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'Todo mundo sabe que o Bolsonaro pressiona a Petrobras', diz ex-presidente da empresa

O economista Roberto Castello Branco, ex-presidente da Petrobras, rompeu o silêncio nesta terça-feira, 5, em relação ao vazamento de mensagens trocadas em um grupo de WhatsApp pelo celular corporativo devolvido à empresa, nas quais fala sobre as tentativas do presidente Jair Bolsonaro de interferir nos preços dos combustíveis durante a sua gestão. "Todo mundo sabe que o Bolsonaro pressiona a Petrobras para não reajustar os preços. Ele mesmo tornou isso público", disse Castello Branco ao Estadão, confirmando o teor das mensagens vazadas. De acordo com Castello Branco, Bolsonaro "tem conseguido, de alguma forma, sucesso com as pressões dele para não ter muitos reajustes". "Neste ano, ele conseguiu pressionar de tal forma a Petrobras que ela levou dois meses para ajustar preços e aí passaram mais outros dois meses até ser autorizado esse último aumento, no mês passado", afirmou. Na visão de Castello Branco, o novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, não tem muita margem de manobra para mudar a política de preços dos combustíveis, ancorada na paridade com as cotações do mercado internacional. "Por enquanto, ele não vai poder fazer nada, porque, para trocar diretores da empresa, precisa do apoio do conselho de administração e o conselho não vai topar", disse. "O Bolsonaro precisa mudar o comando do conselho, para tentar ir com esses preços até a eleição, e isso só deve acontecer dentro de uns 40 dias." "Prevaricação" Sobre a investigação de um possível crime de "prevaricação" de sua parte, pedida pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) ao Supremo Tribunal Federal (STF), Castelo Branco disse: "Se eu tivesse prevaricado, teria ficado lá na Petrobras. Eu fui demitido e perseguido pelo presidente, que revelou meu salário, falou que eu não trabalhava, porque estava em home office, e uma série de outras histórias mentirosas. Então, não tenho nada a temer". Castello Branco disse não saber ainda a data em que fará o depoimento requerido pela vice-procuradora-geral da República, Lindôra Maria Araújo, no âmbito da notícia-crime enviada por Rodrigues ao STF. "Não sei. Eles vão mandar uma convocação, uma intimação. Meus advogados estão vendo isso. Eles também estão tranquilos", afirmou. "Eu realmente não queria que o meu nome surgisse no meio de uma polêmica dessas. É lamentável o que aconteceu, mas agora é enfrentar."

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Caio Paes de Andrade nega missão de demitir diretores em 1ª reunião com diretoria da Petrobras

O presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, teve sua estreia na reunião com a diretoria da estatal na última sexta-feira, 1.º, depois de faltar à primeira reunião do conselho de administração no dia 29 de junho. O Estadão/Broadcast apurou que na reunião, o executivo negou que tenha chegado ao comando da estatal com a missão do governo de mudar toda a diretoria. Nas últimas semanas, o presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou várias vezes que o indicado do governo à presidência da Petrobras deveria trocar os diretores para dar uma nova dinâmica à empresa. Segundo fontes, Paes de Andrade informou a intenção de conhecer o trabalho dos executivos e deixou agendado para esta semana encontros individuais com cada um dos oito diretores, com objetivo de conhecer todas as áreas da empresa e avaliar os próximos passos. Antes da posse de Paes de Andrade, em 28 de junho, fontes próximas ao governo já davam como certa a demissão de pelo menos dois diretores, além do ex-presidente José Mauro Coelho, que ficou apenas 40 dias no cargo e renunciou após forte pressão do governo, que pretendia acelerar a posse de Paes de Andrade. Os executivos na mira do governo de Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição e tem criticado a Petrobras por fazer reajustes dos combustíveis e aumentar a inflação, seriam os responsáveis pela decisão de reajustar os preços.

