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Após estados reduzirem ICMS, quando o preço da gasolina vai cair na bomba?

Um após o outro, estados têm reduzido as alíquotas de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) sobre combustíveis. A mudança vem após uma lei aprovada no Congresso em junho, limitando a 17% a alíquota sobre gasolina, diesel, energia elétrica e outros insumos considerados essenciais. Ainda há um imbróglio judicial sobre o assunto, mas governadores têm isoladamente antecipado reduções em meio à pressão sobre o tema. Até sexta-feira, 1º de julho, mais de dez estados já haviam anunciado redução da alíquota. Os demais aguardam definição judicial, mas parte deles também deve anunciar reduções nos próximos dias. O impacto será principalmente sobre a gasolina. Na média dos estados, o ICMS respondia por 24% do preço do litro, e agora terá de cair para perto dos 17%. No diesel, o ICMS já ficava abaixo do teto em quase todos os estados, em 12% na média. Preço da gasolina cai R$ 0,26 na semana O preço da gasolina já começou a cair, embora ainda sem relação direta com o ICMS na maioria dos lugares. Na média nacional, a semana teve queda de 3,56% no preço da gasolina comum, segundo levantamento semanal da Agência Nacional de Petróleo e Biocombustíveis (ANP) em mais de 5.400 postos. O preço médio da gasolina foi R$ 7,13 na semana entre 26 de junho e sábado, 2 de julho, ante os R$ 7,39 da semana anterior. No acumulado mensal de junho, também houve leve queda de 0,4% no preço da gasolina na comparação com maio emdash; embora o diesel tenha subido quase 5% no mês, segundo os dados da ANP. Parte desse movimento inicial acontece sobretudo com o corte de impostos federais, que foram zerados para gasolina desde a sanção da nova lei, em 24 de junho (os tributos do diesel já estavam zerados anteriormente). Houve ainda variações de mercado, com junho tendo a primeira queda mensal na cotação do barril petróleo desde o começo da guerra na Ucrânia. Cerca de 20% da gasolina consumida no Brasil é importada, afetada diretamente pela volatilidade internacional. Por exemplo: o Paraná teve queda de quase 8% no preço médio da gasolina na semana, a maior variação do país, mas só anunciou seu corte de ICMS na sexta-feira. Enquanto São Paulo e Goiás, os primeiros estados a anunciarem corte de ICMS, ainda no começo da semana, tiveram queda menor no preço médio, de 4% e 5%. Já lugares que ainda não haviam reduzido o imposto, como o Distrito Federal, Amapá ou Rio Grande do Norte, tiveram algumas das maiores quedas de preço na semana (5,5%, 4% e 5%, respectivamente). Ministro promete gasolina abaixo de R$ 6 O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, disse em audiência na Câmara esperar, com os cortes de impostos, queda média na gasolina de R$ 7,39 por litro (preço na semana antes dos cortes) para R$ 5,84, o que representaria redução em torno de 26%. Porém, do anúncio até a bomba, há uma série de incertezas. Uma vez que os cortes no ICMS estão sendo anunciados agora, os efeitos mais significativos ainda podem demorar dias até aparecerem totalmente nos postos. Também não está claro, por ora, o quanto e quando a redução no ICMS e nos tributos federais será repassada ao consumidor final ao longo da cadeia, que inclui custos de transporte e margem de lucro dos agentes envolvidos. Os impostos federais, por exemplo, representavam 9% do preço da gasolina (ou R$ 0,69 por litro na média nacional antes de serem zerados), embora as quedas vistas nessa primeira semana sejam menores do que isso. Antes do corte atual nos tributos, a alíquota do ICMS (que variava de acordo com os preços) já estava congelada desde o ano passado, e tributos federais zerados sobre o diesel nos últimos meses, mas os preços seguiram subindo na ponta. No acumulado dos últimos 12 meses, o preço da gasolina acumula alta de 25%, e o diesel S10, de 68%. Corte