje. Pouco antes do comunicado dos governadores, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou ao STF que os Estados e o DF haviam sido omissos em deliberar sobre a monofasia do ICMS sobre os combustíveis. Ele também defendeu prazo de 30 dias para que o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) edite um novo convênio sobre o tema. O procurador-geral também sugeriu que, depois desse prazo, seja permitido ao STF determinar que os demais combustíveis também sejam tributados pela média de preços praticados nos últimos 60 meses. Seria uma aplicação analógica do trecho da lei que prevê esse modelo especificamente em relação ao diesel. Segundo o PGR, os debates sobre a constitucionalidade ou não dessas balizas e sobre a hipótese de a União ter usurpado a competência dos Estados vai acontecer na ação que está sob a relatoria de Gilmar, impetrada pelos governadores, que ainda nutrem a expectativa de o decano revogar a alíquota única. O argumento do Colégio Nacional dos Procuradores-Gerais dos Estados e do DF (Conpeg) é o de que a liminar de Mendonça que uniformizou o ICMS em todo o território nacional entra em vigor hoje e pode causar eldquo;verdadeiro caos tributárioerdquo;, com eldquo;graves danos operacionaiserdquo;. Gilmar ainda estuda como vai se posicionar. Fontes próximas do decano afirmam que um mês é tempo demais para um caso tão delicado, tanto política quanto economicamente, ficar em eldquo;stand byerdquo;, ao mesmo tempo em que o ministro resiste ao desgaste interno de ter de derrubar a decisão de um colega. Para ler esta notícia, clique aqui.

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