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Fenabrave zera previsão de crescimento de vendas de veículos em 2022

Os distribuidores de veículos no Brasil reduziram, nesta terça-feira (5), projeções de vendas de novos em 2022, citando o cenário atual de problemas na oferta das montadoras, que têm sido impactadas pela crise global de falta de componentes eletrônicos e outras autopeças. A previsão de crescimento de 4,6% nos emplacamentos de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2022 foi zerada pela entidade que representa o setor, Fenabrave. Com, isso, a expectativa do setor passou a ser de licenciamentos de 2,120 milhões de veículos este ano. Em junho, os emplacamentos no Brasil caíram 4,8% ante maio, para 178 mil unidades, segundo os dados da Fenabrave. Na comparação com junho de 2021, as vendas caíram 2,4%, acumulando no primeiro semestre, retração de 14,5%, para 917,94 mil unidades, informou a entidade. Considerando apenas o segmento de caminhões, o único a mostrar crescimento em junho ante maio, as vendas do mês passado mostraram evolução de 5,3% na comparação mensal. O segmento de carros e comerciais leves amargou baixa de 10,16%, segundo os dados da Fenabrave. "Se mantivermos a mesma média diária de junho até o final deste ano, teremos um desempenho anual muito próximo ao resultado obtido no ano passado, numa estimativa moderada, já que o segundo semestre costuma ser melhor do que o primeiro", disse em comunicado o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior. Segundo a entidade, em junho, as vendas de automóveis e comerciais leves por dia útil foram de 8.270, alta ante as 5.550 unidades em janeiro, o que indica uma recuperação "gradual" do mercado.

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Inflação do Brasil está entre as mais altas do mundo, mostra relatório

O Brasil está perto do topo do ranking dos países que puxam a fila da inflação mundial, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (5) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). Na lista de 19 países mais a União Europeia que compõe o G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta), somente Turquia, Argentina e Rússia têm inflação acima da brasileira no acumulado em 12 meses até maio deste ano, embora os ocupantes do pódio ostentem taxas muito superiores à nacional. Enquanto a alta de preços no Brasil alcançou 11,7% no período, a da Turquia disparou 73,5%. As taxas na Argentina e na Rússia atingiram 60,7% e 17,1%, respectivamente. Considerando todo o grupo do G20, a inflação acumulada no período é de 8,8%. No relatório ampliado da inflação dos 38 países que fazem parte da OCDE, o índice de preços ao consumidor subiu para 9,6% em maio, em comparação com 9,2% em abril. Isso representa a maior inflação nesse grupo desde agosto de 1988. Além de incluir parte das principais potências econômicas globais, a OCDE tem entre seus membros países como Bélgica, Chile, Colômbia, Costa Rica e Dinamarca. O Brasil não está na organização. Alimentos e energia foram reportados pela organização como setores com relevante contribuição para a escalada dos preços. Na área coberta pela OCDE, a inflação dos alimentos atingiu 12,6% em maio, contra 11,5% de abril. No caso da energia, a disparada acumulada no custo atingiu 35,4%, também em maio, acima dos 32,9% em abril. Economistas e analistas de mercado apontam dois grandes motivos para a disparada mundial dos preços. O primeiro está relacionado aos gargalos no escoamento de bens e insumos provocados pelas interrupções de atividades devido às políticas sanitárias de controle das infecções pelo coronavírus. Essas paralisações foram acompanhadas de estímulos econômicos, criados com injeções de recursos no mercado financeiro através de compras de ativos e reduções de taxas de juros, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa. Com o avanço da vacinação e a redução das restrições sanitárias, porém, a demanda cresceu além da capacidade de produção e distribuição. Isso gerou uma inflação global provocada pela baixa oferta. A invasão da Ucrânia pela Rússia agravou os problemas na oferta, sobretudo a de grãos e, ainda mais, a de derivados do petróleo. A guerra é, portanto, regularmente apontada como o motivo secundário para a disparada nos preços. No centro da pressão inflacionária agravada pelo conflito na Europa está o embargo de Estados Unidos e União Europeia ao petróleo da Rússia, uma das principais produtoras globais da matéria-prima. Além disso, os russos são aliados da Opep, cartel de países produtores que já informou diversas vezes não ter a intenção de acelerar sua produção ao ritmo exigido pelo Ocidente. Recentemente, porém, a preocupação com a inflação passou a dividir espaço com o temor de uma recessão mundial, resultando na queda do petróleo. O barril do Brent caiu quase 10% terça-feira, embora ainda acumule alta de mais de 30% neste ano. Para tentar frear a maior inflação no país em 40 anos, o Fed (banco central dos Estados Unidos) aplicou em junho um aumento de 0,75 ponto percentual da sua taxa de juros. Essa foi a maior elevação desde 1994. Investidores temem que o Fed e outras autoridades monetárias das principais economias exagerem na alta dos juros e que essa restrição ao crédito provoque a desaceleração da economia mundial.