de impostos pode ser neutralizado? Com a queda no preço internacional do petróleo em junho, a pressão para que a Petrobras promova novos aumentos diminui neste mês. A gasolina nos portos do Brasil tinha defasagem média de somente 6% frente ao mercado internacional no fim da quinta-feira, 30, segundo o último relatório da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom). O diesel estava praticamente equiparado. O último reajuste da Petrobras em suas refinarias foi em 18 de junho, com alta de 5% na gasolina e 14% no diesel. Antes disso, a estatal havia ficado mais de três meses sem subir a gasolina e mais de um mês sem subir o diesel emdash; apesar das altas internacionais no período, com defasagens chegando a 20%. O governo trocou a diretoria da estatal devido a esse último aumento. Agora, há a expectativa no Planalto de que a Petrobras não volte a subir os preços tão cedo. Mas, se houver alta forte no mercado internacional, a pressão pode voltar a crescer para movimentações da estatal. Além disso, no caso do diesel, a Petrobras tem menos poder para controlar os preços, ainda que não suba os valores em suas refinarias. A Petrobras responde por cerca de 70% do diesel consumido no Brasil, sendo o restante importado já a preços de mercado. No caso da gasolina, a Petrobras refina 80%. Isto é, as fatias importadas do combustível podem seguir subindo. A guerra prolongada na Ucrânia também joga incerteza sobre os preços globalmente, com a Rússia reduzindo sua oferta de petróleo em meio a sanções. Nos últimos dias, outras notícias pontuais, como ameaça de greve dos petroleiros na Noruega e crise política na Líbia e no Equador, todos importantes produtores, puxaram novas altas. O Brent subiu 2,6% na sexta-feira. A alta isolada gera pouco efeito, mas o risco cresce se novas valorizações do petróleo seguirem ocorrendo nos próximos dias. Críticas ao corte de ICMS Governadores e parte dos especialistas em contas públicas questionaram a via do ICMS como forma de estabilizar os preços dos combustíveis durante a tramitação da lei no Congresso, como a EXAME mostrou, pelo custo estimado em mais de R$ 100 bilhões aos cofres públicos e resultado incerto ao consumidor na bomba. O ICMS é o principal imposto que financia os serviços públicos em estados e municípios. Uma das principais críticas foi a perda de recursos em frentes como educação e saúde, que são majoritariamente financiadas pelos estados com ICMS. Ao sancionar o novo teto do ICMS, o presidente Jair Bolsonaro vetou ainda uma emenda aprovada no Congresso que obrigava a União a ressarcir os recursos perdidos da educação no Fundeb, fundo da educação básica. Sem compensação, o corte no ICMS deve gerar perdas de R$ 19 bilhões à educação só no fundo, segundo estimativa anterior da ONG Todos Pela Educação. Os estados foram ao Supremo Tribunal Federal contra a redução imposta no ICMS, e o tema deve causar novas discussões judiciais. "O diagnóstico equivocado da causa dos aumentos dos preços dos combustíveis tem levado a soluções estruturais para um problema de conjuntural, que não atacam as causas principais da inflação e prejudicam estruturalmente as políticas públicas", disse em evento Flávio Arantes, economista do Comsefaz, que reúne secretários dos estados. Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) havia sido apresentada pela base do governo no Congresso para compensar estados que aceitassem reduzir ainda mais o ICMS, não só no teto de 17%, mas zerando alíquotas de diesel e gás de cozinha. A ideia era destinar cerca de R$ 29,6 bilhões. O governo, no entanto, mudou de ideia e a PEC (número 16/22) foi alterada. Os recursos agora irão para aumento do valor do Auxílio Brasil (de R$ 400 para R$ 600), ampliação do vale gás e um eldquo;voucher caminhoneiroerdquo; para compra de diesel no valor de R$ 1.000. O texto foi aprovado no Senado e segue para votação na Câmara nesta semana.

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PEC que eleva Auxílio Brasil a R$ 600 reforça desenho ineficiente, dizem especialistas

Além do caráter eleitoral da medida, a ampliação do valor mínimo do Auxílio Brasil para R$ 600 é alvo de críticas de especialistas em políticas sociais, para quem o governo dobra a aposta em um desenho considerado ineficiente e desigual. A fixação do valor mínimo por família ocorre independentemente do número de integrantes ou do grau de pobreza, o que contribui para criar distorções. Famílias com maior número de crianças, por exemplo, acabam recebendo um valor por pessoa menor do que é pago a beneficiários sem filhos. Além disso, a fila de espera pelo programa será zerada, mas apenas para famílias que estiverem habilitadas na data de implementação das medidas. Dali para a frente, nada impedirá a formação de novas filas. A elevação temporária dos repasses do programa Auxílio Brasil é uma das medidas incluídas na PEC (proposta de emenda à Constituição) aprovada pelo Senado na quinta-feira (30). O texto dá carta branca ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para furar o teto de gastos, ignorar as restrições da Lei Eleitoral e usar R$ 41,25 bilhões para turbinar programas sociais a três meses das eleições. O presidente busca a reeleição, mas está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. O valor mínimo de R$ 600 remete ao primeiro desenho do auxílio emergencial, criado em 2020 para socorrer famílias vulneráveis em meio à crise provocada pela pandemia de Covid-19. O pagamento da ajuda proporcionou um dos melhores momentos da popularidade de Bolsonaro. Como política pública, porém, a fixação de um piso por família contribui para ampliar desigualdades e corroer a solidez do Cadastro Único, base de dados criada em 2001 e que virou referência para identificar quem são e onde estão os brasileiros em situação de pobreza e extrema pobreza. A oferta de um valor mínimo por família incentivou a divisão dos cadastros na expectativa de receber o benefício em dobro. Uma "estratégia de sobrevivência" diante da inflação e do aumento da pobreza e da fome, afirma a vice-presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, Tatiana Roque. "A literatura mostra que pessoas em situação de pobreza têm estratégias de sobrevivência baseadas na experiência social. As novas famílias do Auxílio Brasil estão se dividindo para ter direito duas vezes ao benefício", diz. Entre novembro de 2021 e abril de 2022, o número de famílias de um só integrante recebendo o Auxílio Brasil saltou de 2,2 milhões para 3,7 milhões, um crescimento de 66,3% em poucos meses. Já o registro de famílias com seis integrantes ou mais vem caindo ao longo do tempo. O economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getulio Vargas), afirma que o governo está "dobrando a aposta" em uma política que não está bem desenhada, justamente por tratar de forma igual cidadãos com diferentes graus de pobreza. "O valor de R$ 600 é bom de divulgação, mas não de desenho." Especialistas que atuaram na gestão do CadÚnico em governos passados alertaram, em artigo publicado na Folha, para a deturpação da base de dados. A socióloga Leticia Bartholo, que já foi secretária nacional adjunta de Renda da Cidadania, afirma que a reversão do estrago será um imenso desafio para o próximo governo. "O trabalho que se vai ter é um trabalho que foi feito em 2004", afirma, em referência ao processo de unificação de cadastros e atualização de informações sobre as famílias beneficiárias de programas de governo. "É um retrocesso de mais de 15 anos." Segundo Bartholo, a tendência de desmembramento de famílias é reforçada com o adicional de R$ 200 até o fim do ano, uma vez que a mensagem de um mínimo por família, independentemente do número de integrantes, se mantém. Ela afirma que a próxima gestão deverá ter como prioridade a retomada do pagamento de um valor mínimo por pessoa, como era feito no Bolsa Família, marca social das gestões petistas. "Pode calibrar valores mais altos para a primeira infância, mas a partir de um desenho que gere mais equidade", diz. A revisão será ainda mais necessária diante da expectativa de que a elevação do gasto social se mantenha. Além do orçamento de R$ 89 bilhões para o Auxílio Brasil, o programa terá, com a PEC, R$ 26 bilhões extras para cinco meses de benefícios ampliados. Embora o adicional seja temporário, técnicos do governo admitem que será difícil, para qualquer que seja o presidente a partir de 2023, reduzir o montante total do programa. Em termos anuais, a parcela extra significa uma despesa de mais R$ 62 bilhões. "A tendência é que o orçamento [do programa] não seja cortado. Teria um programa de R$ 150 bilhões, ou 1,5% do PIB [Produto Interno Bruto]. É muito adequado ter uma proteção social mais abrangente, mas a revisão do desenho se mantém necessária", afirma Bartholo. Outro problema da proposta, segundo os especialistas, é que ela zera apenas uma das filas de espera pelo Auxílio Brasil: a que existir na data de promulgação da emenda constitucional. Famílias que se cadastrarem ou forem habilitadas a partir do dia seguinte já não terão qualquer garantia de inclusão no programa. "A fila é o reconhecimento de um direito que as pessoas têm e que não é implementado", afirma Neri. Bartholo também critica esse ponto. "A preocupação não é genuinamente social. Se fosse, o governo transformaria o programa em um direito permanente [o que extinguiria as filas]." Embora os números oficiais do Ministério da Cidadania apontem a existência de 764,5 mil famílias na fila do Auxílio Brasil em maio, a Rede Brasileira de Renda Básica estima que esse número possa chegar a mais de 2,5 milhões por causa da "fila da fila", isto é, brasileiros que têm direito ao benefício, mas ainda aguardam atendimento no Cras (Centro de Referência da Assistência Social) para atualizar o cadastro. "Há um desmonte do Cras. Antigamente, tinha busca ativa, isto é, buscar as pessoas que se encaixam nas condições do auxílio e que muitas vezes não têm condições sequer de ir até o centro", afirma Tatiana Roque. Neri chama a atenção para o fato de que, mesmo com recorde de recursos para programas sociais, as famílias seguem vivendo no que ele chama de "montanha-russa da pobreza". "Não estamos usando como bússola o conceito de pobreza. Estamos gastando duas vezes mais, mas com eficiência menor", diz. A taxa de pobreza (que considera pessoas que vivem com até R$ 210 por mês) caiu ao mínimo de 3,9% da população em setembro de 2020, mas triplicou a 13,2% em março de 2021, durante a interrupção do pagamento do auxílio emergencial. Em setembro de 2021, ainda estava em 10,4%, segundo estudo de Neri com o pesquisador Marcos Hecksher. A fatia dos 10% mais pobres da população são os que mais convivem com a incerteza sobre sua renda. A média mensal por pessoa chegou a R$ 52 em abril de 2020, subiu a R$ 215 em agosto do mesmo ano, caiu a R$ 55 no início de 2021 e, no fim do ano passado, estava oscilando perto dos R$ 100. Em outras faixas da população, a instabilidade é bem menor. O pacote eleitoral de Bolsonaro tende a reforçar essa incerteza, uma vez que o adicional de R$ 200 no Auxílio Brasil será temporário, e as famílias não sabem ainda quanto receberão a partir de 1º de janeiro de 2023.