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Votação da PEC dos bilhões é adiada em comissão da Câmara

Um pedido de vista coletivo adiou por duas sessões a votação do relatório do deputado Danilo Forte (União-CE) sobre a PEC (proposta de emenda à Constituição) que autoriza bilhões para caminhoneiros, taxistas e Auxílio Brasil em ano eleitoral. O relatório foi lido na comissão especial na noite desta terça-feira (5), após a sessão do Congresso que analisou vetos presidenciais. Para se antecipar ao pedido da oposição, foi concedida vista coletiva ao parecer. A expectativa é que a votação no colegiado ocorra na quinta-feira (7). Depois, o texto segue para plenário, onde precisa do apoio mínimo de 308 deputados, em votação em dois turnos. Os partidos de esquerda já tinham anunciado que iam obstruir o processo. Durante a reunião na comissão, o Novo também engrossou a obstrução e fez questão de ordem para tentar atrasar a votação. Para o líder da oposição, Wolney Queiroz (PDT-PE), a tramitação do texto, como foi feita, "é um escárnio". "É um projeto mal concebido, eleitoreiro e que não se preocupa com pessoas, e sim com votos." Na reunião, o deputado Alencar Santana (PT-SP) tentou recorrer a artigo do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias que diz que a tramitação da PEC, "quando acarretar aumento de despesa ou renúncia de receita, será suspensa por até 20 dias, a requerimento de um quinto dos membros da Casa, nos termos regimentais, para análise de sua compatibilidade com o Novo Regime Fiscal." A presidente da comissão, Celina Leão (PP-DF), aliada do presidente Arthur Lira (PP-AL), negou a questão de ordem e disse que a suspensão da tramitação não estava entre as atribuições da presidência do colegiado. Apenas a mesa diretora ou instância superior poderiam suspendê-la, segundo a deputada. A oposição tentou levar a leitura do parecer até a madrugada de quarta-feira (6) para ganhar mais um dia de votação. O relator passou a ler o texto em meio à tentativa de obstrução de deputados do PT e de outros partidos de esquerda. Celina Leão ordenou que os parlamentares voltassem a seus lugares e disse que não seria desrespeitada. Forte leu o parecer e Celina Leão concedeu vista coletiva antes da meia-noite. Com a manobra, o pedido foi concedido na noite de terça-feira, assegurando que a votação poderia ocorrer na quinta. Na última sexta-feira (1º), ato da Mesa Diretora apensou a PEC a outra proposta que já estava tramitando na Câmara e que trata de biocombustíveis. Com isso, o texto não precisou ser apreciado na CCJ, principal comissão da Casa e que analisa a admissibilidade de PECs. Além disso, a decisão também abreviou outro trâmite, pois a outra proposta de biocombustíveis já estava em comissão especial, etapa em que o mérito é analisado. Para agilizar a votação na Câmara, Danilo Forte desistiu de fazer mudanças nos textos aprovados no Senado e divulgou relatório no qual une em um substitutivo os textos das duas PECs. "Com o conflito armado entre Rússia e Ucrânia, o mercado de combustíveis no mundo sofreu duros impactos, que se repercutem sobre os demais segmentos da sociedade", escreveu. "Entre os efeitos sistêmicos mais nefastos do aumento de combustíveis, citamos a inflação, que provoca a deterioração do poder de compra da população e penaliza os segmentos menos favorecidos da sociedade." Ele citou, no parecer, os projetos aprovados pelo Congresso para minimizar o impacto do preço dos combustíveis e disse que um dos efeitos colaterais dessas medidas foi a redução da competitividade dos biocombustíveis. Forte também elogiou a PEC dos bilhões, que "vem exatamente instituir o estado de emergência para ampliar o pagamento de benefícios, pois, em face das eleições, isso não seria possível sem que se infringisse o ordenamento jurídico e os mandamentos constitucionais." No substitutivo, Forte diz que as medidas