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Etanol só ficará barato com o ICMS onde tem etanol. E por causa da gasolina

Os estados nos quais o etanol hidratado é elsquo;mosca brancaersquo; no consumo (a maioria), por falta de produção (nas suas fronteiras ou próxima) e exagero da cobrança do ICMS, o novo teto determinado dos combustíveis vai tirar pouco dos preços já muito altos. O impacto positivo será para os consumidores dos entes federativos de peso nesse negócio, que já cobravam menos imposto, e que vão ganhar com a gasolina mais barata. O derivado do petróleo, sim, é que fará o biocombustível ficar mais barato com medida do governo, de 17%, aprovada no Congresso. eldquo;A equalização entre os estados deverá derrubar o preço em torno de R$ 1, já que a gasolina vem com ICMS entre 25% e 34%erdquo;, diz Martinho Ono, da SCA Trading. As usinas vão ter que cortar na carne para o renovável ficar atrativo. Os quatro maiores estados consumidores, São Paulo (51%), Minas, Paraná e Goiás, que representam 80% do comércio do hidratado nacional, já estavam acomodados na taxação, e o setor produtivo vai ter que encarar a concorrência mais pesada, ainda que sejam os maiores produtores. O primeiro em pouco mais de 13%, o segundo em 16%, Paraná em 18%, enquanto Goiás estava acima, porém oferecendo crédito presumido para as indústrias, como no Nordeste. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Centro-Oeste (exceto Mato Grosso) e Norte baixarão na marra suas alíquotas endash; de 20% a 32%, como na praça carioca -, e não representará quase nada para o consumidor. O etanol chega de longe, muito caro, e vai seguir sem competitividade, enquanto a gasolina tem refino mais pulverizado e distribuição maior. Tem lugares nessas regiões que nunca nem chega etanol, mesmo nas baixas das grandes safras. O Mato Grosso tem a menor alíquota do País, em 12,36%, com incentivo ao produto derivado do milho, porém com uma frota irrelevante, que cabe num bairro de Campinas. Mais ou menos como Mato Grosso do Sul, que também tem base produtiva de etanol de cana. eldquo;O etanol hidratado [nos estados mais competitivos] terá que ficar dentro da paridade [com a gasolina], não tem para onde corrererdquo;, complementa Martinho Ono.

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Bolsonaro faz 'motociata' e promete 'um dos combustíveis mais baratos do mundo'

Em mais um ato de mobilização política na Bahia, o presidente Jair Bolsonaro disse na manhã deste sábado (2) a apoiadores que o Brasil terá "um dos combustíveis mais baratos do mundo" com a redução de impostos estaduais. No Estado governado pelo PT, provocou adversários e incentivou a população a cobrar dos governadores a redução de impostos. Ontem, em um evento oficial do governo que teve ares de comício eleitoral, o presidente já havia criticado os governadores do Nordeste por questionarem na Justiça a PEC do governo que estipulou o percentual máximo de 17% de ICMS para serviços e produtos essenciais, entre eles os combustíveis. "Lamento que os nove governadores do Nordeste tenham entrado na Justiça contra a redução de impostos da gasolina. Isso é inadmissível", destacou o presidente, em cima de um palanque perto do Farol da Barra, um dos pontos mais conhecidos de Salvador. "Vamos acreditar que a Justiça não dará ganho de causa a essas pessoas e teremos um dos combustíveis mais baratos do mundo". Antes, Bolsonaro participou de uma "motociata" pelas ruas de Salvador. Também neste sábado, outros três pré-candidatos à presidência da República participam de atos em Salvador: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Não há previsão de que as agendas de Bolsonaro e Lula ocorram de maneira simultânea. No discurso à plateia vestida de verde e amarelo, o presidente voltou a ameaçar o pleito eleitoral. Evitou, porém, citar diretamente as urnas eletrônicas e não atacou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "O que está em jogo neste ano é o bem-estar e a liberdade de cada um de nós. Tenho certeza que faremos tudo que for preciso para que a nossa Constituição, nossa democracia e nossa liberdade venham a ser preservadas", concluiu.

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Volta de tributos deve puxar inflação em 2023, dizem economistas

Se o corte de impostos alivia a inflação neste ano, a mudança deve significar uma alta em 2023. Quando o governo federal zerou o PIS e o Cofins sobre o etanol e a gasolina, o Itaú Unibanco já elevou sua estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no próximo ano de 4,2% para 5,6%. A revisão foi feita porque a cobrança dos impostos será retomada a partir de janeiro, puxando os preços para cima novamente, e também devido à sensação de que a inflação já estava mais disseminada na economia. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, a inflação no próximo ano eldquo;está caminhando para ficar entre 5% e 6%erdquo;. eldquo;No curto prazo, pode haver um recuo na inflação. Mas tenho dificuldade de saber se essa queda não será limitada por conta do cenário de câmbio.erdquo; A preocupação de Vale é que a diminuição na arrecadação desencadeie uma maior desconfiança do mercado em relação à capacidade de o governo pagar suas dívidas. Isso poderia fazer com que parte dos investidores deixasse o Brasil, desvalorizando o real em relação ao dólar endash; o que pressionaria a inflação. QUESTÃO FISCAL. O economista afirma ainda que a situação fiscal deve permanecer controlada neste ano, dado que a arrecadação está em alta devido ao aumento do preço das commodities. O entrave pode vir em 2023, pois a previsão é de que a economia mundial comece a desacelerar, fazendo com que a cotação das commodities caia endash; reduzindo a arrecadação também. eldquo;O mais complicado é que você está cortando algo (o ICMS) de forma permanente. Aí, no ano que vem, a alíquota será mais baixa em cima de uma arrecadação mais baixa também. Isso coloca peso na situação fiscalerdquo;, diz Vale. Para o economista Daniel Karp, do Santander, ainda é difícil calcular como a questão fiscal vai interferir na inflação, dado que o cenário internacional também pode modificar o câmbio. Já na visão do economista André Braz, coordenador de índice de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), eldquo;qualquer medida que não dure para 2023 acaba impondo uma inflação mais alta no ano que vemerdquo;. Braz destaca que as incertezas globais também podem pressionar os preços em 2023, como já ocorreu neste ano. Ele lembra que, no início de 2022, os economistas estavam otimistas com a inflação e não imaginavam que ela poderia chegar perto de 10%. A guerra na Ucrânia, porém, levou a cotação do petróleo e a inflação a outro patamar. eldquo;Isso pode se repetir no ano que vem a depender do desenrolar dessas fontes de incerteza e de como vai ficar essa questão fiscal.erdquo; ebull; O Estado de S.Paulo Paulo Cunha, ex-presidente do Grupo Ultra, morre aos 82 anos O executivo Paulo Guilherme Aguiar Cunha, ex-presidente do Grupo Ultra e da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), morreu aos 82 anos na madrugada deste domingo, 3. Cunha teve uma breve passagem pela Petrobras no início de sua carreira e ingressou no Grupo Ultra ao final da década de 1960, onde se desenvolveu na carreira de executivo. Cunha assumiu o cargo de presidente da empresa, em 1981, no qual permaneceu até 2007, e, anos mais tarde, chegou à posição de presidente do conselho do grupo. Um dos marcos de sua liderança foi a abertura de capital da empresa de forma simultânea em São Paulo e em Nova York, em 1999. Sua gestão foi marcada pelo crescimento agressivo do Grupo Ultra, que comprou integralmente as ações da Oxiteno, assim como a Shell Gás, a Canamex, a União Terminais, a Ipiranga e a Texaco. Hoje, o Grupo Ultra, também conhecido pelo nome Ultrapar, é dona do posto Ipiranga e da Ultragaz. A empresa também atua na produção de especialidades químicas, por meio da unidade especializada Oxiteno. Em setembro de 2013, o Grupo Ultra entrou no varejo farmacêutico com a compra da Extrafarma emdash; cuja venda para a Pague Menos por R$ 700 milhões foi recentemente aprovada pelo Cade. Em maio de 1989, com o fim do regime militar, Cunha estava entre os 30 empresários que fundaram o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial para estimular e orientar novas políticas públicas para a indústria brasileira. eldquo;Paulo Cunha deixa um legado de ética, visão de longo prazo, austeridade na vida pessoal e profissional, valorização das pessoas e da atividade industrial, do empreendedorismo, da educação e da inovação tecnológica. Uma grande perda para a empresa e o Paíserdquo;, afirma, em nota, Pedro Wongtschowski, presidente do conselho de administração do Grupo Ultra, que sucedeu Cunha quando deixou o posto, em 2018.