vão vigorar até o fim do ano, "quando a legislação eleitoral não será mais óbice para que os benefícios possam ser aprovados, aí sim, de maneira permanente." Mais cedo, ao deixar reunião com o presidente Arthur Lira na residência oficial da Câmara, o relator explicou por que desistiu de implementar mudanças no texto. Segundo ele, para incluir os motoristas de aplicativo no pagamento de um auxílio havia o entrave adicional da falta de um cadastro efetivo desses profissionais. "Então não tem como você dimensionar com segurança os motoristas de aplicativo para poder ofertar o benefício do auxílio", complementou. A PEC 15 busca manter um regime favorecido para os biocombustíveis. O texto acrescenta um item ao artigo da Constituição que versa sobre o direito de todos os brasileiros a um meio ambiente ecologicamente equilibrado, para buscar garantir situação tributária vantajosa para os combustíveis não poluentes. O texto não estabelece exatamente as alíquotas dos tributos que devem incidir sobre os biocombustíveis. Esses percentuais devem ser estabelecidos por meio de lei complementar. Enquanto a lei complementar não for aprovada pelo Congresso, esse diferencial competitivo para os biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis será garantido pela manutenção da diferença de alíquotas aplicadas aos dois tipos no patamar vigente em 15 de maio deste ano. Já a PEC dos bilhões, aprovada pelo Senado na quinta-feira passada, institui um estado de emergência para permitir que o presidente Jair Bolsonaro fure o teto de gastos e abra os cofres públicos a três meses das eleições. O texto dá aval ao governo para turbinar programas sociais até o fim do ano sem esbarrar em restrições da lei eleitoral, que existem para evitar o uso da máquina pública em favor de algum candidato. Bolsonaro ocupa o segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A PEC traz medidas que terão um custo total de R$ 41,25 bilhões emdash;valor maior que os R$ 38,75 bilhões acertados originalmente, em mais um movimento de aumento da fatura. Quando as medidas para atacar a alta de combustíveis começaram a ser discutidas, o gasto extra era projetado em R$ 29,6 bilhões. O texto prevê a ampliação temporária do Auxílio Brasil em R$ 200, levando o benefício mínimo a R$ 600 até o fim do ano, e autoriza o governo a criar um auxílio para caminhoneiros autônomos, além de dobrar o valor do Auxílio Gás. Há ainda um benefício de R$ 2 bilhões a taxistas e previsão de ampliar em R$ 500 milhões os recursos para o programa Alimenta Brasil, que financia a aquisição de alimentos para doação a famílias de baixa renda.

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5G chega ao Brasil

O 5G CHEGOU Esta quarta (6) marca o início da operação do 5G "puro" no país, com a liberação da faixa de frequência de 3,5 GHz em Brasília pela Anatel. A TIM é a primeira operadora a oferecer a tecnologia na capital federal. Serão ativadas cem antenas, que vão chegar a 50% da população, segundo a empresa. Entenda: ao contrário do 5G "impuro" que aparece na tela de alguns celulares, a versão standalone tem uma "avenida" no ar dedicada só para ela, que garante maior velocidade e menor latência (tempo de transferência de dados de um ponto a outro). Cronograma: a previsão é de que o 5G chegue a todas as capitais estaduais até 29 de agosto. Belo Horizonte e Porto Alegre estão mais adiantadas e devem ser as próximas a lançar o serviço. Precisa trocar de chip ou aparelho? A TIM informou que um novo chip não será necessário para ter acesso à tecnologia, enquanto Claro e Vivo não informaram o preço dos chips 5G. Em números: a tecnologia de quinta geração promete revolucionar setores importantes para o país, da indústria à medicina, e tem velocidade que alcança, em média, 1Gbps (Gigabit por segundo), dez vezes maior que a média do 4G.

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