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Procon-sp apura queda de R$ 0,30 na gasolina

Levantamento do Procon-sp mostra que o preço do litro da gasolina teve redução média de R$ 0,30noestado.aquedafoiconstatada nos dias 28 e 29 de junho, após o governador Rodrigo Garcia anunciar a redução do ICMS sobre a gasolina de 25% para 18%. eldquo;Acredito que somos uma das categorias que mais percebem essas variações, porque o preço da gasolina influencia diretamente o nosso lucroerdquo;, afirma Ana Paula Aparecida de Oliveira, que trabalha como motorista de aplicativo. eldquo;Nesta semana, coloquei o mesmo valor de sempre de combustível e consegui rodar mais, porque o litro está mais barato.erdquo; Segundo ela, o valor do combustível afeta o trabalho dos motoristas de aplicativo em várias frentes. Para que o lucro não diminua tanto quando o combustível está mais caro, muitos recorrem a mais horas de trabalho ou dirigem em regiões e horários específicos para obter mais ganhos. eldquo;O preço reflete não só nos meus ganhos, mas também na minha segurança e no modo como eu tenho de trabalharerdquo;, diz. eldquo;O aplicativo paga um preço dinâmico maior para corridas em regiões mais perigosas, por exemplo, porque os motoristas costumam recusar.erdquo; Outro que sentiu no bolso a queda de preços foi Lenaildo de Souza Dias, taxista em São a Paulo há 20 anos. eldquo;Eu uso uma média de R$ 100 a R$ 150 por dia para abastecer. Com o preço mais baixo, podemos rodar a mesma quantidade de quilômetros gastando menos, o que ajuda muito na diária no fim do dia. Ajuda todo mundo que trabalha com veículoerdquo;, disse. Presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo (Amasp), Eduardo Lima de Souza adverte, porém, que o quadro não é estável. eldquo;Nossa preocupação é que, enquanto o governo faz uma manobra gigantesca para essa redução, o dólar ainda está na atividade em conexão com o petróleo. Se o dólar aumentar, a gente volta a pagar o que estava pagando antes.erdquo; ebull;

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